Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
04/10/2012 19h29
AGIR E ENSINAR

            Hoje é o dia dedicado a São Francisco de Assis que pensava da seguinte forma: “É necessário agir primeiro e depois ensinar, ou melhor, agir e ensinar ao mesmo tempo.” Este pensamento combina com o de Gandhi, que dizia: “Seja a mudança que você quer ver no mundo.”

            Concordo com ambos, não adianta pensarmos coisas bonitas e de alto senso de justiça e amor para os outros praticarem, enquanto ficamos no mesmo lugar, sem realizar nenhuma transformação. Por mais que nossas palavras saiam inteligentes e coerentes, é o exemplo o maior recurso didático. Então se eu reconheço as lições dadas por Jesus e outros avatares da humanidade, de que a maior força existente no universo é o amor incondicional e que devemos aprender a aplicá-lo em nossas vidas e nos nossos relacionamentos, devo procurar como fazer isso. Seguindo a bússola que Jesus nos ensinou, de amar à Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a si mesmo, avançar no sentido de aplicar o Amor Incondicional em todos meus relacionamentos. O primeiro conflito que encontrei foi com o amor exclusivo que é defendido em todos os relacionamentos e que estrutura a família tradicional no mundo ocidental. Vi logo que era uma inconsistência, eu defender o amor incondicional que deve penetrar em todos os níveis de relacionamento e ao mesmo tempo evitar amar outras pessoas por regras pré-determinadas. Impedia assim o livre fluxo do amor, a interação afetiva com outra pessoa não era permitida, perdia todo o potencial de crescimento que existia entre nós. Com muito esforço quebrei os meus preconceitos de amar exclusivamente a uma só pessoa, e, principalmente, permitir que minha companheira amasse e se envolvesse até a intimidade sexual, como eu poderia também assim fazer. Com essa quebra de exclusividade senti o amor incondicional fluir com mais volume dentro de mim. Restava ter o cuidado de não machucar ninguém que se aproximasse de mim com ideias exclusivista. Eu já me considero totalmente convicto de que o amor incondicional só pode fluir num ambiente de amor inclusivo, sempre agindo com honestidade e total transparência, e principalmente, usando em todas as ocasiões a bússola que o Mestre ensinou para que não me perdesse nos labirintos dos relacionamentos humanos.

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em 04/10/2012 às 19h29
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03/10/2012 08h41
DOIS OU TRES REUNIDOS

            De todos os grandes avatares da humanidade o que chegou mais perto de nós para passar os seus ensinamentos foi Jesus Cristo. No estudo dessas personalidades tão importantes para a evolução moral eu percebo que é Jesus o espírito mais avançado, o exemplo a ser seguido, como diz os orientadores da doutrina espírita. Na época que Jesus esteve conosco o mundo espiritual mostrou toda sua importância, fenômenos que pareciam ferir as leis da Natureza eram realizados por Jesus. Quando ele partiu, ensinou que não seria mais visto na forma material como antes, mas que estava à nossa disposição a qualquer momento, bastaria dois ou três se reunirem em seu nome para isso acontecer. Seus ensinamentos consistiriam em caminho, verdade e vida, e ainda por cima a sua própria presença estaria conosco quando necessário.

            Fico numa posição muito confortável ao obter essa compreensão. Tenho comigo um conjunto de ensinos e normas de conduta (o Evangelho) que me orientam a seguir a vontade de Deus colocada em minha consciência. Durante o desenvolver dos relacionamentos eu posso a qualquer momento contar com sua presença (Jesus) nas reuniões que pode contar com um quorum mínimo de duas pessoas para a viabilizar. Não importa o lugar, não importa o drama que estejamos vivendo; o que importa é um coração puro, uma fé raciocinada e inabalável, e intenções  coerentes com a vontade de Deus. Na minha evolução pessoal, individual, o melhor recurso que tenho é a prece, com a qual falo diretamente com Deus e escuto os Seus conselhos; na evolução coletiva o melhor recurso continua ainda sendo a prece que pode ser feita por cada um e acompanhada pelos demais, mas a reunião de até dois ou três onde seja invocada o nome de Jesus como o nosso grande mestre para participar conosco e sensibilizar nossos corações e intuir nossas mentes, é um recurso por demais poderoso!

