Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
19/11/2012 00h59
SERVIR OU LAZER?

 

            Hoje, domingo, dia que convida ao lazer com os amigos e parentes, principalmente. Como sempre é bom associar o aspecto espiritual aos comportamentos materiais, fizemos uma reunião de reflexão tendo como base um dos contos relacionados com a passagem de Jesus na terra e a evolução que Ele observou em um discípulo, até o ponto em que esse discípulo se equiparou ao Mestre. Depois da leitura e reflexão, pedi que cada um colocasse em uma palavra aquilo que mais desejava obter de Deus. foram citados a fé, união, perdão, servir, humildade, sabedoria. Eu, por caminhar por veredas tão criticadas por pessoas do meu mais íntimo círculo afetivo, pedi ao Pai a sabedoria para que eu pudesse discernir com segurança qual a vontade dEle com relação ao trabalho que devo fazer, para que eu não entre em atalhos que não tem nada a ver. Por outro lado, a pessoa que pediu o “servir” e defendeu a sua importância no cumprimento da vontade de Deus, deu demonstração de intolerância com relação a isso. Uma das nossas amigas adoeceu e foi acolhida na casa do nosso lazer. Essa pessoa logo fez críticas severas a esse comportamento, pois iria estragar o lazer de todos devido essa doença entre nós. Mas existia ainda um argumento forte que a protetora da amiga terminou usando para o convencimento do pensamento contrário. Que eu iria chegar para participar do lazer e na condição de médico eu poderia ajudar. Assim aconteceu. Ao chegar encontrei a amiga doente e vi que o remédio era insuficiente para conter sua crise. Foi necessário eu acompanhá-las até o hospital e fazer todos os procedimentos para uma conduta mais adequada e evitar o internamento, que era o desejo de todos, que o tratamento fosse realizado em sua própria residência.  

            Voltei para o lazer já na parte da tarde com tudo resolvido, mas já tínhamos perdido toda a manhã do nosso lazer, além do trabalho realizado para conter a crise de  nossa amiga. Passei a fazer uma reflexão sobre essa ocorrência no grupo de nossos amigos, todos portadores de uma boa espiritualidade. A pessoa contrária a esse acolhimento que fizemos, é um profundo conhecedor da leitura bíblica, chega a citar capítulos e versículos para ilustrar seus posicionamentos. Também é uma pessoa que não se esquiva do trabalho e enquanto íamos ao hospital ele ficou na casa do lazer e podou árvores, fez limpeza, tirou cupins... tudo isso e não demonstrou nenhuma contrariedade, mas sim alegria pelo fato de poder ter servido. Então, por que tão forte resistência em não ajudar a amiga doente, já que este também seria uma forma de servir e até mais nobre, pois iria ajudar o semelhante? Ai, só me veio uma explicação: ele deve ter se sentido ameaçado pela demanda de um serviço que ele não tinha competência, não sabia como fazer e a quem recorrer, então a saída era se esquivar. Acredito que se ele tivesse o conhecimento que tenho, não existiria nenhuma resistência nele, como não existiu em mim. Veio a minha mente então mais uma constatação: a ignorância é uma espécie de cupim na estrutura de nossas virtudes e só podemos fazer a dedetização com o uso da verdade, tanto do mundo externo quanto do mundo interno.

            E para terminar esse relato de um dia de lazer que trouxe tão forte oportunidade do servir ao próximo, transcrevo abaixo o pensamento de Thomas Merton que nos ajudará a fortalecer e preservar tão belo gesto:

            “Não existimos para nós mesmos, como se fôssemos o centro do universo, e é somente quando estamos convencidos deste fato que começamos a amar a nós mesmos adequadamente e, assim, a amar aos outros. O que quero dizer com nos amarmos adequadamente? Quero dizer, em primeiro lugar, desejar viver, aceitar a vida como uma dádiva muito importante e um grande bem, não por causa do que ela nos dá, mas por causa do que nos permite dar aos outros.”

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em 19/11/2012 às 00h59
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18/11/2012 00h59
RENASCIMENTO DESLOCADO

            Minha amiga depois de ler os textos que coloquei no blog no mês de setembro, fez as seguintes considerações: “Parece, meu amigo, que toda leitura que voce faz dos livros sagrados, procura sempre dar a interpretação que voce deseja, que atende melhor aos seus desejos. Percebi também a sinceridade de suas palavras, nas suas crenças, mas você está deslocado. Acredito com firmeza que seu espírito é originário das culturas orientais e por algum motivo seu renascimento foi deslocado para a cultura ocidental. Então você tenta aplicar com toda a naturalidade um comportamento poligâmico que está estruturado em seu coração. Agora, não percebe o mal que está causando as mulheres com as quais se envolve e por isso vai ter que pagar.”

            Ouvi tudo em silêncio. Sabia que ela estava sendo honesta naquilo que pensava, e que eu deveria refletir nas críticas que ela fazia.

