Jesus veio até nós, na dimensão material, há 2.000 anos. Veio na condição do Bom Pastor, para resgatar suas ovelhas perdidas do alcance dos lobos. Deixou suas lições para que nós aprendêssemos o caminho do redil e sermos também bons pastores. Sentimos também a necessidade de adestrarmos os nossos amigos cães para serem nossos auxiliares, evitando a investida atrevida dos lobos, usando a força contra a força, dentes contra dentes.
Hoje sabemos com mais profundidade que todos somos irmãos, filhos do mesmo Pai espiritual, independente da espécie ou do tipo de mente que desenvolvemos, alinhadas com a vontade do Criador, harmônico com a natureza, ou rebelde e destruidor, desarmônico. As ovelhas, somos aqueles seres harmônicos com a natureza, sintonizados com a vontade do Pai; os lobos são aqueles que se deixaram levar pelos prazeres do corpo, pelas energias egoístas do Behemoth, monstro mítico criado dentro de nós durante o processo evolutivo ancestral, e lobos são agora nossos predadores.
A guerra espiritual que está em pleno curso, caracterizando a Terceira Guerra Mundial, implica que nós tenhamos o discernimento para identificar esses personagens. Não é uma tarefa fácil, pois a principal arma dos lobos é a mentira, constroem falsas narrativas e se apresentam como ovelhas, pastores ou cães. Devemos mais uma vez atentar para as lições do Cristo, pelos frutos conheceremos a natureza da árvore. O que faz tal pessoa no meio social de bom ou ruim, para ser classificado além do que defende que seja?
Como hoje, no atual estágio planetário onde o mal ainda supera o bem, vamos encontrar a maioria de lobos, alguns facilmente identificados pela facies embrutecidas ou pelas ações criminosas. Porem, a maior porcentagem desses estão disfarçados e é tão grande o número desses que se ajudam mutuamente para manter as ovelhas escravizadas e distantes do Criador. É tão forte esse efeito que as instituições respeitáveis, criadas com uma finalidade nobre, se tornam contaminadas pelo vírus da corrupção que esses lobos carregam e que é de fácil disseminação. Não importa a nobreza da instituição, quer seja jurídica, educacional, eclesiástica, os seus membros corrompidos podem destoar a finalidade institucional, ameaçando as ovelhas de sacrifício perpétuo.
Porem, a vontade do Criador não pode ficar subalterna as pretensões dos lobos. Os bons pastores comandados pelo Cristo, podem convocar os verdadeiros cães, e fazer uma devassa na matilha. Aqueles que estão na matilha porque foram enganados, sugestionados, ou hipnotizados, têm oportunidade de voltar para o aprisco, assumir suas funções morais dentro das instituições às quais pertençam e cumprir suas responsabilidades morais e éticas.
Os verdadeiros lobos se verão desmascarados, obrigados a pagarem pelos seus crimes e caso não reconsiderem suas iniquidades, reconheçam seus erros e se mostrem arrependidos à espera da misericórdia do Cristo, serão transferidos compulsoriamente por ação do Arcanjo Miguel, o promotor da justiça, para outro planeta apropriado a sua condição moral.
Esta é uma narrativa vinda das dimensões superiores, intuída e demonstrada pelos espíritos superiores, para facilitar a compreensão de todos que usam a racionalidade, a inteligência, para que a vontade contaminada pela mentira não use o livre arbítrio da pessoa para leva-lo dentro de abismos insuspeitados.
O plano divino de instalar na Terra o Reino de Deus enfrenta cerrada oposição das forças da ignorância espiritual gerando guerras e violências de todo o tipo, mesmo depois do Cristo, que nos trouxe suas lições de amor.
Sofremos a Primeira e a Segunda Guerra Mundiais, de natureza bélica, física, tecnológica, pelas forças das armas materiais culminando com a bomba atômica. Agora, prestes ao planeta entrar na fase evolutiva de Planeta de Regeneração, onde o bem supera o mal, saindo da fase mais primitiva de Planeta de Provas e Expiações, onde o mal supera o bem, enfrentamos uma forte ofensiva das forças trevosas, tipo uma Terceira Guerra Mundial com novas características e estratégias.
A arma principal que foi agora utilizada, uma bomba de cunho biológico, é diferente daquela lançada sobre Hiroshima e Nagasaki, cuja radiação destruidora era poderosa, mas circunscrita ao local. A forma como ela foi construída, como foi operacionalizada o seu lançamento, e qual era o objetivo, foi conhecida por todos.
