Arjuna é um personagem do Baghavad Gita, o livro sagrado dos hindus. É um devoto do Deus Krshna e faz um grande esforço para seguir suas lições. Uma dessas lições é que os princípios espirituais, ligados à eternidade, devem estar acima dos interesses materiais, ligados a temporalidade, mesmo que seja interesses familiares. Arjuna está num dilema, pois está pronto para a batalha e tendo ao seu lado o Deus Krshna, com certeza irá vencer. Mas do outro lado existe os membros de sua família e com certeza serão mortos. Arjuna quer desistir da batalha e até pagar um ônus por isso, mas krshna lhe chama a atenção. A fuga do campo de batalha será uma derrota do seu espírito, que sabe que está defendendo o que é certo. Seus parentes do lado oposto estão defendendo os seus interesses materiais e terão seus corpos destruídos assim como todos os bens materiais e cargos cobiçados. Mas todos os espíritos são eternos e mesmo os que lutam do lado errado terão suas chances de recuperação.
O que não podemos é deixar o campo de batalha da vida, mesmo que tenhamos que nos defrontar com o sangue de nosso sangue. Se temos a consciência que estamos do lado de Deus, então teremos que cumprir nosso dever espiritual.
Todas as imagens da vida real, das coisas, objetos e seres, para serem percebidas tem ser processadas no cérebro. Assim acontecendo as imagens vão sofrer as distorções que nossos sentimentos e emoções têm ou criam no momento que nossa visão as vêem. Isso é mais pronunciado nas relações humanas, interpessoais, principalmente nas relações entre homem e mulher. Como são estas relações as que são fundamentais para a vida, pois é a partir delas que são gerados os novos corpos que perpetuam a vida e os gens de cada indivíduo. Existe uma verdadeira luta intensa para cada indivíduo se mostrar competente na condição de gerar filhos sadios e aptos, com todas as condições de também se tornarem competentes na perpetuação da vida.
O ciúme entre os casais nada mais é do que o reflexo dessa luta que se processa no inconsciente e se reflete cotidianamente na vida de relação. A perspectiva do Reino de Deus anunciado por Jesus, baseado na família universal é a forma básica de quebrar essa hegemonia do egoísmo, do ciúme que campeia nas relações e até certo ponto é incentivado e respeitado. Então é comum quando uma pessoa olha para outra e a considera adversária, pintar o seu retrato negativo no cérebro. Uma série de detalhes reais e imaginados são evocados e o quadro desenhado logo é transmitido para quem está por perto. Chega próximo da maledicência. A pessoa não é isso que foi pintada. Claro que tem os seus defeitos, como todos nós, mas esses estão deformados como uma caricatura do mal. Sua imagem está marcada por ignorância, medo e até ódio.
O verdadeiro retrato de uma pessoa somente o amor poderá desenhar. E o amor diz: Nenhuma pessoa pode ser condenada. Toda pessoa é digna de amor. Toda pessoa foi criada a semelhança de Deus, sem penduricalhos do mal. O mal que ela tem em si é devido a sua própria ignorância, assim como quem está pintando o falso retrato com as tintas do ódio ou desamor está cometendo.
Vamos nos esforçar para ser retratistas verdadeiros, saber olhar no meio do cipoal de comportamentos grosseiros e perversos das pessoas, o que existe de bom, de positivo, de saudável, pois é ali que existe a verdadeira essência do ser.
Esta oração está resumida, mas mesmo assim é de grande utilidade em nossa vida, no enfrentamento dos nossos problemas, nas mudanças que sofremos passivamente, que não podemos fazer nada, e naquelas que podemos realizar, que deve ser fruto do nosso esforço, da nossa vontade. O resto da oração é assim:
Traz assim todo um conteúdo espiritual que nos liga a Deus e aceita os ensinamentos de Jesus como o nosso principal Mestre. Nisso também acredito e também procuro aplicar a oração em todos os momentos da minha vida.
Na vida estamos em constante mudança. É importante que saibamos sinais de alterações prestes a ocorrer para que tomemos a iniciativa da mudança e não deixar que ela ocorra por força das circunstâncias, pode trazer danos imprevisíveis. Foi assim com o notebook. Trabalho sempre com o meu notebook com a preocupação de que ocorra algum tipo de pane e perca todo o trabalho acumulado. Foi com os primeiros sinais de que meu aparelho não estava funcionando legal que fez com que eu promovesse a mudança de todos os meus arquivos para este novo notebook para evitar prejuízos maiores. Esse é um exemplo doméstico que tem aplicação em todos os aspectos da vida. Como estamos colocados dentro de um processo evolutivo, que sempre surgem mudanças ou sinais de que estão para acontecer, devemos estar atentos para que as mudanças sejam realizadas de acordo com nossas expectativas de vida. Os sinais de mudança eminente devem ser avaliados e caso seja mais indicado, nós mesmos provocarmos a mudança no sentido de preservar a nossa individualidade, respeito próprio, convicções e paradigmas de vida. Fazendo assim, estamos no comando de nossa vida no que diz respeito as ações que podemos influenciar ou proporcionar. É tão importante esse aspecto que existe uma oração muito conhecida e aplicada no mundo todo, principalmente pelos dependentes químicos: a oração da serenidade.
A compatibilidade entre as pessoas significa uma simbiose na forma de pensar. Quando surge uma distorção em qualquer assunto, com opiniões contrárias de um e de outro, é importante que a questão seja reavaliada por ambos e que se possa voltar à sintonia. Todos os argumentos devem ser colocados à luz da razão para que a consciência os analise e decida pela propriedade de mudança ou não no modo de pensar. Para fazer essa avaliação cada pessoa desenvolve uma técnica que é uma característica da sua forma de ser, do seu caráter. Até mesmo essa técnica pode ser muito diferente para um e para o outro. Deve entrar em cena outro aspecto: a tolerância. Somente ela pode refrear os impulsos de querer resolver a situação de imediato. Isso pode acender um estopim de resistência e que se não for apagado logo tem o potencial de explodir todo um relacionamento construído ao longo do tempo, de anos até. O bom senso sugere que nesses momentos de divergência de opiniões, não é positivo forçar o outro a mudar a sua posição. Isso não acontece de imediato. O outro tem que ponderar todas as informações contrárias que recebeu, fazer uma série de reflexões dentro de sua memória com exemplos os mais diversos, encontrar uma lógica, uma razão, uma meta, enfim, é todo um trabalho cognitivo que deve ser processado. É importante que dessa forma os dois coloquem esse assunto em banho Maria e somente voltem a abordá-lo em outra ocasião, quando a razão já elaborou melhores considerações e que a excitação das emoções tenha perdido a sua força. Eu já teria rompido muitos relacionamentos que chegaram nesse ponto e por inabilidade foi tentado a resolução de imediato. Apesar de todo o desgaste feito para fugir da situação nesse momento crítico, se não fosse a capacidade de perdão o relacionamento estaria irremediavelmente perdido. Não é que assim eu defenda o meu ponto de vista e ao voltar novamente à discussão eu o tende defendê-lo de todas as formas. Pelo contrário, devo sempre avaliar os prós e os contras de cada opinião, comparar o presente com o passado e verificar até que ponto minha coerência interna fica alterada ou não com a perspectiva de uma decisão.