Sióstio de Lapa
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21/03/2022 00h01
A ÚLTIMA CRUZADA (07) – NASCEU PORTUGAL

            Vou fazer este trabalho de resgate da nossa História, transferindo para este espaço o documentário produzido pela Brasil Paralelo, publicado em 20 de setembro de 2017, com a participação de diversos convidados que colocam suas opiniões, como forma de contribuir para o burilamento de nossas consciências quanto a Verdade.



            Os Templários, desde o início do movimento, eles ajudaram em dois pontos: ajudar Portugal a expulsar os mouros e iniciar a defender as Cruzadas.



            Em uma das incursões que os cristãos faziam na terra tomada dos mouros, um pequeno exército comandado por Afonso Henriques foi surpreendido e encurralado pelos muçulmanos.



            O conflito era inevitável, e a chance de sobrevivência quase inexistente. Segundo os historiadores, os muçulmanos eram dez vezes mais superiores que os portugueses.



            Segundo os documentos da época, foi nesse momento que o comandante Afonso Henriques jura ter tido uma visão onde Cristo aparecia e profetizou sua vitória, entregando a ele a missão de espalhar a fé pelos quatro cantos do mundo.



            Afonso Henriques venceu a batalha e foi aclamado o primeiro rei de Portugal. Fato ou lenda, o Milagre de Ourique marcou de tal forma o imaginário português que tornou-se presente na bandeira de Portugal e no espírito de aventura nos séculos seguintes.



            Os portugueses consideram este documento como sendo a certidão de batismo de Portugal. Nasceu Portugal. A fronteira mais antiga da Europa hoje em dia.



            A civilização se funda com as orientações gerais que vêm do mito. Mito não é sinônimo de mentira. No dicionário veremos que mito tem vários significados e uma delas é sim, ilusão e mentira. Mas o mito no sentido que é usado aqui, é no sentido grego, uma explicação primordial da ordem do universo e da ordem humana. Então, por que primordial? Porque é uma explicação fora do tempo, lá no passado que não sabemos direito quando foi, algumas coisas aconteceram e explica como surgiu o universo, e como se organizou a vida humana e qual o entrosamento dessas coisas.



            Sem mito não há civilização. Nós tivemos aqui a figura do pai fundador e esta característica estava presente desde a fundação de Portugal, desde Dom Afonso Henriques.



            Com isto se ganha mais poder, mais autonomia e continua a formar os seus domínios impedindo a entrada dos mouros novamente.



            A Espanha, ao contrário, continua a lutar contra o elemento mouro.



            É interessante colocar aqui um texto também encontrado na internet com o título “O Milagre de Ourique” para ajustar melhor nossa compreensão sobre a origem do pequeno país que se tornou grande e nos colonizou, com a bandeira do Cristo empunhada em suas caravelas.



            A Batalha de Ourique foi o momento decisivo da independência do pequeno condado portucalense, que no final da peleja Dom Afonso Henriques foi aclamado pelos combatentes como Rei.



            Era noite, véspera da Batalha. Os guerreiros tentavam descansar. Nas coloridas tendas mouras o movimento fora intensíssimo durante todo o dia. De cinco reinos havia chegado homens aguerridos, decididos a não deixar progredir o pequeno exército dos cristãos. Tinham vindo muitos de Sevilha e de Badajoz para se juntarem à hoste composta por gente de Elvas, Évora e Beja. Diz-se mesmo que tinha vindo gente de além-mar.   



Durante o dia, não tinha havido descanso para ninguém. As setas tinham sido cuidadosamente afiadas e guardadas nas aljavas. Os velozes alfarazes da cavalaria moura tinham tido ração suplementar e relinchavam respondendo aos puros-sangues árabes dos grandes senhores que, impacientes, esperavam pela ação, pelo combate.



