Esta é a última parte deste estudo da obra do autor Kazuo Ishiguro, “Vestígios do dia”, adaptado para o cinema, para compreendermos um pouco mais sobre o mecanismo de ação de uma contaminação social chamada corrupção.
- “Não fazemos injustiça aos judeus ao dizer que a revelação de Cristo é algo incompreensível e odioso para eles. Embora aparentemente tenha nascido judeu, ele personifica a negação da natureza sagrada deles, algo que os judeus têm mais consciência do que nós. Ao demonstrar a grande diferença entre nós, europeus, e os judeus, não pretendemos de modo algum que o preconceito religioso com sua perigosa influência resolva a questão, porque a percepção de duas naturezas tão diferentes revela um verdadeiro abismo...”
Esta foi a leitura de um texto que o Lord Darlington fez em seu escritório, ao mesmo tempo que observava o trabalho das irmãs judias, alemãs, refugiadas do horror nazista, que ele acabara de dar emprego em sua mansão. A postura enigmática e reflexiva que ele assumia, mostrava ao expectador que ele fazia um processamento cognitivo onde o ato de ter dado emprego aquelas duas pessoas ia de encontro aos argumentos que estavam sendo apresentados no texto. O cenário muda para uma conversa a sós com o mordomo, Sr. Stevens.
- Stevens, temos duas refugiadas empregadas aqui, não?
- Temos, senhor, duas criadas: Elsa e Irma.
- Infelizmente, precisa despedi-las.
- Manda-las embora, senhor?
- É uma pena, mas não temos escolha. Deve analisar o contexto geral. Tenho de pensar no bem-estar de meus hóspedes.
- Meu senhor, se me permite dizer, elas trabalham muito bem, são inteligentes, educadas e muito asseadas.
- Eu sinto muito, mas pensei muito bem. Há questões maiores em jogo. Infelizmente, já está decidido. Elas são judias!
- Sim, meu senhor. Muito obrigado!
Observamos nesse momento um choque de consciências: enquanto o Lord Darlington havia formado convicção de que deveria assumir a narrativa nazista e despedir as duas irmãs judias e alemãs, provocando assim o retorno delas à sua pátria e a consequente ida a algum campo de concentração, o Sr. Stevens considerava que aquilo não estava correto, as moças eram boas funcionárias, não havia motivos para despedi-las. Tentou ainda argumentar, mas a resistência firme do seu patrão e a convicção que ele deveria servi-lo da melhor forma possível para deixa-lo satisfeito, que ele era uma pessoa de maior conhecimento e sabedoria, portador de grande estatura moral, fez ele acatar o pedido sem demonstrar mais nenhum tipo de contestação. O mesmo não aconteceu com a Srta. Kenton quando soube da notícia pelo Sr. Stevens:
- Incrível como pode falar como se discutisse os pedidos para a despensa. Não acredito! Elsa e Irma devem ser despedidas por serem judias?
- A sua senhoria tomou sua decisão. Não há o que discutirmos.
- Se elas não tiverem trabalho, serão mandadas para a Alemanha!
- Não há nada que possamos fazer.
- Estou dizendo, não está certo despedir minhas meninas amanhã. Um pecado! Um pecado muito grave.
- Há muitas coisas que nós dois não entendemos no mundo de hoje. Mas a Sua Senhoria entende. E ele analisou as maiores questões em jogo com relação, digamos, a natureza dos judeus.
- Sr. Stevens, estou avisando, se elas forem, eu saio desta casa.
- Ah, Srta. Kenton... por favor
O tempo passa... o Sr, Stevens e a Srta. Kenton então entrevistando novas candidatas, quando o senhor Stevens volta ao assunto da dispensa das duas alemãs.
- Não disse que ia embora por causa das meninas alemãs?
- Eu não vou embora. Não tenho para onde ir, não tenho família. Sou uma covarde
- Não, não...
