Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
24/10/2012 18h49
A FESTA (4)

            Finalmente estava chegando ao final da leitura. O próximo passo foi:

            9 – Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem, perseguirem e mentirem, dizendo todo mal contra vós por minha causa.

            Pode parecer estranho que no Evangelho haja ainda a nona bem-aventurança, que corresponderia a um novo passo iniciático. Aqui não é exatamente um novo passo, a afirmativa é diferente: “Bem-aventurado sois vós”. Isso mostra que não se trata de um novo passo. É uma bênção dirigida àqueles que, entendendo a mensagem de Jesus, compreenderam que o Cristo está dentro deles, e por este Cristo são perseguidos, injuriados e caluniados. Este é o caminho iniciático escolhido por aqueles que, pela dor e pelo sofrimento, optam por manifestar o Cristo interno no mundo. É este o caminho que estou disposto a trilhar, desenvolver na prática a principal lição do Mestre, o Amor incondicional. Mesmo que por causa dele eu venha a ser caluniado, expulso de casa, odiado, repudiado... sei que isso acontece porque os interesses materiais são muito fortes dentro dos corações, que se tornam endurecidos no sentido de se apossar daquilo que consideram importante e que não querem dividir com mais ninguém.

            Depois do jantar voltamos para o salão de danças e na hora de cortar o bolo pedi para que a banda cantasse a oração de São Francisco que foi seguido por todos os presentes:

            Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz

            Onde houver ódio, que eu leve o amor

            Onde houver ofensa, que eu leve o perdão

            Onde houver discórdia que eu leve a união

            Onde houver dúvida, que eu leve a fé

            Onde houver erro, que eu leve a verdade

            Onde houver desespero, que eu leve a esperança

            Onde houver tristeza, que eu leve a alegria

            Onde houver trevas, que eu leve a luz.

Ó Mestre, fazei que eu procure mais

Consolar que ser consolado

Compreender que ser compreendido

Amar, que ser amado

Pois é dando que se recebe

É perdoando que se é perdoado

E é morrendo que se vive

Para a vida eterna.

 

            Depois desta bela canção, onde senti as vibrações do sentido de sua letra em meu coração, cantamos os parabéns, aliás, cantaram os parabéns. Foi o momento que recebi o eflúvios carinhosos de todos os presentes, senti o jorro de amor que partia do coração de cada um e que se refletia de volta no meu. Foi um  momento mágico, como se aquelas vozes fossem um coro de anjos, como se o coração de cada um, por permissão expressa do Pai ficasse limpo de qualquer vestígio de sentimentos negativos. O amor fluía em sua pureza, o ar ficava perfurmado e até o calor que os ventiladores e aparelhos de ar condicionado não davam conta, naquele momento não incomodava. Agradeci com uma referência, primeiro ao Pai por tudo que Ele proporcionou e a todos os anjos que na forma de meus amigos batiam suas asas na forma de aplauso.

            Foi o meu primeiro aniversário que tive com essa dimensão tão divina e fraterna. Sinto que jamais terei outro igual. Sinto que foi a permissão do Pai para que eu entrasse na senda dos passos iniciáticos das bem-aventuranças, para que eu me fortaleça no enfrentamento das dificuldades que irão surgir, mas que terei sempre ao meu lado, nos dois campos da vida, material e espiritual, um batalhão de amigos e de anjos que enxugarão minhas lágrimas e tratarão minhas feridas.

            Assim terminou minha festa de 60 anos de vida, e a todos agradeço o comparecimento, foi o meu grande presente!  

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em 24/10/2012 às 18h49
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23/10/2012 05h48
A FESTA (3)

            Continuei fazendo a leitura das boas aventuranças e a devida interpretação.

            7 – Bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus.  poderíamos supor que o Homem que está diante da face de Deus, que é uno com Ele, tivesse terminado sua peregrinação evolutiva. O Evangelho lhe reserva mais um passo. Este Homem que verdadeiramente amou o mundo, não poderia simplesmente partir liberto sozinho. Tem que levar consigo os seus amados. Não pode terminar sua peregrinação sem que todos seus amados sejam também libertos. Tem que trazer a Paz aos que ficaram para trás. “Bem-aventurados os pacificadores”. Este é o sétimo passo iniciático que é representado pela “Paixão de Cristo”. O Homem veio trazer a Paz a todos nós que ficamos: “Eu vos dou a minha Paz”, “Eu vos deixo a minha Paz”. Não é possível deixar de voltar para trazer a Paz àquele que verdadeiramente amou. A consequência deste passo é aqui expressa de uma maneira clara e cristalina. Eis o verdadeiro pacificador, que será chamado “Filho de Deus”! O filho de Deus está um passo adiante daquele que vê a face de Deus. além de ser uno em vontade é uno em essência: é filho!

