Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
11/07/2012 00h00
ARROGÂNCIA OU PREPOTÊNCIA

            Fui advertido por uma amiga que estava sendo muito arrogante e prepotente quando observou que eu sempre estava disposto a perdoar, como se eu me considerasse o correto em todos os assuntos e todos que se relacionam comigo estavam errados em seus pontos de vista e que eu deveria perdoá-los por suas ignorâncias. Confesso que não imaginei que pudesse passar essa impressão, de algo que eu procuro evitar, ser arrogante ou prepotente. Talvez eu deva explicar melhor porque o sentimento de perdoar é tão forte dentro de mim.

            Sei que tenho um pensamento muito diferente das demais pessoas quando defendo com veemência o amor não-exclusivo, incondicional, quando todos estão sintonizados com o amor exclusivo, romântico. Quando inicio um relacionamento, mesmo explicando essa minha forma de pensar, sempre gero expectativas na outra de que eu possa mudar o meu pensamento e me comportar como elas esperam. Quando isso não acontece, vem a decepção, a raiva, o ódio, o sofrimento. Nesse momento é quando não canso de pedir perdão a quem quer que seja, a todas elas que sofreram por esse motivo. Talvez eu não tenha divulgado bem esses pedidos de perdão para minhas queridas “prejudicadas”. Talvez eu tenha divulgado mais o perdão que eu ofereço das agressões que eu recebo, mesmo eu sentindo que não sou merecedor, pois não deixei nenhuma delas enganada em nenhum momento de nossas relações. Nunca deixei aberta nem mesmo a possibilidade que poderia recuar de minha posição do amor não-exclusivo. Também ofereço o perdão as agressões que recebo pelo meu modo de ver a verdade, de entender que o amor incondicional está mais associado ao amor não exclusivo do que ao amor exclusivo. Não condeno ninguém que queira viver o amor exclusivo, que tenha um só parceiro ou parceiro pela vida inteira e aceite conter todos os impulsos de amar uma outra pessoa, que tenha essa fidelidade como um paradigma de vida. Mas caso não aceite essa condição, que não traia a confiança do parceiro. Acabe a relação para se unir a nova personagem que surgiu e que isso se repita ao longo da vida quantas vezes seja oportuno. Ou então aceite a proposta do amor não-exclusivo com o direito de amar para ambos os parceiros quando essa oportunidade surgir na vida de qualquer um. Sei que minha forma de pensar pode ser atacada de prepotência ou arrogância, por imaginar estar certo quando a maioria pensa ao contrário. Mas eu gostaria apenas que todos que pensam ao contrário que honrassem a sua filosofia de vida assim como eu tendo honrar a minha, sendo honesto com o que digo e com o que faço. Mas acredito que o diálogo deva continuar e procurar dissecar em profundidade o pensamento para verificar com o nosso raciocínio onde existe uma maior dose de verdade.

 

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em 11/07/2012 às 00h00
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10/07/2012 10h36
NOVO ENTENDIMENTO

            Ao ler o livro VOIS SOIS DEUSES, de Arandi Gomes Teixeira/J.W.Rochester (Editora Correio Fraterno, 2011), me deparo com o seguinte diálogo, quando Plínio, o mentor e dirigente de uma das primeiras comunidades cristãs, fala ao seu jovem interlocutor, que o acusa de vaidoso, devido a disposição de ser martirizado em função da fé que possui:

            “Não, meu amigo, não é a vaidade que nos move e sim um novo entendimento, uma nova proposta de vida: a de não-violência, de fidelidade ao bem e ao amor. Esse comportamento, que à maioria, parece fraqueza, é, em verdade o exemplo que nos cabe dar ao mundo que parece caminhar para um terrível abismo... Um dia, Bem Azir, nós seremos compreendidos... Posso ver desde agora, esse tempo... Meu coração bate mais forte e anseia por ele...”

            Meu coração também bateu mais forte, pois senti a intensa sintonia de pensamento que se formou, apesar da distância no tempo e das transformações positivas que já atingimos, apesar de ainda estarmos mergulhados nos preocupações do terrível abismo à nossa frente. Agora também surge em muitas consciências um novo entendimento da necessidade de aplicarmos com mais honestidade, sinceridade e determinação a Lei do Amor Incondicional nas nossas relações sociais. A nova proposta de vida, do amor não-exclusivo, da fidelidade ao bem e ao amor é o entendimento de uma nova qualidade de vida. Esse comportamento que a maioria parece libertinagem é na verdade um exemplo que nos cabe dar ao mundo que parece caminhar por interesses de grupos (familiares, políticos, nacionais, étnicos, etc)  a justificar corrupções, greves e guerras em todos os rincões do planeta. Temos nas lições do mestre Jesus a base moral motivadora, tanto ontem quanto hoje, associado ao nosso racional de perceber a coerência dos conceitos e filosofias e suas aplicações na prática.