- Sim, sou uma covarde. Tenho medo de ir embora, essa é a verdade. No mundo só vejo solidão, e isso me assusta. Meus grandes princípios não passam disso. Sinto vergonha de mim mesma.
- Srta. Kenton, você é muito importante para esta casa. É extremamente importante para esta casa.
- Eu sou?
- Sim, sim... agora vejamos, se tem certeza sobre essa jovem, melhor chama-la.
O assunto volta sobre a entrevista da candidata.
Continuando a reflexão do que pode interferir na nossa consciência, na coerência de ver, ouvir ou sentir os fatos ao nosso redor, e concluir pelo que existe de verdade ou mentira, o quanto um fato pode ser usado para construir uma falsa narrativa, o quanto a verdade pode ser omitida ou falsificada, o quanto eu devo me esforçar para procurar sempre os dois lados da questão que está em disputa.
Os diálogos mostram, num nível mais superior, o seguimento por parte de uma pessoa de bem, o Lord Darlington, de uma narrativa feita pelos nazistas, e das pessoas que sofrem ou podem sofrer os efeitos dessa narrativa.
Num nível mais inferior do processamento cognitivo, vemos também duas pessoas do Bem, com boas intenções, o Sr. Stevens e a Srta. Kenton. Ambos demonstram resistência às decisões do patrão, sendo o Sr. Stevens mais tolerante e permissivo. A Srta. Kenton apesar de demonstrar maior nível de resistência, de estar deveras escandalizada com tal procedimento, não tem coragem de não pactuar com a narrativa, com o “pecado”, como ela mesma diagnosticou, e se sente envergonhada por isso.
No Brasil, também podemos observar esses dois níveis de alinhamento cognitivo à narrativa petista, a uma narrativa que vai de encontro aos nossos princípios, como foi a narrativa nazista. As pessoas que, comparadas ao Lord Darlington, podem participar da estrutura do poder dentro de uma narrativa socialista, trabalhista, comunista, mesmo que vejam o dinheiro público sendo desviado de forma criminosa para a implementação do projeto por trás da narrativa; segundo, as pessoas de poder cognitivo inferior, que estão abaixo do nível gerencial decisório da narrativa, mas que são beneficiadas pelos gerentes decisórios. Tem aquelas que acreditam sem restrições nas decisões tomadas pelos seus patrões, e mesmo essas decisões indo de encontro aos seus princípios, eles entendem que devem redirecionar o seu juízo de valor para acatar as decisões tomadas. Outras pessoas são mais firmes na forma de entender os erros da narrativa imposta, mas se sentem medrosas e acovardadas, de não terem condições de seguirem seus princípios e abandonarem a narrativa falaciosa. Poucas são as pessoas, não foram citadas na obra, que não aceitam a falsidade ética de tal narrativa, mesmo perdendo os benefícios que elas podem ou que já estão lhe trazendo.
Eis a explicação para a situação paradoxal que existe no Brasil, onde um criminoso, julgado e condenado em todas as instâncias, mantido e preso com os direitos políticos cassados, mesmo assim aparece em primeiro lugar nas pesquisas de intenção de voto para a presidência da República.
A narrativa nazista foi derrotada após muito esforço, dinheiro e sangue derramados. Observamos que a narrativa petista em processo de degeneração, mesmo assim mostra o mesmo caminho: muito esforço, dinheiro e sangue para isso ser alcançado.
Continuando o estudo sobre o desenrolar dos acontecimentos em torno do Lord Darlington, veremos agora o desenvolvimento da narrativa nazista apresentada por novos convidados que ele recebe, com o apoio sempre constante do mordomo Sr. Stevens.
- Os senhores falam de judeus, ciganos, negros e assim por diante, mas é preciso considerar as leis raciais dos fascistas como uma medida salutar que vem tarde, em minha opinião.
- Imagine tentar impor uma lei dessas aqui...
