Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
18/11/2016 00h59
SELVA DE PEDRA

            Selva de Pedra é um nome bem apropriado para São Paulo, assim como a “Locomotiva do Brasil”. É uma das principais metrópoles do mundo, 4º lugar, perde apenas para Tóquio no Japão, Seul na Coréia do Sul, e a Cidade do México no México.

            Estou hoje em São Paulo e vejo ao redor imensos e inúmeros edifícios, e um movimento vertiginoso de carros de todos os tamanhos e modelos que circulam veloz ao meu lado ou à distância.

            Mas, onde estão as feras? Todas as selvas tem suas feras características e aqui não pode ser diferente. Como vou identificar essas feras? Bem, imagino, se estivesse numa selva real, o medo seria o melhor indicativo para eu identificar uma fera, evitar o encontro com ela, fazer com que eu não seja considerado por ela uma presa, e se por acaso vier sofrer o seu ataque, saber como me defender.

            Então, na “Selva de Pedra”, o que me causa medo? O próprio homem! São os meus irmãos, seres da mesma espécie, criaturas do mesmo Pai!

            Desde que pessoas ao meu lado vem a saber que estou me dirigindo para a “Selva”, logo chegam todo tipo de advertência, de ter muito cuidado, de não deixar os bens à mostra, de se vestir com humildade, de se comportar de tal maneira...

            Sim, as feras da “Selva de Pedra” estão à espreita em qualquer ponto que me desloco. Elas não tem uma característica especial, tanto pode ser bem vestido, simpático, como um maltrapilho mal encarado. Mas não deixam de ser meus irmãos.

            Fico a refletir no que aconteceu para que na “Selva de Pedra” acontecesse tanta transformação, que um irmão perca sua humanidade e se transforme em fera. Acabei de passar por uma pessoa que se comporta de forma indecorosa, por outra que tenta aproximação de forma afetiva, íntima, mas de aspecto andrajoso. Procurei me desvencilhar rapidamente de suas abordagens, e reconheço neles mais pessoas doentes, andando sem dignidade, sem conhecer que pertencem a uma classe de ser vivo tão perto do Criador. Sou médico, e fujo dos meus pacientes? Sou cristão, e fujo dos meus irmãos?

            Percebo que existe um grande fosso a separar a nossa condição humana. Alguns ainda estão no estágio da animalidade, ainda se comportam como feras e são assim considerados por todos. Outros já procuram seguir um caminho mais ético, de humanidade mais próxima de Deus. Mas porque um grupo tem um destino e outro grupo destino completamente diferente, apesar de interligados pela sobrevivência? E apesar de todos os recursos científicos e tecnológicos que conquistamos não conseguimos resolver esse problema?

            Trago à memória e inteligência para resgatar todo o passado de nossa história humana e vejo que saímos do estágio de animalidade, do homem das cavernas, onde não passamos de meros animais em busca da sobrevivência, para um estado de humanidade onde sabemos da importância de conhecer, defender e praticar os valores éticos e morais. Porém esse estado evolutivo não é alcançado por todos, algo no meio do caminho interfere com essa evolução moral.

            Reconheço que o egoísmo inerente à nossa condição animal, que luta pela sobrevivência do corpo material, é o principal motivo de tudo isso acontecer. A ignorância leva o homem a não perceber a existência e importância do mundo espiritual onde os valores morais são o determinante fundamental da evolução em uma dimensão hierárquica superior.

            Para derrotar a ignorância com a luz da Verdade, foi necessário que o Pai permitisse a vinda do Filho para nos informar sobre a Lei do Amor e mostrar assim, como sairmos do condicionamento do egoísmo, importante nos primeiros dias de vida, mas que tem uma força destrutiva se permanecer com o homem além da sua maturidade.  

            Por esse motivo vejo as feras humanas girando ao meu redor, prontas ao ataque quando acharem convenientes, como os meus irmãos que estão mergulhados no efeito da ignorância, tanto na miséria dos seus pais que não tiveram condições de educa-los convenientemente pela extrema pobreza, quanto pela miséria dos nossos gestores públicos que desviam o esforço coletivo para seus próprios interesses em prejuízo de todos.

