Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
24/11/2012 00h57
VIABILIZAR O REINO DE DEUS

            Anselm Grün defendia que: O Reino de Deus significa que: Deus governa o mundo e também a mim. Quando Deus governa, então o ser humano é verdadeiramente livre, surge então paz e harmonia na terra. O Reino de Deus deve vir através de nós. Jesus explica esse pedido do Pai-Nosso pela imagem do sal da terra e da luz do mundo. A medida que formos, por meio do nosso comportamento conciliador e reconciliado, luz neste mundo, o Reino de Deus chega ao mundo através de nós.

            Concordo com o que ele fala. O Reino de Deus deve ter na liderança o próprio Deus, é o dirigente maior, o próprio Rei, capaz de governar o mundo e aos indivíduos. Mas a exteriorização de Deus deverá ser feita por nós, somos nós que devemos viabilizar esse Reino. E Jesus dar uma orientação fundamental para isso acontecer, o primeiro passo: ter um comportamento conciliador e também ser reconciliado para assim se tornar o sal da terra e a luz do mundo. Existem muitas oportunidades de exercitarmos a reconciliação, principalmente nos relacionamentos, dentre estes o mais central, o relacionamento afetivo.

            Os afetos sofrem mudança com o passar do tempo, a vida traz novas oportunidades do amor ser expandido em todas as direções, inclusive no ato sexual com outras pessoas. Isso quebra a exclusividade que o amor romântico procura manter ao longo da vida. Esse conflito, expandir o amor ou mantê-lo exclusivo a uma só pessoa, exige uma reconciliação com todos os envolvidos e que imaginam ficar prejudicados com essa expansão do amor. O sentido de amizade e fraternidade deve constituir a base de onde surgirá essa capacidade de conciliação com justiça aos interesses de todos. Atingindo essa conciliação, entramos assim na condição de formar relacionamentos onde o amor não seja impedido de expandir e assim começaremos a construção do Reino de Deus.

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em 24/11/2012 às 00h57
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22/11/2012 22h26
APOSTOLADO MODERNO

            Ao ler sobre a vida de Jesus e dos seus apóstolos e comparo com as exigências modernas, vejo algumas dificuldades. Primeiro, a presença do Mestre. Sabemos que o ensino presencial é sempre superior ao ensino à distância. Naquela época Jesus assumiu um corpo de carne e na condição humana dava as suas aulas presenciais. Acredito ser assim mais fácil ouvir, acreditar, seguir as lições na correção dos defeitos internos e divulgar para outros o sentido e objetivo dessas lições.

            Hoje, o Mestre continua entre nós, na condição de espírito tem a preocupação da aplicação e divulgação de sua mensagem entre a massa humana para que aconteça a transformação evolutiva do homem animal em direção a condição angelical e da sociedade egoísta em direção ao Reino dos Céus. Mas para acolher sua mensagem temos que ter a fé nas suas palavras e também na sua existência, já que nossos olhos materiais não o conseguem visualizar como antes fazia. A divulgação da mensagem de nossa parte também perde força, pois as pessoas tem que acreditar na nossa fé, no conteúdo do que é ensinado, fazendo a crítica se o Mestre que referimos realmente existe ou é fruto da nossa imaginação.

            Ontem experimentei essa situação. Fiz uma reunião com o objetivo de falar da NOVA ORDEM DE JESUS na casa de um amigo/irmão, profundamente conhecedor do mundo espiritual e de uma fé especial. Reconheceu a importância do que Jesus deseja fazer com a nossa ajuda e colocou, ele e sua esposa, sua casa à nossa disposição com essa finalidade. Sentíamos, nós dois, na condição de apóstolos do Cristo procurando fazer o trabalho que o Mestre espera de nós. Mas, esse salto de discípulo para apóstolo é um tanto complicado. Temos nossas responsabilidades materiais que devem ser respeitadas, pois estão também incluídas nos princípios espirituais. O discípulo apreende as lições e procura colocar em prática para corrigir distorções na sua vida. O apóstolo já assimilou as lições básicas e estar preparado para divulgá-las, assim como o Mestre faz e corrigir as distorções coletivas.