- Meu caro Lord, não se dirige um país sem um sistema penal. Aqui chamamos de prisão. Lá, eles chamam de campo de concentração. Qual a diferença? Stevens, há algum tipo de carne nesta sopa?
- Não, acho que é caldo de cogumelo. Com cogumelos, cebola, aipo. Nada de carne. Preparada com água fria e xerez.
- Soube que tem um trabalhista lhe dando apoio político.
- A Alemanha se livrou dessa história de sindicato. Acreditem, nenhum trabalhador faz greve na Alemanha. E o governo mantém todos na linha.
- Não é à toa que este país está se afundando. Está doente por dentro. Ah, Stevens, sabe se os croutons têm manteiga?
- Receio que sim, senhor.
Muda o cenário para o aposento do mordomo, Sr. Stevens, onde ele recebe o chefe da segurança dos convidados do Lord Darlington, Sr. Benn.
- Deixou esse lugar bem aconchegante. Parece que é um homem satisfeito, Sr. Stevens.
- Na minha filosofia, Sr. Benn, um homem não pode se dar por satisfeito até ter feito tudo que puder para servir seu patrão. Isso pressupõe que o patrão seja uma pessoa superior, não só em hierarquia ou riqueza, mas sim em envergadura moral.
- Na sua opinião, o que está havendo lá em cima tem “envergadura moral”? Eu gostaria de ter tanta certeza, mas não tenho. Eu tenho ouvido coisas bem suspeitas, Sr. Stevens.
- Eu não ouço nada, Sr. Benn. Ouça! Emocionante, não?... (se refere ao disco que está sendo reproduzido na vitrola). Ouvir as conversas dos senhores me desconcentraria do trabalho.
Podemos observar que o patrão do Sr. Stevens desenvolve uma conversa com os seus visitantes, que apresentam determinada narrativa, mas o mordomo não se envolve na conversa, tem plena confiança no senso crítico e ético para colocar sobre ele qualquer dúvida. Não imagina que ele possa estar cometendo algum erro ao aceitar uma narrativa que vá de encontro aos seus princípios. Afinal, a sua filosofia é fazer tudo para satisfazer o seu patrão a quem considera de grande envergadura moral e incapaz de cometer erros. Está despreocupado quanto a isso.
Processo parecido pode ter acontecido no Brasil. O presidente Lula assumiu a chefia da nação com uma narrativa de honestidade, de eliminar a pobreza, e distribuiu benesses e empregos, dentro e fora da realidade financeira do país. Os beneficiados passaram a acreditar que essa narrativa é correta, que o seu “patrão e pai” é uma pessoa de grande envergadura moral, que qualquer sombra de dúvida não pode ser considerada. Os diversos escândalos que surgiram, fatos dentro de uma realidade inconteste, serviram para rejeitar essa narrativa como falsa, como aconteceu comigo e tantos outros, que não deixaram o seu nível de coerência ser contaminado. Mas, as outras pessoas que permaneceram querendo manter essa narrativa, que são pessoas de bem, de boa estatura moral, porque não abandonaram a narrativa e deixaram dentro dela apenas os criminosos e seus asseclas?
Mas iremos continuar no estudo dessa obra literária para afinar ainda mais a nossa capacidade de reflexão, e até entender os nossos amigos que estão enredados nessa teia, como uma presa da aranha.
Estamos sempre nos relacionando com o mundo à nossa volta, os caminhos surgem e temos que fazer opção por onde iremos seguir. Tenho um forte sentimento ético e tive forte admiração por colegas da Universidade Federal do Rio Grande do Norte que mostravam ter um sentido ético bem mais forte que o meu, inclusive com pitadas de militância política bem mais incisivas que as minhas. Lembro de um professor do Departamento de Fisiologia, LFM, que servia para mim como uma luz a orientar o comportamento ético que todos deveriam ter, nas relações políticas e profissionais dentro do departamento, dentro da política universitária, municipal, estadual e federal.
