Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
03/01/2013 00h01
BASÍLIO MAGNO DE CESAREIA MAZACA DA CAPADÓCIA (329-379)

            Os exemplos ao nosso redor de pessoas vivas ou que já partiram, mas deixaram seus escritos, são importantes fontes de motivação e de comparação com o que já fazemos ou que desejamos fazer. Irei procurar fazer essa comparação ao longo deste ano, acredito que assim terei oportunidade de aprender mais sobre pessoas que também foram atraídas e caminharam em direção ao Pai, cada um com a sua forma individual e personalista de caminhar.

            O primeiro a ser listado é São Basílio Magno, bispo de Cesaréia da Capadócia, atual Kayseri na Turquia. Falei acima da forma individual, personalista de caminhar que identifica cada um, mas São Basílio tinha um amigo íntimo, outro santo, São Gregório Nazianzeno e estão juntos no calendário litúrgico por terem as mesmas aspirações a santidade, os mesmos níveis culturais, a mesma chama de vocação. Acontece de encontrarmos pessoas com uma forma de caminhar muito parecida com a nossa, mas até hoje eu não consegui encontrar pessoa com a minha forma de caminhar para o Pai, mas sinto que a essência que todos os caminhantes da estrada divina exalam é semelhante a minha, a do amor incondicional e todos os seus derivativos.

            São Basílio participou do Concílio de Constantinopla em 360 convocado pelo Imperador romano Constâncio II para resolver o cisma ocorrido no Concílio de Selêucia em 358 sobre a natureza da divindade de Jesus que dividia a igreja. Basílio se juntou aos homoousianos que defendiam que o filho é da mesma substância do Pai, ou seja, ambos são não-criados, o que prevaleceu sobre a tese de Ário de que se o Pai gerou o filho, ele que foi criado teve um início na sua existência. Daí é evidente que houve um tempo em que o Filho não existia. Segue necessariamente que sua substância veio do nada.  

            O que importa mais é que São Basílio tinha como tema preferido a caridade concreta: ajudar aos irmãos necessitados. Dirigia-se a um interlocutor imaginário: “A quem fiz injustiça conservando o que é meu? Diz você. Diga-me sinceramente, o que lhe pertence? De quem o recebeu? Se cada um se contentasse com o necessário e desse aos pobres o supérfluo, não haveria nem ricos nem pobres.” Ele não se contentava com palavras. Às portas da cidade de Cesaréia deu vida a um verdadeiro reino da caridade com hospícios, refúgios, hospitais, laboratórios e escolas artesanais.

            Denunciava os exploradores dos pobres e numa das suas famosas homílias disse: “Conheceis as ruínas imensas que dominam a nossa cidade. Em que época foram erguidos esses castelos que hoje estão destruídos? Não sei. Sei, entretanto, que havia muitos pobres naquele tempo. Em lugar de socorrê-los os ricos preferiram gastar seu dinheiro nessas construções malucas. Mas o tempo soprou sobre essas pedras ciclópicas, derrubando-as como brinquedos de crianças, enquanto seus donos gemem no inferno...”

            Em outra ocasião, comentando as vivendas luxuosas daquele tempo, dizia: “Que prazer tu sentes, em contemplar tuas poltronas de marfim, tuas mesas de prata e teus leitos de ouro, quando milhares de famintos pedem esmola junto à tua porta?... dirás talvez: eu não posso socorrer tanta gente. Eu te respondo: o pão que te sobra na mesa, pertence ao faminto; a roupa que não estás usando, é do pobre desnudo; o dinheiro que esbanjas, é a riqueza do pobre.”

            Interessante, eu com tanto conhecimento acadêmico e até espiritual, trabalho como médico e professor dentro de um Hospital, sou o responsável por uma disciplina chamada Medicina, Saúde e Espiritualidade, até hoje não sabia da importância de São Basílio no meu campo de trabalho, que ele foi o pioneiro dos hospitais, das vilas dos pobres, dos abrigos e dos artesanatos.

            Agora, se eu tivesse participado do Concílio de Constantinopla, eu não iria votar na opinião dele e sim na de Ário. Eu não colocaria a substância de Jesus semelhante a de Deus.

