Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
20/08/2012 11h40
PELO AMOR DE DEUS

            É uma frase muito usada pelos mendigos na tentativa de despertar a caridade a quem se dirige. De tão usada termina por perder o seu sentido, é apenas um refrão para quem fala e para quem ouve. Também poucos sabem qual a dimensão desse amor de Deus, inclusive nós, acadêmicos, conhecedores dos livros sagrados, das tecnologias modernas, dos avanços das ciências. Eu, particularmente, tenho a ideia de que esse amor de Deus é o Amor Incondicional, é o que minha consciência aceita como mais próxima da verdade, mas não tenho absoluta certeza. Sei que ainda sou muito ignorante e uma conceituação mais apropriada pode existir. Mas, para orientar a minha conduta frente aos diversos relacionamentos que a vida me oferece, sinto que essa conceituação, no atual contexto dos meus conhecimentos, é a mais apropriada.

            Na tentativa de me comportar pelo amor de Deus, procuro aplicar o amor inclusivo (não-exclusivo) em todos meus relacionamentos como a forma mais coerente de me relacionar também com Deus. Dessa forma os interesses materiais, quaisquer que sejam eles, ficam em segundo plano. Acredito que eu esteja com um bom desempenho nesse caminho, mas as parceiras que decidem caminhar ao meu lado com esse mesmo objetivo, sempre estão a fraquejar quando percebem que não tem a exclusividade que desejam, que outra pessoa ocupa o meu tempo, interesse e amor. Quando percebo essa situação de sofrimento do outro por meu comportamento, por um mecanismo de empatia, tendo a sofrer também. Avalio que não tenho culpa nesse sofrimento, pois todo o meu comportamento foi previamente esclarecido. Cada uma que decide caminhar comigo não deveria se preparar para suportar toda a pressão que um relacionamento de amor inclusivo exerce sobre o tradicional amor exclusivo? Por que não evitar a sensação de coitadinha ou de raiva por um comportamento que já é previsto e esperado? Tenho ímpetos de pedir aos meus relacionamentos como fazem os mendigos: PELO AMOR DE DEUS! Nos momentos difíceis tenham bom ânimo e vençam a tendência natural de autopiedade, raiva ou esmorecimento.

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em 20/08/2012 às 11h40
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19/08/2012 00h47
FOME DE AMOR

            Madre Tereza de Calcutá dizia que a doença mais terrível do Ocidente não é a tuberculose, nem a lepra, é a sensação de ser indesejado, de não ser amado, de ser abandonado. Dizia que tratamos as doenças do corpo por meio da medicina, mas que o único remédio para a solidão, para a confusão e para o desespero é o amor. Dizia ainda que são muitas as pessoas que morrem neste mundo por falta de um pedaço de pão, mas são muito mais as que morrem por falta de um pouco de amor.

            Sou testemunha da verdade de suas palavras. Vi pessoas do meu relacionamento próximo morrerem por falta desse amor, sufocadas pela sensação da solidão, do abandono, acicatada pelo monstro do ciúme. Vi tudo isso acontecer e não pude evitar o seu desespero e a busca do alivio na morte. Até hoje tenho culpa em minha consciência, se eu não poderia oferecer mais amor do que o pouco que ofereci, se não poderia ter sido mais ousado nessa oferta de amor...

            Hoje me sinto bem alimentado de amor, dos meus semelhantes e principalmente do amor de Deus. Tenho também a consciência de que devo transmitir esse amor que recebo, devo alimentar a tantos irmãos que padecem dessa inanição. Mas existe uma barreira que atrapalha essa doação de amor, é a forma distorcida de amar como romantismo, como posse de um ser pelo outro. Quando o nível do amor atinge a intimidade do ato sexual, desperta de forma vigorosa essa forma de amar, romântica, possessiva. O monstro do ciúme é despertado e com ele todo um séquito dos seus comparsas: a raiva, o desprezo, o isolamento, a mágoa, o ressentimento, etc.

            Estou aprendendo mais um detalhe importante nessa doação de amor incondicional. Deve ser advertido ao ser que fica em condições de aprofundamento do amor para uma intimidade sexual, que o despertar do romantismo não pode contaminar a natureza do amor incondicional, que é livre, fraterna, solidária com um e com todos! Que se isso não for possível, que o aprofundamento sexual do amor seja contido, contanto que a capacidade de ofertar o amor que recebemos do Pai não seja bloqueado por nenhum argumento, por mais prazer que esses argumentos possam nos trazer.

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em 19/08/2012 às 00h47
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18/08/2012 00h18
SOZINHO COM DEUS

 

            Quem acredita ter um Pai acima e além, muito além do biológico, que apesar de estar nos confins do Universo está sempre presente em nossa consciência e na imanência de cada criação da Natureza, JAMAIS ESTARÁ SOZINHO!