            Estamos agora na “Selva de Pedra” na condição de fera ou de presa. Nós que já estamos iluminados pela Verdade e que sabemos da missão do Pai para cada um, de acordo com suas virtudes, em disseminar as lições do Mestre aplicando a Lei do Amor, não podemos simplesmente pensar na destruição dessas feras perigosas ao nosso lado. Temos que saber como enfrenta-las, domesticá-las e traze-las para a luz, assim como um domador de feras trabalha no circo. Com uma diferença, aquela fera do circo jamais deixará de ser fera, mesmo bem condicionada, domesticada. A fera humana pode perder a sua animalidade e ganhar a humanidade que nunca chegou a sentir. Depende de nossa coragem, determinação e conscientização de que somos filhos do mesmo Pai e que Ele espera que nós nos comportemos para salvar cada um dos seus filhos menores que se perderam ou foram usados e abusados no caminho da vida.

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em 18/11/2016 às 00h59
 
17/11/2016 00h59
RECUPERAÇÃO DE IRMÃOS

            Encontrei em Bertioga-SP, um morador de rua, descalço, corpo edemaciado (inchado), hálito alcoólico, mente deteriorada, dignidade humana perdida. Chega perto de mim perguntando se eu já havia passado fome na vida. Evitei a resposta e entrar no seu nível de argumentação. Sei que ele estava querendo ajuda em dinheiro, mesmo que colocasse como argumentação a fome. Era mais um dependente químico, alcoólico, com doença em franca atividade, sem saber a quem pedir ajuda para a real ajuda ao seu caso. Não sei se tem família por perto, se tem alguma história perdida em algum lugar. Sei que sou médico, que atuo na área da sua doença, a psiquiatria. Mas o que posso fazer? Dá uma moeda que ele pede para ir logo em seguida em busca de mais uma dose de cachaça para aliviar ou anestesiar os seus sofrimentos, mesmo que aprofunde ainda mais a doença? Ou, prevendo que isso possa acontecer e que eu não queira participar da evolução da sua doença, mas que queira lhe ajudar de alguma forma, dou um pequeno pacote de biscoitos que trazia comigo? Vejo a distância enquanto sigo o meu caminho, que ele permanece com o pacote de biscoito nas mãos, desinteressado, como se fosse mais um empecilho para ele conduzir. Qual foi o bem que eu fiz? Fiquei a imaginar...

            Pessoas como essa existem aos milhares pelo Brasil afora, e nesse atual estágio político, da orientação do Ministério da Saúde que a doença mental não existe e que os hospitais psiquiátricos são antros de exclusão social, com redução massiva de leitos para internação, os doentes mentais passam a morar cada vez mais nas ruas, quando suas famílias não encontrando vagas para conter as crises de suas doenças terminam por abandoná-los à própria sorte, e muitos terminam a vida de forma precoce, num atropelamento, assassinato, fome, ou doenças físicas as mais diversas. Nós, psiquiatras, acusados como o vilão-mor dessa situação, terminamos por sermos hostilizados, sem sermos ouvidos e tendo nossas opiniões desconsideradas quando chegam à mesa de discussão. Terminamos por uma atitude mais passiva que ativa, de tentar entender, criticar, denunciar e apontar soluções reais para a situação. Isso que estou fazendo agora, mesmo com um texto de perfil denunciador de uma situação, mas sem consequências práticas de resolução do problema.

            É nisso que devo focar minha atenção, após identificar o problema partir para a resolução. Como fazer para ajudar esses irmãos que estão nessa situação de abandono, que pertencem a área da psiquiatria enquanto doentes mentais? Notemos logo a terminologia que uso para identifica-los, “irmãos”, enquanto pelo jargão técnico eu deveria usar “pacientes”. Isso acontece porque, além da minha condição acadêmica e de tratar essas pessoas como pacientes, eu coloco acima dessa responsabilidade a minha obediência ao Pai que tudo criou e que espera de mim atitudes para que eu ajude os irmãos que se encontram em mais dificuldades. Não posso colocar no meio do caminho, como obstáculo, nenhum tipo de preconceitos, não posso julgar ou condenar quem quer que seja. Devo simplesmente reconhecer os erros que a ignorância produz e gera a falta de assistência, e lutar para corrigir o problema apontando com objetividade a solução pragmática a partir dos primeiros passos.

