Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
25/08/2012 01h04
TERRA PROMETIDA

            Moisés recebeu do Senhor a missão de levar o seu povo à Terra Prometida. Toda a ajuda o Senhor lhe deu para sair das garras do faraó e perambular pelo deserto durante 40 anos em busca dessa Terra. Que sentimentos poderia haver no coração de Moisés durante essa empreitada? Arrependimento por ter tido um momento de falta de fé quando duvidou que Deus forneceria água se ele falasse com uma rocha? Alívio por ter cumprido sua missão? Alegria por saber que se encontraria com Deus? Tristeza por ter de deixar outra pessoa liderar o povo para a entrada na Terra Prometida?

            Posso imaginar o tumulto que passava na cabeça de Moisés depois de tantas experiências com Deus, cada vez mais saindo do mundo material e consolidando sua fé com base no mundo espiritual de onde provem toda a influencia de Deus para tudo e para todos. Também sinto que isso acontece comigo. Não na dimensão e responsabilidade que tinha Moisés, longe estou do nível dessa responsabilidade e sintonia com Deus. Mas procuro fazer dessa história um modelo para o meu comportamento e paradigmas. Assim como Moisés reconheço a existência do Pai e tenho consciência da missão que ele colocou em minha consciência, de levar o seu povo, dessa vez toda a humanidade, para a Terra Prometida por Jesus: o Reino de Deus. Sei da dimensão que tudo isso tem e que sozinho jamais conseguirei atingir o objetivo final. Sei que Deus providenciará o concurso de outras pessoas para concretizar a missão num projeto divino de continuidade. Sei que apesar de me esforçar bastante para ser eficaz e procurar ser uma bênção por onde passo, não sou a única pessoa que Deus pode usar para cumprir seus propósitos, inclusive minhas companheiras que comigo caminham nesse projeto, são pessoas tocadas por Deus para cumprir o projeto que é dEle. Assim, devo ter humildade suficiente para reconhecer que Deus sabe muito mais do que eu sobre minha vida, que devo fazer de tudo para trabalhar agradando a Deus e já preparar outras pessoas para assumir o meu humilde lugar, para dar prosseguimento ao que foi começado e está andando. Não posso ser orgulhoso e achar que sou a única pessoa que pode fazer o que Deus quer, colocar seus filhos na Terra Prometida em definitivo, o seu Reino de Amor.

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em 25/08/2012 às 01h04
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24/08/2012 00h33
FONTE DE FORÇA

            Dom Duarte Leopoldo e Silva dizia que “ler o evangelho com espírito de fé e humildade é beber em sua fonte a força onipotente de Deus”. O evangelho de Jesus conforme está na Bíblia, é composto por 4 livros escritos por pessoas que conviveram com Ele ou que escreveram depoimentos de quem testemunhou suas ações. São as lições e ações de Jesus, culminando com o seu sacrifício na crucificação, que desperta minha consciência para a existência do Deus onipotente, onisciente e onipresente; que posso ter uma relação direta com Ele através da prece e da meditação; que como filho dEle e seguindo Sua vontade, posso adquirir sua força para realizar aquilo que Ele deseja que eu realize. Mas, como foi dito acima, é necessário que seja lido com fé e humildade. Caso não seja assim, a leitura é apenas um exercício de curiosidade. A fé determina a realidade de tudo que foi escrito e que o Criador fonte de todas as coisas pode ser acionado conforme a justiça de meus atos e pensamentos. A humildade é o reconhecimento de ser uma criatura, de ter limitações tão grandes que não posso compreender de forma completa quem me criou; que nem sempre aquilo que desejo ou peço é o melhor para mim e que posso receber justamente aquilo que preciso e contra minha vontade. Também percebo que os ensinamentos do Cristo são motivos para diversos escritores serem sensibilizados e produzirem obras com base nelas. Então vou encontrar hoje, essas fontes evangélicas distribuídos por diversas obras literárias e que posso receber uma mensagem do Pai a partir de uma leitura qualquer. Isso me oferece a força e motivação para prosseguir em direção à meta que o Pai colocou em minha consciência desde o nascimento. Também serve como bússola moral para corrigir a meta quando essa tende a desviar do objetivo.