Quanto me admiro hoje de ver que aquele baluarte da ética e da moral, hoje defende criminosos, acusados, julgados e punidos pela justiça em todas as instâncias... como isso pode acontecer? Por que ele perdeu o sentido ético? Ou foi eu que perdi a condição de analisar com coerência os fatos à minha disposição, as narrativas que me são colocadas?
Foi nesse contexto que reencontrei o filme, adaptado do livro homônimo, “Vestígios do dia” que vale aqui colocar a súmula do livro e alguns diálogos do filme, para nossa reflexão.
Vestígios do dia (súmula)
O mordomo Stevens, já próximo da velhice, rememora as três décadas dedicadas à casa de um distinto britânico, Lord Darlington, hoje ocupada por um milionário norte-americano. Por insistência do novo patrão, Stevens sai de férias em viagem pelo interior da Inglaterra. O mordomo vai ao encontro de miss Kenton, antiga companheira de trabalho, hoje mrs. Benn. No caminho, recorda passagens da vida de Lord Darlington e reflete sobre o papel dos mordomos na história britânica. Num estilo contido, o narrador-protagonista acaba por revelar aspectos sombrios da trajetória política do ex-patrão, simpatizante do nazismo, ao mesmo tempo que deixa escapar sentimentos pessoais em relação a miss Kenton, reprimidos durante anos.
No filme, trecho do diálogo ocorrido, ao redor da mesa, durante o último jantar oferecido pelo Lord Darlington aos seus convidados.
- No último dia de nossa conferência, permitam-me dizer o quanto fiquei impressionada com o espírito de boa vontade que prevaleceu. Boa vontade para com a Alemanha. E, com lágrimas nos olhos vejo que todos aqui reconheceram nosso direito de ser, novamente, um país forte. E, com muita sinceridade, eu declaro que a Alemanha precisa de paz, e deseja somente a paz. Paz com a Inglaterra e paz com a França. (cantora, e representante alemã)
- Muito obrigado (Lord Darlington)
- Eu também fiquei impressionado, profundamente impressionado com o desejo genuíno de paz expresso nesta conferência. Ao contrário do colega americano, nós, europeus, conhecemos os horrores da guerra. E quer sejamos franceses, ingleses, italianos ou alemães, nosso único desejo é nunca mais passar por ela de novo. Estou impressionado ou, melhor dizendo, emocionado com as palavras de amizade que ouvi. Eu lhes prometo que farei o máximo para mudar a política do meu país em relação àquele país que já foi nosso inimigo, mas que agora, eu ousaria dizer, é nossa amiga. (Representante francês)
- Senhoras e senhores. Os EUA não querem guerra tanto quanto vocês. Mas também não queremos paz a qualquer preço, porque alguns preços são altos demais para pagar. Mas não falemos disso agora, talvez tenhamos de fazê-lo muito em breve. No momento, vamos fazer um brinde ao Lord Darlington em gratidão à sua magnífica hospitalidade. Ao Lord Darlington! (Representante americano)
Todos sentam, mas o representante americano volta a se levantar.
- Lord Darlington. Lord Darlington é um tradicional inglês da velha guarda. Decente, honrado e de boas intenções. Assim como todos aqui: decentes, honrados e com boas intenções. Foi um prazer e um privilégio para mim estar com vocês aqui. Mas, desculpem, tenho de dizer isso. Todos vocês são amadores. E assuntos internacionais não devem ser tratados por amadores. Tem ideia de que tipo de lugar o mundo à sua volta se tornou? A época em que se decidia por nobres instintos se foi. A Europa se tornou a arena da Realpolitik, a política da realidade. Se preferirem, política verdadeira. Vocês não precisam dos políticos gentis, mas sim dos verdadeiros. Precisam de profissionais para tratar de seus assuntos, senão vocês perecerão. Portanto, proponho um brinde, cavalheiros, aos profissionais.