Mas a caridade concreta que ele implementou é fantástica. Sintonizo plenamente com o seu pensamento nesse aspecto, só que não consigo colocar em prática como ele fez. Trabalho num hospital que é cercado por um cinturão de pobreza que chega às raias da miséria. Tenho até planos de fazer uma associação, um projeto e criar condições de ajudar aquela comunidade, mas o tempo nunca é suficiente, sempre estou envolvido com outras atividades. Mas o seu exemplo serve como alavanca motivadora,, um dia sairei dessa inércia prática!

Publicado por Sióstio de Lapa
em 03/01/2013 às 00h01
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02/01/2013 00h44
ORAÇÃO DE JANEIRO

 

            Meu Deus, mais um ano se inicia, mais uma vez a esperança vem se aninhar no meu coração, para que eu consiga encontrar a reta vereda que segue a direção da Vossa vontade, que eu não me perca nos escaninhos da vaidade, do orgulho ou da prepotência.

            Sinto a minha pequenez frente a Vossa magnitude, mas percebo também a Vossa vontade entranhada na minha consciência, e isso eu não posso ignorar, pois já faz parte da minha essência.

            Já não vivo nesse mundo perdido nos esforços de sucesso material que nunca está a contento, de perseguir uma felicidade longe do meu coração, de buscar a verdade divorciada do relacionamento com meu próximo, de me sentir órfão de um Pai universal.

            Sei que minha compreensão da verdade total ainda é ínfima e nunca alcançarei o suficiente para reconhecer o formato e alcance completo de Vossa existência, o conjunto completo de Vossa criação.

            Mas sei que devo ser humilde, devo apenas aprender as lições básicas do Amor Incondicional que nosso irmão maior, Jesus Cristo, teve como por vossa incumbência nos ensinar com tanto sacrifício.

            Com o esforço que Ele fez para nos ensinar a forma de amar como é a essência do Pai, é que me conforto hoje quanto faço as minhas lições e sinto o sofrimento correr por dentro da minha pele, do meu coração. 

            Sofrimento quando sinto a dor de minhas companheiras envoltas em sentimentos egoístas que entram em conflito com essa forma de amar, de inclusão de todas, do perdão, da tolerância, do reconhecimento, do apoio, do acolhimento... que ameaçam a nossa estabilidade afetiva, que ameaçam o rompimento de nossos laços, que ameaçam deixar-me sozinho na estrada...

            Como é, Pai, que posso cumprir a Vossa vontade se ficar a caminhar sozinho? Como é que eu posso mostrar a todos a beleza do amor inclusivo, que considera todos os próximos como irmãos, todas as crianças como filhos, todos os velhos como pais?

            Não me incomodo, Pai, pelo sofrimento que tudo isso causar no meu coração, mas será que podemos evitar que minhas companheiras sofram tanto por esse motivo? Será que podemos deixar na consciência de cada uma delas a intuição da Vossa verdade, da Vossa vontade e que não estamos neste mundo para executar e cumprir os nossos próprios desejos e vontades, e sim os Vossos desejos e vontades?

            Apenas peço a Vós, meu Pai, forças para suportar toda carga de sofrimentos que se abater sobre mim, ter sempre um sorriso nos lábios nos momentos mais tristes, ter sempre um abraço fraterno nas crises hostis, manter sempre à disposição de tantos que colocas ao meu alcance o amor com o qual Vós me abastece com tanta generosidade.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 02/01/2013 às 00h44
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31/12/2012 13h48
SE DEUS TIVESSE FALADO

Vou terminar o ano reproduzindo as palavras de Baruch Espinoza, nascido em 1632 em Amsterdã, falecido em Haia em 21 de fevereiro de 1677, que foi um dos grandes racionalistas do século XVII dentro da chamada Filosofia Moderna, juntamente com René Descartes e Gottfried Leibniz. Era de família judaica portuguesa e é considerado o fundador do criticismo bíblico moderno. Acredite, essas palavras foram ditas em pleno Século XVII.