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23/08/2012 23h21
LIBERTAÇÃO DO CORAÇÃO

            O templo do coração humano é construído na origem pelos imperativos do materialismo, da biologia, da fisiologia que o coloca como órgão central distribuidor da vida através dos elementos da nutrição. Como nossa sobrevivência depende disso, existe toda uma instintividade para garantir, através de atitudes egoístas, a aquisição, manutenção e armazenamento desses preciosos elementos nutritivos que associados aos impulsos sexuais formam a cadeia de forças que determina o mundo material, a biologia e a nossa sobrevivência enquanto ser animal. O coração, naquilo que possui de mais nobre, a capacidade de amar, permanece preso nessas engrenagens. Foi Jesus, o divino mestre, que veio nos ensinar a existência de outro mundo localizado na dimensão espiritual, hierarquicamente superior ao mundo material e que devemos aprender suas leis, tendo como base a Lei do Amor. Com isso podemos libertar o coração para a sublimidade do amor e da luz, através da fraternidade, da justiça e do conhecimento. O Mestre não exigia que fôssemos santos ou heróis de uma hora para outra. Não exigia que os seguidores praticassem milagres, nem lhes exigiam o impossível.

            Com a aquisição desse conhecimento passei a me esforçar para libertar meu coração dessa tremenda força materialista, instintiva, e ir à procura do Amor Incondicional. O caminho não é fácil, a luta é árdua. Os instintos que residem no meu corpo faz uma série de apelos para o conforto e o prazer das próprias células organizadas e capitaneadas pelos gens, sistema nervoso e sistema endócrino. Resolver tudo isso de uma só vez e uma missão na prática impossível. Mas sigo as lições do mestre que não exigia o impossível. Pego cada lição dele e vou tentando colocar em prática de forma integral, mas respeitando os meus limites, tanto de compreensão da lição que foi dada, como a energia e coragem de colocar na prática os ensinamentos. A começar pela aula de amar a Deus sobre todas as coisas, procurando entender o conceito de Deus, a quem me dirigir, até o outro conceito complementar e abrangente, de amar o próximo com a mim mesmo. Agindo assim com todas as coisas, pequenas e rotineiras, sinto que estou paulatinamente libertando meu coração dessas amarras egoístas, apesar de também respeitar suas leis materialistas e considerar o corpo como um templo de fé e ciência.

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em 23/08/2012 às 23h21
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22/08/2012 00h15
RENÚNCIA

            Sei que no meu processo evolutivo tive que renunciar a muitas coisas, algumas de enorme significado para mim. Por exemplo, a mulher pela qual desenvolvi uma forte paixão, que casei com ela, que convivi durante 18 anos, tive que renunciar. Mesmo que eu tenha sido expulso de sua casa por ela, num momento de extrema frustração, eu considero que foi por causa do meu comportamento, do meu paradigma do amor inclusivo que ela não aceitava, e dessa forma a conclusão teria que ser essa, e assim eu renunciava a essa mulher, a essa paixão, a esse amor tão intenso em função dos meus paradigmas de vida, de meus objetivos. Assim aconteceu com diversos outras pessoas que exigiam um amor exclusivo e em função do meu paradigma eu renunciava a elas. Hoje tenho uma firmeza cada vez mais profunda de que estou no caminho correto e qualquer pessoa ou situação que destoe desse objetivo, estarei pronto para a renúncia, tenha o peso emocional que tiver para mim. Hoje tenho uma sintonia com o Pai e sinto que ele deseja que eu faça justamente o que estou fazendo. Os livros sagrados de todas as correntes no que têm de mais essencial, sempre estão de acordo com o meu pensamento e o aperfeiçoando cada vez mais.