            Na reunião me senti inspirado, coloquei as palavras que Jesus esperava que eu dissesse. Acontece que eu não me vejo, não me sinto como um apóstolo... apesar de querer! Também não sinto o impacto positivo das minhas palavras em quem me ouve, como Jesus faria em meu lugar. As pessoas parecem não dar a importância que merece ao mundo espiritual, parece que ficam mais curiosos com o meu comportamento de que com o fato de Jesus estar aqui próximo da gente e organizando diretamente este trabalho da NOVA ORDEM. Uma das pessoas saiu logo da sala explicando que tinha deixado um trabalho em outra casa. A dona da casa saiu da roda de discussão para fumar o seu cigarro longe de nós. Meus irmãos ficaram com ar surpreso e pediram tempo para avaliar essa proposta de servir a Jesus. Enfim, acredito que comecei alguma coisa em nome de Jesus, mas é algo tão frágil quanto frágil está sendo o sistema de divulgação associado ao materialismo e ignorância da grande maioria. Isso mostra a veracidade da preocupação do mestre com este esclarecimento massivo. Mesmo não me sentindo tão eficaz nessa tarefa, mas persistirei.

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em 22/11/2012 às 22h26
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21/11/2012 20h01
APRESENTAÇÃO DE NOSSA SENHORA

            Hoje é dia de Nossa Senhora da Apresentação, padroeira de Natal-RN. Sua história baseia-se na tradição oral que na manhã do dia 21 de novembro de 1753, pescadores encontraram na margem direita do Rio Potengi, na confrontação da Igreja do Rosário, um caixote que estava encalhado numa pedra. Quando o abriram encontraram uma imagem da mãe de Jesus com um menino no colo. Tinha uma mão estendida, aparentando sustentar alguma coisa que logo foi deduzido ser um rosário. Como o dia 21 de novembro, no calendário litúrgico da Igreja Católica se festeja o dia da apresentação da mãe de Jesus no Templo, foi dado à imagem o nome de Nossa Senhora da Apresentação.

            Os pais de Maria, os nazarenos Joaquim e Ana, já eram idosos quando ela nasceu. Joaquim pertencia a família real de Davi e fora censurado pelo sacerdote Rúben por não ter filhos, caso difícil de resolver, pois sua esposa já era idosa e estéril. Mas Joaquim confiava no poder divino e retirou-se para o deserto para orar e meditar. Um anjo do Senhor lhe apareceu e disse que Deus ouviu suas preces. Tempo depois Ana ficou grávida de Maria. Pensando que daria à luz um menino, fez voto de doá-lo e consagrá-lo ao Templo, porque somente os homens serviam aos santuários. O pai faleceu antes do nascimento da filha, mas cumprindo a promessa, aos três anos de idade sua mãe levou-a para os guardiões do Templo de Jerusalém, para decidirem sobre o destino da menina que, pelo voto da mãe, deveria ser Consagrada e Apresentada a Deus. os guardiões do Templo de Jerusalém aceitaram os argumentos da mãe e designaram Zacarias, esposo da sua tia, Elizabete, irmã da mãe dela, para tutelá-la.

            O sentido da apresentação no Templo é fazer desde cedo a ocupação da pessoa com as coisas do Pai. Assim foi com a apresentação de Jesus cujo ideal foi sempre o de cumprir a vontade do Pai, como João deixou registrado (4,34): “O meu alimento é fazer a vontade dAquele que me enviou e cumprir a sua obra.”

