A cada 2.160 anos mudamos de era astrológica. Por volta de 8.700 aC, a humanidade entrou na Era de Câncer e inaugurou o processo civilizatório. Como Câncer é o signo que rege o lar e a família, nesse período, após quatro milhões de anos vagando errante atrás de caça e colheitas, o homem começou a construir residência fixa, durável, e uma parte da humanidade deixou de ser nômade.
Em torno de 6.550 aC entramos na Era de Gêmeos, signo do comércio, e foi fortalecida a figura do mercador, que comerciava bens cultivados entre os diferentes grupos sociais emergentes. Nessa época foram estabelecidas e fixadas as primeiras unidades de troca.
Por volta de 4.400 aC, entramos na Era de Touro, se desenvolveram os embriões das grandes sociedades agrícolas à beira de rios, como a da Mesopotâmia, Egito, Índia e China. Touro é um signo diretamente ligado à agricultura e à maternidade. Nessa Era, tanto no Egito quanto na Índia, se implantou e popularizou o uso do arado puxado a boi e carro de boi para carregar a colheita. A vaca se tornou animal sagrado na Índia, Grécia e no Egito. É dessa época o auge das sociedades matriarcais como a de Creta e a do Xingu.
Por volta de 2.250 aC, começou a despontar a Era de Áries – signo do guerreiro -, marcada pelo fim do matriarcado no Xingu com o aparecimento de Jurupari, o Índio redentor que em terras brasileiras liderou os homens em rebelião contra as amazonas e instituiu sua religião baseada em flautas sagradas (símbolo fálico bem ao gosto de Áries) até hoje proibidas às mulheres. O matriarcado despencou em Creta e em todo o mundo. Foi marcante também para o início da nova Era a experiência dos Argonautas à Cólquida para conquistar o “carneiro de ouro” (carneiro = Áries) e inaugurar a “Era de Áries” depondo o longo reinado de adoração ao bezerro (Touro).
Por volta do ano 100 aC, chegamos aos primórdios da Era de Peixes, marcada pelo aparecimento em seguida do cristianismo, a religião dos “pescadores de homens”. O peixe foi instituído como principal símbolo da Igreja de Cristo. Desde discípulos que ao se encontrarem se identificavam desenhando o peixe no chão, até o chapéu do papa com o rabo de peixe estilizado, os cristãos assumiram o peixe como símbolo principal.
Durante a Era de Peixes, de forma geral, tudo que estivesse ligado ao seu signo oposto, Virgem, era desqualificado e marginalizado em detrimento o que estivesse sintonizado a Peixes. Peixes está para a fé, como Virgem para a ciência e a natureza. Os cientistas naturais, druidas, bruxas e curandeiros foram barbaramente perseguidos, assim como todo o conhecimento intelectual (Virgem) que se opusesse ou ao menos ameaçasse o poder dos “donos da fé”. Enquanto ciência que estuda a natureza – talvez a principal da antiguidade – a astrologia não escapou a essa perseguição.
O Renascimento italiano foi a primeira reação significativa de ruptura com a opressão cultural da Era de Peixes. A arte renascentista se baseou principalmente em premissas racionais e na observação da natureza, questionando os cânones da arte devocional católica e resgatando valores práticos do signo de Virgem.
Essa nova atitude nem sempre pôde ser assumida e direta. Peixes é um signo afeito a mistérios e linguagens herméticas. Os últimos dois milênios foram pródigos em gerar sociedades secretas, onde ensinamentos eram passados em enigmas, decifrados apenas por iniciados. Em parte pelo espírito da época e em parte para se salvaguardar de ânimos inquisitórios. Muito do conhecimento dos renascentistas foi registrado em forma de códigos, símbolos e metáforas nas obras de arte da época.
Agora que estamos entrando na Era de Aquário (2.100 dC) é natural que todo saber camuflado para sobreviver a perseguições na Era de Peixes seja revelado e franqueado ao público. O propósito deste livro é jogar luz sobre mensagens cifradas de Da Vinci, contribuindo para a disseminação das ideias e informações a que ele se dedicou a registrar, talvez, para quando fosse possível serem discutidas abertamente.
