Jesus afirmava em suas lições que não se pode servir a dois senhores, a Deus e a Mamon. Observamos que Mamon é um termo derivado da Bíblia, usado para descrever a riqueza material ou cobiça. A própria palavra é uma transliteração do hebraico que significa literalmente dinheiro.
Acredito que Jesus usou essa comparação para facilitar o entendimento da época sobre aquilo que Ele queria ensinar sobre a força do egoísmo sobre nós. Hoje nós temos uma melhor compreensão dessas lições frente ao progresso trazido pela ciência e tecnologia. O discípulo fiel às lições de Jesus como eu quero ser, e dando a sua devida colocação dentro da atualidade, vai entender que o verdadeiro senhor que se contrapõe a Deus é o próprio Corpo que temos que administrar. É do Corpo que nasce o egoísmo e dele vem a procura pelo dinheiro que compra as necessidades e facilidades desejadas.
Então hoje eu posso atualizar a lição de Jesus colocando a advertência: não se pode servir a dois senhores, a Deus e ao Corpo. Tudo que o Corpo exigir em excesso e sem respeitar as necessidades do próximo, vai de encontro a Deus, mostra que estamos servindo ao outro Senhor. Se quero servir a Deus, tenho que me colocar em vigilância com os excessos exigidos pelo meu corpo, que na busca de segurança e prazer coloca a aquisição de dinheiro e bens materiais como prioridade.
Tenho me colocado a partir de certo momento, e cada vez mais aprofundo essa convicção, de que sou um filho de Deus, consciente de minha condição biológica e espiritual, e disposto a servir ao Pai, a fazer a Sua vontade, ao invés dos desejos do Corpo por Ele criado. Essa condição me deixa numa situação de confronto comigo mesmo em muitos momentos, públicos ou privados. Devo aparentar uma perfeição de obediência a Deus e escondendo o que meu corpo exige e que pratico nas escondidas? Essa é outra advertência que Jesus faz, de que não sejamos hipócritas, iguais aos túmulos, caiados e branquinhos por fora, e podre por dentro.
Deus colocou em minha consciência a missão de aplicar o Amor Incondicional conforme Jesus ensinou em todas as situações, principalmente nas relações íntimas que levam a família universal e construção do Reino de Deus. Que eu fosse prudente como as serpentes e simples como as pombas, mas que não deixasse a luz que possuo, por pequena que seja, debaixo da cama e sim num local onde todos possam ver.
O trabalho que tenho diariamente na confecção deste diário, segue a esse propósito de Deus em minha vida, de colocar a luz desses ensinamentos ao alcance de todos, para que possam usar como lições no seguimento correto das lições evangélicas. Não é que eu me considere o correto, mas para mostrar toda a dificuldade que o ego e a sociedade coloca de não desnudar os podres que estão escondidos na forma de desejos inconfessos, mas muitas vezes praticados na clandestinidade.
Os desejos do senhor Corpo que frequentemente estou atendendo são relacionados com a gula, a preguiça, o sexo. Faço um esforço para combatê-los, sempre colocando a vontade de Deus como prioridade em minha vida. Daí desenvolvi estratégias para conter esses desejos, como jejum, trabalho em excesso, e masturbação. Dessas três estratégias a última pode ser considerada uma podridão dentro do corpo, afinal eu não poderia simplesmente ficar em abstinência ou entrar no celibato? Afinal muitos fazem assim. Mas entrei em acordo com o meu Corpo com o aval de Deus, pois a masturbação não atinge a ninguém, é apenas uma ação imaginativa e que mesmo assim procuro seguir sempre os princípios do Amor, a regra básica que Jesus ensinou: “não fazer ao próximo o que não deseja para si”. Isso atende ao meu Corpo e sinto que tenho a aprovação do Pai. Mas, se isso tudo que faço com essa compreensão, não é simplesmente uma estratégia do Corpo para influenciar a minha mente e assim ele atingir o prazer do orgasmo, iludindo o meu Espírito, de que é isso que o Pai quer? Sempre eu fiquei com essa dúvida, pois geralmente quando vinha na minha mente esse questionamento, entrava sempre a argumentação de que o ato sexual era da fisiologia, da lei de Deus, e que se eu não estou prejudicando ninguém não tenho porque omitir. E sempre o orgasmo desejado era alcançado.