               Continuam atuais e dignas de reflexão até a data de hoje. 

Se Deus tivesse falado

Pára de ficar rezando e batendo o peito!

O que eu quero que faças é que saias pelo mundo e desfrutes de tua vida. Eu quero que gozes, cantes, te divirtas e que desfrutes de tudo o que Eu fiz para ti.

Pára de ir a esses templos lúgubres, obscuros e frios que tu mesmo construíste e que acreditas ser a minha casa!

Minha casa está nas montanhas, nos bosques, nos rios, nos lagos, nas praias. Aí é onde Eu vivo e aí expresso meu amor por ti.

Pára de me culpar da tua vida miserável!  Eu nunca te disse que há algo mau em ti ou que eras um pecador, ou que tua sexualidade fosse algo mau. O sexo é um presente que Eu te dei e com o qual podes expressar teu amor, teu êxtase, tua alegria. Assim, não me culpes por tudo o que te fizeram crer.

Pára de ficar lendo supostas escrituras sagradas que nada têm a ver comigo!

Se não podes me ler num amanhecer, numa paisagem, no olhar de teus amigos, nos olhos de teu filhinho... Não me encontrarás em nenhum livro! Confia em mim e deixa de me pedir. Tu vais me dizer como fazer meu trabalho?

Pára de ter tanto medo de mim!

Eu não te julgo, nem te critico, nem me irrito, nem te incomodo, nem te castigo. Eu sou puro amor.

Pára de me pedir perdão!

Não há nada a perdoar. Se Eu te fiz... Eu te enchi de paixões, de limitações, de prazeres, de sentimentos, de necessidades, de incoerências, de livre-arbítrio. Como posso te culpar se respondes a algo que eu pus em ti? Como posso te castigar por seres como és, se Eu sou quem te fez?

Crês que eu poderia criar um lugar para queimar a todos meus filhos que não se comportem bem, pelo resto da eternidade?

Que tipo de Deus pode fazer isso?

Esquece qualquer tipo de mandamento, qualquer tipo de lei; essas são artimanhas para te manipular, para te controlar, que só geram culpa em ti.

Respeita teu próximo e não faças o que não queiras para ti.

A única coisa que te peço é que prestes atenção a tua vida, que teu estado de alerta seja teu guia.

Esta vida não é uma prova, nem um degrau, nem um passo no caminho, nem um ensaio, nem um prelúdio para o paraíso.

Esta vida é o único que há aqui e agora, e o único que precisas.

Eu te fiz absolutamente livre.

Não há prêmios nem castigos.

Não há pecados nem virtudes.

Ninguém leva um placar.

Ninguém leva um registro.

Tu és absolutamente livre para fazer da tua vida um céu ou um inferno.

Não te poderia dizer se há algo depois desta vida, mas posso te dar um conselho.

Vive como se não o houvesse. Como se esta fosse tua única oportunidade de aproveitar, de amar, de existir.

Assim, se não há nada, terás aproveitado da oportunidade que te dei.

E se houver, tem certeza que Eu não vou te perguntar se foste comportado ou não.

Eu vou te perguntar se tu gostaste, se te divertiste... Do que mais gostaste? O que aprendeste?

Pára de crer em mim!

Crer é supor, adivinhar, imaginar. Eu não quero que acredites em mim. Quero que me sintas em ti. Quero que me sintas em ti quando beijas tua amada, quando agasalhas tua filhinha, quando acaricias teu cachorro, quando tomas banho no mar.

Pára de louvar-me!

Que tipo de Deus ególatra tu acreditas que Eu seja? Me aborrece que me louvem. Me cansa que agradeçam.

Tu te sentes grato?

Demonstra-o cuidando de ti, de tua saúde, de tuas relações, do mundo.

Te sentes olhado, surpreendido?... Expressa tua alegria! Esse é o jeito de me louvar.

Pára de complicar as coisas e de repetir como papagaio o que te ensinaram sobre mim!

A única certeza é que tu estás aqui, que estás vivo, e que este mundo está cheio de maravilhas.

Para que precisas de mais milagres?

Para que tantas explicações?

