Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
14/09/2012 23h24
A VOZ DE DEUS

            Nós que acreditamos em Deus e que procuramos viver sintonizados com Sua Vontade, temos a capacidade de ouvir a sua voz por diversos meios ao nosso redor, pode ser os livros, rádios, panfletos, alguma expressão da natureza, até mesmo dentro da nossa consciência. Este meio, o da voz de Deus na Consciência, eu acredito ser o mais forte. Mesmo que todos ao redor tentem desacreditar nisso, é a nossa consciência que tem que dar o veredicto final.

            Eu penso assim, pois desde que interpretei a voz de Deus na minha consciência, sinalizando o caminho que eu teria que percorrer, com apoio em todas as formas de comunicação que Ele tem comigo, nunca mais fiquei confuso com a minha destinação, qual o caminho a seguir. Sei hoje que Ele espera de mim o esclarecimento da prática do verdadeiro amor dentro das relações humanas, principalmente as relações de gênero que formam a base da convivência e da reprodução. Toda dificuldade que surge no meu caminho não vou interpretar como a mudança de Deus para os planos iniciais que Ele tinha para mim, e sim que os obstáculos fazem parte de qualquer caminho e que cabe a mim desobstruí-los e seguir avante. Claro que estou sempre com a bússola que Jesus nos ensinou, de “amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a mim mesmo”. Se eu deixo de amar qualquer expressão da Natureza que representa o próprio Deus, entro no caminho errado; se deixo de amar, de respeitar, de proteger ao meu próximo como si a mim eu fizesse isso, também estarei indo no caminho errado.

            Todos nós, filhos do mesmo Pai, temos condições de fazer isso. Procurar um lugar sem ninguém por perto, no silêncio do quarto de dormir, de uma igreja, na beira do mar, no meio do campo; sob as estrelas ou sob a lua, sob o sol do amanhecer ou no lusco-fusco do crepúsculo, procurar saber o que o Pai deseja de nossa vida. No momento que isso ficar esclarecido em nossa mente, não podemos deixar que a opinião de ninguém possa colocar em dúvida aquilo que Deus já disse para nós. Se tal acontece, não temos moral para encontrar novamente com Deus e com Ele fazer algum acordo, se a primeira pessoa que der a sua opinião colocar em dúvida o acordo divino.

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em 14/09/2012 às 23h24
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13/09/2012 02h16
INTERPRETAÇÕES

            Geralmente um mesmo fato pode gerar interpretações diferentes. A Bíblia dá um bom exemplo. Calebe e Josué fizeram parte dos doze espiões que Moisés mandara à terra de Canaã depois da travessia do Mar Vermelho para verificar as condições de entrar nessa terra. Dez espiões deram um relatório pessimista sobre a conquista de Canaã, dizendo que havia cidades fortificadas, que os habitantes eram muito poderosos e que existiam gigantes ali. Calebe e Josué viram as mesmas coisas, mas deram um relatório animador. O problema é que o povo ouviu os dez espiões desanimados e por seguir uma interpretação desanimadora tiveram que peregrinar pelo deserto por quarenta anos até que a geração adulta morresse no deserto, com exceção de Calebe e Josué.

            Tenho um problema parecido com esse relacionado à leitura da Bíblia e aos seus ensinamentos. Faço uma interpretação otimista dos ensinamentos de Jesus, aceito que o Amor é a maior força do Universo, que se confunde com o próprio Deus e que a sua correta aplicação é o desenvolvimento do Amor Incondicional, à Deus em primeiro lugar e ao próximo como a mim mesmo. Fazendo assim dentro dos diversos relacionamentos que faço na comunidade, desenvolvo uma forma de amar inclusiva que viabiliza a ampliação da família em direção à Família Universal preconizada pelo Mestre e dessa forma estabeleceremos o Reino de Deus.