            Hoje comemoramos a apresentação de Maria no Templo, pois como mulher atropelou os preconceitos dogmáticos da religiosidade e abriu uma exceção necessária, já que sua missão era receber e abrigar em seu útero a materialização do espírito mais perfeito que já habitou na terra. A data lembra que nos dias atuais essa mesma apresentação pode ser feita por nós ao Senhor da Criação, usando o Templo de carne que ele nos proporciona na experiência material e confirmar com plena capacidade racional e fé inquebrantável  nossa vontade de cumprir a Sua vontade, seguindo as lições do Mestre Jesus, já autorizado, comprovado e sempre presente.

            Tenho uma reunião marcada logo mais às 20 horas, para junto com meus irmãos espirituais e devidamente instalados em nossos Templos corporais, apresentar nossas convicções de servir ao Pai. Sei que será um momento sublime, como tantos outros que a providência divina nos dará oportunidade de participar.

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em 21/11/2012 às 20h01
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21/11/2012 00h59
CASAMENTO E PRINCÍPIO DE VIDA

            Dentro da estrutura atual da cultura ocidental, casamento implica na exclusão de vários relacionamentos em função de um único. A pessoa escolhe outra para se relacionar afetivamente por toda a vida, com a proposta de gerar filhos, fazer uma família nuclear, com base no amor exclusivo e assim se relacionar com as demais pessoas que devem seguir os mesmos princípios. Mas tem um significado da máxima importância, que está implícito dentro do conceito – casamento, e que extrapola o mero relacionamento de uma pessoa com outras. É o significado de compromisso prioritário da pessoa com um princípio de vida. Foi isto que São Francisco de Assis queria dizer quando iria desposar a mais bela e sábia das noivas, os ensinamentos cristãos trazidos por Jesus de Nazaré. Ele extrapolou de um mero relacionamento entre pessoas para um relacionamento com um princípio de vida, onde os relacionamentos pessoais são condições figurantes, mas não protagonistas principais. Com esse casamento idealizado ele passou a praticar na sua vida, não havia espaço para relacionamentos afetivos com outras pessoas, para a geração de filhos, para formar uma família nuclear. Sua opção foi feita para os pobres, para os amparar e consolar como filhos do mesmo Pai e que estavam desamparados pela injustiça solidária das leis humanas. Foi fiel ao seu casamento até o fim da sua vida, como se deve esperar de pessoas íntegras, que procuram cumprir com honestidade os seus compromissos.

            Eu já fui casado por duas vezes. Na primeira eu pensava dentro dos padrões tradicionais, culturais. Mas com o passar do tempo percebi que existiam forças dentro e fora de mim que repudiavam esses compromissos assumidos e lentamente a minha consciência se dirigiu para outro paradigma de vida. Foi essa mudança de paradigma ocorrida em minha vida que encontro paralelo na mudança de paradigma que aconteceu na vida de São Francisco. Também como ele, a base de minha transformação estava alicerçada nos ensinamentos do Mestre Jesus. Fiquei encantado com a beleza e sabedoria da noiva que Ele apresentava, seu evangelho. Também me dispus a casar com ela e isso implicava em obedecer de forma integral e sem subterfúgios à Lei do Amor e os seus principais artigos: amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a mim mesmo. A minha fidelidade enquanto esposo honesto ficou associado a esses princípios e a todos que a ele se associem. Portanto, todos os outros compromissos gerados das mais diversas formas de relacionamentos ficam a esse subordinados. Podem até serem representados por pessoas importantes dentro de nossos afetos, como pai, mãe, filhos, irmãos e demais parentes e amigos,  mas a prioridade de minhas ações estarão sempre condicionadas aos interesses da minha esposa, os ensinamentos do Cristo e seu corpo de praticantes. É importante que todos os meus afetos significantes tenham conhecimento deste meu casamento, para que sintam a profundidade do meu comportamento e que não se sintam melindradas por minhas decisões. Fica também entendido, que o casamento tradicional para mim perdeu o sentido como também perdeu para São Francisco.