Este foi um trecho do livro de Pedro Tornaghi, “Leonardo Astrólogo – O jogo de símbolos na Santa Ceia. É um livro de conteúdo astrológico que traz esse importante esclarecimento sobre as Eras Astrológicas e suas influências sobre o comportamento da humanidade. Pretende destrinchar o perfil psicológico dos discípulos de Jesus dispostos em sua obra “A Santa Ceia).
Essas informações servem para uma melhor compreensão do movimento humano em direção a um determinado foco, tendo sempre personalidades importantes que caracterizam tal Era e que sempre existirá novas personalidades para representar as Eras seguintes, de forma inevitável, como inevitável é o movimentos dos astros no firmamento conduzidos pelo tempo.
Certamente irão surgir personalidades na nova Era de Aquário que colocarão todo o saber camuflado à luz da Verdade, num processo de transparência que já começa a ser colocado na sociedade como prioridade.
Este trabalho que realizo neste diário, registrando sistematicamente o que acontece comigo, obedece já a esse imperativo. Procuro mostrar com o máximo de transparência toda motivação que surge na minha consciência para que minhas ações sejam justificadas da forma mais coerente possível dentro das leis da Natureza que a energia criadora de Deus proporcionou no(s) universo(s).
No decorrer dos seus anos de solidão em Tarso, Saul percebeu lenta e inevitavelmente como a paciente queda da chuva, que sua Missão era junto aos gentios. Rejeitou essa convicção milhares de vezes. Havia outros evangelistas, outros missionários, embora fosse certo que seu trabalho entre os gentios dera raros frutos e poucos foram os convertidos. Os judeus não o ouviriam, a ele, Saul ben Hillel, não confiariam nele e os judeus nazarenos tinham aversão semelhante. Ouviam os missionários e evangelistas, mas não a ele!
Foi Barnabé, que nada sabia das revelações lentas e apenas meio compreendidas de Saul nesses quatro anos de exílio, quem lhe disse:
- Você vai ensinar e converter os gentios. Essa é a sua missão. E é por isso que nossos irmãos judeus, sob misteriosas inspirações, não querem nada com você. Deus, bendito seja Seu Nome, sabe o que é necessário. – E acrescentou: - A vida, as maneiras e os pensamentos dos gentios não me são familiares, como judeu que sou de vida modesta, existência tranquila e pouca cultura, como são para você, Saul. Por isso, tenho dificuldade de falar com eles, em termos que possam compreender, em metáforas adequadas ao espírito deles e numa linguagem que lhes seja familiar. Posso falar e ser compreendido pelos judeus, especialmente os humildes e devotos. (Não acrescentou que a natural impaciência, erudição e cultura de Saul tornava-lhe quase impossível falar àquela gente humilde de pouco conhecimento. Ele se irritava muito facilmente). Mas você é culto, compreendendo o grego e o romano, além de judeu fariseu. Os gentios o ouvirão, como não fariam comigo e outros como eu. Cada vez mais entendo por que e como Deus o escolheu, Saul. Bem Hillel! Como são maravilhosos os seus caminhos!
Esse trecho de Taylor Caldwell, em “O grande amigo de Deus”, fez mais uma vez a reflexão em minha consciência. Sei que Deus operou e continua a operar em todo o Universo, de acordo com a maturação de cada uma das Suas criações. Não é porque a Bíblia deixou de ser escrita em seus diversos livros que parou a operação de Deus sobre a humanidade. Cada pessoa que deixou germinar em seus corações as sementes de amor plantadas por Jesus, tem condições de redirecionar sua vida como fez Saulo de Tarso.
Observo com essa perspectiva a minha evolução até o atual momento em que me encontro. As minhas diversas experiências na vida, meus diversos relacionamentos, tudo isso não constituiu um amadurecimento daquilo que eu devo ser chamado para cumprir segundo a vontade de Deus? Não quero dizer que eu esteja sozinho nesse processo, cada pessoa da humanidade que desenvolva esse tipo de raciocínio começa a se capacitar para desenvolver o trabalho mais adequado ao seu perfil.