Nenhum dos convidados se levantou para acompanhar o brinde proposto pelo representante do congresso americano.
Este é um exemplo do que pode estar acontecendo no mundo e principalmente no Brasil. Muitas pessoas “decentes, honradas e de boas intenções” não percebem ou não interiorizam o mal que está sendo praticado ao redor e deixam se levar pelas narrativas falsas que as mentiras constroem em busca do poder.
Como fazer a pessoa decente que ainda continuam fascinadas pela ação do mal e suas narrativas, consigam perceber a verdade e usar a coerência para corrigir seus rumos?
No próximo texto irei abordar outro diálogo que mostra uma possível explicação para esse mistério.
Uma súmula do livro de Leonardo Coutinho, Hugo Chaves, o espectro, circula nas redes sociais e que merece nossa reflexão.
A Venezuela foi o primeiro país sul americano a conquistar sua independência da Espanha, em 1913, pelas mãos de Símon Bolívar.
Em 1922, descobriu-se a primeira grande jazida de petróleo, na cidade de Zulia. Em seis anos, aquele país já era o segundo maior produtor de petróleo do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos da América.
Durante a segunda grande guerra foi o maior fornecedor de óleo bruto aos americanos. Em 1945, produzia mais petróleo que todos os países do Oriente Médio juntos.
Em 1950 apresentava o quarto maior PIB do planeta. A Venezuela era duas vezes mais rica que o Chile, quatro vezes mais rica que o Japão e doze vezes mais rica que a China.
Em 1960, junto com a Arábia Saudita, Irã, Iraque e Kuwait, fundou a OPEP.
Em 1990, os venezuelanos eram, na média, um povo rico. Contudo, bolsões de miséria ainda persistiam, como de resto em todos os países da América Latina. Foi aí que, em 1998, surgia um “Salvador da Pátria” que iria acabar com a pobreza do povo: Hugo Chavez.
A partir de 1999 e durante os próximos 10 anos, os aumentos do preço mundial do petróleo fizeram de Hugo Chavez um homem muito poderoso e multibilionário, que chegou a influenciar diretamente vários países latino-americanos e até mesmo outros continentes, com suas doações de óleo em troca de “serviços” – apoio a sua revolução bolivariana.
A PDVSA, estatal do petróleo venezuelana, foi precisamente o instrumento de Chavez se utilizou para a construção do “seu mundo”. Como uma “vaca leiteira”, a empresa foi usada com propósitos político-ideológicos, mas também para o luxo e a riqueza do núcleo duro do chavismo.
Em 1999, Chavez e Fidel Castro assinaram um acordo, pelo qual a Venezuela remeteria 53 mil barris de petróleo diários para Cuba, em troca do envio de 12 mil “médicos” cubanos para a Venezuela. Essas remessas chegaram a 100 mil barris diários, mais que o consumo de toda a ilha caribenha, sendo que Fidel vendia o excedente para outros países (atualmente há cerca de 60 mil cubanos na Venezuela, controlando desde a segurança do presidente Maduro, até as forças armadas e de inteligência).
Chavez entregou aos cubanos toda a emissão de passaportes e demais documentos de identificação. Além disso deixou de investir dinheiro no seu país, para comprar bilhões de dólares em títulos da dívida de países amigos, como Cuba. Argentina, Bolívia e Equador. O ditador venezuelano, no seu delírio proto-comunista, estatizou todos os setores da agricultura, que foram relegados ao abandono, assim como fábricas de alimentos, supermercados, redes de rádio e TV. A maioria fechou. O resultado disso foi que, em menos de uma década de chavismo, a proporção de alimentos produzidos na Venezuela caiu mais de 60%.
A partir de 2008, a importação de itens básicos, como remédios e alimentos, foi terceirizada para empresas estatais cubanas, como Alimport, Cubacontrol e Surimport, que cobram altas taxas de intermediação. Mais uma forma de financiar a ditadura cubana.
