Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
31/05/2012 09h47
COMPROMISSOS

            Tem momentos que sentimos uma pressão enorme das exigências sobre nossa consciência daquilo que estamos compromissados. E cada vez que aprendemos alguma coisa, maior fica esse compromisso. Quando o mundo espiritual se integra ao mundo material e mostra sua hierarquia superior, nossa consciência tem que ser muito mais competente em cumprir os compromissos materiais e ao mesmo tempo respeitar a hierarquia superior do mundo espiritual. Hoje me sinto pressionado pelos compromissos materiais, mas também tenho que cumprir o espiritual. É uma questão interessante, pois a prioridade é do mundo espiritual, mas o mundo espiritual permite que eu cumpra os compromissos materiais, até mesmo com o sacrifício das tarefas espirituais que passam a ser adiadas. Entendo que assim sucede porque é no mundo material que se procede a nossa vida material de importância fundamental ao nosso aprendizado espiritual. Então, devo em primeiro lugar deixar todos os meus compromissos materiais devidamente cumpridos para que eu possa me envolver nos compromissos espirituais. A hierarquia espiritual permite que as necessidades materiais sejam atendidas até mesmo em primeiro plano, mas que isso obedece também ao plano superior.

            Levando essa questão para o plano das relações humanas, podemos entender porque um ser hierarquicamente superior tenha atitudes subservientes, como foi o caso do Cristo ao lavar os pés dos seus discípulos. Por trás daquilo estava uma grande lição que o “superior” oferece ao “inferior”.

 

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30/05/2012 00h22
AINDA NÃO APRENDI

            Como é difícil ser caridoso quando ainda se é portador de tantos pecados na consciência. Pensava que já havia avançado bastante e agora não teria mais dificuldade de praticar a caridade “incondicional” de dar a quem me pede independente do arrazoado que a minha mente queira fazer no sentido contrário. Falhei estrondosamente logo quando eu estava começando a ganhar confiança. Ao entrar no carro, após ter saído da padaria onde estava jantando com minhas companheiras, veio um rapaz mancando com um aparelho mecânico na perna do outro lado da rua em minha direção. Queria uma pratinha, talvez até com a justificativa de que estava pastorando o carro. De imediato assumiu em minha consciência toda a resistência anterior. Ignorei o rapaz, mesmo ele tendo parado na minha frente em atitude de expectativa. Lembrei do meu compromisso com a caridade, mas não tive forças para a evocar. Prevalecia reverberando na minha mente os argumentos de que o rapaz não devia procurar gorjeta naquela calçada, pois ele fica sempre do outro lado da rua, que estava se aproveitando de um acidente para sensibilizar os outros, que minhas companheiras iriam notar que eu tenho firmeza para resolver essas questões, que eu não seria enganado facilmente por aquele rapaz que não iria levar nenhum centavo meu. Logo que eu me afastei da “cena do crime” esses argumentos perderam força e assumiu à minha consciência o sentimento de culpa, de não ter feito meu dever, de não ter dado expressão à caridade da qual eu me digo aliado.  Observei também que eu ainda estou nos primeiros estágios desse aprendizado de ser caridoso, que ainda não aprendi nem o alfabeto básico. Talvez eu seja até um retardado sentimental, que não consiga aprender os sentimentos nobres. Mas acredito que não. Acredito que isso seja devido a falta de prática nesse campo. Da mesma forma que eu tenho dificuldade de fazer minhas preces, por tanto que eu me esforce. Mas isso jamais servirá de motivos para eu desistir da minha caminhada em direção ao Reino de Deus e sei que a caridade é um dos maiores caminhos pavimentados para o íntimo do Criador.

 

 

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em 30/05/2012 às 00h22
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29/05/2012 23h43
GRANDE NEGÓCIO