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em 10/07/2012 às 10h36
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09/07/2012 11h04
A CULTURA E O CRISTÃO

            O meu pensamento hoje está integrado ao pensamento cristão. Procura cumprir a principal Lei de Deus, a Lei do Amor com todos os seus derivativos, usando a bússola que Jesus nos ensinou, de amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos. Entre os derivados da Lei do Amor, existe o princípio da Liberdade que deve garantir a integridade do amor. Caso nossa liberdade seja cerceada, por qualquer que seja o motivo, excluindo aqueles que prejudiquem a terceiros, isso atenta contra a Lei do Amor e contra nós mesmos. Nesse caso a liberdade de pensamento também é fundamental para manter a fluidez do amor também à nível cognitivo. Posso conhecer qualquer linha de pensamento, mesmo que aparentemente seja diferente da que acredito no momento. Posso participar de rituais, de culturas diferentes da minha e em tudo procurar avaliar com senso crítico o que outros grupos professam, acreditam e realizam. Descobrindo valores ou verdades, maiores ou mais consistentes que a minha verdade assim acreditada até o momento, o meu senso de coerência deve modificar o meu pensamento e/ou comportamento para a integração da nova verdade. Assim fazendo cada um, teremos o crescimento evolutivo e desenvolvimento consciencial e moral da humanidade. Hoje eu me deparo com uma espécie de dilema no meu caminhar consciencial. A instituição do casamento como eu imaginava antes, hoje perdeu o sentido para mim.  A ideia do Amor Incondicional que aceitei como uma verdade mais pura e completa, colocou em cheque a prática do amor exclusivo que eu mantinha no meu relacionamento conjugal. Passei a entender que o amor inclusivo (não-exclusivo) era mais simpático ao Amor Incondicional do que o amor exclusivo, romântico, que mantém as famílias reunidas em grupos fechados e abre diversas justificativas para o exercício do egoísmo em todos os planos. Tirei então a instituição do casamento de minha vida e passei a defender e aplicar o amor inclusivo, alicerçado pelo Amor Incondicional. Isso então me coloca fora da cultura da minha comunidade, pelo menos da que é aceita de forma oficial. Então vem outra preocupação. Será que isso vai de encontro ao meu pensamento cristão? Mas vejo que o pensamento cristão também está alicerçado no Amor Incondicional. Mesmo que os textos cristãos defendam o casamento como forma de relação de justiça entre homens e mulheres, não vejo que essa questão esteja fechada. Para aqueles que aceitam as condições e cumprem com honestidade os seus preceitos, tudo está correto. Mas para alguém como eu que coloca restrições com suporte da lei maior, da Lei do Amor Incondicional, acredito que deve ser encontrado outra alternativa de relacionamento que se ajuste melhor a liberdade que a Lei favorece. Então, a aplicação do amor inclusivo nesse contexto, mesmo criando uma espécie de cultura diferente, tem o Aval superior. E nesse conflito de cultura e de pensamento cristão, lembro o debate que havia entre os primeiros cristãos. Existia uma corrente que defendia que para ser cristão era necessário fazer a circuncisão o que era difícil de aceitar pelos gentios. Paulo defendia, e foi entendido pela maioria, que a pessoa poderia ser cristão sem fazer a circuncisão, pois isso era uma prática da cultura judáica e que não poderíamos enquanto defensores de uma crença que tinha o caráter universal ficar restrito a uma cultura local. Isso me deixa mais confortável, pois a cultura do casamento tradicional com suas implicações, não atinge o meu pensamento cristão universal; é uma faceta da cultura a qual estou integrado, da qual posso abrir mão, sem comprometer o meu papel de cidadão e principalmente de cristão.

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em 09/07/2012 às 11h04
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08/07/2012 23h27
A VIRTUDE DA FORTALEZA

            Esse título foi de um texto de autoria de Frei Nilo Agostini, OFM. Dizia ele que: “A pessoa que cultiva a fortaleza é segura nas dificuldades e firme na procura do bem. Tem coragem de viver, resiste as tentações, supera os obstáculos, vence o medo, suporta as provações e perseguições; chega até a renunciar a própria vida por uma causa justa. Esta virtude aponta para aquela energia que atravessa as pessoas por inteiro, levando-as a agir com decisão. Através da fortaleza, as pessoas não deixam a agressividade tomar conta; sabem canalizá-la para fazer coisas boas. A pessoa que cultiva esta virtude não desiste diante das dificuldades, é capaz de esquecer o passado, espera até que as feridas fiquem curadas e não se deixa tomar pelas experiências que deram errado na vida. Vai em direção ao que busca, persevera, segue firme.”