No final de 2013, os preços do petróleo começaram a cair, levando a Venezuela a atrasar seus compromissos internacionais.
A partir de 2014, com a posse de Maduro em função da morte de Chavez, a destruição daquele país se acelerou. A inflação chegou a 700%, e o índice de desabastecimento chega a ser superior a 80%.
Em 2017, a inflação chegou a 2.616%, a maior do planeta.
Entre 2015 e 2016, 74% da população perdeu 8 quilo ou mais, em função da fome. No final de 2016, 93,3% dos venezuelanos não tinham como cobrir as despesas com alimentação para garantir uma dieta mínima de 2000 calorias. As pessoas passaram a abandonar seus animais de estimação nas ruas, porque não tinham mais como lhes comprar ração. Esses animais passaram a ser caçados e abatidos para servirem de alimento à população faminta. Nem os animais dos zoológicos foram poupados, bem como os famosos pombos que habitavam as centenas de praças chamadas Símon Bolívar, em todo o país.
Em 2017, a Venezuela teve de aumentar drasticamente sua importação de petróleo, devido ao sucateamento da PDVSA, cuja direção havia sido entregue aos “companheiros” dos sindicatos. Adivinhem qual é o maior fornecedor de óleo à Venezuela? Sim, o “grande satã” norte-americano. Segundo Ricardo Haussman, da Universidade de Harvard, a tragédia venezuelana eclipsa qualquer outra da história dos Estados Unidos, Europa Ocidental e do resto da América Latina. Isso sem contar que a Venezuela se tornou um narco-estado, sendo a maior exportadora da cocaína das FARCS e da Bolívia para os cartéis de drogas mexicanos e do norte da África.
Chavez (enquanto vivo), Maduro, Cabello e toda cúpula militar venezuelano estiveram ou estão envolvidos com o narcotráfico.
Em 2015, dois sobrinhos de Maduro foram presos no Haiti por agentes da DEA americana quando tentavam vender 800 kg de cocaína.
Essa é uma breve história de como um psicopata criminoso e seus asseclas conseguiram em menos de 20 anos arruinar um dos países mas promissores da América Latina, com sua utopia socialista.
Todas as informações acima foram retiradas do livro “Hugo Chavez, o espectro”, do jornalista brasileiro Leonardo Coutinho, cuja leitura eu muito recomendo.
Este é um breve panorama e muito didático de como um país pode ser destruído através de uma ideologia aparentemente positiva. Como defender uma administração dessa que jogou um país tão rico na miséria? O que existe por trás da máscara dessas pessoas, quais são seus interesses escusos? Será que apenas o apelo ideológico é capaz de minar a inteligência e o sentimento ético dessas pessoas?
Ou será que algum tipo de miopia me atinge a consciência e não consigo perceber verdade nas narrativas que eles tentam passar para a sociedade?
O fenômeno Jair Bolsonaro na política brasileira traz esperanças para uns e resistências por outros. Há um texto circulando na net, atribuído ao General Cupertino, que serve como bom motivo de reflexão.
Já estou de saco cheio de análises desses ditos “liberais” que dizem ter medo do Bolsonaro porque ele é radical.
Radical por que??? Porque quer colocar bandido na cadeia e fazê-los trabalhar para pagarem suas despesas?
Radical porque não quer que crianças aprendam a ser gays nas escolas com 6 anos de idade?
Radical porque é contra o aborto e ideologia de gênero??
Radical porque quer que as crianças aprendam o que devem aprender nas escolas e não sejam doutrinadas??
Radical porque assume que é católico, cristão e coloca Deus acima de todos??
Radical porque é contra o desarmamento e defende que as pessoas possam ter armas (se quiserem) para defender suas famílias?
Radical porque quer que índios e quilombolas trabalhem e não vivam às custas do Estado?
Radical porque quer defender nossos minérios de ONGs internacionais que exploram os índios e os vendem no mercado negro?
