Li uma história de que certa pessoa vendo o poder de Jesus em lidar com a natureza, transformar água em vinho, domar as tempestades, curar doenças, ressuscitar mortos, logo pensou que ele realmente era o Messias prometido e que iria libertar a sua terra, Israel. Logo quem estivesse perto dele iria usufruir das regalias desse poder. Então chegou perto d”Ele e indagou se podia caminhar ao lado dele, bem perto. Cristo olhando bem dentro de seus olhos e vendo o real interesse daquela pessoa explicou: “Tenho muitos discípulos de longe, mas você deseja a posição de perto? Tu sabes quais serão tuas responsabilidades? O discípulo de longe pode crer e descrer, mas o de perto empenhará a própria vida na execução da vontade divina; o discípulo de longe entreter-se-á com muitos obstáculos que lhe roubam a atenção, mas o de perto viverá em suprema vigilância; o de longe sente a liberdade de procurar honrarias e prazeres, minsturando-os com suas vagas esperanças do Reino de Deus, mas o de perto sofrerá as angústias do serviço sacrificial e incessante; o de longe dispõe de recursos para encolerizar-se e ferir, mas o de perto sempre será paciente para compreender e ajudar; o de longe alegará dificuldades de concentrar-se na oração, com sono e fadiga, mas o de perto caminhará sem cansaço, em constante vigília; o de longe pode ir em estradas floridas demorando o quanto deseje, mas o de perto caminhará comigo pelo atalho espinhoso; o de longe tem pressa em possuir, o de perto encontra o prazer de dar sem recompensa; o de longe somente encontra alegria na prosperidade material, mas o de perto descobre a divina lição do sofrimento; o de longe padecerá muitos melindres, mas o de perto tem a fortaleza para perdoar sempre e recomeçar o esforço do bem quantas vezes for necessário; o de longe não cooperará sem honras, mas o de perto servirá com humildade, obscuro e feliz; o de longe adiará seus testemunhos de fé e amor perante o Pai, mas o de perto estará sempre pronto para aceitar o martírio em obediência aos celestes desígnios, a qualquer momento...”
O candidato ficou confuso com o que ouviu, despediu-se dEle sorrindo e nunca mais voltou.
Depois dessa leitura eu tive que fazer uma recomposição nos meus pensamentos. Imaginava que eu estava bem próximo do Cristo, mas percebo agora o quanto estou distante. Mais ainda, mesmo percebendo quais os fatores que me distanciam dEle, mesmo assim não me sinto capaz de corrigi-los à curto prazo. Apesar de tudo isso, o que me deixa gratificado é perceber que eu me enquadro entre seus discípulos, por mais longe que eu esteja e que tenho todo o tempo que a eternidade possa me oferecer para corrigir.
Desde o ato de acordar, de abrir os olhos e ver o clarão do sol se esparramando por sobre as nuvens, que preguiçosas se deslocam na linha do horizonte para deixar espaço para o surgimento do astro-Rei, que começo a sentir que contemplo a própria realeza do Criador. Logo abaixo vejo mar que parece coberto por um lenços de ondas incansáveis que se derramam na praia jogando espumar ao vento, esse mesmo vento que em forma de brisa entra por minha janela e acaricia o meu corpo, esfriando minha pele. Enquanto isso os raios tépidos do sol já me alcançam e brinca de esconde-esconde com o frio causado pelo vento. Em tudo isso vejo a ação do tempo, que gera o dia e a noite, que faz reinar de dia o sol e de noite as estrelas. Em tudo isso vejo a mão do meu Pai, que criou tudo isso e também a mim, como testemunha inteligente para o seu ato criador, alguém possa ver tudo isso e saber que por trás existe alguém responsável pela existência. Sinto-me frente presença tão portentosa, como uma criança coberta pelo véu da ignorância, mas que tem um Pai amantíssimo presente a todo momento em meus pensamentos e a quem tenho acesso a qualquer momento através da prece ou meditação. É impossível, com essa compreensão, das as costas trocar de roupa e ir para o trabalho. Não posso fazer isso. Caso meu pai fosse ainda vivo e morasse comigo, claro que pedieria a sua bênção, conversaria um pouco com ele e me despediria na hora da saída. Então por que não posso fazer isso com o Pai primordial, o fundamental, que me criou e também ao cosmos. Não, a esse eu deverei ter muito mais respeito e consideração. Paro um pouco, concentro a minah mente no sentimento de amor por todas as facetas da natureza e sinto que assim me contato com Ele. Faço a minha oração!
Foi na leitura de hoje, dia 03-04-12, onde leio diariamente e de forma seguida um trecho da Bíblia, que encontrei essa mensagem em II Crônicas: 19,10 – “...Em todo litígio trazido a Vossa presença por vossos irmãos, estabelecidos em vossas cidades, quer se trate de assassínio, de Lei, de Preceito ou ordenações, esclarecei-os para que não se tornem culpados diante do Senhor, e que sua ira não se inflame contra vós e contra vossos irmãos. Agi dessa maneira para não vos tornardes culpados...”.
Entendi que Deus fala da reunião que tive na última quinta feira, uma espécie de litígio e que invoquei a presença de dEle. Naquela reunião o objetivo principal seria o estabelecimento da verdade no campo material e no espiritual. Acontece que durante a exposição da verdade material as emoções tomaram conta da minha anfitriã e praticamente nada do que falei ou tentei dizer na reunião foi considerado. Tudo ficou no campo material, os preconceitos reinaram absolutos; a raiva e o ressentimento formavam uma barreira mental para que não fossem consideradas outras informações. Fiz a primeira parte da minha missão, que foi expor a verdade no campo material, mesmo com a exposição da minha pessoa e passível de sofrer formatação criminosa dentro dos preceitos materiais das leis humanas. Tentei equilibrar a situação e deixar qualquer decisão nas mãos de Deus, que estava presente na reunião e que sabia com toda clareza o que ia no coração de cada um. Aparentemente a estratégia deu certo, terminamos a reunião num clima mais harmonizado com o compromisso que ninguém iria forçar nenhuma decisão de imediato e que esperaria a voz de Deus em nossas consciências. Mas isso não aconteceu. Logo no dia seguinte uma série de pressões passou a existir, pressão para tomada de decisões, ameaças de vinganças, acionar a justiça, promover a separação, alimentar o ódio...
