Combinei sair hoje à noite para jantar com meu filho e segunda esposa, e aproveitar e tratar dos documentos necessários para o divórcio. No início a minha intenção era jantarmos na casa dela, por um jantar promovido por ela. Podia aproveitar e fazer um momento de reflexão espiritual como um “Evangelho no Lar”. Mas ela entendeu a minha sugestão de “jantar com eles” numa saída para um restaurante. Não fiz qualquer objeção, também não disse qual era minha intenção original. Talvez ela quisesse ficar longe do trabalho na cozinha nesta noite. Disse também que tinha colocado o convite que eu havia dirigido para ela para o nosso filho, ressaltando que se ele não quisesse, ela também não iria para esse jantar. Mas ele não se opôs.
Cheguei na hora prevista e aguardei um pouco sentado no sofá enquanto eles se preparavam para sair. Notei que a casa estava impecável, na limpeza, na arrumação, no bom gosto. Reflete o esforço que ela faz para manter esse padrão numa casa grande na qual ela faz tudo sozinha, e ainda por cima com um cão e um papagaio para cuidar. Antes de sair o meu filho me deu um livro dizendo que eu iria gostar. Um livro espiritual sobre a reencarnação.
No caminho sugeri irmos jantar no Midway. Eles não fizeram objeções. Ainda no caminho sugeri passarmos antes pelo meu apartamento para eles conhecerem onde eu moro. Meu filho foi contrário, mas com as argumentações favoráveis da mãe, que não iríamos demorar, que não tinha ninguém no apartamento, que eu sempre estava querendo mostrar pra ele onde eu morava, ele terminou aceitando.
Ao passar pela avenida da Praia onde moro, em frente ao Shopping do Artesanato onde tenho duas lojas, ela comentou que o prédio não estava funcionando bem, que tinha ido lá com um primo nosso (nós somos primos em primeiro grau) e tinha visto pouca gente, poucas lojas abertas. Confirmei e disse que mantinha as lojas até essa data pagando os encargos e sem nenhum lucro.
Entramos no meu apartamento e mostrei todos os ambientes e disse da condição que os adquiri. Comentei da ótima localização em frente a praia, com um belo visual, mas com o problema da maresia que ataca todos os móveis e eletrodomésticos. Ela notou nos retratos dos meus filhos na parede que o do nosso filho estava inclinado e tentou consertar. Falei que era o prego que sustenta a presilha que foi alterado na loja que tiramos os retratos e ficou daquela forma. Mostrei o visual do apartamento que reformei, que era ótima localização para assistir os fogos do final do ano. Ela brincou com o nosso filho, que ele devia vir passar as férias comigo, que ele ficaria livre dos trabalhos de casa, como tirar lixo e cuidar do cão. Ele rejeitou a proposta sorrindo, encarando como uma brincadeira.
Voltamos para o carro e chegamos ao Midway. Escolhemos jantar no Restaurante Camarões. Enquanto esperávamos os pratos iniciamos nossa conversa. Ela me perguntou se eu estava feliz. Respondi que sim, não no que eu queria, mas no que eu podia. Perguntou se eu encontrara a mulher ideal, que não sofresse com o meu comportamento. Disse que não e ela retrucou que eu jamais iria encontrar essa mulher. Que isso era uma questão de gênero, que está em toda mulher querer somente para si o seu homem. Até mesmo nas culturas orientais onde é permitido o harém, aquela odalisca predileta é atacada pelas outras. Eu disse que essa questão de gênero eu reconheço, está representado pelos instintos que sustentam o egoísmo de querer somente para si a posse do companheiro. Mas eu procuro aplicar os fundamentos espirituais do Amor Incondicional em busca da Família Universal que construirá o Reino de Deus, assim como Jesus ensinou. Sei que isso não é impossível, pois acredito que eu tenha alcançado esse estágio, eu matei o meu machismo inerente ao amor exclusivo do egoísmo e posso tolerar e desenvolver amor pelos namorados que minhas companheiras achem conveniente ter. Ela disse que eu poderia até ser assim, mas que eu não iria encontrar nenhuma mulher que conseguisse essa façanha. Até mesmo a primeira esposa que eu coloco como exemplo de uma companheira que desenvolveu uma paixão por terceiros e que eu tolerei, ela não consegue até hoje digerir o meu comportamento e tem certeza que ela mantém os seus ressentimentos. O meu silêncio confirmou a sua opinião. Disse que as pessoas que hoje estão tentando viver ao meu lado sabendo desse meu comportamento, todas estão se iludindo ou esperando uma oportunidade de “chutar o balde”, que eu não iria encontrar a fraternidade como eu quero dentro desses relacionamentos. Eu disse que até o momento ela está com a razão e disse o dia em que ambas estiveram juntas em um encontro na casa do meu irmão e foi um desastre. Apesar de não ter ocorrido agressões escandalosas, mas o nível de hostilidade implícita foi altíssimo o que impede um novo encontro até o momento atual. Mas eu continuo com a esperança que o egoísmo seja vencido pelo Amor Incondicional, afinal esta é a maior força do Universo e que representa a força e sabedoria do próprio Deus. Ela fez um muxoxo de quem diz “não acredito nessas balelas” e mudamos o assunto.