            Primeiro, será verdade que uso um filtro pessoal nas leituras dos livros divinos que costumo ler e que procuro seguir? Mas procuro aplicar nas minhas ações a principal lei que nos foi ensinada por Jesus, a Lei do Amor, do amar a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a mim mesmo. Esta é a minha bússola, os meus limites. Tudo que faço de tão diferente, jamais deixo violar essa Lei maior. Então, fazendo assim, não sigo os meus desejos e sim a vontade de Deus. a não ser que me seja indicada qual ação que eu promovo e que fere a Lei do Amor.

            A segunda crítica é que faço mal às mulheres com quem me envolvo à nível sexual. Esta também é uma preocupação que eu tenho, então procuro ser muito cuidadoso nesses relacionamentos. Primeiro, jamais deixo que o sentimento de amor por mim seja aprofundado sem a pessoa saber quem sou, como penso, como sinto, como ajo. Quando essa verdade é conhecida e mesmo assim a mulher deseja o aprofundamento dos afetos, eu não a repudiarei se ela evoca também em meu coração sentimentos afetivos. Então caminhamos de mãos dadas, cada um sabendo que não existe a posse ou exclusividade de nossos afetos. Se isso causa dor quando ela sabe que também estou dando afeto a outra pessoa, isso já era previsto, essa dor já era esperada. Também não vejo nesse caso que esteja causando mal as minhas companheiras, pelo contrário, quando estamos juntos somos seres felizes que experimentamos o acelerar do relógio. E ficamos sempre vigilantes, apesar de tudo, para quando a dor e o sofrimento superar o prazer e a felicidade da relação, que sejamos fortes e coerentes para evitar o aprofundamento sexual e permanecer sempre com a amizade fraterna que teve uma base no amor profundo já experimentado.

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em 18/11/2012 às 00h59
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17/11/2012 00h42
DIA INTERNACIONAL DA TOLERÂNCIA

            A tolerância é um atributo consciencial importante no processo da evolução. Tenho consciência de que estou no mundo cercado de seres vivos e muitos deles com a capacidade cognitiva que eu possuo, alguns para mais, outros para menos. Todos estamos envolvidos no processo evolutivo onde a procura da verdade é o foco de todos. Porém o caminho que cada um escolhe em função das contingências da vida, nunca vai ser igual ao do outro. A verdade é percebida dentro de suas variadas nuances e muitas vezes fazemos interpretações equivocadas do mundo. Como dentro da ignorância eu não sei se estou caminhando num erro pensando que é o certo, da mesma forma irei encontrar outras pessoas com esse mesmo perfil. Devido a necessidade da formação de relacionamentos, essas características diversas de aprendizado logo vão entrar em conflito, principalmente quando dois que antes comungavam com as ideias, de repente encontra determinado posicionamento que não parece correto enquanto o outro pensa que sim. E isso é muito comum!

            É nesse ponto que a tolerância mostra sua importância. Aprendi que devo tolerar o comportamento do outro que pensa estar certo e fica sempre em busca de ensinar a verdade que procurou e acredita que achou. Pois também eu tenho minhas verdades e não estou disposto a trocar pelo pensamento do outro que imagina estar certo.  É assim que a tolerância previne o rompimento das relações e mantém a amizade nos diversos tipos de relacionamento.

            Também sei que sou alvo da caridade de muitos, pois exercem a tolerância comigo, pois sei que também tenho esse comportamento de considerar algum aspecto da vida como verdadeiro e lutar com todo meu potencial intelectual para confirma junto ao outro essa pretensa verdade.

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em 17/11/2012 às 00h42
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16/11/2012 00h59
RAIZ DO EGOÍSMO

            De todas as relações que praticamos, é a relação sexual a que mais tem o potencial de carrear a força do egoísmo. Posso até considerar ser a principal raiz egóica, um guarda-chuva que abriga tantos outros sentimentos: exclusivistas, individualistas, intolerantes, persecutórios...

            O sexo é a ferramenta biológica usada para a reprodução dos corpos. Sabemos, implícita ou explicitamente, que o corpo biológico terá continuidade no tempo através da geração dos filhos. Existe toda uma engenharia biológica (instintos, pulsões, racionalizações) no sentido de sexo ser realizado, e como prêmio experimentamos o prazer do orgasmo. Tudo começa quando encontramos outra pessoa e despertamos o desejo do sexo, uma simpatia que pode chegar à paixão. Essa força afetiva está dirigida em última análise à geração do filho, a continuidade da vida biológica, da permanência do ego, mesmo que associado com outro gen. É a própria sobrevivência do ego que está em jogo. Meu sucesso reprodutivo garante a sobrevivência do meu ego no jogo da vida. Dentro deste paradigma materialista qualquer outra pessoa que interfira com essa ação, que possa gerar um filho dela em lugar do meu, para mim constitui um imenso prejuízo. Daí todos os sentimentos exclusivista que surgem nas relações afetivas.