            Agora existe uma diferença marcante entre mim e São Francisco. Ele fez a opção pela pobreza e a continência sexual para obter no mundo espiritual o Reino de Deus. Eu faço a opção pela dignidade humana e pela sexualidade fraterna para construir o Reino de Deus no mundo material. Sei que todos somos seres espirituais passando por experiências materiais, que somos todos filhos do mesmo Pai e que devemos fazer a sua vontade aqui na terra como nos céus. Assim, cada um de nós tem a missão que o Pai coloca em nossa consciência, como aconteceu com São Francisco, como acontece comigo e com qualquer pessoa. As formas de executar nossas missões sempre recebe o apoio e ajuda de amigos encarnados e desencarnados, quando está na trilha do Senhor.

            Sei que recebo constante ajuda desse tipo e isso fortalece minha vontade de continuar na trilha do Senhor, mesmo que isso traga sofrimento em muitas ocasiões, pois os interesses egoístas ainda são fortes em nossos corações. Estar casado com os princípios cristãos, implica em divórcio imediato dos interesses materiais, egoístas!

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em 21/11/2012 às 00h59
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19/11/2012 15h09
CASAMENTO DE FRANCISCO

            São Francisco de Assis, antes de dar a conhecer o seu ministério, respondia as indagações dos amigos, de que casar-se-ia com a mais nobre e mais bela esposa jamais vista. Pela beleza excederá as outras, pela sabedoria superará a todas e assim encontraria um tesouro escondido. Todos pensavam ainda no aspecto material, de uma bela jovem, inteligente e rica. Ninguém imaginava ainda com essa resposta, que Francisco usava parábolas para expressar o que começava a sentir no seu íntimo. Não se tratava de uma esposa tradicional, do campo material e sim, tudo era aplicado ao campo espiritual. A esposa que Francisco começava a se apaixonar e entregar toda sua vida a ela, era a verdadeira religião que emanava dos ensinamentos do Cristo, cheios de beleza e sabedoria, que ligava a criatura ao Criador; o tesouro escondido se achava na aplicação desse casamento e na relação com o próximo, criando assim o Reino dos Céus.

            Este pensamento de Francisco pode ter uma boa utilidade para mim, posso usar como modelo para qualificar o meu próprio pensamento e talvez deixar as pessoas com mais facilidade de compreensão quanto aquilo que defendo e pratico no campo espiritual. Também flerto com essa noiva espiritual e acredito que poderei me apaixonar tanto quanto Francisco por ela. Também desejo partilhar do tesouro escondido do Reino dos Céus. Porém o meu caminho difere de forma significativa do de Francisco, com relação aos bens do mundo, ao envolvimento afetivo com as mulheres.

            Os votos de pobreza defendidos por Francisco não se aplicam a mim. Acredito que Deus tenha me deixado com a missão de cuidar dos bens materiais que eu puder adquirir com a Sua permissão e os administrar de acordo com sua vontade, uma espécie de administrador dos Seus recursos materiais.

            Quanto as mulheres, também tenho uma visão diferente. Reconheço a importância da analogia com os ensinamentos de Jesus, a formação de uma igreja ideal onde esses ensinos sejam trabalhados e divulgados. Representaria essa igreja a noiva bela e sábia. Mas enquanto em Francisco não há nenhuma possibilidade do homem aprofundar o amor com uma mulher e seguir no campo material até a relação sexual, com respeito total à noiva espiritual, meu pensamento é que esse aprofundamento afetivo pode e deve ocorrer, mas sempre com o suporte e prevalência hierárquica dos valores espirituais. O ponto comum nesse pensamento, é que as mulheres saibam que existe um compromisso prioritário com a igreja, com o pensamento de Cristo, e dessa forma elas não podem exigir em nenhum momento exclusividade desse amor que elas experimentam. O compromisso com minha noiva espiritual aceita e até orienta que eu distribua o amor que o Pai permite que eu tenha por tantos corações quantos for conveniente.

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em 19/11/2012 às 15h09
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