Requisitório é o desenvolvimento escrito ou oral por meio do qual o procurador da República ou o representante do Ministério Público pede ao juiz para aplicar a lei a um incriminado. É a requisição feita pelo mesmo funcionário ao tribunal. O mesmo que requisitória.
Lendo a Bíblia no livro de Isaías, logo no primeiro capítulo, vejo o Requisitório contra Judá, que logo fiz relação com a situação do Brasil, que é considerado no mundo espiritual como o “Coração do mundo e pátria do Evangelho”. Pode ser visto em Isaías 1: 2-20 como foi aplicado o texto abaixo:
2. Ouvi, céus, e tu, ó terra, escuta, é o Senhor que fala: “Eu criei filhos e os eduquei; eles, porém, se revoltaram contra mim.
3. O boi conhece o seu possuidor, e o asno, o estábulo do seu dono; mas o Brasil não conhece nada, e meu povo não tem entendimento”.
4. Ai da nação pecadora, do povo carregado de crimes, da raça de malfeitores, dos filhos desnaturados! Abandonaram o Senhor, desprezaram o Santo do Brasil, e lhes voltaram as costas.
5. Onde vos ferir ainda, quando persistis na rebelião? Toda a cabeça está enferma, e todo coração, abatido.
6. Desde a planta dos pés até o alto da cabeça, não há nele coisa sã. Tudo é uma ferida, uma contusão, uma chaga viva, que não foi nem curada, nem ligada, nem suavizada com óleo.
7. Vossa terra está assolada por crimes; vossas cidades, incendiadas pelos Black blocks. Os inimigos, à vossa vista, devastam vosso país. (É uma desolação como a ruína de Sodoma).
8. Brasília está só, como choupana em uma vinha, como choça em pepinal, como cidade sitiada.
9. Se o Senhor dos exércitos não nos tivesse deixado alguns da nossa linhagem, teríamos sido como Sodoma, e ter-nos-íamos tornado como Gomorra.
10. Ouvi a palavra do Senhor, gestores de Brasília; escuta a lição de nosso Deus, povo do Brasil:
11. “De que me serve a mim a multidão das vossas vítimas?” Diz o Senhor. Já estou farto do holocausto dos inocentes e da gordura de corruptos enriquecidos. Eu não quero sangue de cargos eletivos e de cargos de confiança.
12. Quando vindes apresentar-vos diante de mim, quem vos reclama isto: atropelar as minhas ruas?
13. De nada serve trazer faixas de condenação; tenho horror ao grito dos carrascos. As assembleias legislativas, os conluios, os encontros ministeriais, não posso suportar a presença do crime nas reuniões de interesse público.
14. Eu abomino as vossas assembleias e as vossas reuniões; elas me são molestas, estou cansado delas.
15. Quando estendeis vossas mãos, eu desvio de vós os meus olhos; quando multiplicais vossas preces, não as ouço. Vossas mãos estão cheias de sangue:
16. Lavai-vos, purificai-vos. Tirai vossas más ações de diante de meus olhos.
17. Cessai de fazer o mal, aprendei a fazer o bem. Respeitai o direito, protegei o oprimido; fazei justiça ao ignorante, defendei os deserdados.
18. “Pois bem, justifiquemo-nos, diz o Senhor. Se vossos pecados forem escarlates, tornar-se-ão brancos como a neve! Se forem vermelhos como a púrpura, ficarão brancos como a lã!
19. Se fordes dóceis e obedientes, provareis os melhores frutos da terra;
20. Se recusardes e vós revoltardes, provareis a espada.” É a boca do Senhor que o declara.
Incrível como as mensagens certas chegam até mim na hora certa. Em plenos preparativos para o dia 15 de março onde em todo o Brasil haverá manifestações de rua contra a corrupção que tomou conta do país, eu vejo na leitura da Bíblia que faço diariamente este texto com tanta semelhança com o que está acontecendo e vai acontecer. É como se o Pai estivesse derramando sobre as consciências dispostas a fazer à Sua vontade as mensagens que antes Ele dizia pessoalmente ao escolhido. No passado existiam poucas pessoas sintonizadas com essa vontade divina, talvez isso justificasse uma ação tão individual sobre algumas pessoas, os profetas. Hoje já possuímos em toda parte do mundo pessoas bem mais sintonizadas com essa vontade divina, portanto o Pai derrama sobre nós essas mensagens no tempo devido para que aquelas consciências possam perceber, interpretar devidamente e partir para a sua aplicação. Somos os novos profetas deste novo milênio que inicia, começo a ter segurança sobre essa afirmação.