Enfim, era noite e a algazarra que pairava todo o dia sobre o arraial esmorecera um pouco e só se ouvira como que um zunir de  moscas.  No acampamento cristão pairava o silêncio. Também os ginetes da guerra estavam prontos e impacientes, as espadas tinham sido afiadas, os peões haviam experimentado as bestas para que tudo corresse como desejavam. Os guerreiros descansavam nas tendas, recostados em leitos improvisados com as peles dos animais mortos, lá mais ao norte, nas selvas que bordejavam as suas tendências e propriedades.



Também Afonso Henriques estava recostado na sua tenda. Dera ordem para que ninguém o incomodasse. Não conseguia dormir. Pensava na batalha do dia seguinte, na enorme cópia de gente moura contra a sua minúscula hoste. Corria até que o exército árabe tinha uma ala de mulheres guerreiras... Mas, era necessário vencer... Deus se encarregaria de se mostrar ao infiel o seu poder pelo braço do guerreiro.



Semi-adormecido, apareceu-lhe como que um sonho, um ancião. Fez sobre ele o sinal-da-cruz, chamou-lhe escolhido por Deus e alertou-o da batalha. 



Entretanto, apareceu-lhe um escudeiro, que vinha dizer-lhe que estava ali um velho que queria falar-lhe com muita urgência:  Afonso Henriques viu, diante dos olhos, bem despertos, o velho do sonho:



- Tu, outra vez? Quem és afinal, ancião? O que me queres? 



-Quem sou não interessa... Acalma-te e ouve o que venho dizer-te da parte de Jesus, Nosso Senhor: daqui a instantes, quando ouvires tocar os sinos da ermida onde há já sessenta e seis anos vivo, deves sair do arraial, só e sem testemunhas. É isto o que Ele manda dizer-te!



Antes do guerreiro abrir a boca, o velho desapareceu na noite, sem deixar rasto. Daí a instantes, soou, efetivamente, o sino da ermida e Afonso Henriques pegou na espada e no escudo, com gesto quase automático, saiu da tenda embrenhando-se na noite, sem destino, só, como lhe fora recomendado.



Subitamente, um raio iluminou a noite e de dentro dele saiu uma cruz esplendorosa. Ao centro estava Jesus Cristo rodeado de anjos. Afonso Henriques, ajoelhado, deixou-se ficar boquiaberto, sem saber o que dizer, sem se atrever a quebrar o instante, até que dentro de si, ouviu Jesus dizer-lhe: 



-Afonso, confia na vitória de amanhã. Confia na vitória de todas as batalhas que empreenderes contra os inimigos da Cruz. Faz como a tua gente que está alegre e esforçada. Amanhã serás rei...  



Apagou-se o céu e a visão celestial desapareceu, como viera. No dia seguinte a batalha foi terrível. Os mouros eram aos milhares e avançavam ferozmente contra os guerreiros de Afonso Henriques. Ao Primeiro embate muitos homens caíram no chão trespassados pelas lanças. Puxou-se então por espadas e alfanjes e a planície foi invadida por um tinir de ferros misturados com a gritaria de toda aquela multidão e os relinchos doloridos dos cavalos feridos.



Durante muito tempo, foi um verdadeiro inferno. Os guerreiros cristãos, porém, levaram a melhor. Os mouros sobreviventes, fugiram pela planície afora, deixando os cadáveres naquele imenso chão. Do lado cristão também eram muitos os mortos e feridos, mas os sobreviventes proclamavam a vitória, gritando: 



-Real! Real! Por Afonso, Rei de Portugal! 



Diz a tradição que nesse momento e em memória do acontecimento, o rei pôs no seu pendão cinco escudos, representando os cinco reis mouros que derrotara. Pô-los em cruz, pela cruz de Nosso Senhor e dentro de cada um mandou bordar trinta dinheiros, que por tanto vendera Judas a Jesus Cristo. Esta é a patriótica lenda com que os portugueses quiseram perpetuar um fato.



Assim nasce Portugal, após a vitória dos cristãos em uma batalha com o uso da espada. Foi parecida com a vitória do Cristianismo em Roma, na batalha conduzida por Constantino empunhando um escudo também com a cruz do Cristo.