Perguntei pelos seus namorados, se houve algum, se tem algum. Ela disse que não, que não é mulher de ficar e que não iria fazer o que criticava, de viajar com uma pessoa sabendo que ele tinha mulher em casa. Não quis replicar que isso acontecia comigo, pois ela não queria viajar comigo e como já vivíamos como amigos dentro de casa, não via inconveniente em convidar uma amiga para ir comigo.
Abandonamos esse assunto afetivo. Disse dos documentos que estava precisando para efetivar o divórcio e dos bens que devíamos citar para a oficialização do proprietário. Ela disse que já estava com um advogado e que na citação isso seria resolvido. Não coloquei o fato de que nós já havíamos dividido os bens há mais de 10 anos e que não haveria dificuldades em fazer isso, pois poderia transformar o jantar em uma arena de discussão, fato que eu não queria, pois a intenção era de aproveitar o clima natalino para esse primeiro encontro de nós três. Nosso filho se mantinha calado durante toda a nossa conversa. Depois dessa colocação dela de que já estava com advogado e eu não repliquei sobre os acordos que nós havíamos feito no passado, houve um momento de silêncio onde aparentemente ninguém tinha o que falar. Notei que ela passou a se comunicar com nosso filho através de gestos, “dizendo” que o ambiente não estava bom, que ele estava constrangido. Ele fazia sinais com a face que era isso mesmo. Ela jogava um olhar de piedade sobre ele. Acredito que isso seja o nível de comunicação no cotidiano que ela passa para ele, mesmo que ela não perceba, que me afasta afetivamente do nosso filho.
A comida chegou e nossa atenção se voltou para os dois pratos que pedimos com a ajuda dela. Dividimos para que todos provassem de tudo. Conversamos amenidades de forma educada e pedimos a conta.
Paramos na livraria para comprar um livro de presente para nosso filho, apesar dele ter dito que não queria. Mas como ela também gosta de livros, não ofereceu resistência. Escolhi quatro livros para mim e ofereci para eles escolherem o que desejassem. Nenhum aceitou. Fui para o caixa pagar os meus livros e logo depois ela chegou com um livro para aproveitar o meu momento no caixa. Era um livro de poesias de Mário Quintana que ela fez questão de passar o cartão dela.
Voltamos para casa. Esperei um pouco enquanto ela encontrava os documentos para me entregar uma cópia. Entrei na cozinha para tomar água e acariciar o nosso cão, que agora estava doente, sem animo para responder aos meus afagos.
Recebi os documentos, dei um até logo a ela, uma abraço em nosso filho, dizendo um “eu te amo” ao me despedir.
Agora que acabo de digitar essas lembranças, vem à mente o porquê eu também não abracei ela... será que aquele laço que eu falei há poucos dias terminou sendo rompido definitivamente? Mas não cabe nenhum abraço? Isso é incompatível com o meu Amor Incondicional. Mesmo que eu fosse rechaçado eu teria que ter tentado lhe dar um abraço fraterno. Mas, talvez no fundo do meu inconsciente eu tenha agido assim para respeitar a forte questão de gênero que existe dentro dela e que sufoca qualquer mostra de espiritualidade superior que ela possui.
Continuarei esperando pelo tempo de Deus, afinal foi Ele que proporcionou o nosso encontro e de ter vivido com ela tantas experiências, ela que foi uma das minhas mais fortes paixões. Talvez ainda tenhamos muito que aprender um com o outro, mesmo morando em casas diferentes, pois a convivência ficou definitivamente incompatível.