Nesta data, 26-02-15, teve inicio mais uma reunião da AMA-PM e do Projeto de Extensão Universitária Foco de Luz, com a presença das seguintes pessoas. 1. Fábio (engenheiro civil da UNI e coordenador do Projeto EPEC – Escritório Piloto de Engenharia Civil) 2. Suerda (professora da UNI) 3. Samara (estudante da UNI) 4. Juliana (Estudante da UNI) 5. Ana Paula 6. Luzimar 7. Radha 8. Edinólia 9. Silvana 10. Nivaldo 11. Costa 12. Rawlinson 13. Bento (1ª vez) 14. Ruan (menor) 15. Damares 16. Ezequiel 17. Graça (1ª vez) 18. Netinha 19. Davi e 20. Davi. Foi lido o preâmbulo espiritual com o título: Estejamos Contentes. Em seguida foi lida a ata da reunião passada que foi aprovada sem correções. Fábio, engenheiro civil, professor da UNI-RN e responsável pelo projeto EPEC, explicou que estava fazendo uma parceria com a AMA-PM no sentido de oferecer aos moradores de forma gratuita, para aqueles que ganham até 3 salários mínimos, um escritório piloto de engenharia civil para elaborar o projeto arquitetônico das residências dos interessados com vista à legalização do imóvel ou reforma. No momento foi elaborado uma chamada para o carro de som que ficou da seguinte forma: “Informamos que a Associação de Moradores da Praia do Meio, em parceria com a UNI-RN, está encaminhado ao Escritório de Engenharia Civil para elaborar de forma gratuita a quem percebe até 3 salários mínimos serviços de Projeto arquitetônico da residência e perícia em edificações com vistas a parecer técnico sobre problemas construtivos existentes no imóvel. Procurar a presidência da Associação (Sr. Paulo ou Sr. Luzimar) para maiores detalhes e cadastramento.” Também foi informado que a comunidade poderia se beneficiar da prática Jurídica da UNI conforme encaminhamentos. Edinólia informa da visita que fez ontem à noite na quadra de esportes, junto com outros integrantes da AMA-PM, para conhecer o trabalho e fortalecer o trabalho de Ezequiel e Paulo junto as crianças. Ana Paula informa da necessidade de ter mais voluntários no trabalho na quadra com as crianças devido o grande número que quer participar. Damares informa que fez o contato com a Secretaria de Esportes e Lazer do Estado e que deve ser feito um contato com o chefe de gabinete para acertar uma audiência com o secretário, George Câmara. Aninha não pôde comparecer mas pediu para informar da dificuldade de formar o curso de inglês, que necessita no mínimo de cinco pessoas. Costa informa que foi convidado para passar o vídeo da Escola Militar na comunidade vizinha e que esse projeto está se disseminando. Nivaldo informa que fez convite ao Sr. Amorim, também militante comunitário, para que viesse conhecer o nosso trabalho. Damares lembra da dificuldade de Socorro com a depressão e da possibilidade de ir alguém até a sua residência para apoio solidário. Costa disse que está acompanhando o problema, que já está sendo medicada. Enfatizamos a importância de todos se engajarem no próximo evento que iremos realizar no Shopping do Artesanato Mãos de Arte. Quem está diretamente na organização do evento é Radha (infraestrutura) e Sued (programação). Está previsto a colocação no espaço de som, Projetor, sorvete, picolé, refrigerante, bolo, pipoca, pizza, e uma banca da AMA-PM para venda de camisas, cadastrar novos associados e informar aos interessados o que é a AMA-PM. O nome proposto e aceito para o evento será: Lua CHEIA na Praia do MEIO – Evento comunitário (AMA-PM) 19-22h. (Música, dança, comidas, bebidas, livros, camisas, decalques). Ficou de ser feito um ofício solicitando o policiamento para o setor e convites para pais de alunos e secretários e gestores envolvidos com a Associação. Ficou de ser conseguido carro de som e panfletos para a divulgação e a confecção de uma faixa grande para a visualização dos transeuntes. O programa sugerida por Sued seria da seguinte forma: 19h iniciaria formalmente a reunião da AMA-PM para a leitura dos documentos rotineiros e em seguida a comemoração dos aniversariantes de Janeiro e Fevereiro, capitaneados por Rosário cujo aniversário será em 05-03. Ela trará o bolo simbólico e o refrigerante já estará à disposição no evento. De toda a parte comercial do evento será tirado um percentual para a Associação, de acordo com a consciência de quem se beneficiar. As 20:40h encerramos a reunião com a condução do Pai Nosso feita por Costa e por uma oração do coração feita por Luzimar. Todos posamos para a foto coletiva.