            Posso estar constantemente ocupado com minhas tarefas materiais, posso até esquecer nesse momento da existência do meu Pai, mas logo que algo quer me atingir, quer me fazer sofrer, vem logo a consciência que tenho um Pai e que Ele está ao meu lado. Isso pode ser em qualquer local ou condição, no meu apartamento, no cinema, na caminhada, no banho de mar... e até num restaurante cheio de gente, mas sem ninguém ao meu lado. Caso queira me atingir a sensação melancólica de solidão, chega logo na minha compreensão que estou na companhia de Deus. Posso até entrar no clima da melancolia, mesmo porque eu tenho uma essência melancólica, mas entro nesse clima acompanhado por Deus. Existem técnicas de concentração em Deus, manter a mente focalizada de preferência em local isolado sem a perturbação de objetos externos. É uma forma! Mas eu tenho uma outra maneira de fazer essa sintonia com Deus. Vejo em cada aspecto da Natureza uma obra da Sua criação, desde um por de sol até a exuberância de uma flor e seu perfume, mas o mais importante é a interação com outro ser humano. Vejo em cada um a presença de um irmão, pois é filho do mesmo Pai. Compreendo as suas virtudes e limitações como alunos em gradações diferentes na escola da vida, cada um em busca de aperfeiçoamento. Procuro me aproximar de quem sabe mais amar e assim aprender um pouco mais; também me aproximo de quem não sabe amar, quando isso é permitido e conveniente, para ensinar o que sei da arte de amar. Fazendo isso, mesmo em pensamento, sinto que estou totalmente sintonizado com o Pai, pois é isso mesmo que Ele desejo, que toda sua criação evolua, principalmente os humanos, Sua imagem e semelhança, como nos foi ensinado. Fazendo assim, também não me apego a nada, tudo pertence a Deus e o que tenho comigo é permissão dEle para que eu administra com a maior parcimônia, justiça e equidade. Antes quando eu não tinha essa compreensão o sofrimento me atingia duramente a alma. Hoje, com esta compreensão, a solidão nunca me pega sozinho, pois ao meu lado sempre está o Pai!

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em 18/08/2012 às 00h18
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17/08/2012 22h18
ÂNCORA DA ALMA

            Sei que a âncora é um dispositivo fundamental para barcos de qualquer calibre. Serve para os manter estabilizado em algum lugar sem o risco de sair à deriva e se perder pelo mar adentro. Assim também precisa nossa alma de algum elemento que a estabilize no mar da vida e não a deixe vagar ao sabor dos ventos e correntezas. Desde o início de minha educação, venho tentando encontrar essa âncora que me deixe estabilizado e pronto para seguir meus paradigmas quando isso for conveniente. Encontrei os valores da comunidade, da cultura, a ética, a moral, todos são elementos importantes, mas correm o risco de serem violados na sua integridade pelos interesses mesquinhos do homem. Assim a âncora perde o seu valor, o barco corre o risco de entrar na deriva. Encontrei uma âncora mais confiável, mais segura e coerente com os princípios morais universais. Essa âncora foi disponibilizada por um homem há mais de dois mil anos, chamado Jesus o Nazareno e que se dizia ser filho de Deus. Nasceu com humildade entre os animais, mas se mostrou capacitado em discutir com os doutores da Lei em seus templos. Nunca escreveu nada, mas seus discípulos escreveram o que Ele  ensinava e testemunharam o que viram dos seus exemplos. Até o fim da sua vida manteve a coerência com o que pregava e numa extrema prova de fidelidade aos desígnios do Pai em sua vida, deixou que o levassem ao sacrifico máximo da crucificação. Dessa forma Ele formatou uma âncora poderosíssima com a qual posso atracar a minha alma frente a qualquer tempestade em minha vida. Agora sei que tenho um Pai amantíssimo que me criou do seio da ignorância, me dotou do livre arbítrio para que eu possa evoluir com o meu próprio esforço e que está sempre disposto a me ajudar nas minhas dificuldades. Tenho o exemplo de Jesus, meu irmão maior, como o representante dessa âncora espiritual a qual posso lançar mão com a fé raciocinada e assim me sinto seguro em qualquer nível de tempestade que me atinja.

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em 17/08/2012 às 22h18
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16/08/2012 01h04
A VIRTUDE DA TEMPERANÇA

            A temperança é a virtude que modera a atração pelos prazeres e equilibra o uso dos bens. Procuro exercer a temperança, dar direção aos instintos e manter os desejos dentro daquilo que é honesto. Busco o justo equilíbrio evitando os excessos. Tenho relativo sucesso nesse campo, mas tem um setor sempre me provoca o desequilíbrio e perco a temperança. É na alimentação. Sofro o pecado da gula e tenho que fazer frente a esse adversário com bastante energia, com o jejum. Os cidadãos do Reino do Deus devem ser virtuosos e exercer a temperança em todos os setores. A temperança traz o gosto pela vida, a alegria de viver, pois estarei equilibrado com a natureza. Equilibra as energias que possuo. A temperança exercida com naturalidade irá superar os desequilíbrios que funcionam como destemperos. Sou como o cavaleiro que montado nos desejos e impulsos uso o cabresto, o freio e as rédeas. Sei que ao mantê-lo sob domínio posso viajar sem tropeço ou quedas. Procuro atingir esse nível, de exercer a temperança com naturalidade, pois no momento que a exerço, no caso da alimentação, é sob um regime de força, de não me alimentar com nada, porque ao ingerir a primeira colher perco o controle. É ainda um primarismo selvagem esse tipo de correção e mesmo assim o tempo passa e continua a falta de controle. O ideal seria esse controle ser mantido sem a restrição alimentar, o jejum. Enquanto não atinjo esse nível, ofereço todo esse esforço do jejum ao Pai e peço a Ele a força para que eu possa superar o adversário interno e assim limpar o meu perispírito dessa mancha e ficar dessa forma capacitado para exercer a cidadania no Reino de Deus. Também não deixarei que essa fragilidade no campo da gula, interfira com minha capacidade já reconhecida de temperança em diversas outras áreas, principalmente no uso de drogas, seja lícita ou ilícita, medicamentosa ou recreativa.

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em 16/08/2012 às 01h04
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