Esta nova bomba de natureza biológica é mais sutil e venenosa. Foi lançada sem uma declaração formal de guerra, e atinge todos os países do planeta. Tem a característica de ser mais seletiva com os idosos, a parcela da população mais detentora de sabedoria. Impõe a morte física de milhões de pessoas e facilita falsas narrativas para paralisar escolas, igrejas e empresas causando o desagregamento familiar e a destruição econômica dos países alvos. Todos estamos sob os efeitos da bomba, diretos e indiretos, mas poucos atingidos têm a consciência disso que sofremos ser os efeitos de uma guerra.
Nós, espiritualistas, que sentimos intuitivamente os planos de Deus, sabemos do projeto evolutivo da Terra e dos seus habitantes. Sabemos que num Planeta de Regeneração as mentes perversas não terão sustentação, terão que ir para outros orbes mas condizentes com seus estágios evolutivos. Assim, todas essas mentes perversas que convivem conosco, também sabem intuitiva ou hipnoticamente do seu destino, de serem transportados compulsoriamente para outras moradas do Criador.
Por isso, as mentes perversas usam da inteligência para boicotar os planos do Criador, tão bem explicados pelo Mestre, Jesus de Nazaré. Daí, é chegado o momento de aplicar os ensinamentos do Cristo: “Eu não vim trazer a paz, e sim a espada”, “Orai e vigiai”, e “Sejam simples como as pombas e prudentes como as serpentes”. Lições para serem aplicadas em tempo de guerra. Parece ser incompatível com o Jesus Misericordioso que conhecemos, mas, mostra firmeza com a ignorância que não reconhece a verdade. Como ser misericordioso com o criminoso que não reconhece seus erros, acredita estar certo e permanece cometendo iniquidades em prejuízo do próximo?
Assim são os fabricantes dessa bomba. Querem dominar o mundo de forma autoritária, colocando nas mentes em formação, os jovens, crianças e adolescentes, as falsas narrativas; nas mentes amadurecidas o vírus da corrupção, e destruir sistematicamente todos os focos de resistência, como acontece com a destruição das igrejas e com a reputação de qualquer pessoa de bem que denuncia seus crimes.
O Brasil, de todos os países é o mais visado por ter sido designado pelo Cristo para ser a Pátria do Evangelho e o Coração do Mundo. Sofremos a ação da bomba biológica na saúde, na política e na economia. Os adversários internos e externos do Cristo tentam solapar todas as medidas de honestidade e de recuperação da economia. Tentam destruir a reputação daqueles que privilegiam a verdade e combatem as iniquidades. Dirigentes externos criticam e ameaçam nossa soberania, solapam nossa riquezas e constroem falsas narrativas para destruir nossa missão espiritual.
Eis a conjuntura que estamos. Nós, espiritualistas, discípulos e soldados do Cristo, devemos nos unir e usar a verdade acima das falsas narrativas. Ter consciência da guerra em andamento e quem são nossos adversários, quem são os iludidos ou hipnotizados e quem são as mentes perversas que iludem e provocam toda sorte de atrocidades, sem qualquer forma de remorso ou arrependimento.
O Cristo esteve fisicamente entre nós há 2.000 anos. Cumpriu a sua missão, nos ensinou sobre o Reino dos Céus e que bastava limpar o coração do egoísmo para nos tornar um cidadão desse Reino. Uma condição aparentemente fácil, mas que não conseguimos implementar até o momento. Parece o contrário, apesar do avanço científico e tecnológico, não alcançamos uma evolução moral capaz de nos tirar da condição animal.
Este evento que estamos iniciando hoje, nos leva à reflexão do porque, apesar de tanto avanço social, as forças espirituais não conseguem através de nós, que estamos engajados nos trabalhos espirituais, não conseguimos fazer isso, nem que fosse uma simples comunidade, em qualquer lugar do mundo.
O primeiro ponto a fazer aqui é tirar a trave do próprio olho e nos perguntar: que estou fazendo para burilar o meu coração do egoísmo? Isso serve como uma forma de ensinamento para quem nos assiste, um pouco diferente. Geralmente vamos ensinar, lembrar atos do Cristo que nos ensinava com suas palavras e exemplos. Acredito que todos aqui tenhamos suficiente informação sobre a vida do Mestre e seus ensinamentos. Vamos agora prestar contas: o que estamos fazendo para implementar o Reino de Deus, dentro do coração e dentro da sociedade?