            Acontece que, diferente de Josué que tinha um companheiro que interpretava como ele a situação que viam, eu não encontro ninguém que interprete como eu a situação que aprendo nos livros sagrados. Por isso sou criticado por todos, que me acusam de herege, tarado, demoníaco. Quando o perfume do amor que exalo atinge a quem se aproxima de mim, pode ser gerada uma boa empatia, amor, ou mesmo paixão e a pessoa mesmo não aceitando completamente a minha interpretação, a respeita e procura até conviver intimamente comigo. Porém o mundo não as perdoa também. Elas recebem críticas de todos os lados, inclusive das pessoas que deviam por natureza as amar em profundidade e incondicionalidade, os parentes, principalmente pai e mãe. Essas pessoas sofrem, talvez, muito mais do que eu. Elas não têm a completa interpretação e convicção que tenho das lições e a força de aplicá-las no entorno. Elas que poderiam e deveriam ser parceiras, solidárias, fraternas, para enfrentar a força da interpretação exclusivista e egoísta que prevalece na comunidade, deixam que se desenvolvam nelas o mesmo sentimento de egoísmo, de isolacionismo, que prevalece ao lado do amor condicional dos que interpretam a Bíblia como uma perene forma de manter os relacionamentos estanques, exclusivistas.

            Espero ter a mesma fé e perseverança de Josué, não importando os obstáculos ou dificuldades por querer realizar na prática a interpretação que Deus colocou na minha consciência de sua Lei: amar de forma incondicional!

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12/09/2012 04h42
ESPERANÇA NO MUNDO

            Parece que a história sempre está a se repetir com relação aos valores egoístas se sobrepondo aos valores altruístas. Escândalos de todo o tipo enchem os jornais de notícias em todo o mundo. Pessoas que antes defendiam em praça pública a justiça social, a solidariedade, a honestidade de princípios, quando assumem o poder passam a assumir atos ilícitos, desonestos... mesmo sabendo que existem muitas pessoas que mantém um comportamento relo do começo ao fim da vida, parece que são a exceção no quadro geral dos relacionamentos. A Bíblia também já disse que “nos últimos dias o amor de muitos esfriaria”. (Mt 24,12).

            Prefiro acreditar que o próprio Deus nos enviou uma esperança no mundo, mandou o seu filho mais adiantado até nós para que fosse ensinado a Lei do Amor e assim eu possa sair desse estágio animalesco. Reconheço nos ensinos de Jesus todo esse potencial de libertação, só devo me esforçar para adquirir a transformação. Sei que não é fácil isso, mas já tenho um caminho, reconhecer como a verdade para assumir a vida que Deus deseja para mim. É preciso firmeza para trilhar esse caminho da verdade. A tendência é que eu me una à turba e logo seja esquecido que o amor inclusivo, o amor incondicional, é o que de mais importante eu tenho para construir a minha vida. A turma ligada ao materialismo, ao amor exclusivo pode até ousar ironizar a minha decisão, mas estarei sempre firme com minha postura de amante do amor incondicional e peço a Deus que me dê forças para que eu me livre da fácil hipocrisia e junto da turba renegar o que defendo, agir espalhando o ódio e a maledicência, enquanto minha língua defende os interesses do Pai!  

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11/09/2012 10h03
O MESTRE E O DISCÍPULO

            É comum nas escolas regulares o mestre dar suas lições e os alunos interpretarem à sua maneira, de acordo com os valores já estabelecidos na consciência de cada um. Por isso é importante as perguntas para melhorar a compreensão, tirar dúvidas, até que toda a classe tenha uma compreensão próxima do homogêneo aquela situação em destaque. O mesmo acontece com as lições que o Divino Mestre deixou para toda a humanidade na forma dos Evangelhos. Eu, que me considero um aluno regularmente matriculado nas suas aulas, que procuro aprender e aplicar com seriedade e profundidade as lições recebidas, me deparei com essa questão de dúbia interpretação por parte de outros alunos também da mesma forma que eu, envolvido nas lições do Mestre. A questão dizia respeito ao casamento tradicional que forma a família nuclear. Alguns entendem que Jesus defende de forma clara e definitiva esse aspecto do relacionamento humano, e eu tenho interpretação oposta. Pedi para eles darem os argumentos que justificam a posição e aqui, antecipadamente, vou colocar os meus.

