Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
08/11/2012 06h36
A FORÇA DA MATÉRIA

            Ao encontrarmos o mundo espiritual e o seu valor a tendência que temos é de nos afastar dos interesses materiais. Na teoria parece fácil, existem muitos livros religiosos que mostram o caminho, existem muitas pessoas que conseguiram e nos dão belos exemplos. Mas a prática se mostra diferente, o valor que reconhecemos ter no mundo espiritual, não é suficiente para realizar a mudança de paradigmas de forma pacífica. O ego, o guardião de nossos interesses materiais está sempre atento, e basta tirar um pouco os olhos dos livros, para ele surgir na consciência e faz logo esquecer todos os nossos propósitos. Fiz essa queda de braço com os interesses do ego há muito tempo e minha persistência fez com que hoje eu tenha uma boa posição no campo espiritual. No entanto, os relacionamentos que tenho, qualquer que seja o nível de intimidade, todos se mostram até agora muito influenciado pelo ego. Mesmo que a inteligência e a consciência reconheçam a prioridade do mundo espiritual sobre o material, do eterno sobre o passageiro, do real sobre o virtual, mesmo assim, na hora do enfrentamento, quando o ego sente que perdeu alguma coisa ou deixou de atingir um alvo, surgem os sentimentos negativos, de raiva, frustração, medo, desespero...

            Sei que minhas ações não contem malícia, que estão sempre no campo da solidariedade, da compreensão, da fraternidade e do amor incondicional. Mas temos que ter organização também no campo material, existem tarefas e compromissos que devem ser realizadas, que situações novas exigem um maior esforço, e assim por diante. Nesse momento, pessoas que atuam somente no campo espiritual correm sérios riscos de entrarem em conflitos e talvez de forma grave que gera incompatibilidades e rompimentos de relacionamentos. Já vi isso acontecer mais de uma vez com minhas companheiras mais íntimas, quando se viam prejudicadas porque seus interesses materiais não eram atingidos, mesmo sabendo da minha atuação no campo espiritual e no exercício do amor inclusivo, elas me expulsavam da sua presença, se afastavam de mim com forte carga de sentimentos negativos. Mesmo que eu advirta do que pode acontecer com minhas companheiras, sempre esses conflitos do material versus o espiritual está a acontecer. Até agora não encontrei ninguém ao meu nível, que não se sinta melindrada por qualquer ação onde o ego é colocado em segundo plano. Não é que isso leve a pessoa a baixa auto-estima. Não é assim, pois a pessoa entra no relacionamento avaliando a importância que ele tem para o crescimento individual e coletivo. O que acontece é que no confronto ego x espírito, sempre é o ego que prevalece e surge assim o sofrimento, desespero, medo, ressentimentos...

            Qual será minha postura mais ética e cristã? Me afastar da pessoa de forma definitiva quando isso acontecer? Evitar que chegue ao ponto crítico onde o ódio pode surgir no lugar do amor? Parece ser esse o caminho mais lógico, mas ainda tenho dúvidas... será que não estou sendo caridoso agindo assim?

            São momentos que exigem profunda reflexão e peço mais uma vez ajuda aos amigos espirituais, que me intuam o caminho correto, para que eu não saia da trilha do Reino de Deus e que eu não seja, por outro lado, perverso com ninguém.

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07/11/2012 01h40
A CADA UM SERÁ DADO...

            A cada um será dado segundo suas obras. Àquele que tem, mais ainda será dado; e àquele que não tem, ser-lhe-á tirado o pouco que tem.

            Essa lição de Jesus me deixou muito tempo embasbacado. Como isso pode ser cristão? Parece uma falta de caridade, tirar o pouco que alguém tem. Mas eu estava tentando entender com a ótica material. Nesse caso a lógica da caridade é inversa. Para quem não tem o pão, eu deverei levar o pão; para quem não tem roupa, eu deverei doar roupas, e assim por diante. Porém quando eu emprego a ótica espiritual, que é isso que Jesus quer mostrar, veremos que Ele tem razão. Entender isso é penetrar o grande segredo que levará o espírito humano à sua perfectibilidade.