            Qual seria esse primeiro passo na conjuntura atual? Trazer de imediato essas pessoas para dentro do Hospital, cuidar da sua dependência tratando de início a intoxicação, seguida da recuperação dos diversos órgãos e conscientização da pessoa como filha de Deus, que tem direito a uma dignidade humana, a uma vida com qualidade.

            Penso que, para essa ideia alcançar o nível gerencial da saúde com força para gerar projetos no sentido dessa ajuda real que se mostra necessário, seja preciso uma atividade de reflexão, como um seminário organizado pela Universidade e com a parceria com a Justiça, com a Psiquiatria e com os gerentes do serviço público ligados à Saúde e Serviço Social.

            Irei fazer o arcabouço desse projeto para apresentar a Universidade. Para tanto irei convidar pessoas da Justiça, da Saúde e da Gerência para ver como pode ser a montagem de um seminário nesse sentido.

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em 17/11/2016 às 00h59
 
16/11/2016 00h59
PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA

            Pela primeira vez, nos meus 64 anos, eu vejo essa data, 15 de novembro, com um novo olhar. Antes eu mantinha todo um ideal de nobreza com os atos que culminaram na Proclamação da República feita por militares, destronando um Rei que se tornara obsoleto nos objetivos modernos e democráticos da nação.

            Hoje percebo que foi um ato de violência, um golpe de estado perpetrado pelos militares com foco nos interesses na elite e longe da consciência popular. Percebo cada vez mais com evidência que o regime imperial apresentava melhores condições de governabilidade para o povo brasileiro e que a corrupção teve mais acolhida no Regime Republicano.

            Existe uma fantasia defendida, ensinada e praticada pelos republicanos de que a República é o único regime que mais permite que a democracia seja exercida, e que uma pessoa humilde, vinda do seio mais pobre da população tenha condições de alcançar, pelo voto da maioria, os maiores cargos da Nação. Um exemplo marcante foi o que aconteceu na história recente do Brasil. Um metalúrgico conseguiu alcançar o cargo de Presidente, passou 8 anos no poder e conseguiu eleger a sua candidata, por mais 4 anos, e depois nova reeleição para mais 4 anos, quando a nação despertou para o estrago que estava acontecendo e forçou para acontecer o impeachment, que por sorte nossa terminou acontecendo.

            Em nome da Democracia, dos direitos das minorias, dos direitos humanos, uma série de leis e benesses foram praticadas, associadas a um grau de corrupção nunca visto no país. O antigo metalúrgico transvestido em presidente, fez apoio com os antigos adversários, garantindo que eles tivessem seus interesses garantidos, mesmo na base do crime, da distribuição de propinas para congressistas, candidatos de todos os partidos que não faziam oposição ou fechavam os olhos para o que estava acontecendo. O poder do dinheiro, mesmo manchado pela pecha do crime, conseguiu desvirtuar consciências em todos os níveis, desde grupos com necessidades reais de subsistência, como os miseráveis, sem terra, sem dignidade, até acadêmicos, sindicalistas, estudantes, artistas, juízes, etc.

            A nação conseguiu despertar através da ação de setores não contaminados da justiça e encheu as ruas maciçamente em todos os estados da federação, pedindo o fim da corrupção e a saída do poder do partido que tanto estrago fizera, comandado pela pessoa humilde que fora colocado democraticamente no poder.