Sei que são narrativas que os vitoriosos colocam em suas epopeias, mas será que não correspondem à verdade? Podemos usar nossa racionalidade e ver se tudo que é contado se distancia da verdade que o Cristo nos ensinou ou não. Isto faz parte da responsabilidade de cada pessoa no uso do seu livre arbítrio e assim ir fortalecendo seus paradigmas conscienciais que irão nortear sua vida.


Publicado por Sióstio de Lapa
em 21/03/2022 às 00h01
 
20/03/2022 00h01
A ÚLTIMA CRUZADA (06) – ORDEM DOS TEMPLÁRIOS

            Vou fazer este trabalho de resgate da nossa História, transferindo para este espaço o documentário produzido pela Brasil Paralelo, publicado em 20 de setembro de 2017, com a participação de diversos convidados que colocam suas opiniões, como forma de contribuir para o burilamento de nossas consciências quanto a Verdade.



            As Cruzadas foram uma resposta parcial e tardia a maior agressão imperialista que a Europa sofreu. Nem os romanos fizeram tanta devastação como os muçulmanos. Os romanos pelo menos invadiam um lugar ou um país, e imediatamente transformavam todas pessoas em cidadãos romanos, com todos os direitos.



Os romanos se adaptam a religião local. Ao contrário, se tem uma religião local, uma divindade esquisita, os romanos colocam aquilo no panteão e diziam: aí está, mais uma religião. Quer dizer, quem inventou o multiculturalismo foi os romanos.



            Com os muçulmanos, era o contrário. Quando eles invadiam um lugar existiam duas opções: ou se convertia a fé islâmica ou aceitava a autoridade islâmica, se tornava um cidadão de segunda classe, ou morria. Não podia praticar sua religião em público, não podia falar sobre ela, não podia exercer o proselitismo, tiravam metade do que essas pessoas tinham com impostos, e assim por diante.



            As Cruzadas se iniciaram para resgatar a Terra de Canaã, porque havia se tornado uma terra de fé hegemônica que era a questão islâmica.



            As Cruzadas tiveram um grande sucesso no início, conseguiram expulsar os exércitos sarracenos e libertar Israel, libertar Jerusalém.



            Com a Terra Santa reconquistada, surgiram massas de peregrinos que marcharam em busca de paz espiritual, mas o caminho até Jerusalém era para poucos. Além de frequentes assaltos, havia constantes ataques dos muçulmanos ao longo do percurso.



            Todo peregrino para a Terra de Canaã, em Israel, tinha seu visto impedido. Começou a ser muito perigosa essa jornada. Sempre foi, mas agora existia uma missão islâmica, que começava a impedir a peregrinação, pois existia risco de vida real.



            Para proteger os cristãos nesta jornada, várias ordens militares começaram a se formar para acompanha-los na jornada.



            Um grupo de nobres da França se reuniu e formaram uma ordens para proteger os peregrinos nesta viagem. Esta foi a Ordem dos Templários.



            A Ordem seria reconhecida oficialmente pelo papado, ganhando isenções e privilégios, tais como o poder de comunicação direta com o papa.



            Ao ser admitido como cavaleiro, juravam viver em castidade e pobreza, ser obediente ao mestre do Templo e nunca recuar no campo de batalha. Conquistou grande popularidade e cresceu rapidamente, tanto em membros quanto em poder.



Para defender as riquezas dos peregrinos durante as cruzadas, foi criado um mecanismo de depósito e retirada que se tornou o embrião do sistema bancário.



            Os Templários eram religiosos e tinham voto para não recuar do campo de batalha. Isso era um terror para os mouros.



            A Ordem poderia ajudar a formar os novos exércitos, poderia ajudar muito na constituição de Portugal.



