Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
25/06/2013 23h59
MISSÃO CUMPRIDA

            Falei ontem do pecado da gula que cometi e das consequências que sofri. Hoje vou falar do cumprimento da minha missão frente à vontade do Pai, que aconteceu naquele mesmo dia.

            No contexto em que me encontrava o trabalho na seara do Pai que mais correspondia a minha capacitação, era falar das lições que Jesus deixou, da existência do mundo espiritual que é onde se processa a vida real. Promovi duas reuniões para tratar desses assuntos.

            A primeira reunião aconteceu de características formais. Pedi licença aos donos da casa, nossos anfitriões, para reunir todos na área e falar algo referente à noite das fogueiras. Lancei a pergunta, se alguém sabia dizer qual o significado daquelas fogueiras que eram feitas nessa data, qual a importância de João Batista. A resposta foi bem satisfatória, a respeito dos pais de João Batista que eram parentes dos pais de Jesus e portanto ambos eram primos e que a forma de comunicar o nascimento era com uma fogueira. Daí o costume que ficou. Em seguida li o capítulo nº 3 do livro “Jesus no lar” intitulado: “Explicações do Mestre.” Falava de uma noite em que Jesus conversando com os amigos na casa de Pedro, ouviu de Sara a seguinte pergunta: “A ideia do Reino de Deus em nossas vidas é realmente sublime, mas como iniciar-me nela? Sabemos que a Boa Nova aconselha acima de tudo o amor e o perdão. Eu desejaria ser fiel a semelhantes princípios, mas sinto-me presa a velhas normas. Não consigo desculpar os que me ofendem, não entendo uma vida em que troquemos nossas vantagens pelos interesses dos outros, sou apegada aos meus bens e ciumenta de tudo o que aceito como propriedade minha.”

            Jesus ouvira com atenção a pergunta e a honestidade com a qual fora feita. Para bem explicar o que necessário se fazia, Ele usou a comparação com uma atitude doméstica, própria do lugar, que casou perfeitamente com a vida dos nossos anfitriões. Ele perguntou a Sara qual era a sua principal providência para colher o leite de suas cabras e o conservar de forma inalterada e pura para o benefício doméstico. Lancei a mesma pergunta aos meus anfitriões que responderam tal qual Sara: “Antes de qualquer providência é imprescindível lavar cautelosamente o vaso em que ele será depositado. Se qualquer detrito ficar no vaso, em breve todo o leite se toca de franco azedume e já não servirá para os serviços mais delicados.”

            Então continuei a explanação que Jesus fez:

            - Assim é a revelação celeste no coração humano. Se não purificarmos o vaso da alma, o conhecimento, não obstante superior, se confunde com as sujidades do nosso íntimo, como que se degenerando, reduzindo a proporção dos bens que poderíamos recolher. Em verdade, Moisés e os profetas foram valorosos portadores de mensagens divinas, mas os descendentes do povo escolhido não purificaram suficientemente o receptáculo vivo do Espírito para recebê-las. É por isso que os nossos contemporâneos são justos e injustos, crentes e incrédulos, bons e maus ao mesmo tempo. O leite puro dos esclarecimentos elevados penetra o coração como alimento novo, mas aí se mistura com a ferrugem do egoísmo velho. Do serviço renovador da alma restará, então, o vinagre da incompreensão, adiando o trabalho efetivo do Reino de Deus.

            A assembleia tanto na casa de Pedro, quanto na casa de meus anfitriões incluindo eu, recebemos a lição sublime e singela, comovidamente, sem qualquer interferência verbal.

            Procurei fazer com que cada um fizesse uma pequena reflexão da lição que ouvíramos e assim encerramos a reunião todos de mãos dadas e rezando o Pai Nosso, concluído com uma sessão de abraços entre todos.

            Para concluir a noite com chave de ouro, sentei numa pequena roda de conversa que se formou ao lado da fogueira e falei do mundo espiritual, através de perguntas dirigidas para provocar a inteligência de cada um. Fiquei satisfeito, pois todos compreenderam que existe um mundo espiritual à nossa espera, quando o nosso tempo de existência aqui no mundo da matéria terminar e voltarmos a Pátria espiritual para a prestação de contas, do bem que praticamos e do mal que evitamos.