O Papa Francisco surpreendeu nesta segunda feira ao fazer duras críticas aos líderes da Igreja Católica. Ele falou de comportamentos que chamou de doenças.
Recebi essa mensagem pelo whatsapp e como está sintonizada com a minha forma de pensar e de agir, vou continuar na sua reprodução.
O encontro de confraternização de Natal do Papa com os cardeais, bispos e monsenhores que formam a estrutura da Igreja, tornou-se um discurso muito duro, inesperado. Francisco condenou, sem piedade, os vícios da Cúria Romana, e descreveu doenças que, segundo o Papa, contaminaram parte da Igreja.
Ele denunciou a “síndrome do acúmulo de bens”, em uma possível referência às riquezas de alguns na alta hierarquia vaticana. Falou da “doença do lucro mundano”, da “rivalidade” e da “glória vã”. Criticou o “terrorismo das fofocas”, que destrói a reputação das pessoas; a “doença dos covardes” que falam por trás; e a “daqueles que tratam os chefes como seres divinos para subir na carreira”. Citou os que pertencem a grupos fechados mais do que a Cristo ou ao corpo da Igreja.
Para os que sofrem da “síndrome da imortalidade”, o Papa recomendou uma visita ao cemitério, onde estão os nomes de muitos que se consideravam imunes e indispensáveis. Essa doença vem de uma outra, o “mal do poder e do narcisismo”, que olha apenas para a própria imagem.
Para os que sofrem de um declínio das faculdades da fé, Francisco diagnosticou um “mal de Alzheimer espiritual” e chamou de “esquizofrenia existencial” a patologia dos que vivem uma dupla vida.
Depois do longo discurso, Francisco se reuniu com os funcionários do Vaticano e pediu perdão por alguns escândalos que, segundo ele, ainda fazem muito mal.
O exame de consciência que o Papa pediu à Cúria Romana, notável, tem também a finalidade de derrubar os obstáculos para as suas reformas. Francisco leva uma vida simples, mas nem todos o acompanham e continuam com os desvios de antes e resistem fortemente às suas propostas de mudança.
Essa chamada do Papa para uma tomada de consciência da Cúria Romana, também serviu para eu fazer minhas próprias reflexões e se isso também me atinge ou não. Vou considerar cada uma das doenças citadas e que segundo ele contamina a Igreja atual:
1.A “síndrome do acúmulo de bens” não se aplica a mim, pelo menos na essência, pois o único acúmulo que minha consciência acusa são de livros, CDs e DVS, mesmo assim com a perspectiva de dividir com a comunidade.
2.A “doença do lucro mundano” também não me atinge, pois até mesmo o dinheiro que empresto aos amigos tem a conotação de solidariedade, sendo combinado o pagamento de juros apenas para não haver a corrosão do dinheiro parado.
3.A “rivalidade” também não tem aplicação comigo, tenho sempre mantido o sentimento de solidariedade com todos ao meu redor. Até mesmo a atuação política que passei a desenvolver tem o sentido de mostrar a Verdade e corrigir mesmo aqueles que se colocam como adversários.
4.A “glória vã” não é uma preocupação para mim, não procuro aparecer em nenhuma das minhas atividades, a não ser para beneficiar um projeto coletivo, como faço quando vou para a televisão ou para os jornais.
5.O “terrorismo das fofocas” nunca foi praticado por mim. Considero que isso faz parte das ações negativas que devo evitar.
6.A “doença dos covardes” que tratam os poderosos como seres divinos e aos fracos com humilhação, também não observo em meu comportamento.
7.O “mal do poder e do narcisismo” procuro combater com a humildade em todos os momentos e circunstâncias.
8.A “síndrome da imortalidade” talvez me atinja, mas não da forma materialista. Eu me considero imortal do ponto de vista espiritual, mas sei que o meu corpo e tudo que ele conseguiu neste mundo pertence a matéria e de caráter passageiro.
9.O “mal de Alzheimer espiritual” opera em mim de forma contrária, pois quanto mais o tempo passa mais me aproximo da espiritualidade, das faculdades da fé.
10.A “esquizofrenia existencial” não me atinge pela capacidade de transparência que desenvolvo no meu comportamento, por mais estranho que ele pareça a quem veja pela primeira vez, tenho a coerência de um ser único em todos os planos dos meus relacionamentos.