            Mais um bom exemplo da espada associada a defesa da fé. Observamos que as iniciativas do Cristianismo não eram para obrigar ninguém a seguir sua fé, e sim na defesa de não ser obrigado a seguir a fé de ninguém, pois consideravam que a sua fé era a mais coerente com a verdade. Deixar de seguir esta determinação consciencial, racional, lógica, coerente com a verdade, por medo da espada, isso sim, seria considerado covardia, um aspecto que os cristãos não apresentavam, tendo em vista os incontáveis mártires em defesa da fé. Se a ocasião era de apresentar “a outra face” eles mostravam, como Pedro, Paulo e tantos outros; se a ocasião era de pegar a espada, eles pegavam, como bem demonstrou Carlos Martel, Dom Pelágio e tantos outros.



            Essa guerra espiritual ainda não terminou e parece não estar tão próximo o seu fim. Verificamos hoje uma guerra cultural onde o pensamento hostil ao Cristianismo impregna todos os espaços sociais, inclusive o parlamentar, acadêmico, jurídico e até eclesiástico. Com o uso da mentira, das falsas narrativas, tenta conduzir a humanidade como massa de manobra para seus objetivos furtivos, com a falsa denominação de democracia e justiça social.



            Mais uma vez procuremos desenvolver condições para suplantar esse mal que está tão avançado, como aconteceu com a decisão das Cruzadas e da formação da Ordem dos Templários.


Publicado por Sióstio de Lapa
em 20/03/2022 às 00h01
 
19/03/2022 00h01
A ÚLTIMA CRUZADA (05) – CRUZADAS

            Vou fazer este trabalho de resgate da nossa História, transferindo para este espaço o documentário produzido pela Brasil Paralelo, publicado em 20 de setembro de 2017, com a participação de diversos convidados que colocam suas opiniões, como forma de contribuir para o burilamento de nossas consciências quanto a Verdade.



            Quando você observa a sociedade islâmica, você ver tudo diferente. Todos os valores são diferentes. E Portugal passou por um tempo pelo domínio islâmico. Você percebe valores islâmicos, não só na linguagem, nas palavras como alface e algodão, mas também em outros valores.



Por exemplo, na organização militar. Dentro de nossa visão, era mais um cavaleiro querendo se tornar digno, se auto sacrificando por uma causa maior no campo de batalha. Enquanto os islâmicos tinham uma visão mais coletivista, mais organizada.



Então Portugal e Espanha aprendem, eles mantem o heroísmo cristão e a técnica islâmica aprendida. Porque primeiro eles sofreram. Se observamos o mapa, os mulçumanos conquistaram a Península Ibérica quase por total, fica apenas um pequeno pedaço de resistência, as Astúrias, quando foi feita a reconquista.



            Passaram quatro séculos desde que os muçulmanos tomaram a cidade de Jerusalém. Impediram a peregrinação dos cristãos que queriam visitar a tumba de Cristo.



A vida ocidental nessa época era de derrotados e sem esperanças. A cada ano, a fé deixa de existir. O temor ao Senhor já não prevalece entre os homens. A justiça desapareceu do mundo e a violência domina as nações. A mentira, a traição e a perfídia, paira sobre os homens. A virtude não existe e nessa época é algo sem valor.



O mal reina em seu lugar.



            Se voltássemos no tempo, até o século 11, seria difícil acreditar em nossos olhos. A Europa parecia uma região amaldiçoada. Os governos centrais não eram organizados, e as monarquias ainda engatinhavam repletas de grandes castelos que roubavam e guerreavam entre si. Era uma terra devastada e sem leis.



            Em uma decisão sem precedentes, o Papa promete um lugar no paraíso para as almas daqueles que marcharem para Jerusalém e tomarem a Terra Santa.



            Para o Papa, era a oportunidade perfeita para unificar o Cristianismo ocidental e oriental, e colocar a Igreja novamente no centro da cena política mundial. Se não era possível a vida em paz na Europa, seu povo decidiu buscar uma vida melhor neste mundo ou no próximo.



            Estava inaugura da era das Cruzadas. Agora milhares de cristãos de toda a Europa marcharam para tomar Jerusalém das mãos dos seguidores de Maomé.



