Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
10/08/2012 23h10
INVEJA

            Fiz uma leitura das Fontes Franciscanas e lá encontrei o seguinte texto no item VIII – Evitar o pecado da inveja. “Todo aquele que inveja seu irmão, por causa do bem que o Senhor diz e faz nele, pertence ao pecado da blasfêmia, porque inveja o próprio altíssimo que diz e faz todo o bem.”

            No momento que estava fazendo essa leitura, o lápis que costumo fazer anotações e destacar trechos da leitura, caiu dentro de uma cadeira articulada e a minha mão não podia o alcançar. Fiz o maior empenho em o resgatar mexendo com a cadeira de todas as formas, apesar do peso dela. Queria escrever com ele, apesar de ter outros lápis à minha disposição.

            Fiz então uma reflexão sobre isso. Será que não é uma lição para que eu também tente resgatar as pessoas que caem no abismo das emoções e que convivem comigo, que correm o perigo de se perderem por outros caminhos como já aconteceu. Se Deus quer que elas façam um papel ao meu lado, então eu devo ir em busca dos seus resgates e assim Deus pode escrever com nossas vidas, como se fôssemos lápis humanos em Suas mãos.

            Voltei a atenção para o texto que estava lendo. Falava da inveja que junto com o ciúme são fortes adversários de nossa alma. As pessoas queridas que convivem comigo são muito frágeis nesse aspecto. Vejo com clareza a queda de cada uma quando enfrentam esses adversários. Como podemos ser vitoriosos na construção do Reino de Deus se esses adversários continuam a ter tanta força sobre nós? Falo assim de forma genérica e sem nenhuma modéstia digo que esses adversários já foram combatidos e vencidos por mim. A inveja e o ciúme não provocam os seus efeitos maléficos na minha alma. Como ajudar as pessoas que ainda não atingiram esse estágio e continuam a sofrer tanto quando estão em seus domínios, da inveja e do ciúme? Nada posso fazer. Apenas sentir com o coração compassivo. Nada que eu falar irá ajudar, pelo contrário, pode até exacerbar o sofrimento pela pessoa não ouvir coisas que gostaria de ouvir.

Mas parece que eu também devo aprender alguma coisa nessas circunstâncias. O lápis que caiu dentro da cadeira e meu esforço de o alcançar parece sinalizar que eu devo fazer alguma ação para alcançar também essas pessoas e as resgatar para a luz. O “nada posso fazer” parece que não se aplica bem. Tenho que aprender a fazer esse resgate. Não sei como, mas pedirei ao Pai para que me ajude nessa empreitada, afinal estamos todos empenhados em construir o Seu Reino.

 

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09/08/2012 02h01
SABEDORIA

            Tenho um bom conhecimento, reconheço sem modéstia, mas pergunto se tenho alguma sabedoria. A sabedoria de fazer a coisa certa, no momento certo, com as pessoas certas, com o conhecimento que se tem. O homem mais sábio que passou à história com essa classificação, foi Salomão. Mas ele não aprendeu essa sabedoria. Ele pediu a Deus como único benefício do qual queria ser atendido era ser sábio. Deus vendo que ele não tinha tanta ganância pelas coisas materiais, atendeu o seu pedido. A história registra fatos que dão testemunhos dessa sabedoria. Outros fatos, quanto a riqueza e o número de mulheres e concubinas que possuía, parece que hoje não seria classificado como sabedoria, pelo contrário, quem assim proceder é considerado como capitalista selvagem, crente fanático e homem “galinha”, tarado. Ou será que a sabedoria está submetida à cultura de um povo? Mas a sabedoria não teria essa capacidade, de descobrir dentro das normas sociais o que não é adequado para a harmonia individual e coletiva e procurar transformar essa tal situação?

            Meu conhecimento me leva a assumir comportamento totalmente contrário à norma cultural, defendo a criação da família ampliada com base no amor inclusivo, como forma de atingir a família universal com base no amor incondicional. Agindo dessa forma estou em paz com minha consciência. Mas fica a dúvida: isso é sabedoria?

Tenho capacidade de obter os conhecimentos mais diversificados, mas estou colocando-os em prática salutar dentro da minha situação de vida? Não tenho ainda o hábito de fazer orações e sei que como Salomão intuiu, somente Deus é quem nos dá a sabedoria, que podemos assumir até um modo diferente de viver, baseado no que Deus deseja. Como eu preencho muitos detalhes da pessoa que é sábia, termino por concluir que sou portador de alguma sabedoria, que adquiri pela graça do Pai, a única que nos ajuda em situações em que nenhum entendimento ou tipo de sabedoria comum pode fazê-lo.

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08/08/2012 00h27
VIVER EM GRUPO

            Somos animais gregários, destinados a viver em grupo. Com o avanço da consciência ficamos cada vez mais sofisticados, mas a necessidade gregária não desaparece. Pelo contrário, sentimos que precisamos realmente uns dos outros e que existe uma interdependência geral, mesmo que o indivíduo seja o maior individualista, que seja bem aquinhoado de bens materiais, mas sempre existirá sua dependência dos fazeres de outras pessoas.