            Dar-se-á tudo àquele que tem o merecimento para receber, compreender e assimilar ensinamentos de grande luminosidade para o seu desenvolvimento espiritual, ao passo que nada se dará àquele que, não possuindo as necessárias condições por falta de merecimento, inútil seria beneficiá-lo com aquilo a que o mesmo não saberia dar valor. Equivale aquela outra lição, não atireis pérolas aos porcos.

            Acredito que eu seja merecedor de receber essas lições. As considero da máxima importância, procuro compreender e assimilar nas minhas práticas. Então cada vez mais recebo mais e mais informações nesse sentido da minha evolução espiritual. Recebo lições tão bem direcionadas que imagino está recebendo lições extras e que sinalizam o caminho mais correto a seguir. No entanto, continuo a resistir no cumprimento total dessa lição. Mesmo que a pessoa seja refratária ao recebimento e assimilação dessas lições, que pareça tempo perdido com pessoas que não tem o mínimo interesse em avaliar a importância dos valores espirituais, mesmo assim, acredito que devamos sempre lhe dar a oportunidade de fazer essa reflexão. Desenvolver a melhor forma de levar essa mensagem de maneira que ela sensibilize e motive a reflexão de pessoas materialistas, pode fazer parte de um dom que o Pai espera que desenvolvamos.   

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em 07/11/2012 às 01h40
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07/11/2012 00h59
ESFEROGRÁFICA

            No Pão Diário de 2012, existe um texto interessante no dia 21 de outubro. Diz que “uma esferográfica é feita de muitas partes. Todas juntas formam um todo muito útil. Existem esferográficas caras e baratas, mas todas tem uma coisa em comum: uma esfera na ponta. É muito pequena, mas sem ela nada funciona. Encaixada no todo, no lugar certo, ela é de grande utilidade. Afinal foi criada para isso. Imaginemos, porém, que num belo dia aquela esferinha reivindique a sua liberdade. Ela não quer mais viver na pontinha da esferográfica. Fora do seu devido lugar, ela se tornaria uma esferinha qualquer. Perderia a sua utilidade e facilmente rolaria para qualquer canto.

            Então, dessa compreensão do papel da esfera no conjunto do lápis esferográfico, extrapolo para a compreensão do meu papel no conjunto da vida. Também estou colocado em determinada condição social, profissional, espiritual... aproveito a conjuntura de todos ao meu redor e exerço a minha função, que é somente minha, assim como cada um também tem sua função que é somente dele, e também usa o apoio do conjunto, conjunto ao qual eu posso me incluir. Assim, todos somos ao mesmo tempo corpo do lápis em um momento e simultaneamente, esfera que escreve uma determinada história que é somente dele e que pode também escrever estórias a partir dele.

            Sei que estou escrevendo a minha história, que é rica de elementos filosóficos e que devem ser vistos e compartilhados pelo conjunto, pois pode servir para auxiliar na história de muitos que considerem meus posicionamentos úteis e melhores até do que aqueles que eram por eles defendidos. Sei também que a mão que conduz a minha história traçando as linhas no papel da vida, é a mão de Deus. eu simplesmente me submeto a sua vontade, minha esfera não se recusa a escrever o que Deus determina, sou até mesmo quem pede que assim seja, reconhecendo que a vontade do Pai deve ser atendida para que aconteça a evolução harmônica do universo no qual estou incluído, e no meu lápis, sou uma peça importante.  