            Podemos verificar que o tempero que constrói uma sociedade, que lhe dá um rumo a seguir, uma ética a perseguir, é a fé. O Cristo chegou e nos temperou com suas lições de amor em nome do Pai de todos nós. Ensinou a obrigação que devemos ter junto à sintonia com o Pai, de sermos fraternos uns com os outros, fazendo ao próximo aquilo que desejamos ser feito conosco. Como dizer que tal ética é errada? Somente se a intenção é adquirir vantagens pessoais à custa do próximo, como fazer corrupção, praticar a mentira, a violência, a destruição, em busca de atingir esses objetivos.



            Não vamos dizer que o Cristianismo é a resposta suficiente para nos transformar de repente em anjos celestiais, deixar nossa condição de animal egoísta para um cidadão fraterno. Observamos que mesmo dentro das sociedades cristãs, mesmo dentro das próprias igrejas cristãs, se observa a corrupção, a perversão dos costumes, a apostasia do que o Cristo ensinou.



            Então, a tarefa de construir a sociedade ideal, com justiça, paz e liberdade, como previsto no Reino de Deus, não é tão fácil de ser alcançada. O primeiro passo é reconhecer qual a ideologia mais adequada a esse desiderato. No confronto com as demais, devemos usar da racionalidade para chegar a essa conclusão. Visto qual a melhor fé ou ideologia, devemos fazer cumpri-la com objetividade, pragmatismo, honestidade.



            Estamos inseridos dentro do Cristianismo, mas isso não nos impede de avaliar todas as outras ideologias ao redor do mundo e aplicar nossa racionalidade cheia de ciência e tecnologia para fazer o diagnóstico mais apropriado.



            As Cruzadas foram um movimento armado para garantir a existência de uma fé considerada até hoje mais apropriada para uma boa parcela da humanidade. Não queremos dizer que ela é a mais correta ou que a estratégia de defende-la foi a mais apropriada, pois este é o trabalhos que iremos desenvolver ao longo de nossas reflexões apoiadas em diversas discussões feitas por diversos pensadores e ideólogos. O importante é que sejamos honestos com a verdade, que não queiramos transformar tudo na verdade subalterna que acreditamos, geralmente em detrimento de tantos que não a aceitam.


Publicado por Sióstio de Lapa
em 19/03/2022 às 00h01
 
18/03/2022 00h01
A ÚLTIMA CRUZADA (04) – RECONQUISTA

            Vou fazer este trabalho de resgate da nossa História, transferindo para este espaço o documentário produzido pela Brasil Paralelo, publicado em 20 de setembro de 2017, com a participação de diversos convidados que colocam suas opiniões, como forma de contribuir para o burilamento de nossas consciências quanto a Verdade.



            Nas Astúrias (área de cerca de 10 mil km2. Com relevo bastante acidentado com rios poucos extensos e de águas rápidas) se formou o foco da resistência cristã, nunca foram conquistadas. Dom Pelágio organizou a resistência ao invasor muçulmano.



            Os muçulmanos continuara a conquista do leste da Europa até se depararem com o reino franco. Uma tropa de 50 mil soldados cruzou a fronteira para ataca-lo. Era o prenúncio do fim do Ocidente.



            Carlos Martel, o comandante do exército franco, sabia que tinha nas mãos a defesa da história da civilização e virtualmente sem soldados suficientes.



Ele convenceu a Igreja para financiar o treinamento de cavaleiros, a formação dos antigos gregos para resistir por disciplina e aceitação de morrer pela causa.



Passou um ano inteiro treinando bárbaros que nunca tinham sido soldados para enfrentar um exército muito maior e com armamentos mais poderosos.



            No dia 10 de outubro de 732 ad, milhares de soldados estavam na linha de frente de uma guerra santa. Foi na Batalha de Poitiers que Carlos Martel fez lembrar os antigos espartanos por sua resistência e coragem, saindo vitorioso.



            Para a maior parte dos historiadores, esta era a última chance de resistência.