Existe no livro “Fontes Franciscanas e Clareanas” no Tratado dos milagres, Cap. XII – das mulheres salvas dos perigos do parto... – uma série de relatos de parturientes cujas vidas dos filhos foram salvas por solicitação da interveniência de São Francisco.
O meu caso é muito parecido. Sou o primogênito dos meus pais e minha mãe correu sério risco e eu também na hora do parto. Não havia como hoje os recursos institucionais, hospitalares, da medicina. Minha mãe foi assistida por uma parteira na sua humilde casa. Eu me desenvolvi dotado de uma cabeça grande e o canal do parto era estreito com o agravante de nunca ter sido usado para a passagem de uma criança. O problema estava formado!
A parteira lutava com todas as suas forças segurando minha cabeça e procurando me puxar por tão estreita passagem. Até hoje possuo a marca de seus dedos na minha cabeça e um ligeiro desvio da cabeça sobre a coluna, que incomodam os fotógrafos quando vão me posicionar para fotos.
Nessa situação de impasse, de aperreio, onde o tempo trazia a morte cada vez mais próxima de mim e da minha mãe, alguém lembrou de São Francisco. Não sei se foi algum dos meus familiares envolvidos na aflição, ou se foi a parteira que sabia desses cuidados do santo com as crianças. O fato é que foi feita a promessa de que se eu saísse vivo dessa contenda receberia o nome de Francisco.
Então, milagre feito, promessa cumprida! Felizmente, pois vejo na leitura desse livro que as pessoas que de algum modo se arrependeram ou menosprezaram a promessa feita, o coitado do filho é quem “pagava o pato”. Voltava a correr risco de vida ou sofria algum tipo de doença incurável. Parece-me uma ação pouco cristã para um santo, cobrar uma dívida dessa forma, mas... pode ter alguma justificativa que minha inteligência atual ainda não alcançou. O certo é que comigo isso não aconteceu. Todos os meus parentes acataram sem repressão o nome escolhido e até era aconchegado com variações carinhosas: Francisquinho, Chiquinho, Titico...
Durante o período da infância não me incomodava esse nome, mas da adolescência em diante passeia a achá-lo um nome muito comum, simplório, que identificava muitas pessoas. Será que todos eles deviam alguma coisa a São Francisco? Vem agora à minha mente essa interrogação que eu não tinha conhecimento antes para fazê-la.
Quando fui servir a Marinha do Brasil aos 18 anos de idade, recebi naquela instituição o nome de guerra Rodrigues, o meu sobrenome, com o qual passei a ser identificado. Fiquei muito orgulhoso e deixei de lado o Francisco. Agora eu dizia a todos que perguntavam pelo meu nome que eu me chamava Rodrigues, e depois que me formei em medicina, o Dr. Rodrigues. Quem perguntasse por Francisco, ninguém sabia quem era.