            8 – Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porue deles é o Reino dos Céus. Este é o passo de Jesus na cruz. Ali estava o filho de Deus perseguido por causa da justiça, sendo crucificado. É necessário que seja crucificado por causa deste justiça e que nesta crucificação o iniciado seja capaz de perdoar: “Pai perdoai-os porque não sabem o que fazem”. Para ser filho de Deus é necessário ser pacificador, mas para entrar no Reino é necessário este oitavo passo que decorre naturalmente de ser pacificador. O pacificador é perseguido por causa da justiça, e é crucificado porque não é mais deste reino terreno. É do Reino dos Céus! É bem-aventurado o que sofre esta perseguição. Esta perseguição ocorre exatamente do atraso evolutivo dos amados que ficaram. A grandeza do ato do iniciado fica expressa nesta perseguição, tanto maior quanto maior for o desnível evolutivo entre este Homem e seus amados. Esta oitava bem aventurança vem a ser também a afirmação de que todos nós que habitamos neste mundo seremos libertos e atingiremos o Reino dos Céus. Por bem ou por dor, cada um de nós será um dia Filho de Deus.  Esta é uma consolação que o Evangelho nos traz, para que tenhamos ânimo na peregrinação terrena. Mesmo os que não mendigaram pelas coisas do espírito e dessa forma puseram o pé na Seara, mesmo estes terão o Reino, porque a justiça os persegue. Habita em cada um de nós o Deus vivo e, mesmo que não tenhamos qualquer consciência disso, far-se-á a justiça. É justo que todos sejamos libertos! Pela dor ou pelo amor trilharemos cada um de nós esses passos iniciáticos até que o Cristo se manifeste em nós.

            Assim me preparava para concluir a leitura das boas aventuranças que deixarei para o próximo dia.

 

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em 23/10/2012 às 05h48
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23/10/2012 00h59
A FESTA (2)

            Continuando o relato da festa, vamos para a quarta bem-aventurança.

            4 – Bem aventurados os que tem fome e sede de justiça, porque encontrarão a justiça. O homem que herdou a terra, que vive em paz com as coisas materiais, passa a ter uma aspiração ética mais ampla. Já entendeu a justiça do mundo. Procura encontrar no mundo a presença de Deus. Busca encontrar justiça em todo o que vê. Tem fome de justiça. Este já é um homem superior a média, é o homem que do fundo de seu coração procura ser justo.

            5 – Bem-aventurados os misericordiosos, porque encontrarão misericórdia. O homem inicia-se no espírito de Deus. Passa a ter a compreensão de que existe algo além da justiça. Que há uma força maior que a lei. Que há alguma coisa que o une aos outros homens. Este algo mais além da justiça é a misericórdia. A semente dessa misericórdia existia em seu coração desde o início, mas o homem só tem condições de perceber a misericórdia depois de conhecer a justiça. A misericórdia antes da justiça gera a desarmonia e o caos. O sentimento de misericórdia que estava escondido dentro de seu coração, manifesta-se nesse momento e o homem se torna misericordioso.

            6 – Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a face de Deus. Neste passo o homem se identifica com Deus. Já se encontra caminhando em terrenos do coração onde a lógica e o raciocínio humano não alcançam. Aqui o homem saiu de si, já não é mais sozinho, encontrou misericórdia por tudo e por todos. Este tudo e estes todos fazem parte dele neste momento evolutivo. Todo egoísmo saiu do seu coração, e o homem torna-se um puro de coração. Este é o momento evolutivo em que o peregrino pode dizer “Eu e o Pai somos um”! Neste momento a vontade do homem é a vontade de Deus! Homem com H maiúsculo, porque neste estágio se encontra o verdadeiro Homem, o unigênito, o primeiro nascido. O Mestre Jesus, saindo de sua iniciação no deserto para ser batizado e iniciar sua vida pública. Este passo iniciático corresponde ao Amor! Só existe o verdadeiro amor depois que se vence o mundo, que se conhece a justiça e que se teve a misericórdia. Antes disto o amor é egoísmo!

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em 23/10/2012 às 00h59
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22/10/2012 00h59
A FESTA (1)

            Comecei bem minha programação de seguir com mais eficácia nestes seis anos vindouros, as lições de Jesus. Da mesma forma que Ele iniciou sua programação missionária a partir de uma festa onde transformou a água em vinho, assim eu fiz. Não tinha nada planeja de antecedência, mas de repente veio essa compreensão à minha mente e acredito que nossos mentores espirituais assim fizeram, para que assim eu ficasse mais comprometido, publicamente, com as lições do mestre.