Portanto, mesmo não fazendo parte da Cúria Romana, acredito que teria me saído muito bem frente às admoestações do nosso Pastor.
Hoje participei de um evento em frente a Petrobrás com grupos de conscientização política que estão se formando em Natal. Com vassouras e baldes na mão simbolizamos a limpeza da sujeira que a corrupção petista está deixando dentro da empresa. Fiz um vídeo da minha fala enquanto as pessoas com vassoura e baldes nas mãos faziam a limpeza simbólica. Vou procurar reproduzir o que falei nessa ocasião, com microfone na mão, debaixo do sol, e com uma estrutura de comunicação bastante improvisada.
Sei que esse momento foi importante, porém a nossa pequena organização não soube capitalizar suficientemente o nosso esforço. Poderíamos ter feito alguns panfletos para ter distribuído no dia anterior nos principais semáforos, e no dia do evento distribuir com os moradores da redondeza. Inclusive podíamos levar decalques do “Brasil Livre”, por exemplo, dizendo o que significava esse movimento e oferecendo a quem quisesse adesivar o carro ou outro bem de sua propriedade. Abriríamos a possibilidade da pessoa também contribuir com o que desejasse ou pudesse para manter a reprodução desse material informativo. Cada pessoa de cada grupo que já se reúnem em Natal poderia usar o microfone e falar sobre o pensamento do grupo quanto a situação da empresa em questão.
Vou reproduzir a fala que fiz na ocasião, mas bastante cortada, pois a minha própria compreensão não conseguiu entender tudo na íntegra. Foram feitos alguns cortes e preenchido o pensamento de alguns trechos no momento da digitação.
Meus amigos, estamos hoje aqui em defesa do Brasil e de sua principal empresa, a Petrobrás, para lavar simbolicamente a sujeira que a corrupção do PT está deixando. Somos pessoas como vocês que estão nos ouvindo em suas casa e perguntando porque um grupo tão pequeno, fica fazendo esse movimento com um carro de som, baldes e vassouras nas mãos, caras pintadas de verde e amarelo, em frente a uma empresa que se encontra fechada por hoje ser domingo. Somos trabalhadores, funcionários públicos, médicos, advogados, cidadãos que trabalham e que sentem que seu suor está sendo sugado pelos ratos e parasitas da nação.
Vocês lembram que num passado recente, nossos pais foram à rua com uma frase de ordem: “O petróleo é nosso”. Hoje precisamos defender novamente a riqueza do nosso país, nossas empresas. Precisamos voltar a rua com nova frase de ordem: “A Petrobrás é nossa”!
Estou aqui hoje não é em nome de um partido político, mas sim obedecendo à minha consciência e a um líder que admiro e procuro cumprir os seus ensinamentos: Jesus Cristo. Ele dizia que “A Verdade nos libertará”, e nisso eu acredito. Nosso país está sendo consumido pela mentira, com uma presidente que foi eleita com base na mentira, e todos sabem disso, está divulgado em todos os jornais, em todas as revistas. Foi cometido um estelionato eleitoral, onde se venderam falsas esperanças, divulgaram falsas verdades. O país hoje está corrompido pela mentira que se impregna em todos os setores, a distorção da verdade, a corrupção franca, escancarada e sem vergonha.
Eu volto a dizer, sigo as orientações do meu líder Jesus quando dizia que, “A verdade nos libertará”. Então meus amigos, vamos lutar pela Verdade, pela coerência, pela honestidade, pela ética. Não vamos ter medo de vir às ruas, de enfrentar o sol escaldante, de estarmos em número reduzido, pois sei que vocês que estão em suas casas tem a mesma compreensão que nós temos, que nosso pais está sendo saqueado por bandidos, muitos deles já condenados pela justiça, muitos deles já cumprindo pena nas prisões, mas que são festejados como heróis pelos seus cúmplices. Vamos fazer um movimento participativo, sem necessidade de bandeiras partidárias, mas com a luz das nossas consciências apontadas contra as trevas do mal e da ignorância, pois o nosso líder maior, governador deste planeta, o Mestre Jesus, está ao nosso lado, pois aqui estamos em nome dEle defendendo a Verdade. Vamos reconstruir o nosso pais com a coerência, com a paz, com a harmonia entre todos os cidadãos; vamos construir uma pátria no modelo do Reino de Deus que Jesus nos ensinou, pois afinal, o Brasil já foi indicado pela espiritualidade superior como um forte candidato a ser o coração do mundo e a pátria do Evangelho. Mas para que isso aconteça é necessário que nós consigamos extirpar a praga dos ratos vermelhos que sugam o nosso sangue, nossas riquezas e tentam manter o povo ignorante e submisso. Vamos atender a Verdade que surge em nossas consciências, não vamos ter medo das represálias de quem quer manter a trevas sobre o povo, pois nós representamos a luz, representamos o céu azul que nos protege da ameaça das labaredas vermelhas do inferno. Talvez alguns de nós, cristãos, sejamos queimados como antes fomos nas arenas do poder totalitário de Roma. Mas não podemos ocultar a verdade que surge em nossas consciências, mesmo que seja um pecador como eu, que num momento da minha vida votei para que esse vermelho mentiroso e corrupto assumir o poder.