Vejo que o meu perfil tem uma forte ligação com o trabalho universitário, desde que eu deixei os bancos universitários e fui atraído pela política comunitária. Desenvolvi um trabalho de transparência e justiça social, sem escamotear a verdade em função de interesses escusos. Um trabalho de liderança coletiva dentro dos padrões do Evangelho e longe dos padrões da politicagem que era uma constante nesse tipo de serviço.
Atualmente, com uma convicção espiritual mais fortalecida, termino sendo chamado mais uma vez para os trabalhos comunitários, sem ligação política partidária ou credo religioso, mas procurando cumprir junto com os companheiros que devem ter sido chamados da mesma forma, inesperada e inconsciente, para o trabalho que Deus espera de nós.
Será que a Praia do Meio e suas adjacências servirá para nós como as cidades do oriente médio serviu a Paulo e seus companheiros para a realização da vontade Deus? Naquele momento para divulgar a Boa Nova entre os gentios, agora para aplicar a Boa Nova nos diversos relacionamentos e construir o Reino de Deus entre nós.
Não tenho um Barnabé para dizer: “sim, essa é a sua missão. Para isso fostes criado e educado; para isto estás na condição que te encontras. A semente que cultiva aos longo das diversas existências, que superou diversos obstáculos à sua germinação nesta vida atual., está pronta para vir à lume.”
Talvez eu não precise, como Paulo precisou, de um Barnabé de carne e osso para lhe indicar o início da construção da missão. Sei que o mundo espiritual é muito mais habitado que o mundo material e que a vibração mental faz com que as ideias daqueles que pensam semelhantes a mim possam fazer sintonia com a minha mente e surgir pensamentos tais como esses, dignos de um Barnabé, Paulo, José de Arimatéia, Lucas... ou até mesmo do Mestre!
Existe uma crítica muito severa que dura vários séculos e que já foi motivo de conflitos conceituais dentro da igreja católica. É a questão de Maria, Nossa Senhora, ser ou não a mãe de Deus. Por uma questão de lógica, Deus como ser supremo, incriado, que sempre foi formado, Deus não pode ter sido criado por ninguém.
No livro de Taylor Caldwell, “O grande amigo de Deus”, ocorre um diálogo quanto a isso que mostra a opinião de Paulo e de certo modo a opinião da igreja que o venera:
Como Elias foi levado para o Céu no carro de fogo – disse Barnabé – e Nosso Senhor ascendeu perante nossos olhos, também Maria subiu quando morreu na casa de João. Estávamos lá quando ela faleceu e foi amortalhada, ajoelhamo-nos junto do seu leito, rezando, ouvindo-se repentinamente um barulho enorme, maior que qualquer trovão, pois sacudiu a pequena casa, viu-se um a luz mais forte que a do sol e caímos de rosto no chão, mudos, cegos e sem sentidos. E quando nos erguemos, aturdidos, o leito estava vazio, com apenas um resplendor de luz nele, que esmaeceu enquanto o olhávamos.
Saul ficou instantaneamente incrédulo, embora os outros tenham curvado as cabeças, ficando de rostos iluminados.
- Como! - Exclamou. – Uma simples mulher recebeu honra tão divina! Não acredito. Voce estava louco de dor e desejando muito um milagre...
- Por que então – perguntou Barnabé – seu corpo desapareceu?