Com o avanço dos meus estudos e aquisição de novos conhecimentos, passei a ver a importância do mundo espiritual, de sua prioridade frente ao mundo material, da necessidade de fazer a vontade de Deus seguindo as lições de espíritos evoluídos. Foi aí que percebi a importância de Jesus de Nazaré e daqueles que aplicavam suas lições com maior fidedignidade, entre eles Francisco de Assis. Nesse momento a importância do meu primeiro nome voltou a minha consciência e passei a assinar quando conveniente, Francisco Rodrigues, principalmente na marcação dos meus livros, o que eu fazia antes usando apenas o nome Rodrigues.
Agora, cada vez mais que tenho a consciência dos compromissos espirituais, mais vejo a importância do meu primeiro nome, que ele tenha sido colocado numa espécie de negociação para salvar minha vida. Mas se hoje eu tivesse que decidir por qual nome usar para identificar a minha vida e os meus projetos intuídos por Deus, eu optaria mais uma vez por Francisco.
Ainda sob a influência de “O Fantasma da Ópera” procurei ver no youtube a interpretação de sua música por diversos cantores. Encontrei uma bela versão interpretada por Emílio Santiago e fiz fortes reflexões do conteúdo da letra, associando ao que S devia ter sentido ao ouvi-la. Pois então, vejamos:
TUDO QUE SE QUER (O FANTASMA DA ÓPERA)
Olha nos meus olhos,
Esquece o que passou
Aqui neste momento
Silêncio e sentimento
Sou o teu poeta, eu sou teu cantor
Teu rei e teu escravo
Teu rio e tua estrada
Esta é a minha fala. É o sentimento que eu procurava passar para ela e que ela tão bem identificou na canção. Este sentimento dela coincidiu com o meu, desde que seja aplicado ao período em que morávamos juntos. Eu tinha esse sentimento de que ela esquecesse tudo de ruim que existiu em sua vida, apenas olhando em meus olhos e vendo apenas os meus sentimentos. Queria que ela visse o quanto eu era para ela: poeta, cantor, rei, escravo, rio, estrada, professor, aluno... vida!
“Vem comigo, meu amado, amigo
Nessa noite clara de verão
Seja sempre, o meu melhor presente
Seja tudo sempre como é
E tudo que se quer”
Esses versos entre aspas é a fala dela. Também coincide os meus pensamentos e sentimentos com os pensamentos e sentimentos dela nos primeiros versos. Estava sempre disposto a ir com ela, não somente em noite clara de verão, mas também nos momentos difíceis, escuros, tormentosos. Eu estava disposto a ser o seu melhor presente, um homem que ao seu lado ela não podia sentir falta de nada, desde o amor espiritual ao sexo selvagem ou domesticado. Mas essa situação não podia ser sempre como era, pois as necessidades da vida me obrigavam a deixar esse idílio e ir à busca de prover a nossa sobrevivência no mundo material. Apesar disso, tudo que ela queria era que eu fosse como era e somente dela. Era tudo que ela queria. Acontece que o meu coração amarrado ao dela por tão belo afeto, estava comprometido com a vontade de Deus, de praticar não o amor romântico, condicional, exclusivo, com prioridade, como ela queria, mas sim o Amor Incondicional como Deus me determinara. De amar dessa forma todas que Ele enviasse ao meu lado, como aconteceu com ela. Eu não poderia ser infiel a esse sentimento, senão desabaria de forma implosiva toda estrutura do meu ser. Ela não poderia jamais incluir no seu tudo de querer, essa obrigação para mim, de ser exclusivo para ela.
Leve como o vento
Quente como o sol
Em paz na claridade
Sem medo e sem saudade
Esta é a minha fala, é isto realmente que me proponha. Ser leve como o vento, não exigir controle sobre ela, não ter ciúme sobre sua vida, de lhe dar plena liberdade de ir e vir para onde e com quem quisesse. Ser quente como o sol, de oferecer toda a intensidade do meu amor, dos carinhos do corpo aos afagos da alma, sem nenhum obstáculo entre mim e ela, obstáculo esse que fosse provocado por mim. Viveria com ela na paz, na claridade da verdade, na transparência, na harmonia. Não teria medo de nada que pudesse acontecer, pois eu sabia que a força do meu amor superaria qualquer desafio, até o maior deles, sabê-la dando o seu amor a outro e respeitar como sagrado esse relacionamento e até amar ao objeto do seu amor, mesmo que isso implicasse em tê-la afastada de mim por alguns momentos ou por toda a vida. Apenas a saudade eu não deixaria de sentir com a sua ausência, pois a saudade seria o seu amor perto de mim na sua ausência, como até hoje ocorre.
