Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
21/05/2012 00h03
PROMESSA ROMPIDA

            Fiz a promessa de não comer ontem e iniciar um jejum de três dias. Necessitava corrigir o exagero do dia anterior. Falei para todos que estavam ao meu redor e logo veio a reação na forma de tentações. Minha irmã mostrava o peixe que havia trazido e perguntava se eu iria resistir de não comer pelo menos um pouco do que trouxe. Reconheço que sem grane resistência, lá estava eu a aceitar o convite de comer um pouquinho com eles, mesmo sabendo que ao começar a comer eu não teria esse controle. Não comi exagerado como na noite anterior, mas não fiz nenhum esforço para limitar a alimentação. O que estava limitado era o comportamento de meus parentes, pois todos tinham também exagerado. Só que eu, devido o grau de minha espiritualização e da minha vontade, devia estar no controle mais eficaz da situação. São essas situações que mostram o quanto somos frágeis frente as exigências que o nosso corpo faz ao espírito. Hoje voltarei às minhas atividades com a consciência de que o compromisso de fazer o jejum de pelo menos três dias é crucial para determinar o grau de meu controle sobre as necessidades instintivas do corpo. Terei que vencer o desejo do meu corpo e também as opiniões e tentações de terceiros.

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em 21/05/2012 às 00h03
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20/05/2012 23h44
ULTRAPASSANDO OS LIMITES

             Mesmo que tenhamos toda a liberdade para conduzir a nossa vida, mesmo assim em algum aspecto temos que obedecer a limites. Sei que tenho um bom nível de liberdade, mas sei também que devo respeitar muitos limites de aceite consciencial. São geralmente limites que dizem respeito aos desejos do corpo. São desejos que cumprem até uma função necessária à manutenção da minha vida, mas que devem ser podados para não entrar nos excessos e passar a prejudicar o próximo ou a mim mesmo. Um desses limites diz respeito ao meu corpo, à minha alimentação. Sei que devo me alimentar diariamente de forma suficiente a manter a estabilidade e salubridade do meu corpo. Sei que o ato de alimentação traz o sentimento do prazer, uma espécie de pagamento que a Natureza me proporciona para que eu realize com motivação esse ato necessário a sobrevivência. Devido a esse prazer existe a tendência de nos alimentarmos mais do que o necessário, gerando depósitos de gordura desnecessários, obesidade e uma condição insalubre. Ontem rompi este limite. Fui jantar na casa do meu irmão e como sempre a mesa é farta e apetitosa. Comi diversas vezes e em grande quantidade. Sai de lá sem conseguir mais beber a água que eu precisava para matar a sede. Ao chegar em casa não conseguia deitar na cama para dormir. Logo que eu fazia isso, a alimentação entupida no estomago e demais câmaras digestivas forçava a saída, uma condição chamada de regurgitação esofágica. Fiquei grande parte da noite em pé ou sentado, esperando que a comida tomasse o seu trânsito e aliviasse a pressão. Fiquei a meditar o grau de ultrapassagem que fiz nos meus limites. Isso merece que eu me esforce para fazer o contraponto, ficar no mínimo três dias de jejum e aliviar toda a carga, tanto no trânsito intestinal, como em todo o resto do organismo. Isso me levará a paz da consciência que hoje me acusa de ter quebrado os limites, de não ter tido força para resistir ao desejo inadequado de comer em demasia.

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em 20/05/2012 às 23h44
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19/05/2012 20h35
INTOLERÂNCIA