Vou começar por mim. Uma forma de confissão pública. Que estou fazendo para cumprir minhas responsabilidades espirituais frente ao Cristo? Desenvolvo minhas responsabilidades materiais de forma coerente com o amor incondicional? Consigo evitar a força do Behemoth, do monstro interno citado na Bíblia, no livro de Jó, responsável por nossa sobrevivência física, e que pode induzir com sua força instintiva e nos fazer exagerar em nossas necessidades surgindo daí os sete pecados capitais? Gula, preguiça, avareza, soberba, ciúme, inveja e libido. Estamos conseguindo domesticar todas essas energias que surgem desse monstro criado por Deus junto conosco, ao longo das eras de evolução, que está morando energeticamente em nosso cérebro reptiliano, o andar mais baixo do cérebro, no tronco cerebral, onde comanda todos os núcleos neuronais automáticos para manter a glicose, a temperatura, a pressão arterial, os batimentos fisiológicos, todos dentro dos padrões de normalidade, sem precisar da nossa interferência racional. Por isso ele é tão importante, considerado na escrita intuída por Jó, a obra prima de Deus.
Agora, é nossa responsabilidade espiritual controlar essa energia de natureza egoísta, para que não prejudique ao próximo nem a nós mesmo. Pois o exagero na aquisição do prazer que essa energia nos traz, pode nos levar a obesidade, a dependência química, à corrupção, ao crime de várias ordens.
Esta é a primeira reflexão que faço intimamente e que cada um pode fazer de onde estiver. É o controle dessa condição que nos deixa capacitado para ser um cidadão do Reino de Deus, mesmo que convivamos em ambiente hostil e até depravado, por força das circunstâncias.
A segunda reflexão vai ser o motivo de nossas atividades neste evento, amanhã pela manhã. O que estamos fazendo no meio social, com o próximo que está perto de nós e que passa por dificuldades? Estamos nos engajando pessoalmente na resolução desses problemas como se essa pessoa fizesse parte da nossa família consanguínea? Um pai, uma mãe, um irmão, um tio, um sobrinho, etc.? Ao fazer isso, nós estaremos desviando recursos e tempo da família nuclear para aquela pessoa que não tem nenhuma ligação conosco, a não ser sua necessidade identificada. Aí estaremos amando a Deus através do amor dessa pessoa, assistindo ao Cristo nessa pessoa, e estamos pertencendo agora a família espiritual que o Cristo ressaltou: “Minha mãe e meus irmãos são todos aqueles que fazem a vontade do Pai”.
Sei que tudo isso que posso fazer é uma gotinha de amor no incêndio de egoísmo. Mas sigamos o exemplo do beija-flor e levemos nossa gotinha, pois assim é que se forma o mar. Este evento tem este sentido, cada gotinha aqui formada, incentivada, motivada, irá formar o rio de fraternidade que o Cristo nos ensinou que iria desembocar na família universal, no Reino de Deus.
Deus, criador de tudo e de todos, sempre está monitorando os processos evolutivos da criação. No momento que Ele deu condições de surgir dentro da criação a consciência com racionalidade e livre arbítrio, que pode seguir caminhos diferentes da Sua vontade, por ignorância, orgulho e vaidade, Ele também age no sentido de corrigir tais desvios, sem implicar no impedimento do livre arbítrio. Como não é conveniente intervir no livre arbítrio de ninguém, pois cada um deve evoluir por seus próprios méritos, para não ser um mero robô, as criaturas mais inteligentes terminam por usar sua racionalidade para a manutenção de sua própria vida e de seus descendentes, um trabalho próprio do Behemoth, descrito na Bíblia, no livro de Jó. Isso desenvolve as sociedades mais primitivas, de ações perversas individualistas, ancoradas ainda na ignorância da vontade de Deus, cuja essência é o amor que se caracteriza pela justiça, fraternidade e harmonia. Todos que seguem este caminho do amor, se dirigem para o regaço do Criador.
Há 2.000 anos o Criador organizou através de um longo período a vinda de um dos espíritos mais evoluídos ao nosso plano físico, aquele que foi considerado o Governador espiritual do planeta.
Os espíritos que dirigem o sistema solar foram influenciando gradativamente os destinos do mundo, na política, nas artes, comércio, filosofias... mesmo que dentro dessa evolução científica e tecnológica preponderasse os interesses materialistas, a ignorância espiritual, o mal sobre o bem. Temos o exemplo de Roma, expandiu seu império para dominar os povos através da força, das armas, mas contribuiu com a organização de nações, de legislações.