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em 25/06/2013 às 23h59
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24/06/2013 23h59
FOGOS E ROJÕES

            Neste dia é comemorado a cada ano o nascimento de João Batista, aquele que veio antes para anunciar a vinda do Mestre, Jesus. É feita uma fogueira em cada casa sintonizada com essa informação, pois foi assim que o nascimento de João foi sinalizado, acredito...

            Nos dias atuais continuamos a acender as fogueiras acrescidas de diversas outras atividades associadas: comidas típicas, adivinhações, bandeirinhas, balões, danças, fogos e rojões.

            Sei um pouco da vida desses personagens, dos seus propósitos, aceito Jesus como o meu Mestre e modelo na condução da minha vida; na viagem que fiz para o interior, casa de parentes, sabia que iria me defrontar com os meus objetivos espirituais e os desejos materiais, tendo ao redor uma plateia que, mesmo ignorando os meus objetivos espirituais, estariam todos influenciando de uma forma ou de outra, positiva ou negativamente.

            Vou falar hoje da falta que cometi e em função disso recebi um “cartão amarelo”, que em futebol significa uma advertência, pois da próxima vez uma punição se fará sob o ato de infração.

            A falta que cometi foi sobre o pecado da gula. Todas as pessoas que nos receberam se esmeraram em providenciar o melhor que podiam para nos atender. As aves eram os pratos especiais: guinés, galinhas caipiras e até marrecos, estavam a nossa disposição. Apesar de muita gente a comida era o suficiente. Mesmo eu procurando ser educado e não exagerar no meu prato, via que a comida estava ali à minha disposição e que todos já estavam entregando seus pratos satisfeitos. Mas a minha gula estava assanhada e meu espírito ficou hipnotizado, nem se preocupava com consequências, queria só atender o desejo do meu apetite. Finalmente foram limpas as panelas de guiné, de marreco, de galinha com minha forte contribuição.

            Fomos para o hotel onde ficamos hospedados e voltamos a noite para o sítio, acender a fogueira e comer os pratos tradicionais de milho, canjica, pamonha, milho assado, milho cosido...  não consegui comer mais nenhum caroço de milho, sentia que não existia espaço, além daquele necessário para água de matar a sede. Senti a falta dos fogos, das danças, das adivinhações ao redor da fogueira. Mas ao chegar no hotel foi que eu percebi o que estava reservado para mim. Tudo isso que eu senti falta no sítio iria encontrar no quarto do meu hotel. Primeiro a adivinhação, já quando eu ia chegando no hotel, eu já estava adivinhando que eu iria pagar alguma coisa pelo exagero, pelo  pecado da gula que eu cometi. Ao entrar no banho percebi que meu estômago estava bem dilatado, não só pela quantidade de comida que ele recebeu, mas principalmente pela quantidade de gases que formou. Então começou o festival de fogos que eu fazia o máximo para abafar dentro do pequeno espaço do banheiro que logo era seguido pelo rojão do excesso de alimento que agora processado como se fosse num moinho saia na forma de traques, em jatos intermitentes. Quando me senti aliviado fui para a cama higienizado e perfumado pensando que iria dormir o sono dos justos. Mero engano, faltava a dança. Durante toda a noite eu repetia os passos que se tornaram bem cadenciados. Sentia os gases se formando e prestes a soltar os fogos, corria para o banheiro para ninguém os ouvir e também soltar os rojões que sabia que vinha os acompanhando. Logo em seguida ia para o chuveiro, novo banho, nova higienização e voltava para a cama limpo e perfumado. Em seguida nova formação de gases e tudo se repetia. Assim foi durante toda a noite... Ainda assim tenho a agradecer, pois não vinha acompanhado de cólicas, eu não sentia dores físicas, apenas as dores morais que agora compartilho com você, caro leitor, torcendo que você absorva o exemplo como lição para não repetir o mesmo erro frente as exigências da gula.   

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em 24/06/2013 às 23h59
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23/06/2013 03h19
FAZER A VONTADE DO PAI

            Estou em plena madrugada. Dentro em pouco o sol se levantará no horizonte e espantará as trevas que envolvem a terra. O silêncio que agora reina lá fora, onde apenas ouço o marulhar constante das ondas do mar, logo mais estará cheio de barulhos que sinalizará o vai-e-vem de tantos em busca do trabalho, da saúde física...