Não me procures fora!

Não me acharás.

Procura-me dentro...

aí é que estou, batendo em ti.

 

Baruch Espinosa (Filósofo-pensador  [1632-1677])

 

            Não deixo de ficar encantado com esse pensamento de Ensinamento de Espinoza, apesar de não concordar em muitos itens, como por exemplo:

            - Quando orienta para não rezar, pois acredito que é importante para nossa comunicação com Deus e com todos os espíritos de luz como Jesus de Nazaré, Francisco de Assis, Santo Antônio de Pádua, entre outros de tantos lugares.

            - Quando aconselha a não ir aos templos, pois acredito que seja um lugar especial para o encontro com Deus, mesmo sabendo que foi feito por mãos mundanas e muitas vezes cheias de egoísmo, e que a Natureza está repleta de Deus.

            - Também considero importante a leitura das escrituras sagradas, não só de um povo, de uma cultura, mas de qualquer civilização ou organização humana que expresse o pensamento divino, pois acredito que o Pai não irá deixar nenhum de seus filhos, por mais ignorante ou perverso que seja, sem oportunidade de saber de sua existência.

            Outros ítens me parecem muito fortes e que merecem mais reflexões e ajustes, mas no sentido geral, acredito que ele acertou o alvo quando diz que DEUS É PURO AMOR. A forma dele se relacionar com esse Deus da sua consciência é que nos dar exemplos que podemos aproveitar ou ignorar, como tudo na vida.

            QUE TODOS NÓS POSSAMOS USAR NOSSA CONSCIÊNCIA E LIVRE ARBÍTRIO PARA CONTINUAR NUM NOVO ANO CADA VEZ MAIS PRÓXIMO DE DEUS E FAZENDO SUA VONTADE, SEJA NOS TEMPLOS OU NA NATUREZA, SEJA SÓ OU ACOMPANHADO, SEJA TRISTE OU ALEGRE, EM QUALQUER TIPO DE RELACIONAMENTO... QUE SEJAMOS SEMPRE INSTRUMENTOS DA VONTADE DE DEUS!

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em 31/12/2012 às 13h48
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30/12/2012 01h01
EXEMPLOS E JULGAMENTOS

            Nós fomos criados por Deus simples e ignorantes enquanto espíritos e a partir daí compete o nosso esforço para superar a ignorância, sempre em busca da verdade. Nessa progressão de aprendizado durante a vida, teremos muitas dificuldades pela frente, de erros cometidos, de caminhos inconvenientes... O que é mais complicado é que nosso espírito passa a administrar um corpo físico e se confunde com ele, as vezes nem sabe que existe um mundo espiritual onde a realidade da vida se origina dele. A nossa ignorância na matéria fica cada vez mais severa e é preciso que alguma ajuda possa vir em nosso socorro. Foi assim com Jesus Cristo, enviado como o ser mais perfeito que em nome do Pai tinha como missão ensinar as lições básicas para sairmos do atoleiro da ignorância, das exigências do mundo material, principalmente dos instintos animais que herdamos como forma de sobrevivência da matéria. Jesus nos deu o seu exemplo que temos acesso através do Evangelho. A forma dele dar suas lições teóricas e práticas, dentro de todo seu contexto de vida, serve como exemplo a ser seguido. Mas, mesmo os seus discípulos mais próximos, não seguiram o seu exemplo ao pé da letra, sempre tinham uma maneira própria de agir, até o ponto de um deles o trair. Mesmo assim ele não julgava ninguém, entendia as dificuldades de cada um e estava disposto a compreender e tolerar, mesmo dizendo qual o caminho da verdade.

