Existe apenas uma verdade. Não é possível que a verdade seja fragmentada, não tem suporte lógico para isso. Uma verdade multiplicada onde A, B, C, D, todas são verdades para um único questionamento não é possível, assim acredito. Todos nós somos aprendizes e a cada momento temos oportunidade de aprender mais alguma coisa e reformular nosso pensamento se isso for necessário. O aluno, que somos todos nós, não pode ficar a pensar que já sabe de tudo, que é dono da verdade. Isso impede que seu raciocínio continue a funcionar em busca de verdades que ele ainda desconhece. Então fica plantado para sempre naquilo que acredita ser a verdade e nem mesmo a realidade mostrando a incoerência dos pensamentos, a pessoa consegue mudar, pois está convicta de ser a dona da verdade, da sua verdade é claro, mas não da universal, da real, daquela que faz nossa mudança a cada momento em busca sempre da verdade maior, da verdade universal, do próprio coração do Pai.
Tem momentos em nossas vidas que chegam as crises de vários formatos e que atingem as pessoas que amamos ou a nós mesmo em profundidade. A sequência é tão forte que parece uma tempestade destruidora, um furacão que vai passando e deixando atrás de si o desastre. Como tudo pertence a Deus, só podemos imaginar que Ele permite essas ocorrências para testar na prática a nossa capacidade de amar incondicionalmente. Chega o momento de declarar ao próximo as nossas dificuldades, o quanto a crise nos atingiu e nos solidarizarmos mutuamente. São momentos como esse, de crise intensa que o egoismo deve ceder espaço à solidariedade, onde os sentimentos negativos devem recuar envergonhados e a bondade que existe no coaração de cada um ser expresso em plenitude, onde sorrisos enxugarão lágrimas, onde o abraço fraterno aquecerá o frio do medo em cada um. Talvez essa seja a forma do Pai conttribuir para o nosso crescimento, jogando tamanha crise sobre nossos ombros sabendo que possuimos a força interna necessária para a superação do problema e consequente transformação da nossa alma. Por isso agradeço ao Pai até mesmo pela existência da crise, talvez a felicidade que peço ser capaz de viver e de ensinar a quem estiver ao meu alcance, passe por essa espécie de sacrifício. Lembro de Jesus, do seu enorme martírio em função do cumprimento de sua missão, e fico feliz assim como Ele ficou sob o peso da torturante cruz, sabendo que tudo fazia parte do cálice que o Pai lhe ofertava.
As mulheres conseguiram com muito esforço serem respeitadas e consideradas um pouco acima da linha de tolerância. Apesar de tudo que foi feito as mulheres ainda são dobradas na sua dignidade na competição em nossa civilização e cultura. Minha contribuição para colaborar no esforço que elas ainda hoje continuam fazendo para atingir um patamar de respeito que os homens já conquistaram, é de ser honesto com todas elas, até o máximo da transparência, que seja tão profundo que chega até a doer em algumas circunstâncias; não as considerar como um objeto para o um prazer exclusivo e sim de uma simbiose de interesse entre nós em busca da felicidade no cotidiano de nossas vidas.
Durante o estudo espiritual que faço todas as quintas feiras, dentro da temática da ciência de amar que foi abordada, uma frase me chamou muito a atenção: “quando o amor não sabe dividir-se, a felicidade não consegue multiplicar-se”. Logo pensei no Reino de Deus onde todos saberão dividir o amor desde a mais tenra idade; pensei também que para atingirmos esse patamar do ponto egoístico onde nos encontramos, o primeiro passo é valorizar a família ampliada, onde o amor não-exclusivo prevalece sobre o exclusivo. Vejo que a família nuclear que prevalece na sociedade é totalmente apoiada no egoísmo dos seus membros e que contagia a sociedade. É quase impossível aceitar a divisão do amor dentro de uma estrutura assim exclusivista. Interessante, todos os livros sagrados apontam nessa direção, de uma forma ou outra: o amor incondicional, a divisão do amor, a distribuição do amor... no entanto na prática prevalece o insulamento do amor, o pertencimento individual, o ciúme da partilha. Até quando nossos olhos lerão esses textos sagrados sem os compreender na essência? Até quando o amor servirá apenas como moeda de troca, um amor condicional? A ciência de amar começa com a tabuada de saber dividir para alcançar a multiplicação. É o paradoxo que Jesus já apontava: quem perder a sua vida por mim, conquistará a vida eterna; quem dividir os amores que tem, receberá de volta a felicidade!
Jesus foi um dos principais arautos da humanidade no que diz respeito ao Reino de Deus como uma obrigação e uma destinação de nosso futuro enquanto relações ideais dentro da comunidade. A terra é muito extensa e as coletividades humanas são extremamente dispersas pelos continentes. Hoje existe até facilidade de comunicação entre os rincões mais distantes e isolados, mas antes poucos grupamentos tinham conhecimento de que outros que existiam. Então é compreensível que o Deus único, existente para todos os povos, para a humanidade inteira, tivesse interesse em levar compreensão nesse aspecto espiritual para o homem, desde a sua infância cognitiva. Assim, em todos os grupamentos humanos sempre surgiram os feiticeiros, os profetas, os pajés que tinham a função de ligar o Deus ao homem; surgiram as religiões. Na índia com o Baghavad Gita, temos um dos textos sagrados mais antigos da humanidade. De acordo com cada cultura e com a forma de apresentação da divindade, vamos encontrar um aspecto plástico diferente de um para outro, mas todos tem a mesma essência, pois todos derivam da fonte universal do Criador. Defendem o amor como o principal atributo do processo evolutivo e que no decorrer de seu aprendizado temos oportunidade de desenvolver a justiça, a solidariedade, a tolerância, caridade, compaixão, enfim todos os elementos sem os quais a aplicação do Amor Incondicional não seria possível. Seria muito injusto pensarmos que o nosso Deus é o único e verdadeiro e que os povos que não tiveram oportunidade de O conhecer estariam fadados a algum tipo de punição. É mais compreensível que todos tenham tido os seus profetas e que com o nosso aperfeiçoamento moral, intelectual, científico e tecnológico façamos as devidas aproximações com os respeitos que cada indivíduo e cada povo merece. Compreendo que Jesus seja o modelo mais perfeito de homem que Deus enviou para nos ensinar o caminho, a verdade e a vida, é tanto que não ficou somente no meio dos judeus como os seus compatriotas entendiam que devia ser o Messias que eles esperavam. Abriu o Reino de Deus para todos aqueles que tivessem a fé suficiente para quebrar os seus preconceitos de qualquer natureza e tivessem dispostos a lhe seguir.