O Natal é uma data simbólica, representativa dos melhores sentimentos que a humanidade pode desenvolver. Focado no nascimento de Jesus, aquele que se denominava filho de Deus, e que veio à Terra fazer a Sua vontade, ensinar a Lei de Amor a todos os homens, como forma de obter cidadania para integrar o Reino dos Céus.
Mas, qual o significado da palavra Natal? E qual a verdadeira origem dessa festa?
A palavra Natal é de origem latina “nativitas”, que significa nascimento. O Natal é, portanto, a comemoração do nascimento de Cristo. Embora haja quem diga que o Natal passou a existir por influência da festa judaica de Hanuká (Festa das Luzes), parece consensual a versão de que o Natal, propriamente o dia 25 de dezembro, tem sua origem em Roma, mais especificamente na festa pagã do “dies solis invicti natalis” (o nascimento do sol invicto), em que se homenageavam o “deus Sol”, quando esse começava a se dirigir para o norte. Nessa data, era comum as casas serem decoradas com árvores, os amigos trocarem presentes, as pessoas realizarem procissões, etc.
Por se tratar de uma data relevante para aquele povo, e pelo fato de ser praticamente impossível apaga-la de suas mentes, a Igreja Católica decidiu transformar tal cerimônia pagã numa festa cristã.
Foi assim que a partir do ano 336 d.C. surgiu o nosso Natal!
Ainda sobre o Natal, é bom ressaltar que a figura do Papai Noel foi inspirada no bispo católico Nicolau, que viveu por volta de 350 d.C., e que tinha o hábito de distribuir presentes para as crianças pobres. Após ser canonizado (santificado), São Nicolau (Santa Klauss) ganhou fama, transformando-se no “bondoso velhinho” de barbas brancas.
A árvore de Natal, segundo estudiosos, provém de costumes dos povos indo-europeus, os quais muito antes de Cristo, adoravam ao que denominavam de “deusa da fertilidade”, ou seja, a árvore.
Foi somente a partir do século XVI que o grande vegetal ganhou toda essa simbologia atual, com enfeites coloridos, velas, frutas, etc.
Já o presépio tem sua origem no ano de 1.223 da era cristã, por mãos de São Francisco de Assis, que tinha por objetivo comemorar o Natal de um modo mais autêntico. Para isso o religioso montou um estábulo com as supostas personagens que assistiram ao nascimento do menino Jesus.
Esses são os símbolos natalinos, que servem como guia para os festejos atuais, onde o congraçamento entre as pessoas deixa os ambientes mais amenos e amorosos.
Que este Natal seja repleto de perdão, paz, compreensão e amor.
Sou simpatizante do capitalismo e do livre mercado. Acredito que o governo deve funcionar para garantir o livre comércio dentro de um sistema capitalismo, criando leis que impeçam o potencial de selvageria que o capitalismo pode assumir e prejudicar o indivíduo em favor das grandes corporações financeiras.
Quando o capitalismo consegue ultrapassar esse freio, quando consegue por meio do poder financeiro dominar o legislativo e criar leis que facilitem a drenagem dos recursos para seus operadores institucionais, drenando lucros cada vez maiores para o topo em detrimento da massa dos trabalhadores, observamos o surgimento cada vez mais frequente e profundo das mazelas sociais que criam desejos de mudança radical no sistema de governo, como a substituição da democracia pelo socialismo ou comunismo, com seu potencial ditatorial e engessamento à posteriori da própria democracia.
As grandes empresas colocam no poder legislativo pessoas que defendam os seus interesses, participam de lobbies para garantir que leis protecionistas para os seus lucros sejam aprovadas, e isso leva a queda constante do poder aquisitivo da população e queda na qualidade de vida.
O segredo para isso acontecer está à vista de todos: a doação para as campanhas políticas. Todos os eleitos com base nessas doações, ficam comprometidas a defenderem os interesses das companhias que os patrocinarem, que doaram recursos para doações ou pagamentos aos eleitores nos momentos das eleições. O eleitor, geralmente ignorante desse compromisso que está formado entre candidato e patrocinador da campanha, recebe de forma indireta, através do candidato, o dinheiro da corporação financeira, para mais tarde sentir os efeitos das leis que produzem o degaste cada vez maior no seu poder aquisitivo. Por outro lado, a empresa resgata com uma margem de lucro bem maior todo o investimento que fez na campanha política.
Todo o recurso financeiro é colocado à disposição desses candidatos comprometidos com as empresas, e que financiam também os institutos de pesquisa e órgãos da imprensa que se deixam manipular, com a função de criar um cenário favorável aquele político que se deseja eleger.
Temos por exemplo o desastre brasileiro, onde um partido de viés socialista assumiu o poder, distribuiu dinheiro para comprar a consciência da massa carente e ignorante e também dos doutores das universidades e das altas câmaras do parlamento e da justiça. Esse dinheiro tanto podia ser distribuído com bases legalistas dentro de um sistema corrompido sem poder de crítica, como através das empresas que pagavam altas propinas em troca de vultosos contratos públicos.