Quando assumi o um paradigma de vida que encara os relacionamentos de forma tão diferente, percebi que minhas parceiras iriam ter a maior dificuldade de se adaptarem a essa situação. Cheguei até a pensar em viver em completa reclusão, isolado de todos, principalmente nas relações íntimas. Considero hoje que isso até pode acontecer, mas que enfraquecerá bastante a minha ideologia. Ficarei atuando apenas no campo teórico. Necessito da interação com outras pessoas, e no meu caso o plural se aplica muito bem. Se tenho a intenção de defender e praticar o amor inclusivo, que não exclua ninguém e que seu único limite seja a recusa ou a inconveniência do fato, é uma condição necessária a presença ativa de outras pessoas. Procuro assim criar um grupo de pessoas afins aos meus pensamentos e que todos atuem de forma harmônica e solidária defendendo os mesmos ideais. O caráter egoístico que todos possuímos é o nosso principal alvo de combate. Temos que aprender a viver em grupo e colaborar fraternalmente com todos. Jesus poderia com seu poder, fazer tudo sozinho, mas preferiu escolher um grupo para o ajudar em sua missão. Com isso nos ensinou que devemos trabalhar em equipe, e para que isso seja possível é necessário união. Até agora não tenho tido muito sucesso na formação desse grupo que atue unido, harmônico e fraterno em torno do ideal do amor inclusivo, incondicional. Tenho muito sucesso com cada uma pessoa individualmente, até agora todas que me envolvi na intimidade procuravam me isolar de todas as outras, queriam me ter com exclusividade. Até se tornavam iradas e revoltadas quando percebiam que não conseguiriam seus objetivos, que eu jamais me afastarei de uma conduta que entendo ser aquela que Jesus nos ensinou como forma de fazer a sociedade que o Pai deseja para todos, que assim possamos vencer o tradicional egoísmo que impera em todos os tempos, em todas as sociedades.

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em 08/08/2012 às 00h27
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07/08/2012 23h32
CARIDADE OU CRUELDADE?

            Mais uma vez a Caridade é colocada em cheque na minha consciência. Já estava bem adiantado, já soltava minhas pratinhas entre os pedintes e trabalhadores anômalos de forma mais natural, sem tanta resistência. Mas uma outra situação que surgiu, apesar de ter liberado a pratinha, ficou a martelar sobre a forma de caridade que eu estava a praticar. Era uma jovem de 15 a 18 anos que esmolava no cruzamento com uma criança de seis anos aproximadamente, sonolenta e escanchada em seu quadril. Depois que liberei a pratinha fiquei a pensar nas conversas que ouvi sobre mulheres que alugam crianças para sensibilizar o coração de quem estar ao seu alcance. Ou então a outra possibilidade ainda mais perversa de ter um espertalhão por trás que explora tanto a mulher quanto a criança. Imaginei que se essa hipótese fosse verdade, eu não estaria exercendo a caridade e sim alimentando a crueldade. Mas como poderia eu descartar os aspectos da crueldade e deixar apenas a necessidade da caridade? Não tinha como eu fazer essa triagem em curto espaço de tempo e na observação apenas da ponta do iceberg. Essa deveria ser uma tarefa do estado, instituição que criamos para decidir com objetividade as diversas demandas da coletividade. Percebi que eu não podia ser tão extremista no ato de ser caridoso, espalhando caridade ao redor sem exercer a crítica que nos protege da crueldade. Mais uma vez chega o dilema na consciência: pelo menos uma dessas pessoas pode estar sob o amparo da caridade, que pede por necessidade. Vou deixar ainda as minhas ações sintonizadas com a caridade e procurar perceber sempre do que o outro tem falta, mas quando alguma coisa soar com força dentro da consciência, eu me permitirei recusar a praticar uma caridade que pode estar beneficiando a crueldade. Sei que tudo isso é ações periféricas que não tem chance de alterar a essência do indivíduo. A profundidade do que faço está sempre ancorada na Lei de Deus. Permitirei nessas ocasiões de conflito, que a voz de Deus em minha consciência tenha mais presença.

 

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em 07/08/2012 às 23h32
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06/08/2012 23h55
ORAÇÃO DE AGOSTO

            Pai, tenho tanta coisa para pedir e tão poucas palavras para m expressar. Então verei se pelo menos consigo pedir desculpas por minhas falhas, cognitivas, emocionais, sei lá... Sei que é importante a oração, que devemos agradecer e pedir ajuda entre tantos outros motivos que os filhos tem quando se dirigem ao Pai. Por que então, eu, que tanto sei da Sua existência e da Sua importância em nossas vidas, tenho tanta dificuldade? Por que as palavras que deveriam expressar o que preciso, ou pelo menos manter um contato com o Pai não são produzidas em minha cognição? Então eu peço: Pai, desculpa por minhas falhas, por não me aproximar de Ti, de não poder dirigir a Ti minha palavra. Sei que Tu lês a minha alma e sabes que nada disso é devido a soberba, ao orgulho, a vaidade, a prepotência de me considerar autossuficiente frente as exigências da Natureza. Sei que Tu sabes que todo esse meu isolamento de Ti é causado por minhas próprias deficiências que nem o meu intelecto consegue alcançar o mecanismo dessas falhas. Portanto eu peço, Pai, concedei-me um melhor raciocínio para que eu consiga falar Contigo. Dá-me forças para que eu consiga vencer a timidez, as barreiras que tenho que superar. Também sei que Vós não irá considerar esta oração que faço aqui como uma forma de vaidade, e sim uma forma de humildade que é assim que me sinto, expondo as minhas fragilidades de forma pública. Também quero deixar bem claro, Pai, que peço desculpas pelas falhas que cometi com outras pessoas, que confiaram em mim e que por motivo de não saber comunicar devidamente o que vai em meus pensamentos, terminei por gerar falsas expectativas, que ao não se cumprir terminou por causar tanto sofrimento ao meu lado. Agora mesmo, Pai, sei que muitas pessoas estão sofrendo por causa do meu comportamento anômalo nos relacionamentos pessoais, principalmente nos relacionamentos afetivos, minha forma de pensar e agir, que penso estar cumprindo com firmeza todos os principais mandamentos de Vossa Lei. Caso eu esteja errado, fazei com que entre na minha consciência todos os detalhes do erro para que assim eu possa corrigir o mal que porventura cometi ao meu redor.

 

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em 06/08/2012 às 23h55
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