            “E no abalo da batalha os homens do norte pareciam um mar que não podia ser movido. Eles permaneciam com determinação, um junto do outro, numa formação que era como um castelo de gelo; e com grandes golpes de suas espadas derrubavam os árabes” (Descrição árabe da batalha).



            A vitória significou um suspiro de esperança para os cristãos, adversários do Islã. Com isto, as Astúrias começou o processo de reconquista do território dominado pelos muçulmanos.



            Houve uma batalha em 722 ad, a Batalha de Covadonga que foi considerada o início da Reconquista Cristã, porque eles não estavam mais se defendendo ou fazendo pequenas guerrilhas, mas se defrontaram diretamente num processo de expansão do reino de Astúrias. Os mouros tinham conquistado a Espanha, e agora era o tempo da reconquista. Era hora de reconquistar o território.



            Covadonga foi um evento importante para a cultura católica espanhola. Dom Pelágio é considerado um grande herói não apenas porque resistiu e se organizou nas Astúrias, mas porque ele foi vencedor em Covadonga.



            Várias batalhas, várias guerrilhas foram sendo travadas e vencidas pelos asturianos pelo moral que eles ganharam na vitória em Covadonga.



            Nós que acreditamos na inteligência absoluta do Criador e que nada é feito ou atingido por acaso, tudo está nas suas intenções quanto a natureza em todos os seus aspectos. A Sua essência, o amor que está inserido nas raízes do Cristianismo, não poderia se perder pela força da espada dos muçulmanos. Se a situação estava nesse nível, era necessário surgir uma pessoa com as características necessárias para reverter a situação de domínio que os muçulmanos impuseram. Foi o que aconteceu com Carlos Martel, conseguindo condições para uma vitória muito improvável, frente ao poderio material dos mulçumanos.



            Esta é uma situação bem parecida com o que aconteceu no Brasil atual. Quando estávamos praticamente perdidos dentro de um mar de corrupção que nos levava de roldão para uma ideologia alienígena, sem base cristã nem tampouco espiritual, surge uma pessoa como Jair Bolsonaro, que sem nenhuma perspectiva real de vitória, consegue com a bandeira do Cristianismo vencer sem nenhuma cooptação com a corrupção, trazendo o Brasil para a sua vocação e destinação de ser “A pátria do Evangelho e o coração do mundo”.


Publicado por Sióstio de Lapa
em 18/03/2022 às 00h01
 
17/03/2022 00h01
A ÚLTIMA CRUZADA (03) – O FIM DO MUNDO

            Vou fazer este trabalho de resgate da nossa História, transferindo para este espaço o documentário produzido pela Brasil Paralelo, publicado em 20 de setembro de 2017, com a participação de diversos convidados que colocam suas opiniões, como forma de contribuir para o burilamento de nossas consciências quanto a Verdade.

            A terra que hoje abriga Portugal era considerada o fim do mundo.

A fronteira com o oceano desconhecido sempre foi atraída e cobiçada. Diversos povos viveram por lá até virarem sessão do império Romano, a entrada das tribos germânicas, dos suevos e visigodos.

            Os visigodos formaram cidades na Europa Ocidental e durante três séculos ocuparam grande parte da Península Ibérica, preservando e absorvendo a cultura dos seus antepassados.

            Como essa cultura veio parar no Brasil?

            O que a guerra entre diferentes visões de mundo tem a ver com nossa história?

            Para enxergar melhor o presente, nós precisamos voltar um pouco no tempo.

            No ano 700 ad, aproximadamente, surge a fé mulçumana. Ela estava se ampliando em todo Oriente médio, norte da África.

            A fé mulçumana nasce em Meca, na Arábia Saudita, com Maomé. Era o pregador que dizia ter recebido a revelação de ser um enviado de Deus. Nesta revelação, a missão dele seria resgatar ensinamentos feitos por profetas como Moisés, Abraão e Jesus. Mas ao longo do tempo muito foi distorcido. Então, muitos adeptos, após sua morte, compilaram seus ensinamentos no Alcorão, livro que embasa a fé islâmica e discorda das crenças judaicas e católicas.