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em 07/11/2012 às 00h59
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05/11/2012 21h57
SERVIR A DEUS

            É uma escolha de um tempo já amadurecido. Quando mais jovem, essa escolha não fazia sentido para mim. Eu tinha contato com a frase, com a ideia que ela representava, mas era algo muito distante e sem impacto. Não atraia nem repudiava, era mais como uma curiosidade. Hoje quando me deparo com a frase que antes nada em mim provocava, sinto um peso enorme na decisão. Sei o que ela quer dizer agora. Ela se coloca como opção a outra dedicação, a outro serviço que eu prestava a outro senhor: a mim mesmo! Fui educado a trabalhar e desenvolver todo esforço de estudos para alcançar postos salariais melhores colocados, criar um patrimônio, uma família, tudo isso no campo material, em benefício do meu próprio Eu. Trabalho, família, patrimônio, etc. Quando encaro o Servir a Deus, vejo que a opção central é com o Criador. Deixo de servir a minha própria vontade, para servir a vontade de Deus. Isso implica em caminhos que podem ser tortuosos e dolorosos.

            Mas, decidi! Servirei a Deus. Existe uma compreensão ampla na minha consciência a esse respeito. Fazer a minha vontade, implica em fazer a vontade da carne, do corpo biológico que Deus me deu para que o meu espírito tivesse condições de aprender o máximo possível, tanto no que diz respeito a natureza externa, quanto a natureza interna. Saber que possuo instintos e motivações ligados à matéria e que me trazem prazer carnal; que posso perseguir esses prazeres, mas que tudo isso se volatiza quando chega o tempo da matéria se degradar e voltar a natureza externa.

            Fazer a vontade de Deus leva a um prazer indizível e a uma felicidade imediata. Adquiri a consciência de que a criação de Deus é composta de toda a Natureza na qual estou incluído; que a força maior que existe na evolução de todos os elementos da Natureza é o Amor, que permeia em minha mente e direciona minhas ações. Fico assim sintonizado com todos os aspectos da Natureza e que dentre eles o mais importante é o ser humano, pois é imagem e semelhança de Deus. Acredito que no aspecto do livre arbítrio, pois é o único aspecto que Deus não interfere, é onde se expressa nossa individualidade e portanto podemos ficar ao lado de Deus, mesmo sendo sua criatura.

            Então, tomando essa decisão de Servir a Deus em detrimento da minha vontade, estou trocando prazeres efêmeros associados à ilusão da matéria, por prazeres eternos associados à mecânica do Criador.

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em 05/11/2012 às 21h57
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04/11/2012 01h01
TESTEMUNHAS DO CORAÇÃO DE JESUS

            Ao ler a folhinha do Coração de Jesus, como faço de forma regular, no verso do dia 1-11-12 havia a seguinte mensagem intitulada “Testemunhas do Coração de Jesus (III)”, da qual fui intuído para fazer um check-list de minha condição espiritual, da mesma forma que fazemos a revisão nos nossos carros:

            “Testemunhar o Sagrado Coração de Jesus é acolher como Cristo acolheu a todos (Rm 15,7), buscar a paz e a edificação mútua (Rm 12,19), preocupar-se em fazer o bem a todos (Rm 12,17). Viver em harmonia (Rm 12,16), solidariedade e hospitalidade (Rm 12,13), dirigir o coração para o amor de Deus e a perseverança de Cristo (2Ts 3,5). É manter-se firme na fé e nas tribulações (2Ts 1,4), viver uma vida digna do Senhor (Cl 1,10), permanecer alicerçado e firme na fé (Cl 1,23), procurando as coisas do alto (Cl 3,1). É revestir-se de sentimentos de bondade, humildade e paciência (Cl 3,12), com o amor, que é o laço da perfeição (Cl 3,14), e em tudo ser agradecido a Deus (Cl 3,15).”

              Minha consciência diz que eu passei nesse contexto. Não verifiquei nenhum dos itens que eu não esteja cumprindo. Posso até ser falho com um ou outro, dependendo do contexto em que me encontro e das disposições internas. Foi o que aconteceu no dia 2-11-12 quando esqueci uma importante tarefa espiritual e devo falhado naquele momento com item de “edificação mútua” e de “procurar as coisas do alto”.  Mas foi uma falha, reconheço agora, sem características de catástrofe. O que mais importa é ter verificado que estou com as vestes próprias do soldado de Cristo, sou testemunha do seu coração, para usar a linguagem da folhinha.

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em 04/11/2012 às 01h01
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