Estou aqui com os companheiros que deixaram o seu lazer, a companhia afetiva de suas famílias, e estamos aqui sem receber um centavo de quem quer que seja, para debaixo de um sol escaldante, fazermos a limpeza da sujeira simbólica que os ratos que corroem esta companhia deixaram como rastros enlameados; uma empresa que nos representava tão bem no cenário mundial, hoje está arrasada, humilhada e desonrada
Vamos meus amigos, como o Flautista de Hamelin, usar o nosso verbo como uma flauta divina e empurrar os ratos para que se afoguem nos rios da Justiça dos homens, já que na justiça divina já estão condenados à espera de suas penas no mundo espiritual.
Que Deus esteja conosco!
O texto não está, na forma, fiel ao que falei naquela ocasião. Está mas trabalhada a gramática, o sentido poético, mas representa com fidelidade tudo que eu queria dizer mas que devo ter sido atrapalhado pelo calor da emoção.
Vou reproduzir neste dia um texto do poeta Mário Quintana que tem o título acima e que fez boa sintonia com aquilo que penso no campo da afetividade.
Meu Deus! Como é engraçado! Eu nunca tinha reparado como é curioso um laço... uma fita dando voltas. Enrosca-se, mas não se embola; vira, revira, circula e pronto: está dado o laço.
É assim que é o abraço: coração com coração, tudo isso cercado de braço.
É assim que é o laço: um abraço no presente, no cabelo, no vestido, em qualquer coisa onde o faço. E quando puxo uma ponta, o que é que acontece? Vai escorregando... devagarzinho, desmancha, desfaz o abraço. Solta o presente, o cabelo, fica solto no vestido. E, na fita, que curioso, não faltou nenhum pedaço.
Ah! Então é assim o amor, a amizade. Tudo que é sentimento. Como um pedaço de fita. Enrosca, segura um pouquinho, mas pode se desfazer a qualquer hora, deixando livres as duas bandas do laço. Por isso é que se diz: laço afetivo, laço de amizade. E quando alguém briga, então se diz: romperam-se os laços. As duas partes, iguais meus pedaços de fitas, sem perder nenhum pedaço.
Então o amor e a amizade são isso... não prendem, não escravizam, não apertam, não sufocam. Porque quando vira nó, já deixou de ser um laço.
Muito bom esse texto com reflexões sobre o comportamento baseado no amor e na amizade. Na minha forma de aplicar o Amor Incondicional em todos os contextos do meu relacionamento eu passo por dificuldades que essa comparação com o laço me ajuda a entender.
O Amor é um sentimento que deve refletir uma atitude comportamental. A atitude amorosa em qualquer tipo de relacionamento gera harmonia com os envolvidos e consequentemente uma sensação de bem estar, de felicidade. A tendência é que a pessoa envolvida pela atitude amorosa queira prolongar a situação e se isso persiste o laço amoroso se torna cada vez mais um nó do apego.
Para o laço se manter com suas características, deve se formar como um abraço, mas que deve ser desvencilhado no tempo oportuno. Quanto mais o abraço é mantido ao longo do tempo, mais a situação de que de início era de prazer e harmonia se torna incômodo e desarmônico. Indo a um extremo, é como se as duas pessoas que inicialmente se abraçaram se tornassem irmãs siamesas, onde o movimento de um interfere com a liberdade do outro... formou-se um nó!