Daí o que Deus fala para mim: Esclarecei os vossos irmãos para que não se tornem culpados diante do Senhor e que sua ira não se inflame contra vós e contra vossos irmãos. Tudo está claro! Devo esclarecer o lado espiritual da questão. O lado material foi devidamente esclarecido, nada ficou as escuras, mesmo que eu tenha sido acusado de ter revelado tanto. Sou obrigado agora a fazer a minha parte, pois sinto que também estou dentro da ameaça que Deus faz: que sua ira não se inflame contra vós e contra vossos irmãos. Irei tentar mais uma vez outra reunião e dessa vez para falar somente da verdade espiritual, é essa que interessa mais de perto a Deus, é essa que inclui os principais interessados dentro do projeto de Deus. Devo tentar com toda a paciência e humildade essa nova reunião, se tornou agora um dever para mim. Caso não seja possível por intransigência da outra parte, Deus então compreenderá e saberá como fazer em seguida. Da minha parte continuarei a amar a todos, amigos e adversários, com compaixão e fraternidade como é da Sua Lei.
Durante a vida temos diversas opções de caminho para promover nossa evolução. Forçado pelos instintos, somos até certo ponto obrigados a garantir nossa sobrevivência e se não tomarmos cuidado prejudicar o nosso próximo. Quando adquirimos uma melhor compreensão da vida, então os motivos egoístas começam a perder força na nossa consciência e entendemos que todos tem a mesma necessidade que nós e que devemos ser fraternos com todos. Isso implica muitas vezes em sermos abnegados, negar os nossos próximos interesses em função do bem estar e evolução de terceiros. Fazendo uma reflexão dessa questão em minha própria vida, chego a conclusão que estou caminhando por uma trilha menos percorrida por todos que estão ao meu redor. Desenvolvi ao extremo o amor incondicional e isso se tornou o motor das minhas ações. Pois assim, vejamos o que acontece: assumo uma série de responsabilidades profissionais, remuneradas, com o objetivo de servir de amparo para as pessoas que estão ao meu redor, principalmente a família ampliada que já comecei a construir, três companheiras que me deram filhos e outras que se candidatam; dentro das atividades fico à disposição para viabilizar atividades para todos, tanto do ponto de vista profissional, espiritual ou de lazer; procuro viabilizar a harmonia em todo o ambiente que participo, mesmo com o sacrifício do meu tempo livre; uso o meu tempo livre para harmonizar os pensamentos e sentimentos de quem sente atração por mim, mesmo que não haja recompensa para o corpo do ponto de vista sexual; os recursos evolutivos que construo sempre estão a serviço da evolução de todos ao meu redor; e consigo resistir as ameaças, agressões, incompreensões, e toda carga negativa que a força da ignorância ou do mal possa descarregar sobre mim, sem esquecer da pessoa humana que está por trás de tudo isso, que é meu irmão e que merece ser instruído, perdoado e amado.
Estas são as características da trilha pela qual caminho e apesar de ter tantas pessoas ao meu lado na vida material, nesse contexto espiritual... quem eu vejo?
Depois que a verdade chega e provoca a dissolução dos castelos de mentira, se torna necessário a correção dos rumos na vida prática imediata e futura. No contexto do amor romântico e amor incondicional, temos que considerar o mundo material e o mundo espiritual dentro de nossos relacionamentos mais próximos e mais íntimos. O amor romântico está mais ligado ao mundo material, ao apego, a posse, a estagnação, à individualidade, à mentira; o amor incondicional está mais ligado ao mundo espiritual, ao desapego, a liberdade, a mudança, à universalidade, à verdade.
Dentro do mundo material em que vivemos, o amor romântico exerce prioridade em nossas vidas, desde tenra idade quando os hormônios sexuais são liberados e a motivação por uma companheira, pela perpetuação da vida, emerge com mais força no nosso campo de consciência. Queremos amar uma pessoa com toda força de uma paixão, queremos essa pessoa só para nós e daí passo a desenvolver o monstro dos olhos verdes, o ciúme, como guardião do meu objeto do amor. Desenvolvo o apego ao meu objeto de amor, pretendo manter essa posição por toda minha vida, não compartilho essa minha felicidade com ninguém, e uso do artifício da mentira quando algum aspecto da realidade ameaçar essa minha base emocional. Mesmo que essa seja minha condição inata, o aprendizado que a vida nos traz, principalmente lições dadas por grande avatares da humanidade como Jesus Cristo, ajuda a compreender a importância do Amor Incondicional e do mundo espiritual como o nosso mundo maior. Então com esforço iremos fazendo a transposição do amor romântico para o amor incondicional; do apego para o desapego; da posse para a liberdade; da estagnação para as transformações, evolução; da individualidade para a universalidade; da mentira para a verdade. Se todos tivermos condições de fazer essa correção de rumos, as características da sociedade também se alterarão, principalmente a partir de sua célula manter, a família. Deixará de ter o perfil essencialmente nuclear, fechado e se abrirá para uma família ampliada onde vários pares possam coexistir simbioticamente e dentro desse caminho evolutivo se alcançará a família universal, principal promessa dita por Jesus como consequência dessa correção de rumos: O REINO DE DEUS.