            Fiquei a imaginar e fazer um paralelo com a minha vida. Desenvolvo essa fortaleza no meu pensamento e comportamento? No âmbito geral parece que sim. Mesmo com dificuldades, procuro ser firme nas dificuldades, na procura do bem. Sinto essa energia perpassar o meu corpo, não deixo a agressividade tomar conta, procuro perdoar as ofensas que me dirigem. Vou em direção ao que busco, persevero e sigo em frente. Então, a maior parte dos atributos e conselhos encontrados nessa leitura, já os estou praticando.

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em 08/07/2012 às 23h27
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07/07/2012 00h55
BELEZA MATERIAL E ESPIRITUAL

            A beleza é um fator que nos atrai. No campo material a beleza física é um dos importantes atrativos do ser humano. Depende de uma série de elementos, como juventude e traços anatômicos, em primeiro plano. Nossa atenção é atraída por tais seres e logo é desperto um desejo de interação íntima com vistas à reprodução. É o campo dos interesses materiais, biológicos, instintivos, onde prevalece o interesse reprodutivo, onde nossos genes reconhecem um bom partido para que possa se reproduzir com êxito, que o parceiro tenha como fertilizar e desenvolver um feto com seu quadril avantajado, que possa o alimentar com êxito, com sua mamas proeminentes, que tenha capacidade de prover o sustento com o respectivo capital financeiro e de poder à sua disposição, geralmente do lado masculino. Então, todos os elementos capazes de tornar o sucesso reprodutivo viável, entra em cena. Por outro lado, existe o interesse espiritual, que muitas vezes está no lado oposto dos interesses materiais. No campo espiritual prevalece o esforço que o espírito demonstra no campo moral, no reconhecimento e obediência a Lei de Deus, a Lei do Amor. Quanto mais esse objetivo espiritual toma conta do campo da consciência e direciona o comportamento, mas a pessoa resplandece a beleza espiritual. Não é possível sua identificação num primeiro momento. A beleza física que nos atrai de imediato, pode não ser correspondida no campo espiritual, pelo contrário, prevalece sempre os valores egoísticos próprios do mundo material. Caso a pessoa tenha o mesmo nível de vibração mental, não existe repulsão e a interação pode ser feita na obediência desse interesse ser suprido por ambas as partes, ou na dependência do lado mais forte, que impõe a sua vontade no detrimento do outro. Caso um dos lados da questão tenha desenvolvido a estética espiritual, mesmo que seja atraído no primeiro momento pela beleza física, logo que descubra a falta do interesse espiritual do outro, haverá uma repulsão também natural, uma força superior que impede o aprofundamento da relação até o campo íntimo.

            Sei que ocorre assim, pois é assim que se processa comigo. A pessoa que desperta minha atenção por sua beleza, logo é avaliada também por seus aspectos espirituais. Não encontrando esses valores espirituais, o meu interesse não tem mais a motivação para o aprofundamento. Sei também que essa triagem é importante, mas que não é bem desenvolvida. Sei que existe falhas no processo, pois chego a me apaixonar por pessoas que no desenvolver da relação desenvolve valores materiais muito mais fortes do que os valores espirituais. Prevalece nessas pessoas o egoísmo e não conseguem direcionar o seu pensamento e sentimentos para os interesses espirituais, da solidariedade, do amor incondicional, da justiça, da compaixão, etc. No decorrer do relacionamento podem chegar até a inverter o sentimento de amor que diziam sentir, quando percebem que seus interesses materiais estão sendo colocados em segundo plano.

            Hoje estou um pouco mais amadurecido nesse tipo de relacionamento. Mesmo que me sinta apaixonado por alguém, não mais irei até a profundidade do relacionamento íntimo sem antes dizer com toda a clareza, da prevalência dos valores espirituais em minha vida, que o meu amor jamais será exclusivo para ninguém e que ele jamais esquecerá quem quer que seja. Mesmo que eu me sinta odiado pela incompreensão e intolerância de quem pensa de outra forma, jamais eu irei desenvolver o mesmo sentimento de raiva ou de ódio. O meu amor, se não tiver a recíproca do outro lado, se não consegue se manifestar pela repulsa do outro, jamais deixará de sentir por essa pessoa o amor que um dia sentiu. O meu amor jamais esquece, e sempre sentirá a saudade como resquício do amor que ficou dentro de mim.

            Então, hoje procuro desenvolver os meus atributos de beleza, tanto os materiais quanto os espirituais, mas com um empenho cada vez maior na beleza espiritual.

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em 07/07/2012 às 00h55
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