            Mesmo que tenhamos conseguido tirar esse partido político do poder, os seus efeitos nefastos dentro da sociedade continuam a existir, principalmente na tentativa de ser mantido o nível de mentira que anestesia a nação, a consciência dos mais frágeis financeira e cognitivamente. As pessoas que se sentiram beneficiadas de alguma forma por esses políticos corruptos, de que terminam por se considerar dentro do esquema elaborado, resistem em aceitar os seus crimes identificados, incentivam os seus colegas devidamente punidos pela justiça como heróis, e procuram manter em sigilo o que de errado outros comparsas fizeram. Por outro lado, muitos cidadãos que receberam benesses com o dinheiro indevido, pois deixou a nação endividada e com a economia destroçada, não conseguem perceber essa origem dos fatos e terminam sendo envolvidos pelas falácias das pessoas mal intencionadas que procuram manter o status de recebedores de benefícios, mesmo sabendo que está explorando a nação e destruindo o Estado.

            Não temos uma casa real, preocupada com os interesses da nação, como antes acontecia. Agora são os interesses individuais, subalternos, que prevalecem majoritariamente no círculo daqueles que compõem o poder. Por esse motivo o Congresso Nacional é tão mal visto pela população, uma forte incoerência, pois se aquelas pessoas são eleitas democraticamente pelo voto popular, como é que isso termina acontecendo?

            Por esse motivo, na data de hoje, sinto saudade de um Regime Monárquico que eu nunca vivi, pois agora tenho informações que existia uma casa real longe dos privilégios individuais e mais próximos dos interesses da nação.

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em 16/11/2016 às 00h59
 
15/11/2016 00h59
FAMÍLIA – SINODO (11) – DESAFIO PARA A PASTORAL

            Em continuação ao documento eclesiástico da Igreja Católica sobre a família, vamos avaliar hoje a 11ª parte.

            Neste contexto, a Igreja sente a necessidade de dizer uma palavra de verdade e de esperança. Há que partir da convicção de que o homem vem de Deus e que, portanto, uma reflexão capaz de repropor as grandes perguntas sobre o ser homens pode encontrar um terreno fértil nas expectativas mais profundas da humanidade. Os grandes valores do matrimônio e da família cristã correspondem à procura que atravessa a existência humana, mesmo num tempo marcado pelo individualismo e pelo hedonismo. Há que escolher as pessoas com a sua existência concreta, saber apoiar essa procura, encorajar o desejo de Deus e a vontade de sentir-se plenamente parte da Igreja, também em quem fez experiência do fracasso ou se encontra nas situações mais diversificadas. A mensagem cristã traz sempre em si a realidade e a dinâmica da misericórdia e da verdade, que em Cristo convergem.

            Há um elogio direto aos “grandes valores do matrimônio e da família cristã”, mesmo num tempo marcado pelo individualismo e pelo hedonismo. Entendo que o matrimônio tenha sido uma forma de deter o poder do individualismo/hedonismo, como forma de proteção à companheira e aos filhos. É um passo importante na evolução moral da humanidade. Porém, não é o modelo definitivo para alcançar a condição de Família Universal, pois está alicerçado sobre o Amor Romântico e não sobre o Amor Incondicional.

            Há de se encontrar a metodologia de colocar a mensagem cristã em prática, observando a realidade dos dias atuais, com a misericórdia com todos, miseráveis de todos os lados, inclusive nós que ainda sofremos importante miséria da ignorância da Lei de Deus e da responsabilidade de nossas missões.

            A verdade é o fator libertador que o Cristo ensinou, porém os valores individualistas/hedônicos obnubilam a nossa visão e permanecemos a nos comportar dentro dos critérios do Amor Romântico com todo o graus de ciúme e exclusivismo que ele provoca.

            A Igreja ao incentivar o matrimônio com vistas a reduzir o poder do individualismo/hedonismo presta um grande serviço à humanidade, mas não pode acreditar que isso é suficiente. Não pode ficar dentro do trabalho pastoral de defender esse padrão familiar que é o grande fator de individualismo, egoísmo parental. Parece um paradoxo, a Igreja tentar eliminar a força do individualismo/hedonismo e terminar por favorece-lo.

            Não quero assim anular o que de positivo a Igreja fez até hoje, mas não posso deixar de criticar a miopia eclesiástica de ver que o Amor Romântico não pode continuar sendo a prioridade frente ao Amor Incondicional, de defender o Amor Incondicional na teoria e na prática prevalecer o Amor Romântico e suas consequencias.