- Quem sabe? – respondeu Saul, encolhendo os ombros. – Os que queriam um milagre ou desejavam mostrar coisas sobrenaturais levaram-na enquanto voce estava meio aturdido
Subitamente. Lembrou-se ter proferido palavras semelhantes quando seu primo Tito Milo lhe contara a ressurreição do Messias. Mas encolerizou-se. Que tinha uma mulher, uma simples mulher, a não ser dar seu corpo virgem ao Senhor? Apesar de Lia, Judite, Raquel, Rute e Sara, amadas por Deus, tivera favores tão divinos. Ele havia rezado inúmeras vezes no túmulo de Raquel em Jerusalém e pensou que , apesar de sua excelente nobreza e grandeza, ela morrera e apodrecera como milhares de mulheres antes dela. Era verdade que Maria tinha sido escolhida entre todas as mulheres para dar nascimento ao Messias e O cobrira com sua carne, deu-Lhe seu sangue e seu leite, mas fora apenas, como Lucano lhe dissera, “a criada do Senhor”, uma humilde moça galiléia, embora da casa de Davi. Não passara de uma mulher, de pouca confiança, o rio no qual a Graça tinha viajado como uma nave branca. Quem honrava as águas que conduziam a velas e o Passageiro? O rio não passava do caminho inevitável.
Foi aí que uma fria tristeza espalhou-se pelos rostos das visitas.
- Voce esqueceu – disse Barnabé. – Mesmo Deus esperou seu consentimento – daquela mocinha recém-saída da puberdade – para gerar Seu Filho! Aquela menina virgem fora anunciada havia séculos. Ela nutriu Deus em seu seio, ensino-O a andar; ouviu Suas primeiras palavras infantis. Fez Suas roupas; embalo-O nos braços; conversou com Ele como só as mães sabem fazer ternamente com os bebês que ouvem confiantes e felizes. Ela cozinhou Seus alimentos; fez Seu pão. Ordenhou as cabras para ele e colheu frutas. Atendeu às necessidades do Seu corpo humano. Durante trinta anos Ele pertenceu somente a Ela e quantas maravilhas lhe devem ter sido reveladas! E como deve ter meditado e chorado em Seu berço, sabendo que um dia Ele precisaria abandoná-la para levar as sagradas novas à humanidade e que teria de morrer sob aterradoras circunstâncias. Os apóstolos e Lucano falaram-nos dessa coisa. O Senhor fez Seu primeiro milagre ao amoroso pedido dela. Foi Ele que a fez mãe de todos os homens, enquanto pendia moribundo na cruz infame. Ela estava presente quando o fogo do Pentecoste caiu sobre Seus apóstolos e discípulos chorosos. O fogo foi cuidadosamente evitado de se abater sobre a mãe?
Ela não foi uma ‘mera mulher’, Saul. Era a Mãe de Deus. Ele a amou antes de amar a outros em Sua forma humana. Correu para o lado dela como uma Criança; foi irremediavelmente dependente dela para se alimentar. Nós, homens, amamos e reverenciamos nossa mãe. Quanto mais, então, deve Deus amar e bendizer a Sua Mãe! Nada é impossível para Deus. Se Ele escolheu levar seu corpo impoluto até ela, como foi levado o Messias, quem ousará discutir? Embora – disse Barnabé, sem alegria no rosto ao olhar Saul – fosse apenas uma mulher.
Saul refletiu. Contra a vontade, admitiu todos os argumentos de Barnabé. Era um mistério. Todavia, Maria não passara de uma mulher e as mulheres não eram muito consideradas pelos profetas e patriarcas, apesar de todas as Mães de Israel. Eram propensas à fraqueza da carne e da vontade. Pensou em sua própria mãe, em Dacyl e nas outras que conheceu. Então lembrou-se de ter visto Maria uma vez, quando jovem em Jerusalém, e que ela cochilara, cansada, perto dele, esperando o filho. Lembrou-se da terna veneração do Messias; Ele a alimentara com Suas próprias mãos. Mostrara tristeza e preocupação com ela. Chamara-a emi (mãe). Se o Senhor honrava e amava tanto a Sua Mãe, por que deviam os homens objetar? Ele não tinha gritado; “Todas as gerações devem me chamar abençoado?” Saul balançou a cabeça.
- É um mistério – murmurou apreensivo. – Preciso meditar a respeito.