Onde estaria o capitalismo num sistema dessa natureza? Totalmente destroçado, onde as empresas sérias procuravam fugir desse ambiente nocivo, e a população pagando no bolso o peso da inflação, do desemprego da insegurança, tanto física quanto financeira.
É importante que o povo seja educado, do mais simples ao mais laureado, que todo benefício financeiro adquirido de forma gratuita por políticos comprometidos com empresas, com o poder financeiro, sempre terá por trás o suor e sangue do trabalho dos milhões de contribuintes. Isto está contra a ética, principalmente a ética evangélica, da qual a maioria dos cidadãos, em todos os níveis, se dizem cristãos.
Santa Francisca Xavier Cabrini, a santa homenageada no dia 22 de dezembro, tem uma forma de pensar que é interessante trazermos à reflexão:
Há duas tempestades igualmente a se temer: a da adversidade e a da prosperidade, esta, muitas vezes mais perigosa que a primeira... o caminho do céu é tão estreito, pedregoso, espinhoso, que ninguém pode caminhar sobre ele a não ser voando.
Procurarei ter uma perfeita indiferença por todos os acontecimentos, tristes ou bons, que meu Dileto (Jesus) permitir; procurando não me deixar surpreender; mas subir imediatamente com o espírito para ver a mão de Deus, que tudo dirige para meu melhor bem. Eu me persuadirei sempre mais de que é muito curto o meu entendimento, escassa, pois, a luz, pelo que me guardarei do atrevimento de querer julgar a conduta de Deus em qualquer acontecimento. Se algo me parecer árduo e pesado, redobrarei a minha confiança e abandono no meu Dileto, procurando encontrar repouso absoluto no Coração divino.
Eu nunca falarei de mim, nem bem nem mal, como indigna de ser objeto de que alguém se deva ocupar. Ao ouvir louvar-me, tentarei com jeito mudar de assunto. Ao ouvir censurar-me, farei feição alegre e desculparei os acusadores. Esconderei quanto puder o espírito do qual possa estar dominada, por gosto em me ocultar e, ao receber notícias más, conservarei alegria como em face do mais belo anúncio, refletindo que é meu Jesus que as envia, para fins santíssimos que eu não posso entender com a minha pequena inteligência...
Se eu me ocupasse só das coisas exteriores, por boas e santas que fossem, eu me tornaria fraca e languescente; com o risco de perder-me, se por acaso me faltasse o sono da oração e se não procurasse dormir tranquilamente no coração do meu dileto Jesus. Dá-me, ó Jesus, em abundância esse misterioso sono.
O foco de suas observações está na adversidade e na prosperidade, que devemos ter uma atitude indiferente às duas situações, sendo mais difícil permanecer no caminho reto quando estamos dentro da prosperidade. Mostra a importância de não desenvolvermos personalismo, colocando o foco sobre nós, mostrando tristeza ou alegria de acordos com as circunstâncias que nos atinge. Sempre ficar vigilante que tudo tem a permissão de Deus e que seguindo as lições do Mestre Jesus, que nenhuma dificuldade que nos chega está acima de nossas forças, devemos estar sempre a vigiar e orar, ficar sempre sintonizado com Deus, e que tudo que nos acontecer serve para nossa evolução, pois essa é a intenção do Pai.
O Papa Francisco fez as seguintes considerações:
Envolver-se na política é uma obrigação para um cristão. Nós, os cristãos, não podemos fazer de Pilatos e lavar as mãos. Não podemos! Temos de nos manter na política, porque política é uma das formas mais altas de caridade, porque busca o bem comum. Os leigos cristãos devem trabalhar na política. A política está muito suja, mas eu pergunto: está suja por que? Porque os cristãos não se meteram nela com espírito evangélico? É a pergunta que eu faço. É fácil dizer que a culpa é dos outros... Mas eu, o que faço? Isto é um dever! Trabalhar para o bem comum é um dever do cristão.
O Papa tem boas intenções, o seu comportamento franciscano tem mostrado com atitudes de humildade por onde anda. Agora, quanto à política... tenho minhas dúvidas. Ele interroga se a política está tão suja não é porque os cristãos que estão dentro dela não tem um comportamento evangélico. Sou obrigado a concordar. Inclusive políticos pastores, padres, etc. Os princípios evangélicos não são observados na prática política.
Mas, por outro lado, sei que existem muitos políticos que trabalham neste campo com espírito evangélico, mas não evoluem. Digo isso porque posso me considerar como um deles. Militei por um bom período da minha vida desenvolvendo os princípios cristãos. Meu lema de campanha foi sempre pela “Dignidade Humana”. Apesar de médico e praticar os meus conhecimentos e até doar amostras grátis de medicamentos aqueles necessitados, nunca condicionei essa prática a troca de um voto. Sempre deixei o eleitor e beneficiado por minhas ações à vontade para votar de acordo com a sua consciência, de votar naquele que para ele era o melhor candidato, que podia ser o meu concorrente.