“Livre como o sonho
Alegre como a luz
Desejo e fantasia
Em plena harmonia”
Sim, perfeito! Era isso que eu queria que ela alcançasse. Estar livre como o melhor sonho que ela já teve na vida. Ficar sempre alegre e brilhante, reproduzindo a felicidade que eu lhe proporcionava. Agora, os desejos e fantasias dela eu não conseguia cumprir, pois se assim fizesse eu me destruiria. Ela desejava que eu tivesse todo esse amor exclusivo para ela. Esta era a fantasia que ela criava para tudo se tornar harmônico em sua vida. E o meu compromisso com o Pai era de sempre oferecer essa mesma qualidade de amor por qualquer pessoa que Ele me enviasse e que atendesse as exigências do Amor Incondicional.
Eu sou teu homem
Sou teu pai, teu filho
Sou aquele que te tem amor
Sou teu par, o teu melhor amigo...
Vou contigo seja aonde for
E onde estiver estou
Esta era a minha carta de compromisso com ela. Ser o seu homem, seu pai, seu filho; ter amor para sempre lhe dar, ser o seu par, e o seu melhor amigo. Aonde ela fosse eu iria com ela, material ou espiritualmente, onde ela estivesse eu aí estaria. Mas nunca de forma coercitiva, de obrigá-la a fazer apenas minha vontade. Pelo contrário, ela tinha plena liberdade de fazer o que desejava, o que seu coração pedisse, em qualquer lugar, com qualquer pessoa. Minha mão sempre estaria aberta para ela por pleno amor, jamais se fecharia, como até hoje, apesar de todas as decepções que vêm à minha mente, jamais fechei as portas do meu coração para ela.
“Vem comigo meu amado, amigo
Sou teu barco neste mar de amor
Sou a vela que te leva longe
Da tristeza eu sei, eu vou”
Estes últimos versos são cantados em dueto. Passa a ideia de que o coração do Fantasma da Ópera estava diluído no coração de sua amada e vice-versa, numa situação de total exclusividade exigida por ele e cujo sentimento sintonizou com o sentimento de minha amada. Nesse sentido ela é muito mais parecida com Fantasma da Ópera do que eu, pois o seu amor era totalmente guiado pelo amor romântico como assim era o amor dele. Esse dueto cantado por nós dois teria assim um novo significado. Ela pensando em aplicar o amor romântico e eu o amor incondicional. Parece que o último verso era premonitório. Da incompatibilidade dos nossos pensamentos surgiria a tristeza que eu jamais imaginava ser tão destruidora, principalmente para ela. O meu amor incondicional me protege; o seu amor romântico a corrói, deteriora e isola, do mundo e do amor como ele deve ser, como Paulo tão bem explicou em Coríntios.
E onde estiver estou
E onde estiver estou
Finalmente, os últimos versos se repetem como se sinalizassem que nós e o nosso amor incompatível está preso por uma espécie de “Feitiço de Áquila”. Esse feitiço obriga aos dois amantes viverem separados, não podem se encontrar, mesmo cada um vivendo perto um do outro, ou na forma de lobo, ou na forma de águia. O nosso caso ainda é pior, pois no caso dos amantes de Áquila existia um pequeno espaço entre o nascer e o por do sol que eles podiam se olhar com todo o amor que possuíam um pelo outro, que podiam se acariciar, conversar e derramar as lágrimas pela separação imposta pelo feitiço. Sabiam que existia uma forma de destruir o feitiço e desse conhecimento eles tinham uma grande esperança. O nosso “feitiço” impede qualquer tipo de aproximação. Não posso fitar os seus olhos, pois eles caem como se o feitiço os atraísse para o chão, ou então ficam obnubilados sem verem a luz do amor; não posso tocar em sua pele, pois seus músculos se contraem e a rigidez impede a maciez dos afetos; nossas palavras não conseguem traduzir a linguagem do coração, parece até que uma mordaça foi instalada ou uma torre de Babel construída. A confiança foi transformada para ela em desconfiança. No nosso caso o feitiço é muito mais cruel, pois não há esperança para nós do reencontro afetivo e jamais deixaremos de estar juntos; onde ela estiver eu estarei, e onde eu estiver ela estará... até o fim dos tempos!