            Com o primeiro clarão do dia, pegarei o carro e entrarei na estrada. Vou em atividade de lazer, mas aprendi com Madre Teresa que o bem não tira férias. Onde eu estiver devo fazer a vontade do senhor, ser a luz que Ele me deu para iluminar outros caminhos que não percebem o valor mundo espiritual, as vezes nem sabem que tem um Pai tão poderoso e tão bondoso.

            Sei que hoje vou para essa viagem com mais consciência quanto esse dever filial. É a primeira vez que tenho tamanho objetivo em minha mente, de ver com pragmatismo tudo ao redor, em qualquer lugar que a viajem me leve, a oportunidade de ser a luz de Deus. Deverei ter o cuidado de não me tornar um fanático, de não trazer constrangimento e inconveniência para nenhum dos meus companheiros nessa viagem. Que seja alegre e divertida como foram todas as outras, somente que agora devem ser temperadas pelo sal da vida, que é o que nós, conhecedores da vontade de Deus representamos.

            Fico a imaginar, pegar o carro e ganhar a estrada. Meu primeiro movimento será no sentido de admirar a obra de Deus nos reflexos exuberantes da Natureza. Sei por experiência anteriores, que a maior parte do tempo eu estarei ligado em outras coisas. Será o meu primeiro obstáculo, trazer à lembrança o interesse do Pai. Com qualquer pessoa que eu venha a conhecer, a interagir de alguma forma, verei se vem a lembrança esse compromisso com Deus.

             Não posso deixar de lembrar também todos aqueles que não puderam vir comigo nessa viagem, por qualquer motivo que seja. Onde tiverem que também recebam a proteção do Pai da mesma forma que Ele está sempre a me proteger em qualquer rota que minha estrada de repente tome.

 

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em 23/06/2013 às 03h19
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22/06/2013 23h31
A VIDA COMO EXEMPLO

            Novamente Madre Teresa de Calcutá me surpreende com seus pensamentos tão próximos dos meus:

            A vida de Cristo, e não apenas a sua morte, mas principalmente o seu modo de viver constitui-se em exemplo de fé, abnegação, inconformação com a injustiça, envolvimento social e revolução conceitual. Ah! Como nós que nos dizemos cristãos precisamos aprender muito mais sobre o viver de Jesus.

            Acredito sinceramente que precisamos nos tornar mais semelhantes a Cristo em Suas ações, envolver-nos com o povo, e não buscar o incenso da ilusão, que é ministrado no altar de nossas pretensões. Precisamos entender o verdadeiro sentido do morrer e do renascer de Cristo tanto quanto de seu modo de vida e de suas atitudes revolucionárias. O mundo clama por pessoas autênticas, que ajam de forma coerente com a mensagem que julgam defender e pregar.

            Essa compreensão de Madre Teresa vai na mesma direção daquela frase do Gandhi: “Seja a mudança que você quer ver no mundo.”

            Também penso dessa forma, e por pensar diferente do modo de ser da cultura, principalmente nos relacionamentos afetivos e que geram a família tradicional, vivo hoje dentro de um paradigma bem diferente do que é defendido publicamente.  

            Procurei atuar com justiça e transparência dentro do que eu sentia e que não achava justo deixar de seguir em frente, já que estava amparado na Lei maior, do Amor Incondicional. Dessa forma minha vida passou a ser totalmente diferente do estilo de vida formatado dentro de nossa cultura, que obedece ao amor romântico e suas exigências de ciúme e exclusividade dentro das relações familiares, na construção da família nuclear. Nesse contexto eu posso considerar a minha forma de agir como revolucionária dentro dos padrões culturais de minha comunidade e procuro agir de forma autêntica e coerente com as prioridades que reconheço como tal.

            No entanto eu sinto que, apesar de agir com coerência dentro dos meus paradigmas conscienciais, ainda não atingi um nível de publicidade em que a comunidade possa se debruçar sobre meus arrazoados e avaliar o grau de justiça e solidariedade que ele pretende desenvolver. É um passo que eu devo colocar em prática o mais breve possível, para seguir o exemplo de Jesus, de Gandhi e formar assim o meu próprio modelo e exemplo, possa me envolver socialmente e também promover a revolução conceitual.