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em 15/11/2016 às 00h59
 
14/11/2016 00h59
AMOR INCONDICIONAL (2) – DEUS E AMOR

            A consequência do Big-Bang, a força primordial que deu origem a formação do Universo e as suas quatro forças básicas (Eletromagnetismo, Interação Nuclear Forte, Interação nuclear fraca, e Gravidade) não são devidamente consideradas pela ciência, isto é, pela maioria dos cientistas, aqueles que se deixam guiar exclusivamente pelo materialismo e não consideram o mundo espiritual. Explicam com detalhes as características das quatro forças dessa forma: 1) O eletromagnetismo mantém a coesão atômica e tem como exemplo as reações químicas, os fenômenos elétricos e os eletromagnéticos; 2) A força nuclear forte mantém a coesão nuclear e tem como exemplo as bombas termonucleares; 3) A força nuclear fraca cria o decaimento radioativo e tem como exemplo a fissão nuclear e as bombas atômicas; e 4) A força gravitacional que mantém a coesão universal e tem como exemplo o movimento observável a olho nú do movimento dos corpos celestes. Tudo isso está bem explicado, podemos provar com teorias respaldadas por trabalhos em laboratório. Mas a força que deu início a tudo, que provocou a explosão e o início da expansão do Universo com suas leis básicas, não foi nem ao menos teorizada. Pois então, com base na coerência do que já aprendi e posso vivenciar e raciocinar, tenho condições de elaborar uma teoria para explicar a força primordial, inspirado por alguns filósofos da antiguidade.

            Desde o princípio alguns filósofos procuraram respostas para essas perguntas. Era a busca pelo “Arché”, princípio fundamental de todas as coisas: material organizador do mundo. O Arché seria a realidade primeira e que deu origem a tudo, o substrato fundamental que compõem as coisas, força ou princípio que determina todas as transformações que ocorrem nas coisas.  Eles ainda não tinha a consciência da expansão do Universo, a sua tecnologia era insuficiente para chegar a essa conclusão. Portanto os seus raciocínios estavam desfalcados dessa informação que posso utilizar para aperfeiçoar a minha teoria.

            Tales de Mileto (640-548 a.C.) é considerado o primeiro filósofo, devido a sua busca pelo princípio natural de todas as coisas, a Arché. Ele teoriza que é a água o princípio de todas as coisas e que as coisas nada mais são que alterações do estado físico da água, como condensação e dilatação. Defendia que a agua era a vitalidade dos seres vivos.

            Heráclito de Éfeso era outro filósofo que defendia uma teoria complementar a de Tales. Dizia que a Natureza era um eterno fluxo, um perene devir em busca de Deus, um tipo de fogo que movimenta e transporta tudo. Através da dialética se observava um tipo de guerra entre os opostos, uma harmonia entre os contrários.

            Assim, Heráclito é considerado o pensador do “Tudo flui” e do fogo, que seria o elemento do qual deriva tudo que nos circunda. Ele parte do princípio de tudo é movimento, e que nada pode permanecer estático. O devir, a mudança que acontece em todas as coisas é sempre uma alternância entre contrários, a guerra entre os opostos.

            Conclui-se que que a substância básica do Universo, segundo Heráclito, era o fogo. Esses conceitos chegavam perto da realidade transcendental, apenas com as falhas provenientes da falta de conhecimento.

            Imagino que essa energia primordial que deu início a tudo tenha inteligência e sabedoria impossível de ser quantificada por minha capacidade de raciocinar. Posso levantar essa hipótese por avaliar os efeitos de sua causa. Se tudo no Universo mostra uma sabedoria sem limites, então essa energia é originada do próprio Criador, de Deus e podemos denominar como Amor, apesar de não sabermos trabalhar com ela com a metodologia da ciência. Mas podemos usar a imaginação para localiza-la melhor dentro da nossa convicção.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 14/11/2016 às 00h59
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