            Jesus disse que a Lei Maior pela qual temos que orientar nosso comportamento é a Lei do Amor e que se expressa em AMAR A DEUS SOBRE TODAS AS COISAS E AO PRÓXIMO COMO A SI MESMO. Então, guardei essa informação como central para a minha compreensão do que eu deveria fazer para seguir suas lições. Mais adiante entrei numa situação paradoxal. Também havia guardado as lições do valor do casamento, da fidelidade, da sua indissolubilidade e no começo de meus relacionamentos afetivos, isso não trazia nenhuma dificuldade para mim. Sonhava encontrar a mulher amada, com ela casar, ter filhos e viver a amando exclusivamente, com fidelidade para todo o sempre. Encontrei essa mulher, casamos, tivemos filhos e eu a amava como sempre sonhei. Mas não imaginava que o amor, da mesma forma que nascera por essa mulher, pudesse surgir por outras mulheres. Isso foi um impacto nas minhas convicções, paradigmas, cosmovisão... meus “óculos” começaram a ficar embaçados. Procurava ler a principal Lei e não via impedimento para esse amor que surgia; lia os mandamentos e via a proibição vigorosa de manter a exclusividade do amor, da proibição clara da realização do sexo fora do casamento. A quem eu deveria obedecer? A Lei Maior ou a lei menor? Racionalmente a conclusão é fácil: a Lei Maior! Mas culturalmente os obstáculos eram enormes, principalmente dentro dos próprios livros sagrados. Então conclui que eu não deveria manter ou construir novos relacionamentos na base do casamento tradicional, ele entrava em desacordo com a Lei Maior e isso eu não poderia aceitar. Então, hoje não sou casado, não tenho compromisso com a família nuclear e procuro nortear meu comportamento pela Lei Maior. Com essa perspectiva, os comportamentos que tenho tendem a construir uma “família ampliada” onde não existe exclusividade para nenhuma forma de amor, inclusive a sexual. É aqui que surge a dúvida de meus colegas que estudam na mesma classe de Jesus. Espero os argumentos deles. Espero do Pai a serenidade, humildade, sabedoria e coragem para receber informações e conclusões que antes eu não percebia, de reconhecer meus prováveis erros de leitura e de interpretação, corrigir o meu paradigma, a cosmovisão, mudar as lentes dos “óculos” e implementar o comportamento que a Verdade apontar como o mais correto.

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em 11/09/2012 às 10h03
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10/09/2012 09h42
A IMAGEM DE DEUS

            O clímax da atividade criativa de Deus foi a criação dos seres humanos que chega ao ponto de ser considerado como a imagem do próprio Deus. Isso diz respeito não à perfeição de Deus, mas aos atributos ou capacidades humanas que nos diferenciam dos animais e nos aproximam dEle. Esses atributos são identificados como a racionalidade, a qualidade que proporciona a consciência de nós mesmos, da existência no mundo, da individualidade, do livre arbítrio; a segunda é que somos seres morais, temos uma consciência que nos conclama a fazer o que percebemos como certo; a terceira é que somos criativos, tal como nosso Criador, capazes de apreciar aquilo que é belo aos órgãos dos sentidos e de criar derivativos com a beleza aproximada da arte divina; a quarta é que somos sociáveis, capazes de estabelecer relacionamentos de amor com outras pessoas, pois Deus é Amor e, ao nos fazer sua imagem e semelhança Ele nos deu a capacidade de amá-Lo e de amar aos outros; e por último, temos a capacidade espiritual que nos faz sentir a necessidade de Deus e a intuição da existência do mundo original das forças espirituais que moldam os aspectos fugazes da matéria. Assim somos os único seres capazes de pensar, escolher, criar, amar e adorar, tudo na dimensão mais próxima de Deus.

            Quando percebo essas características da minha individualidade enquanto criatura privilegiada do Pai de toda a criação, sinto uma onda de orgulho invadir minha consciência, mas logo em seguida, em seu rastro, vem uma onda de responsabilidade. Responsabilidade de que estou agora mergulhado no mundo material sofrendo todas as pressões que este faz, a partir do próprio corpo, para agir no sentido de obter os seus desejos e prazeres sem consideração para os compromissos espirituais. Vergonha por saber de tudo isso e ainda ser subjugado por prazeres tão menores como os prazeres da gula que me faz exagerar na quantidade e qualidade da alimentação atingindo um sobrepeso, prova da minha incompetência espiritual. O que traz alívio à minha consciência, é saber que o Pai é bondoso e misericordioso, que tudo sabe inclusive o que vai dentro do meu coração, que sabe das minhas intenções e da vontade sincera de vencer esses obstáculos. É tão misericordioso e magnânimo que coloca em minha consciência uma tarefa de Seu máximo interesse, de colaborar para a construção do seu Reino no mundo material, e faz chegar ao meu lado as pessoas importantes para a implementação dessas ações.

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em 10/09/2012 às 09h42
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