Radical porque admite que tem coisas que não sabe e tem a humildade em reconhecer e procura pessoas certas para o ensinar? Ele, na Economia, colocou Paulo Guedes, que até onde sei é um liberal econômico e o está ensinando. Aliás, um economista respeitadíssimo.
O que raios vocês querem mais??
Uma Marina Silva, eterna petista que só aparece como um fantasma de 4 em 4 anos, casada com o maior contrabandista de mogno do país???
Um Joaquim Barbosa, um homem destemperado, esquerdista, eleitor de Lula e Dilma, que aliás foi contra o impeachment dela e defensor do aborto???
Um Ciro Gomes, um coronel desequilibrado do Ceará, um esquerdista assumido, apoiado até pelo Partido Comunista Chinês??
Um Meirelles, que faz parte do establishment atual, uma múmia viva sem nenhuma experiência política??
Um Álvaro Dias, esquerdista light, padrinho do Fachin, do MST e da poligamia que está nesse lixo chamado STF???
Um tal de Amoedo, dono de um partido Novo, presidente vitalício que se diz liberal, mas só usa palavras esquerdistas como empoderamento???
Um Alckmin, falso opositor do PT, tucano???
Francamente, estou realmente de saco cheio de vocês.
Provem que o Bolsonaro é corrupto, coisa que não conseguem fazer.
De minha parte quero um Presidente honesto e com valores tradicionais e bem sedimentados!
Já está de muito bom tamanho, só para começar a limpar a sujeira que a esquerda fez nesses mais de 30 anos no poder.
Simples assim.
Não é a política que faz o candidato virar ladrão.
É o seu voto que faz o ladrão virar político.
Não seja um alienado ou deficiente cívico.
Faça a sua parte.
Como cidadãos e contribuintes de tributos e votos.
Vamos nos mobilizar para o exercício saudável da cidadania.
Brasil acima de tudo!
Cupertino.
Um breve passeio pelo cenário político atual no Brasil, com foco nos candidatos à Presidência da República. Apesar de pequenas restrições que faço ao texto, como deixa uma crítica a quem foi eleitor de Lula. Faço restrições porque eu também fui eleitor de Lula, mas deixei de ser quando percebi as mentiras ao seu redor no caso do mensalão. Já não votei na sua reeleição, não votei nos seus candidatos nas eleições seguintes, pois via em cada ano uma crescente solidificação de minhas suspeitas.
No restante do texto, aprovo totalmente, e vou mais além. Tenho saudades do governo militar, quando eu era estudante universitário e sem conhecer bem as condições políticas do porquê eles estavam no poder, eu engrossava as vozes de quem criticava a ditadura e elogiava os valentes guerrilheiros comunistas, tipo Che Guevara, ídolo de quase a totalidade universitária.
Hoje com uma melhor compreensão da história política brasileira, tenho apenas uma queixa dos militares, de terem dado um golpe de Estado e substituído a Monarquia pela República, atendendo interesses da elite, do clero, do capital, em detrimento do povo, dos escravos, que nem souberam ao certo o que se passou, como acontece até hoje.
Apesar de meus protestos contra a “ditadura militar”, terminei meu curso médico, após ter estudado dentro de um quartel como marinheiro, formei-me em Medicina com a ajuda de um Crédito Educativo, nunca fui perseguido e nenhum dos meus familiares, que trabalhavam sem tanto medo de assaltos, violência... eu, ás vezes cansado do trabalho e do estudo, dormia na casa da minha namorada, nas Rocas, durante o namoro, perdia o ônibus depois da meia noite, e ia a pé até as Quintas sem nunca ter sido assaltado ou abordado por nenhum tipo de violência...
Por que não teria hoje saudades desse tempo?
Por que não me arrepender hoje da minha ignorância no passado?
Por que não defender um texto como este escrito pelo General Cupertino e que reflete in totum o meu pensamento?