            Continuo na luta ferrenha a nível de consciência, fazer habitar em mim o anjo da caridade, deslocando o egoísmo, o medo, a arrogância, a prepotência, o medo, a vaidade, enfim uma série de sentimentos menores. Hoje tive uma vitória extraordinária. Uma criança dos arredores do hospital estava no estacionamento pedindo uma pratinha. Venci a resistência e falei com ele amistosamente, pronto a dar a pratinha desejada. Perguntei o que ele fazia, onde morava, e me dirigia para abrir o carro. Foi quando percebi que o menino olhava assustado para o final da escada onde vi surgir a figura do vigilante dizendo que não permitido ficar pedindo ali dentro. Notei que ele se encolhia e já procurava a saída. Disse baixinho para só ele escutar que me esperasse fora. Quando sai, dobrei a rua e deixei que o muro do hospital cobrisse do guarda a visão do meu carro. A criança se aproximou e dei a pratinha que ele esperava e fiz uma observação de que não era permitido ficar naquele local a pedir. Ele não disse nada, com um sorriso foi embora. Saí também a meditar que fiz uma ação contrária ao regulamento do hospital, infringi a lei, eu que enquanto professor e com um cargo de direção devia observar. Mas não me sentia como um criminoso, pelo contrário, estava exultante por ter feito essa proeza. Venci minha resistência de doar até mesmo num ambiente onde tudo favorecia eu me omitir. Senti até uma lágrima de satisfação rolar por meu rosto e de imediato lembrei que há poucos dias eu tinha derramado lágrimas também ao pedir perdão ao Pai por não ter auxiliado um irmão que havia me estendido a mão. Entendi que este meu ato agora me resgatava daquele pecado do passado, do peso em minha consciência. Vi que eu tinha feito um grande negócio, com uma simples pratinha fiquei quites com meu Criador.

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em 29/05/2012 às 23h43
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28/05/2012 22h33
FIEL À INTENÇÃO

            Continuo fiel à determinação de considerar os meus irmãos desfavorecidos que perambulam pelos cruzamentos e locais semelhantes, como representantes da Caridade. Continuo na doação de pratinhas quando eles estendem à mão, mas sei que devo fazer algo mais além disso. Algo que represente uma doação do coração. Sinto que esse meu ato tem muito de robotizado, algo mecânico e a caridade vai muito além disso. Tudo bem a pratinha pode ser o primeiro passo, mas muitas vezes se torna secundário, que a consideração, o tratar de igual para igual, de conversar, olhar nos olhos, trocar sentimentos. Tenho que permanecer firme na doação da pratinha, não importa que tenha um destino daquele que eu imagino, que me fazem pensar que é isso. Estou cada vez mais convencido de que não é uma pessoa ou mais de uma, que tem propósitos maus, que irá fazer dom que eu deixe de ajudar que mais precisa na realidade. Enquanto eu mantenho firme a intenção de doação da pratinha, espero que esse comportamento vá se consolidando ao longo do tempo e me deixar mais tempo para que eu invista na doação dos sentimentos que é a parte mais nobre da doação.

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27/05/2012 00h17
O ANJO DA CARIDADE – O RETORNO

            O Pai tem infinita capacidade de misericórdia e de perdão para os seus filhos ignorantes, medrosos, incompetentes. Ele espera com paciência que essas almas tão pecadoras, mas que demonstre boas intenções, que tenham capacidade de ser erguer do lodo da indiferença para o jardim da ajuda aos mais necessitados. Assim, ele mandou o Anjo da caridade mais uma vez ao meu encontro. Na primeira vez eu até fiz um esforço para lembrar do meu compromisso e cumpri-lo, mas eu logo percebi que o automatismo tomou conta do meu comportamento mais uma vez. Assumi a máscara da indiferença e com um gesto seco com os dedos comuniquei que não queria que fosse lavado o vidro do carro, recurso que é empregado para justificar o ganho de uma moeda, por menor que fosse o valor. Saí do cruzamento e mais uma vez a consciência me bombardeou com críticas. Fiquei até envergonhado de falar com o Pai. Como é que falho em tarefa aparentemente tão fácil!  

            No outro cruzamento eu tive outra chance. Vi a distância o rapaz com rodo na mão se aproximando e fixei o propósito de minha ação em ir até a caixinha do carro e pegar uma ou duas das moedas ali e entregar para o rapaz. Consegui fazer isso, mas reconheço que foi uma ação mecânica, como se fosse feito um esforço para quebrar meus automatismos internos. Não tinha muito a ver com caridade, mas de qualquer forma eu agi no sentido da ação caridosa que eu quero realizar. Acredito que apesar de tudo o Pai tenha ficado satisfeito, é como se eu tivesse aprendendo a andar e tivesse conseguido dar o primeiro passo, cambaleante, bizarro, deselegante, mas foi o primeiro passo. Espero continuar evoluindo também nesse aspecto!

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em 27/05/2012 às 00h17
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