Jesus dizia que devemos tomar a sua cruz e segui-lo para sermos dignos dEle. Isso implica em renunciar aos meus maus hábitos e à minha vontade egoísta para desenvolver os valores do Reino de Deus em minha vida. Como cristão devo demonstrar amor e respeito a todas as pessoas e não usá-las como meios de obter o que desejo. Devo ter a coragem de enfrentar as críticas, os diversos perigos em reconhecer essa verdade e a praticar. Assim, quando eu reconheci a importância do amor inclusivo, passeia a pratica-lo, com todo o carinho e respeito pela pessoa que comigo trocou amor e fluidos. Percebi que o amor exclusivo próprio do romantismo era um mau hábito, principalmente quando dissociado do amor incondicional.

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em 22/08/2012 às 00h15
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21/08/2012 23h28
OUTROS EUS

            Quando amadurecemos nossa forma de pensar, concluímos que o nosso Eu sofre transformações físicas e psicológicas ao longo do tempo: recém-nascido, criança, adolescente, jovem, adulto, idoso, ancião... cada uma dessas fases apresenta características distintas e o físico é o que mais visível se torna. Muitos ficam preocupados com essa evolução biológica e procuram retardar por vários mecanismo a chegada na fase de idoso, de ancião. Não percebem que cada uma fase tem suas características e sua beleza própria, mesmo que a face seja sulcada pelas rugas, que a musculatura não responda a vontade, que os diversos órgãos comecem a falhar. Mas o que quero destacar com esse titulo de OUTROS EUS são os paradigmas psicológicos que vamos estruturando ao longo do tempo e que direciona o comportamento, qualquer que seja a fase biológica do desenvolvimento. Eu posso citar três fases bem distintas no meu desenvolvimento e que divido em 30 anos cada uma delas.

            Os primeiros 30 anos da minha vida foram caracterizados por um extremo romantismo que foi construído pelo universo de minhas leituras, principalmente de gibis onde os mocinhos vitoriosos sempre defendiam a ordem e a justiça com pitadas de amor romântico como o tempero emocional das aventuras. Incorporei ao meu primeiro paradigma de vida essa promessa de amor romântico, exclusivo, para todo o sempre, “até que a morte nos separe”.

            Na fase dos 30 aos 60 anos comecei a verificar que o amor inclusivo, aquele que não exclui ninguém, que pode aprofundar até mesmo na esfera sexual com essa proposta de inclusão. Claro que isso entra em confronto direto com a cultura instalada. Apesar de todo o meu esforço de tentar mostrar a beleza desse tipo de relacionamento, não consegui êxito com minha primeira esposa que me expulsou de casa por esse motivo. Casei a segunda vez e mostrei desde o início a minha forma de pensar do meu paradigma de amor inclusivo. Também não tive êxito e para tentar segurar o relacionamento até me propus a morar como amigo com minha segunda esposa. Mesmo assim ela não consegui acompanhar a minha forma de pensar e também me expulsou da sua casa.

            Agora que entro na terceira e última fase da vida, 60 anos em diante, tenho cada vez mais consolidada a importância do amor inclusivo e que está atrelada ao Amor Incondicional, ao amor divino, com muito mais coerência. Em função disso desenvolvi o senso de responsabilidade comigo, com o próximo (principalmente minhas parceiras e companheiras) e com a comunidade. Compreendo que essa forma de agir vai de encontro a cultura egoísta em que vivemos, mas que tem o potencial de se aproximar do Reino de Deus que o Cristo nos ensinou a construir dentro da gente e em seguida na comunidade. Assim hoje é o meu último Eu, sabedor que não tenho perfil para conviver com ninguém em regime de casamento onde o amor exclusivo é a tônica; que todos que se aproximam de mim e que mostram sintonia suficiente para um aprofundamento sexual, fazem parte de minha família com o potencial de se ampliar diretamente proporcional a capacidade de amar; e que fazendo assim estou fazendo a vontade do Pai que deseja uma sociedade fraterna, justa e solidária, com o amor fluindo entre todos e sem encontrar nenhum tipo de barreira para sua expressão.

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em 21/08/2012 às 23h28
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