 

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em 22/06/2013 às 23h31
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21/06/2013 04h55
FAMÍLIA ADOECIDA

            Ao ler um texto de Madre Teresa de Calcutá, escrito pelas mãos do Robson Pinheiro, em A FORÇA ETERNA DO AMOR, vi colocações muito verdadeiras a respeito da família:

            Vejo a família como a célula constituinte de um órgão maior: a comunidade. Contudo, essa célula está adoecida e precisa urgentemente novas informações em seu DNA, para que se reprograme com a máxima urgência.

            Qualquer campanha pela paz que ignore essa necessidade básica apenas dissimula a doença generalizada que grassa na humanidade. O corpo da humanidade está enfermo, e é somente através de ações diretas, enfrentando o problema e tratando o tecido malsão, que se poderá estabelecer a paz. Mas não nos iludamos. A paz que consta das pregações de Nosso Senhor não se obtém por meio de lutas armadas ou envio de tropas ao campo de batalha; não se alcança pelos decretos engendrados pelos homens que governam e são marionetes do poder e do dinheiro; tampouco se conquista pelo radicalismo ou pelo verniz dos discursos que mascaram as reais intenções dos ditadores da democracia aristocrática, que ilude as multidões. Só é possível a paz quando se inclue a família, a base, a educação. Por isso nosso Mestre foi chamado de rabi – professor, aquele que educa.

            Madre Teresa foi muito lúcida no diagnóstico da doença da comunidade, identificando na família o início e origem do processo mórbido. No segundo parágrafo ela desfila uma série de ações que estão sendo colocadas constantemente em prática, mas que não retira a humanidade do processo mórbido de miséria que se observa claramente nos dois polos, da indigência animalesca e da opulência desmedida.

            No entanto, é preciso colocar essa célula da comunidade sob as lentes de um microscópio consciencial para tentar descobrir a natureza da doença que acomete a família. Eu poderia dizer que não observo em nenhuma cultura, civilizada ou não, uma família ideal, totalmente livre de qualquer doença. Nem mesmo em forma de utopia eu tenho me deparado com tal formato de família ideal e sadia. Tenho que justificar melhor esse ponto de vista.

            A família é a célula da comunidade, tudo bem, mas nela é formada por indivíduos, no mínimo dois. A partir daí são expandidos os conceitos: família nuclear, família ampliada, família universal.

            Para a família ser sadia é necessário que seus membros sejam sadios; isso é uma consequência obvia. O que torna o indivíduo doente do ponto de vista social? O egoísmo! Caso isso não seja corrigido, o indivíduo irá formar uma família doente, uma família egoísta. Como identificar uma família doente? Observando o seu comportamento. Mas vamos comparar com o que, para firmar esse diagnóstico? Com o Evangelho de Jesus onde estão as lições do amor que se contrapõem ao egoísmo.

            Assim, vamos tentar construir na teoria essa família saudável. Claro que nesse pequeno espaço de texto e com minha limitada sabedoria, não posso colocar aqui todo o detalhamento de uma família saudável. Mas tentarei colocar pelo menos as linhas mestras pelo qual nosso raciocínio deverá fluir para entender como deveria ser uma família perfeita do ponto de vista social.

            A nossa matéria prima de análise é o comportamento. Como deve se comportar a família ideal, do ponto de vista intrínseco e extrínseco. Como os indivíduos devem se comportar entre si e com as demais pessoas que compões as outras famílias.

            Do ponto de vista intrínseco, as pessoas devem se tratar com respeito, tolerância e capacidade de ensinar aos maios novos, sempre com o diapasão do amor, a distribuir as doses de afeto embalados pelos diálogos fraternos e constantes. Não esquecer que nesse processo educativo interno deve ser colocado uma ênfase especial na ética de relacionamentos com indivíduos que pertençam a outras famílias nucleares.

            Do ponto de vista extrínseco, as lições absorvidas dentro da família deverão ser colocadas em práticas, e o Lei maior que o Evangelho aponta para os indivíduos, deve ser aplicada também aqui nas relações familiares extrínsecas: não querer para as outras famílias o que não quer para a sua. Dessa forma a família universal terá o formato do Reino de Deus, que é a principal lição do Mestre Jesus.

            Esse são os dois pilares básicos para a construção de uma família saudável e procurarei me preparar melhor cognitivamente para tentar em outro momento, em outros espaços, desenvolver com mais profundidade esses aspectos.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 21/06/2013 às 04h55
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