            A nossa tendência é fazer amizade com quantos chegam próximos de nós. A discordância de pensamentos, sentimentos e ações são aspectos que provocam o afastamento e dificulta o desenvolvimento da amizade. Este é o plano geral no desenvolvimento dos relacionamentos. A partir dele existe uma infinidade de possibilidades de desenvolvimento da amizade ou não. O mais interessante é o que se realiza nos contatos entre homens e mulheres, na relação de gênero e que leva à formação do par. O processo é o mesmo. Inicia com a amizade, amor e pode chegar até a paixão. Surge o interesse de formação do par, é feita a ligação social com todos os atributos legais de formação da família dentro da cultura que vivemos. Acontece que duas pessoas nunca são iguais e para que o relacionamento persista no tempo, é necessário que exista uma boa dose de tolerância. Quando é insuficiente o casal tende à separação e o pior a relação de amizade se perde, aparece a relação de raiva, até de ódio. O segredo então é prevenir essa situação fortalecendo a tolerância o máximo que seja possível e também desenvolver a compreensão de nossas diferenças intrínsecas, que não somos capazes de mudar, e que caso se torne inviável a convivência, que seja feito a separação sem perda da amizade. Tenho sempre esse cuidado nos meus relacionamentos, mas a recíproca não é verdadeira. Quando minhas companheiras percebem que não é possível mais a nossa convivência como elas desejam, acabam o relacionamento e também a amizade. Eu tenho a disposição de continuar a amizade, mesmo porque entendo que o amor é eterno e se ele realmente existiu alguma vez jamais morrerá. Fico então com outra preocupação. Se acontece isso com minhas parceiras, então é porque o amor que elas diziam ter, não é realmente o amor puro. Deve ser uma forma de amor contaminado com algum outro sentimento, que o deixa fraco e qualquer frustração já o está dissolvendo e atraindo para o seu lugar a raiva. Mas mesmo eu sendo vítima dessas circunstâncias com minhas parceiras, jamais deixarei de amar com toda a pureza do meu coração, desenvolverei o máximo de tolerância, de capacidade de perdoar, e caso seja abandonado como até agora sempre fui, não deixarei de amar, de ser amigo até o fim.

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em 19/05/2012 às 20h35
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18/05/2012 23h45
VISTORIA HOSPITALAR

            Fui convidado pelo CRM para compor uma vistoria a ser realizada em Clínica Psiquiátrica, capitaneada pela juíza. Todos na Clínica são meus amigos, eles confiavam nessa amizade para não serem prejudicados como já foram, mais por viés político do que técnico. Na verdade a Clínica estava bem cuidada, com alguns aspectos a desejar, mas no conjunto apresentava uma boa alternativa de tratamento nessa área que é tão carente. Encontrei entre os encarnados uma jovem de vinte e poucos anos que se encontrava internada. Logo que me viu ela me reconheceu e fez aquela festa com a minha presença. Correu para junto de mim, me abraçou e dizia estar com saudade. Apresentou-me as suas amigas com euforia e evitou falar no motivo que a trouxe ali pela segunda vez, conforme ela havia dito. Depois da visita a juíza pediu que eu elaborasse um relatório e apresentasse ao CRM para que fosse enviado para ela.

            Deixei a clínica a meditar na situação. Tantos espaços ociosos, de boa qualidade ali presentes, e logo adiante no Hospital João Machado, no Pronto Socorro, muitos pacientes a aguardarem vagas, até mesmo no chão, sem falar naqueles que desistem de um tratamento desse  tipo e voltam para suas casas, com suas crises, com risco de vida, ou vão para as bocas de fumo e continuam a sua dependência. Pelo menos no que depender de mim, meu relatório será favorável.

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em 18/05/2012 às 23h45
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17/05/2012 13h24
AJUDA

            Participo de uma reunião a cada quarta feira com a disposição de ajudar quem nos procura. Pode parecer que somos superior de alguma forma, pois quem nos procura já apresenta uma dificuldade para a qual quer a nossa ajuda. É importante que evitemos essa tendência a superioridade. Devemos entender que todos somos pessoas com dificuldades, com defeitos e que precisamos da ajuda mútua em todos os aspectos da vida. Muitas vezes podemos observar que a queixa ou dificuldade de quem nos procura é a mesma ou talvez pior de que aquela que possuímos. Daí a importância de sermos humildes, de procurar ver no outro um espelho para procurar também fazer a nossa auto-correção. Tenho observado que muita gente tem dificuldades com o uso abusivo de drogas. Procuro ajudar de diversas formas, mas sei que também tenho dificuldades em outras áreas, a alimentação por exemplo. Sei que preciso controlar a alimentação para não entrar em parâmetros patológicos de peso. Porém a maioria das vezes perco o controle da quantidade daquilo que eu pretendia ingerir. Então, as mesmas orientações que dou a quem me procura, também procuro aplicar no meu comportamento, pois o controle que aquele não consegue fazer, eu também não consegui obter de forma satisfatória. Dessa forma caminho pela vida com diversos espelhos ao meu alcance que ao mesmo tempo que procuro ajudar, recebo os benefícios de identificar em mim aquilo que também preciso controlar.

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em 17/05/2012 às 13h24
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