O laço, na comparação com o abraço, é feito para unir e depois separar, sem que isso cause prejuízo em nenhuma das partes. Pelo contrário, a separação do laço/abraço é sinal que mais na frente, num previsível futuro, o laço/abraço será refeito com os mesmos sentimentos de prazer e harmonia. É esse movimento de fazer e desfazer laços que podemos realizar com todas as pessoas ao nosso redor, que nos dá a dimensão máxima da felicidade que podemos atingir em cada vivência.
Isso implica também que, no momento que um laço é desfeito com alguém, existe um período que estou sozinho até o refazimento do laço com a mesma ou outra pessoa. Então eu devo saber viver a minha vida sozinho e com qualidade, sabendo que eu sou uma fita que mais adiante estarei em laço com outro alguém.
Não confundir desfazer um laço momentaneamente com a possibilidade de refazê-lo mais adiante, com o rompimento do laço que perde essa capacidade de refazimento.
Com essa compreensão eu fico confortável em qualquer posição que eu esteja. Ontem eu estava em laço com alguém, hoje estou sozinho, mas amanhã estarei em laço com outro ou o mesmo alguém, e assim vida se torna vivida com mais qualidade. Sei que a cada momento que o meu laço com alguém for desfeito eu irei ficar solto e mostrar o melhor que há em mim, assim como acontece com o presente que é visto quando se solta o laço, com o cabelo que mostra o seu vigor e beleza quando é solto do laço, ou o vestido que pode mostrar as curvas sensuais do corpo quando solto do seu laço.
Desde que assumi as lições de Jesus como o meu Mestre e que entendi que era necessária a aplicação prática do que aprendi, principalmente na disseminação do Amor Incondicional nas relações pessoais e também coletivas no sentido da construção do Reino de Deus.
Foi assim que aconteceu um lento desvio de minhas atuações acadêmicas tradicionais, ligadas à psicofarmacologia, para atividades de cunho espiritual, a partir das reuniões regulares na Associação Médica, Casa de Caridade e Centro Espírita Cruzada dos Militares. Culminou com o Projeto de Extensão Universitária “Foco de Luz” que foi feito para tentar prevenir a violência na comunidade e se desenvolve agora através da reestruturação da Associação de Moradores e Amigos da Praia do Meio. Este trabalho comunitário se desenvolve em base cristã, com a aplicação do Evangelho na prática, e pretende de forma clara construir um modelo desse Reino de Deus. Cada pessoa que chega para se agregar ao trabalho, entendo que seja enviada por Deus para tomar conhecimento do serviço que está sendo feito e, se tocado, permanecer dentro dele. Parecido com o que acontece na minha vida íntima, onde Deus sempre está mandando mulheres para conhecerem a minha filosofia de vida, do amor inclusivo associado ao Amor Incondicional, e que poucas conseguem ficar próximas de mim, das muitas que são chamadas.
Com relação à minha vida íntima, a aplicação dos princípios do Amor Incondicional podem ser muito discretos e poucas pessoas virem a saber. Mas com relação ao trabalho comunitário, isso não pode acontecer. Para que sejamos honestos com a Verdade a intenção do que se deseja deve ser explicada. Foi assim que ontem na reunião já comecei a fazer com os companheiros essa reflexão. Felizmente todos estão sintonizados com o trabalho comunitário na base evangélica e dizendo que estamos construindo o Reino de Deus não chega a ser considerado como um desatino, caso fosse dito em outro ambiente.
Porém sinto que devo ser mais contundente nessa questão, mesmo que eu passe por um beato piegas que persegue uma utopia inalcançável. Devo mostrar mesmo com humildade, que sou um discípulo do Cristo e que procuro aplicar Suas lições no sentido de construção do Reino de Deus, quando a oportunidade surgir. Sei que o Pai me induziu para que eu me aproximasse dos movimentos políticos, que eu tenho muito que contribuir na luta contra a mentira que infesta o país. Como desenvolver um grupo centrado nessa luta da Verdade contra a mentira.
O Brasil é considerado por algumas correntes espiritualistas como destinado a ser o coração do mundo e a pátria do Evangelho. Temos a maior população católica do mundo, as igrejas cristãs se disseminam em todos os locais. Caso consigamos conter a corrupção e banir a mentira no sistema de governo, teremos chance da profecia ser cumprida, de nos tornamos construtores do Reino de Deus.