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02/10/2012 08h00
ANJO DA GUARDA

            Hoje é o dia do Anjo da Guarda. Uma entidade espiritual designada por uma instância superior para a minha proteção. Como um tutor que fica acompanhando um professor universitário recém contratado durante a fase probatória. Ele terá os seus méritos no trabalho que realizará, e quanto mais mérito tiver mais cuidados e estratégias de ação preventiva ou corretiva ele estará implementando em minha vida. Em meu caso, essa fase probatória corresponde todo o tempo da minha atual reencarnação. Como a vida se estende na linha do infinito, as diversas encarnações que assumimos equivalem a estágios de aprendizado prático e testes necessários pra a aferição do conhecimento adquirido. Temos uma imensa gama de cenários de aprendizado aqui no campo material, principalmente no que diz respeito aos relacionamentos que visam a manter e reproduzir a própria vida. Também existem outras tarefas no campo espiritual e uma delas é ser o anjo da guarda de alguém.

            Até hoje não vi nem ouvi essa tal figura do anjo da guarda, mas como tem uma coerência lógica muito grande, uma ligação efetiva e solidária do mundo material com o mundo espiritual, a minha consciência reconhece como verdadeira e passo a considerá-lo como real com a força da fé, a fé raciocinada. Mesmo porque, não vendo ou ouvindo, já posso justificar algumas ações que aconteceram comigo pela atuação dessa entidade sempre presente ao meu lado.

            A primeira delas, eu ainda era criança, por volta dos oito anos. Corria com desatenção pelas ruas quando ao atravessar a pista na carreira, senti braços poderosos me elevar do chão no momento que passava à minha frente um carro em alta velocidade. Sei que aquela pessoa musculosa que aguardava com cuidado a passagem dos carros, não era o meu Anjo da Guarda, mas quem chegou perto da sua mente e colocou a informação de que estava passando por perto dele um menino na carreira e que iria ser atropelado se ele não fizesse nada, a hipótese mais forte é a do anjo da guarda.

            Na outra vez eu estava em São Paulo fazendo minha pós-graduação e alojado na casa de um amigo. Vinha do curso tarde da noite em um coletivo, cochilei e passei da minha parada. Quando acordei estava no terminal, todos os passageiros desceram e o ônibus foi para a garagem. Os passageiros foram para seus destinos e de repente me vi num ambiente estranho, que eu não conhecia, sem nenhum recurso de comunicação. Nessa época ainda não existia a facilidade do celular ou da informação pela informática. O único orelhão que avistei estava danificado. Como ir para casa? Como chamar um táxi que seria a saída mais lógica? Estava nessa situação crítica quando vejo passar um táxi. De imediato dei sinal e o motorista se aproximou. Perguntou para onde eu queria ir e depois de ver a discrepância do meu endereço com o local que eu estava indagou o que eu estava fazendo ali em lugar tão perigoso. Disse o que tinha acontecido comigo e ele confessou que a sua área de trabalho era naquela região, mas evitava passar por esse local devido o grau de violência que ocorria praticamente todo o dia. Mas nessa noite ao retornar para casa sentiu um desejo irresistível em passar por aqui, foi a minha sorte, concluiu ele. Na época concordei com ele que tudo não passara de uma coincidência afortunada para mim. Mas depois, com a aquisição de mais conhecimentos do mundo espiritual vim fazer este diagnóstico hoje que considero o mais correto: foi mais uma ação do meu Anjo da Guarda!

            Por isso, hoje, em seu dia, quero agradecer por tudo que tem feito por mim, por essas e outras ações que reconheço e por tantas outras que sei que aconteceram mas que não vieram à  minha consciência. Sei hoje com uma grau de certeza muito grande, alicerçado em minha fé raciocinada, que a hierarquia espiritual superior confiou minha pessoa a você que passou a ser meu protetor e amigo. E por tudo isso, e por expressar minha gratidão, faço com subserviência a prece tradicional rogando que a considere em cada dia da minha vida que por tantos afazeres eu não me lembrar te ti:

            Santo anjo do Senhor

            Meu zeloso guardador

            Já que a ti me confiou

            A piedade divina.

            Sempre me rege,

            Me guarda,

            Me governa e

            Ilumina.

            Amém.