            Ao longo do tempo muitas pessoas tentaram seguir o exemplo do Cristo e usaram para isso a sua forma de entender e a disposição de agir. Foi assim com Francisco de Assis, que privilegiou a pobreza e a mortificação da carne. Não é que ele tenha visto Jesus ter feito assim, Jesus não se envolvia tanto com a pobreza, não mortificava o seu corpo. Mas por causa disso vamos julgar como errado o comportamento de São Francisco? Ou do seu pai que via o seu filho perdido como um louco? Não é nosso o papel de julgar. O nosso papel é de aprender! E o aprendizado através de exemplos é o mais eficaz. O exemplo de Jesus, de Francisco de Assis, de Gandhi, de Nelson Mandela, de Madre Tereza de Calcutá, de meus pais, de meu próximo... são tantos exemplos! Devemos ver a autoridade de quem nos dá o exemplo para focar com mais atenção e ver o que podemos aplicar no nosso comportamento, de acordo com a nossa consciência, afinal na consciência é que está escrito a Lei de Deus, que é o nosso Pai maior e autoridade determinante acima de qualquer modelo que chega até nós. Assim, agradeço a todos irmãos mais elevados espiritualmente que com seus esforços deixaram um modelo para minha orientação. Sigo a mensagem do Sermão da Montanha dita por Jesus, sigo a oração da fraternidade de São Francisco, e sigo o Amor Incondicional do Pai, onde qualquer modelo deve se enquadrar sob pena de o rejeitar.

            Também procuro evitar ao máximo que as influências do meu corpo, do meu ego, influenciem o meu pensamento e o meu comportamento, caso contrário eu passo a julgar todos que não se comportem de acordo com o que considero correto.

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em 30/12/2012 às 01h01
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29/12/2012 21h04
O TRABALHO É UMA PRECE

            Já ouvi esta assertiva e aceitei, mas sem muita convicção. Como o trabalho, algo tão material, poderia substituir uma prece que é essencialmente espiritual? Mas hoje eu posso confirmar esse paralelismo entre a prece e o trabalho.

            Sei da importância da prece e como desejo evoluir bastante no campo espiritual durante esta minha atual permanência neste mundo material, sempre fico me sentindo desconfortável por não fazer como acho que deve ser, a prece, pelo menos uma vez ao dia, na hora de dormir. Sempre fico fazendo alguma tarefa, geralmente lendo ou digitando algum texto. Esqueço-me de fazer a prece e quando acordo no outro dia vem o sentimento de frustração.

            Ontem resolvi organizar o material de trabalho e demais objetos que estavam entulhados no meu apartamento e que dificultava até encontrar alguma coisa que precisava. Iniciei logo cedo da noite disposto a fazer pelo menos a organização básica, do que estava armazenado dentro de caixas. A noite passou, a madrugada chegou até que deu lugar a entrada do sol no firmamento. O sono não teve chance, pois além de eu estar me mexendo de um lado para outro, colocando os objetos de forma organizada nos lugares convenientes, estava também chupando dindim e o gelo era mais uma forma de manter-me alerta. Quando terminei e fui para a cama o relógio marcava 06:30 horas. olhei para o horizonte, para a formação das nuvens que subiam iluminadas pelo sol e o constante movimento de vai-e-vem do mar à minha frente e pensei que tudo era obra de Deus, que Ele estava no comando de tudo. Levei para a cama uma leitura que não cheguei a completar um parágrafo. Dormi de imediato e acordei com um telefonema de um compromisso que tinha assumido para as 10:00 horas.

            Ao refletir sobre as atividades do dia anterior, percebo que mais uma vez não fiz a prece como devia, o que minha exigente consciência sempre fica a reclamar. Mas dessa vez não senti nenhuma censura da minha consciência, ficou satisfeita com o trabalho que realizei. Como na consciência está incluída a Lei de Deus, chego a conclusão que o trabalho que realizei foi realmente um substituto a altura da prece. Poderia até pensar em fazer isso mais vezes, porém o desgaste físico é muito alto para ser feito disso uma atividade regular. É muito mais conveniente fazer a prece e estabelecer a comunicação adequada e necessária com o mundo espiritual. O trabalho como o que realizei, serve como uma compensação necessária enquanto eu não atinja o nível de rotina com a prece. Devo ficar atento para isso, já sei que o trabalho compensa a prece não realizada, então, quando eu sentir que estou “endividado” com a responsabilidade da prece, devo fazer o trabalho na mesma intensidade que fiz ontem.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 29/12/2012 às 21h04
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