            Também eles criaram a jihad, a guerra de manter o islamismo pleno dentro de si para o maior número de pessoas possíveis.

            Desta forma, buscaram alargar os horizontes do território islâmico, incialmente tomando o Oriente Médio e o norte da África, depois entraram na Europa Ocidental.

            A estratégia foi longa na duração e rápida na conquista. Os muçulmanos precisaram de menos de uma década para dominar a maior parte do território europeu.

            A invasão começou em 711 ad e em três anos já habitavam a maior parte da Península Ibérica. O curioso é que essa ocupação foi incentivada pelas mesmas pessoas que habitavam a região.

            Os visigodos viviam em disputas internas, e por causa dessa rivalidade uma facção dos visigodos pediram ajuda a um líder muçulmano do norte da África. Ele não só atendeu o pedido, mas também deu-se conta da riqueza do território e aproveitou para toma-lo para si.

            A entrada foi muito rápida. Eles entraram precisamente por Gibraltar e se espalharam pela Espanha, e gradualmente foram tomando as vilas e cidades. Aos poucos a península foi sendo conquistada e se expandiu até a Luzitânia.

            As teorias que os historiadores levantam quanto a facilidade da invasão, foi em primeiro lugar que o reino visigótico não deixava que as populações de origem romana tivessem acessos a armas ou a exércitos. Era um processo de desarmamento que facilitou a queda do seu próprio Estado.

            Os que escaparam fugiram para o alto das grandes montanhas no norte da Península Ibérica. Estabeleceram o chamado Reino das Astúrias. Aclamaram Dom Pelágio como seu novo rei.

            A fé muçulmana surge quando já existia a fé cristã. Os muçulmanos invadem as terras habitadas pelos cristãos e impõem a sua fé à força da espada. Os cristãos recuam para sobreviver e manter a sua fé.

            Observamos neste ponto um conflito ideológico sobre a fé, sobre o verdadeiro Deus e seu representante aqui na Terra. Como sair de tal conflito de fé sem o uso da espada? Como uma compreensão adquirida da existência de Deus e de como agir para nos melhorar e aproximar dessa divindade que é imaginada como o Criador de tudo, o Pai de todos?

            O Cristianismo defende que todos somos filhos do mesmo Pai, por isso somos todos irmãos. Devemos compreender a ignorância dos irmãos e por isso devemos amá-los como a nós mesmos, pois se nós fôssemos ignorantes de alguma verdade, gostaríamos que algum irmão viesse nos ensinar. Foi isso que Jesus fez em sua missão junto de nós. Ensinar essa forma de amar, até mesmo aos inimigos, até mesmo de oferecer a outra face ao adversário ignorante que nos machuca. Exemplificou isso na cruz, sob os mais ignóbeis suplícios.

            Ao aceitar Jesus como o filho mais evoluído que Deus mandou para nos ensinar sobre a Sua essência que é o amor, como trocar por outro, à força da espada? A esse agressor que nos atinge com tais objetivos, não podemos oferecer a outra face, pois ele não está no nível de aprendizado e sim de aplicar o seu método de cooptação ou de escravização. O nosso método cristão de cooptação é pelo exercício do amor, mas devemos usar a espada para nos defender da ameaça de nos obrigar a abandonar o nosso Pai em direção a outro, cuja essência não é o amor racional, fraterno, construtivo, e sim a obediência fanática, destrutiva, mortal.

            O Islamismo marchou contra o Cristianismo na Europa Ocidental, com pouca resistência organizada. Portugal, o nosso berço enquanto nação, estava localizado no ponto mais extremo do ocidente, no fim do mundo. Mas foi aí que a história que vamos conhecer mostra que o Cristianismo se fortaleceu e deu condições para suas caravelas identificadas pela cruz do Cristo chegar até nós, com a indicação espiritual que seríamos “O coração do mundo e a pátria do Evangelho”.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 17/03/2022 às 00h01
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