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em 02/10/2012 às 08h00
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01/10/2012 03h35
NOVA PREMISSA

            Considero agora neste início de mês, com base em todo o esforço que tenho feito até o momento da construção de relacionamentos na base do amor inclusivo, que a melhor fórmula de colocá-los em prática é ficar o menor tempo possível com cada uma de minhas companheiras. Não sei ainda se essa premissa de ficar mais tempo sozinho se adequará melhor a uma proposta de amor inclusivo do que viver com companhias mais constantes. Tudo ainda está muito confuso, a única orientação forte que possuo é a bússola comportamental que Jesus nos deixou: amar a próximo como a si mesmo, fazendo sempre ao outro o que desejaríamos fosse feito conosco. Então, se percebo sofrimento intenso nas pessoas que se aproximam mais de mim, e por esse motivo, devo afastar essas pessoas do contato constante e talvez seja conveniente que elas procurem o relacionamento tradicional ao qual estão mais fortemente condicionadas. Digo ainda que elas não permaneçam comigo preocupadas com o meu bem estar. Já estou devidamente fortalecido intelectual e espiritualmente para colocar em prática a vontade do Pai que Ele colocou em minha consciência, e que se a premissa de viver sozinho é necessária, estou disposto a assumir com todos os riscos de solidão que dela advir.

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em 01/10/2012 às 03h35
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30/09/2012 23h59
SOZINHO...

            Meu comportamento por ter se tornado tão diferente dos comportamentos das pessoas da minha comunidade, mesmo não querendo e não agindo para fazer mal a ninguém, se tornou um estranho no ninho do status quo. Por não querer nem fazer o mal a ninguém pode ser tolerado e até contemplado como “interessante”. Mas quando se volta para estruturar um relacionamento, percebo o sofrimento que passa a existir nas pessoas que assim decidem, por incapacidade de colocarem em prática as ações que justificam o amor inclusivo, que é a base desse relacionamento tão diferente. O que justifica que eu, mesmo percebendo esse sofrimento ainda permaneça o mantendo, é porque eu também percebo que o bem que eu trago a essas pessoas é bem maior do que o mal que é causado. Mas não deixa de existir sofrimento e isso me incomoda. Quanto mais perto de mim, por mais prazer e bem que isso cause, mais forte é o sofrimento que se instala. A percepção desse sofrimento no outro, também causa sofrimento em mim. Então, estou sendo obrigado a chegar a uma conclusão: viver sozinho!

            Percebo agora que esse comportamento de viver sozinho sem uma companhia afetiva do sexo feminino, que é observado nos grandes Avatares da humanidade, como Jesus Cristo, pode ter essa razão. A proximidade afetiva, a intimidade sexual, desperta com muita força todos os instintos animais que dormem em nós e exigem a exclusividade afetiva que é próprio de sua natureza. Quando se bloqueia esses instintos com base na razão intelectual e espiritual, o sofrimento é grande para aqueles que não se prepararam para isso ao longo do tempo, como eu. Então os Avatares, percebendo esse núcleo de conflito tão doloroso nesse tipo de relacionamento com base no amor inclusivo, o evitaram em todas suas experiências. Sempre fiquei curioso com esse comportamento, era como de dissessem, “faça o que digo, mas não façam o que eu faço.” E diziam suas fórmulas de Amor Incondicional para que formássemos os relacionamentos, e nós, com nossa “sapiência” e “sintonia com a vontade de Deus” criamos a estrutura do casamento tradicional baseado no amor exclusivo para fazer a sua prática. Verifico essa incoerência e tento estruturar os relacionamentos na sintonia com o amor incondicional e me vejo agora dentro de outra incoerência: as pessoas que decidem participar dessa construção não deixam de sentir os condicionamentos culturais de séculos e sofrem tanto quanto mais perto ficam de mim. Então chego a conclusão que devo assumir a postura dos Avatares e também viver sozinho, sem nenhum tipo de ligação afetiva que tenha nas suas origens instintivas o exclusivismo afetivo. Continuarei sim, a tentar colocar na prática o relacionamento inclusivo com quantas queiram dele participar, mas sem caracterizar um companheirismo constante e sim ocasional de acordo com as circunstâncias. Esse será um novo padrão que tentarei implementar a partir do próximo mês, padrão comportamental que está mais próximo do comportamento dos Avatares. Peço a Deus que continue a iluminar sempre a minha consciência e de todas minhas companheiras, que nos dê a sabedoria de construir a Sua vontade sem trazer tanto sofrimento ao nosso redor.

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em 30/09/2012 às 23h59
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