Quando se aproximava a época do nascimento do Cristo, as guerras diminuíram sensivelmente, a influência benfazeja do plano superior foi amortecendo as energias conflitantes dos governos terrestres. Hoje, tão distante da presença física do Cristo entre nós, parece que essa beligerância ficou exacerbada. O mal continua prevalecendo sobre o bem, o ódio se dissemina cada vez mais, a mentira penetra até naqueles que se dizem engajados nas fileiras do Cristo.
Como fazer para que nós, imbuídos da verdade que o Cristo nos trouxe, que podemos burilar nossos corações e viver como cidadãos do Reino de Deus..., mas como levar isso para a sociedade? Como transmutar a família nuclear, egoísta, na família universal, fraterna?
Este é o maior dilema que encontramos. Sabemos de toda a teoria, damos belas palestras, escrevemos ótimos textos, todos sintonizados com os ensinamentos cristãos, mas, onde está a prática?
Até eu, escrevendo tão belos e sintonizados textos com a doutrina cristã, mas onde está a minha prática? Com o meu próximo? Onde estão as minhas boas ações fraternas que ultrapassam as minhas ações individualistas?
O Papa Francisco escreveu a Carta Encíclica (circular do Papa abordando algum tema da doutrina católica) Fratelli Tutti (Todos Irmãos) que recebeu e ainda recebe severas críticas por membros bem situados no Vaticano e que se espalha pelas redes sociais, mais as críticas que a própria Carta.
Trarei aqui esse documento, fracionado devido a sua extensão, para que tenhamos oportunidade de fazer nossas reflexões sempre com o espírito livre em procura da Verdade, que é o nosso objetivo final.
CARTA ENCÍCLICA
FRATELLI TUTTI
DO SANTO PADRE
FRANCISCO
SOBRE A FRATERNIDADE
E A AMIZADE SOCIAL
1. «FRATELLI TUTTI»: escrevia São Francisco de Assis, dirigindo-se a seus irmãos e irmãs para lhes propor uma forma de vida com sabor a Evangelho. Destes conselhos, quero destacar o convite a um amor que ultrapassa as barreiras da geografia e do espaço; nele declara feliz quem ama o outro, «o seu irmão, tanto quando está longe, como quando está junto de si». Com poucas e simples palavras, explicou o essencial duma fraternidade aberta, que permite reconhecer, valorizar e amar todas as pessoas independentemente da sua proximidade física, do ponto da terra onde cada uma nasceu ou habita.
Os conselhos de Francisco de Assis são importantes para a aplicação prática do Amor que o Cristo nos ensinou, amar ao irmão, que esteja perto ou longe, que seja parente consanguíneo ou não. Mesmo que tenhamos com os primeiros uma maior responsabilidade, por ser o próximo, pelos laços sanguíneos implicar em algum tipo de responsabilidade, sempre com o cuidado desse amor próximo ou consanguíneo não vir a prejudicar os irmãos que estejam à distância ou que não sejam consanguíneos.
2. Este Santo do amor fraterno, da simplicidade e da alegria, que me inspirou a escrever a encíclica Laudato si’, volta a inspirar-me para dedicar esta nova encíclica à fraternidade e à amizade social. Com efeito, São Francisco, que se sentia irmão do sol, do mar e do vento, sentia-se ainda mais unido aos que eram da sua própria carne. Semeou paz por toda a parte e andou junto dos pobres, abandonados, doentes, descartados, dos últimos.
Laudato si, em português significa: Louvado sejas. Foi colocado como subtítulo de “Sobre o cuidado da casa comum”, que é outra encíclica do Papa Francisco, na qual o pontífice critica o consumismo e o desenvolvimento irresponsável e faz um apelo à mudança e à unificação global para combater a degradação ambiental e as alterações climáticas.
Aqui, o Papa se inspira em São Francisco para reforçar os cuidados com a ecologia, principalmente com os humanos em situação precária. Deu o exemplo de andar junto aos pobres, abandonados, doentes e qualquer um excluído da sociedade. Este é um exemplo sutil e ao mesmo tempo explícito: andar com os excluídos, aliviar os seus sofrimentos, na prática, com o irmão, um a um... É importante falar do exemplo para que outros podem se sensibilizar, como o Papa faz, eu posso fazer e qualquer um dos meus leitores também. Mas, o mais importante é fazer a prática, chegar perto, ajudar. Vejamos, quem de nós, inclusive eu, está fazendo isso? Além de falar sobre essa virtude da caridade, está chegando perto de um irmão que sofre e está lhe ajudando de alguma forma? Acredito que isto seja o mais importante, que implica em limparmos o nosso coração do egoísmo e praticar o amor fraterno, construindo a família universal e o Reino de Deus.