Tenho muitos amigos nas comunidades, pessoas carentes que têm um laço afetivo comigo por terem se beneficiado em algum momento por minhas ações. Na época da campanha política, eu sabia que essas pessoas votavam em mim, mas trabalhavam como cabos eleitorais para pessoas que podiam pagar para que elas levassem benefícios à comunidade em troca de votos. Conclusão, tenho o voto dessa pessoa, mas ela consegue 200 ou mais votos para o outro candidato. Esse meu amigo, cabo eleitoral, está lutando por sua sobrevivência, não deixa de ganhar os seus trocados, que por sinal saem do bolso dos contribuintes, meu inclusive... eis a ironia!
Dessa forma tive militando por diversos anos, sem me afastar do lema da Dignidade Humana, do lema evangélico. Fui candidato por diversas vezes: vereador, deputado estadual, deputado federal e até vice-governador. Estava dentro da linha evangélica, da maior das caridades, segundo o Papa Francisco, sem dizer nada a ninguém sobre isso, afinal a caridade não é para se divulgar aos quatro ventos, deve ser uma relação nossa com Deus.
Não vi ao meu redor durante as campanhas políticas, nenhum candidato com o mesmo comportamento que o meu, mas acredito que existam e como eu também não alcançaram a eleição. Se todos seguissem o conselho do Papa Francisco, não teríamos tanta sujeira como observamos hoje, mas infelizmente não é assim.
A maioria dos políticos são cristãos, assim como a maioria da população, dos eleitores que os elegem. Acontece que os princípios evangélicos passam longe de suas atitudes, apesar de que no discurso público estar bem próximo. Hipocrisia!
São Tomás de Aquino coloca um pensamento na obra, “Contra os Gentios, 4,55 ad 13) que merece profunda reflexão:
Mais se pratica de modo excelente a virtude, mais se obedece a Deus, e entre todas as virtudes a primeira é a caridade, em relação a qual todas as outras se ordenam. Praticando o ato de caridade do modo mais perfeito possível, Jesus Cristo atinge o grau supremo da obediência a Deus. Com efeito, segundo o ensinamento de São João (15,13), não existe ato de amor mais perfeito que morrer pela salvação de todos os homens e para a glória de Deus, e tal ato atinge o ápice da obediência, no ato do perfeito amor.
Esse exemplo do Cristo atingir o ápice da caridade ao oferecer a sua vida pela salvação da humanidade, e tentar colocar isso como um exemplo a seguir, traz algumas considerações. O Cristo veio à Terra com essa missão específica, ensinar o amor incondicional até o clímax de sua jornada com a crucificação. Nenhum de nós que veio à Terra traz em si tal missão, não temos categoria espiritual para tanto. Nós somos as ovelhas que devem estudar e aplicar as lições do Cristo. A nossa responsabilidade maior é com nossa evolução que para se desenvolver a contento devemos ajudar ao próximo sempre que possível. Isso não quer dizer que devamos dar a nossa vida pela do próximo, pois se isso se repete continuamente em cada encarnação, onde estaremos evoluindo, se cada uma dessas evoluções é interrompida pela morte precoce em função de alguém? No caso de Jesus ele deu a vida para a salvação da humanidade, pois essa era a sua missão, aceita pela pureza do seu espirito. Em nosso caso, não temos tal pureza espiritual, pelo contrário, temos que aprender muito e a nossa vida e preciosa para esse aprendizado.
Vamos criar um exemplo hipotético, onde um trabalhador tem que ir ao seu emprego todos os dias, tendo que passar por uma rua mal iluminada, provável de encontrar com marginais dispostos a roubar e matar. Esse trabalhador porta uma arma e no momento da agressão ele pode ter a chance de sacar a sua arma e se defender, matando o bandido antes de ser morto. Está ele errado? Era para deixar o bandido lhe matar e atingir os seus objetivos mórbidos, ou o que seja. O trabalhador deixaria de continuar a sua existência, deixaria de cuidar dos seus dependentes? Apenas para cumprir o item bíblico do não matarás?
Sinceramente, não vejo nenhuma lógica nos argumentos que impeçam do trabalhador salvar a sua vida tirando a vida do assassino.
Pego um exemplo mais forte: será que José, tendo uma espada ao seu lado, vendo um dos soldados de Herodes pegando o seu recém-nascido, Jesus, para mata-lo conforme a ordem recebida, deixaria o seu filho morrer, por não querer matar o soldado? Nessa hipótese não teríamos o Mestre do Amor vivo para chegar aos 30 anos e ensinar suas lições que hoje faz a gente pensar dessa forma tão pacífica que destrói o nosso potencial de vida.
Essas são minhas considerações que, mesmo sendo politicamente incorretas frente aos princípios evangélicos, não consigo pensar diferente.