Termina hoje a primeira semana que estou no deserto psicológico. A minha tentativa de ser mais rigoroso desta vez do que fui no ano passado, foi por água abaixo. Tropecei e cai nas diversas tentações da carne, escapando com muito esforço o controle sob a gula com o artifício do jejum. Isso porque nos momentos que eu exagero, como ontem, que mesmo no controle do que eu poderia me alimentar eu voltei do Flat para o apartamento com um aumento de dois quilos. Felizmente com o artifício do exercício forçado, eu consegui manter a linha descendente do peso, mesmo com a perda de 100 grama, quando a média do que eu devo perder por dia deve ser de 500 grama.
Os exercícios espirituais de Santo Inácio de Loyola que eu pretendia fazer logo nos primeiros dias, não consegui até agora fazer nem o planejamento. Parece que não será ainda neste ano que eu conseguirei. Mas manterei a esperança, se surgir uma força extra dentro de mim eu procurarei colocá-los em prática. Mas da forma que tudo vai indo eu acredito que não terei pernas para fazê-los.
Ora, se eu tenho dificuldades em colocar na prática ações que só dependem de mim, quanto mais será difícil colocar na prática ações que dependem também de outras pessoas e que da mesma forma que eu ou até com mais dificuldades, sofrem barreiras para praticar o que prometem. São esses tropeços e quedas que são tão comuns entre nós, humanos, que devem nos trazer a consciência da necessidade de sermos fraternos uns com os outros.
Irei continuar dentro do deserto, mas agora sem tanta expectativa como tinha antes. Cada vez estou tomando mais consciência de que as forças que estão dentro de mim, da minha carne, são muito poderosas. Eu posso ter toda a boa intenção de corrigir o que percebo de errado, mas a própria mente que está intimamente ligada à carne elabora sentimentos e pensamentos que são contrários ao que tenciono fazer.
A força negativa que mais eu consigo enfrentar e conquistar algumas vitórias significativas é a gula, o desejo de comer além das necessidades biológicas. Para isso utilizo a estratégia do jejum, mas mesmo assim eu sinto uma série de desejos surgindo no palco da minha mente e elaborando pensamentos para eu quebrar o ritmo do jejum. Percebendo isso eu procuro ficar armado com uma série de elementos motivadores da perda de peso, como o registro de toda a vitória que conquisto e um gráfico onde coloco a meta a ser alcançada, pelo menos no período que estou disposto a fazer o enfrentamento.
Esse monte de tropeços e quedas que eu sofro em pleno período em que eu devia estar mais fortalecido, me faz ter consciência de que quando eu sair desse controle, desse deserto psicológico, as forças do corpo estão com uma força bem maior. Fico desde já a pensar na comilança que irei fazer no primeiro dia que eu sair desse deserto, como aconteceu no ano passado. Eu sei que do ponto de vista espiritual isso está errado, tanto do ponto de vista quantitativo (eu como muito) quanto do qualitativo (eu como alimentos que devia evitar, carnes vermelhas, de mamíferos por exemplo).
Todos esses tropeços e quedas que eu sofro tanto aqui no deserto quanto fora dele, são fatos que me fazem acreditar voltar muitas vezes ao plano material da Terra para tentar vencer esse obstáculo. A vantagem (ou desvantagem) que tenho é que não sou mais ignorante sobre essas necessidades espirituais. Sei que deverei retornar outras vezes ao plano material da Terra para aprender e praticar o que interessa ao mundo espiritual, ao Pai eterno. O que me deixa mais satisfeito é saber que procuro fazer o que de mais importante eu tenho que aprender, que é a capacidade de amar de forma incondicional. Isso talvez sirva para cobrir a multidão de pecados que eu não consigo ainda evitar.