Esse pequeno trecho também me levou à reflexões. Também eu pensava de forma fechada e irremovível que existia esse erro conceitual ao ser chamada Maria de Mãe de Deus. Mas vejo agora, pelas palavras de Barnabé, que não devo ser tão radical na minha forma de pensar mais aprofundada. Jesus ensinou que todos nós podemos ser deuses, ou já somos deuses, basta despertar dentro de nós uma sintonia imaculada com o Pai. Neste sentido, podemos considerar Jesus como Deus, pois ele nos provou que tinha essa sintonia imaculada com o Pai, que nem mesmo os piores castigos e tentações fizeram Ele pensar ou agir diferente. Portanto devo ser tolerante quando ouvir a conceituação de mãe de Deus com relação a Maria, como também devo imaginar que posso também chamar assim a mãe de cada ser humano que tenha demonstrado uma sintonia aproximada com Deus, mesmo que tenha sido maculada por algum aspecto, ou tardia por falta da devida compreensão da vida real e seus aspectos evolutivos. Lembro assim de diversos personagens de nossa história, como Santo Agostinho, Francisco de Assis, Gandhi, Tereza de Calcutá... o próprio Paulo de Tarso.
Todos nós agimos de determinada maneira por termos desenvolvido na consciência um modelo onde de realidade dentro da qual podemos operar com nossos valores. Algumas vezes, por motivos diversos, estamos agindo de forma equivocada por não termos conhecimento da verdade que ainda não chegou a nossa consciência.
Quando passamos a ter o conhecimento da verdade e mesmo assim continuamos agindo de forma equivocada, que causa desarmonia no meio coletivo, é porque algum benefício justifica a manutenção do paradigma reconhecidamente errado. Isso é sinal que a pessoa conscientemente está envolvida em ações deletérias ao corpo social em benefício do seu particular, de seus parentes e amigos. Podemos considerar essas pessoas como marginais as leis que protegem à comunidade, pois elas prejudicam o coletivo conscientemente, e para elas devem ser aplicadas as leis.
Por outro lado, temos os cidadãos honestos que ao ver a verdade se contrapor aos seus atos, isso lhe repugna a razão. Compreende de forma diferente o que está sendo operacionalizado como correto e se posiciona de acordo com a nova coerência que a verdade lhe trouxe.
Isso foi o que aconteceu comigo com relação ao PT. Acreditei nas suas promessas de moralização das instituições públicas e na correção dos desníveis sociais que a minha consciência aprovou como corretas. Logo, no grande escândalo que veio à público, na compra de parlamentares para aprovar os seus projetos, esse fato foi de encontro aos paradigmas de honestidade que eu havia formado junto a esse partido. Então, naturalmente a minha consciência retirou o apoio a esse partido, mesmo sabendo que ele estava implementando recursos para minorar a miséria do nosso povo carente, onde o item mais emblemático é a bolsa-família, item este já estudado e colocado em prática no governo anterior sob críticas hipócritas de quem hoje passa a oferecê-las abusivamente e com o intuito de obter o resultado de votos que antes com tanta veemência criticava.
Em todas as áreas de minha vida e que funcionam com os meus paradigmas, em qualquer setor e a qualquer momento eu posso e devo sempre manter um olhar crítico sobre o que estou fazendo, se possui coerência com a linha mestra das minhas intenções.
Sei que o principal foco que direciona minhas ações na superestrutura dos paradigmas, é a aplicação a mais severa, honesta e transparente possível do Amor Incondicional, seguindo sem preconceitos ou qualquer tipo de barreira as lições que Jesus ensinou, principalmente com a bússola comportamental: amar a Deus sobre todas as coisa e ao próximo como a si mesmo.
Ontem foi o primeiro dia que faltei uma reunião do Projeto Foco de Luz / AMA-PM. Inicialmente parecia um motivo fútil, mas logo foi se desenvolvendo como mais uma circunstância armada por Deus para minha base de conhecimentos e de caminhos que podem ser trilhados a partir de hoje, com novos amigos e novas instituições.