            Depois de uma hora de iniciada a festa, tomei a palavra e revelei da minha grande ligação espiritual com Jesus o qual reconheço como meu principal mestre e procuro seguir suas lições. Falei que a principal lição que Ele nos deixou foi o Sermão da Montanha onde falou das bem-aventuranças que serve como um roteiro seguro do aluno aplicado seguir para a sua graduação espiritual. Falei no momento uma por uma e procurei dar o significado que minha consciência aceita.

            1 – Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o Reino dos céus. É o primeiro passo, quando a pessoa reconhece a importância do mundo espiritual e começa a se desapegar do mundo material. Reconhece que existe nele mais que a matéria, que existe um espírito, que é algo que não conhece. Passa a buscar as coisas espirituais. Torna-se um mendigo do espírito. Como não conhece nada deste mundo novo ou do seu espírito, percebe nesse momento que é um pobre de espírito. Quando o homem se inicia no caminho de mendigo do espírito, fatalmente chegará ao Reino.

            2 – Bem-aventurados os que choram e sofrem, porque serão consolados. Tendo colocado o pé no caminho, o homem inicia sua espiritualização. Passa a sentir-se como um estranho no mundo material. As coisas do mundo não lhe dão mais a mesma satisfação e, não tendo ainda a consolação das coisas do espírito, chora e sofre. Neste momento o ser se encontra em total desespero. Sente-se abandonado, saiu de um mundo mas não encontrou ainda outro.

            3 – Bem-aventurados os mansos, porque herdarão a terra. Não se luta mais com as coisas do mundo. Adquiriu a compreensão de que o mundo material nada mais é que a manifestação do mundo astral. Que não adianta bater de frente com as coisas do mundo, elas tem uma lei. Que a Natureza tem um ritmo, contra o qual não se pode lutar. Com esse entendimento torna-se manso. A Natureza passa a trabalhar  para esse homem manso. A consequência de ser manso assim é herdar a terra, os bens materiais são dados como acréscimo.

Continuarei no próximo dia devido a extensão do texto.

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em 22/10/2012 às 00h59
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20/10/2012 23h34
HOJE É O DIA!

            Hoje é o dia que completo 60 anos.  começarei a contar seis anos de trabalho mais objetivo dentro da proposta espiritual. Considero que estou assumindo a gerência de um cargo que Deus colocou em minhas mãos: difundir e praticar o amor incondicional em todos os momentos, em todos os relacionamentos.

            Jesus iniciou sua missão a partir de uma festa, das bodas de Canaã. Então seguindo os passos do mestre, organizei uma festa simples de aniversário com convites a pessoas significativas. Mas as minhas amigas e parentes que me ajudavam nessa organização, acharam por bem transferir para outro local e outra data.

            Pela manhã fui correr na praia. Parei no Forte dos Reis Magos e da ponta da sua calçada que fica frente ao mar e ao sol, fiz uma prece:

            “Senhor, obrigado por teres me concedido a existência e tanto tempo de vida. Hoje estou amadurecido e pronto para servir a Vossa vontade.” Olho para a imensidão dos mar, com suas constantes ondas, com sua força se arremetendo contra as pedras, e vejo em tudo isso a expressão da vontade de Deus. Uma nuvem cobre momentaneamente o sol e permite que eu lance o olhar para cima e perceba a dimensão do céu azul que cobre minha cabeça. As ondas explodem abaixo de meus pés e seus respingos atingem minha perna, enquanto lágrimas de agradecimento descem pelo meu rosto. O vento frio sacode meus cabelos e esfria o suor que o sol me cobre com seu calor. Ao longe vejo o farol de Mãe Luiza, uma luz que orienta os navegantes durante a noite e que agora está neutralizado pela luz do sol, que serve não só aos navegantes, mas a todas suas criaturas, quer sejam boas ou más, que sejam santos ou assaltantes...

            Volto para  o apartamento satisfeito com tudo que Deus me deu. Agora estou a terminar este texto, conclui rezando por todos meus amigos, minhas companheiras que na distância e no silêncio também são cobertos todos pelo amor de Deus. Que amanhã teremos um novo dia, uma nova proposta, uma experiência a ser feita com o sentido de estar servindo a Deus, que estamos tentando construir aquilo que Ele sempre disse ser importante através dos seus profetas: a construção de relacionamentos harmônicos orientados integralmente pelo amor incondicional.   

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em 20/10/2012 às 23h34
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