            Por outro lado, se desenvolvo o paradigma espiritual, agora o que mais importa não é a permanência do meu ego que está ligado à sobrevivência do corpo ao longo do tempo. É, sim, a evolução moral do meu espírito, com base no Amor Incondicional. Então, vou à busca de uma felicidade plena para mim e para meus semelhantes, o próximo, numa identidade com ele próxima do espelho, querer para ele o que desejo para mim. Continuo a ter os desejos sexuais, mas agora eles se adaptam ao amor inclusivo que é associado ao Amor Incondicional, e não mais ao amor exclusivo, romântico, que é associado ao egoísmo biológico.

            Essa mudança do paradigma material, família nuclear, exclusivista, para o paradigma espiritual, família universal, inclusivista, é uma condição dramática em nossa cultura de prevalência material. O reconhecimento de que isso deve ser viabilizado, pois senão o Reino de Deus como ensinado por Jesus e demais avatares não poderá ser constituído, se torna a principal motivação para quem percebe a responsabilidade e passa a desejar que aconteça essa evolução. E o ponto crucial para testar esse amadurecimento, de mudança de paradigma, é saber ou até ver seu companheiro(a) de jornada trocar afetos, inclusive sexuais com outra pessoa e não desenvolver sentimentos negativos, pelo contrário. Reconhecemos que o afeto de outra pessoa por nossa companheira é legítimo, pois também é fundamentado no Amor Incondicional, e essa pessoa passa a ter o potencial de ser incluído no núcleo de nossa família a qual pode se ampliar até o ponto desejado da família universal.

            Então, concluo o raciocínio de forma objetiva: o primeiro passo para a construção do Reino de Deus, não é fortalecer a família nuclear, exclusivista, geradora de toda forma de egoísmo; é criar e desenvolver a família ampliada, inclusivista, geradora de toda a fraternidade com o próximo, até mesmo cuidar dos gens dele em detrimento dos meus.

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em 16/11/2012 às 00h59
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15/11/2012 00h59
SOLDADO ENGAJADO

            Como soldado engajado nas hostes do Cristo, compondo as forças do bem, passo a fazer comunicação diária com meus superiores hierárquicos espirituais através da prece noturna, procurando atingir a meia hora sugerida, e também a receber os comandos através de intuições que podem surgir a qualquer momento, por qualquer estímulo interno (sentimentos) ou externos (leitura) que os facilitem. Assim, acabo de receber uma instrução da máxima importância. Contribuir na organização dos trabalhos da Nova Ordem de Jesus com a utilização dos princípios e procedimentos dos grupos de mútua ajuda, cuja base é a experiência de Alcoólicos Anônimos.

            A Nova Ordem de Jesus foi fundada em 22-02-1970, com CGC 42137331/0001-18, com Caixa Postal 6104 Ag. W3 N CEP 70749-970 – Brasília-DF. Na constituição da Nova Ordem de Jesus, na atualidade e encontrado no endereço www.novaordemdejesus.com.br, encontramos o seguinte: “Instituição Espiritualista, beneficiente e cultural, foi trazida à Terra no domingo, 22 de fevereiro de 1970, no Posto de Serviço Espiritual do Irmão Thomé, situado no 2º andar/201 da Avenida Nossa Senhora de Copacabana, 99, na Cidade do Rio de Janeiro, Brasil, por determinação do Senhor Jesus de Nazareth.

             O movimento de Alcoólicos Anônimos não possui um registro oficial com este nome, os grupos se reúnem sem registro formal, sem diretores constituídos, pois esses como devem cumprir o anonimato, não podem ser identificados como tais. Para conduzir as exigências legais existe a Junta de Serviços Gerais de AA, de pessoas que não são alcoólicos e portanto podem se apresentar em público e falar sobre a organização. Assim os grupos de AA parecem ser totalmente anárquicos, sem liderança ou hierarquia entre eles, mas funcionam a base de prestação de serviços, de solidariedade, muito bem e conseguem se difundir pelo mundo todo com essas mesmas características.

            Aplicando esse modus operandi de AA, que também é estruturado no Poder Superior, aos ensinamentos do Mestre estruturados na Nova Ordem de Jesus, acredito que se torna bem mais eficaz a sua difusão e o acompanhamento da evolução espiritual de cada pessoa. Essa era uma preocupação que eu tinha com relação a difusão da minha missão, da aplicação do Amor Incondicional nas relações afetivas, que transformam a família nuclear, exclusivista, em família ampliada, inclusivista, em direção à Família Universal, como Jesus preconiza. Imaginava que teria que ser organizado em grupos com um caráter de religião. O encontro dessa Nova Ordem de Jesus e a ideia de funcionamento com base na experiência dos grupos de mútua ajuda, veio se encaixar direitinho com essa preocupação. O caráter experitual religioso pode ser desenvolvido sem no entanto inviabilizar a preferência de qualquer pessoa por qualquer religião já constituída. Agora o passo seguinte é encontrar as pessoas que já estão organizadas na Nova Ordem de Jesus e apresentar para eles a sugestão e pedir também a avaliação do Mestre nessa ideia, mesmo porque a intuição de fazer isso deve ter saído das forças do bem com o aval de Jesus.

 

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