Atendi uma garota que foi levada pela mãe. Vi logo na entrevista uma pessoa que é muito ligada às artes, que pode colaborar com a AMA-PM, junto ao grupo musical de S., com composições, talvez vocalizações. Ela demonstrou ter boa voz e boa composição. Ao conversar com a mãe dela, recebi o convite de participar do lançamento do seu livro de poesias, que iria ser ontem na cidade de Macaíba. Aceitei o convite, se houvesse disponibilidade para isso. Sabia que iria ser difícil, pois coincidia com o dia da reunião da AMA-PM.
No dia anterior a autora faz contato comigo querendo a confirmação da minha presença. Avaliei que seria bom, para rever a sua filha, minha paciente e também ficar mais perto de um evento, “lançamento de um livro”, algo que pretendo fazer com brevidade. Seria uma boa oportunidade de ter essa experiência, bem próximo do autor. Confirmei, mas condicionando a possibilidade de ajustar meus compromissos do dia. Ainda não percebera a “mão de Deus” sobre essa movimentação. Disse para mim mesmo que iria dar os primeiros passos para isso e se fosse positivo era o sinal que eu deveria ir. Falei então com meu filho Ml. Se ele poderia dar suporte na carona as minhas duas companheiras de Natal, o que sempre faço após essa reunião. Ele confirmou que poderia e assim eu obtive a minha confirmação que poderia ir. Passei em Ceará Mirim e levei a minha companheira de lá, junto com duas sobrinhas suas. Chegamos pontualmente no evento. A autora me apresentou aos seus amigos que já estavam presentes e ao cerimonial, que disse como estava planejado o momento e qual seria a minha participação, a declamação de uma das poesias do livro, escolhido pela autora para mim, e que tinha o título “Cedo”.
Percebi que essa poesia fazia sintonia com o que eu senti há cerca de cinco anos, quando fui expulso de casa pela minha esposa, que transformou o seu amor por mim em rancor. Por mais que eu dissesse, em silêncio, das flores e do amor que eu sempre demonstrei.
Eu fui o terceiro a ser chamado no palco para a declamação. Antes de fazer a declamação, fiz uma introdução improvisada no momento. Disse que a vida era cheia de surpresas, que vivíamos mergulhados num mar de opções aparentemente caóticas, sem significados, mas se observássemos bem, tudo teria um sentido e por trás de tudo a “mão de Deus” nos oferecendo o melhor para a nossa existência e evolução.
Este evento – dizia eu -, é uma boa amostra disso. Há 30 dias eu não conhecia a autora deste livro. Hoje sou convidado dela para esse evento tão especial, numa posição tão especial: de declamar uma poesia da sua escolha. Uma poesia que traduz uma linguagem do seu coração para o coração de quem a ler, de quem a escuta... sei que tocou o meu coração e também tocará o coração de todos que lotam hoje este auditório. Talvez com tanta força e profundidade como aconteceu no momento que a autora a escreveu... sei que comigo foi assim. E certamente, com muitos de vocês acontecerá o mesmo. Pois vejam o que diz o coração da autora:
CEDO
Diga-me se chegou a hora de mandar-me embora da sua vida.
Fale-me e não se cale diante de mim
Responda o que indago sem falar
Descreva!
Grite, se preciso for, mas não me responda com silêncio.
Exponha-me, se é tarde agora.
Fale-me, se ainda é possível fazer reparos.
Não se esqueça das flores
Não se esqueça das dores que vencemos
Não se esqueça da frequência que vibramos um dia
Fala-me o que foi maior que o amor
Foi a raiva, ou foi o rancor?
Foi o tempo que faltou que transformou em dor?
Cedo, ou tarde?
Conte-me enquanto posso ouvir
Façamos um trato, olhemos para o porta-retratos exposto no quarto, antes de sair.
Façamos um acordo, antes de bater a porta, não façamos do amor uma semente morta.
Fiz silêncio, o tempo de ouvir os aplausos e descer do palco. Fui bem cumprimentado por minha performance, mas sabia que o mérito maior foi o desempenho da autora, foi a linguagem do coração dela que o meu solidariamente interpretou. Foi uma bela noite!