Ontem entrei em xeque com nova confrontação dos meus desejos corporais com a vontade do Pai. Estava prestes a iniciar mais um ato masturbatório, tinha o estímulo necessário que sempre surge das minhas diversas relações, independente do tempo, presente, passado, futuro; independente da dimensão, espiritual ou material; independente de qualquer circunstância, desde que a mente fantasie uma situação propícia do Amor Incondicional. Estava fortemente motivado para agir assim quando surgiu na minha mente a advertência de Jesus: não podemos servir a dois senhores, a Deus e ao Corpo. Então o meu Espírito assumiu o comando da situação e passou a investigar as motivações que dominavam a minha mente. O prazer eminente que eu iria alcançar não colocava obstáculos, era mais uma oportunidade que eu iria aproveitar, mais um orgasmo que o Corpo iria gozar. Esse era o desejo desse senhor. O que o Pai dizia a esse respeito, permitiria? Fiz essa indagação. Recebi a resposta com certa explicação: “Você sempre está fazendo a vontade do Corpo entendendo que é a minha vontade; então agora, Francisco, disse Ele, não terás esse prazer. É a minha vontade!”
Neste momento senti bem claro na consciência o conflito entre os dois senhores: o Corpo e Deus. Ninguém mais estava a testemunhar esse embate. Somente o meu espírito era quem poderia decidir a quem atender. Se eu atendesse ao Corpo, ninguém iria saber, o Pai iria me perdoar, pois é da essência dele e todos ficariam satisfeitos. O Corpo porque tinha alcançado o prazer desejado, o Pai porque exerceu Sua capacidade de perdoar mais uma vez, e eu ficaria isento de qualquer culpa, ninguém saberia do ocorrido e para todos eu seria a pessoa decente que não se deixa contaminar pelo sexo; seria um túmulo caiado; por fora cheio de perfeição no campo sexual, e por dentro cheio de desejos e práticas inconfessáveis. Mas o meu Espírito considerou que se eu fosse a busca desse prazer, mesmo tendo ouvido a negativa do Pai, era porque eu estava servindo ao outro senhor. Não poderia mais dizer que eu estou fazendo a vontade do Pai, que sou instrumento da Sua vontade, seria uma hipocrisia. Mesmo que eu fosse perdoado logo em seguida. Não! Eu tinha que mostrar que o meu Senhor é Deus e que faço a Sua vontade. Talvez em outras ocasiões eu nem tenha ouvido a voz dEle me advertindo, mas agora eu ouvi e tenho que obedecer. E tinha que divulgar aqui para que todos saibam que eu também sou como um túmulo, com muitos podres ainda por dentro, mas não tão caiado por fora. Consegui afirmar quem é o meu Senhor!
Talvez isso me dê o mérito da compaixão.
Esse título também poderia ser, “Os livros no mundo”, não iria ser alterado nada do que eu quero dizer agora. Ao iniciar a leitura do livro de J. J. Benítez, “Mágica Fé – A volta ao mundo em busca de Deus”, foi que iniciei esta reflexão. Eu gosto de viajar, de ver novos cenários, interagir com outras pessoas... Mas prefiro ainda ler os livros que relatam as viagens de cada autor, quer seja num mundo real ou imaginário, mas sempre cheios da compreensão que ele faz do que vê e sente, e do porque vai e volta. É uma dimensão rica, pois o que eu perco não estando presencialmente nos lugares citados eu ganho na interpretação que o autor faz e que é única e que pode me trazer diversos flashes de conhecimento, de aproximação da verdade universal. Talvez por isso eu adquira tantos livros e inicie a leitura de tantos ao mesmo tempo, sabendo que não tenho tempo de concluir tanta leitura. É porque quando faço isso eu inicio a viagem e sei para onde vou ser levado na memória e imaginação do autor. Depois deixo o livro marcado na estante, pois já sei qual o caminho que vai ser percorrido. Pego outro para fazer a mesma coisa, e assim eu fico com dezenas de livros, iniciados e marcados com a data de aquisição, local e data que comecei e parei de ler. É como se eu tivesse congelado aquela viagem para outro momento que eu não sei quando virá, mais sei que já existe. Quando a leitura/viagem é muito interessante e tem aplicação prática naquilo que estou desenvolvendo, procuro ficar mais tempo com esse livro e fazer anotações e considerações com a minha vida prática. Como sei que estou a serviço de Deus, tenho agora a compreensão que todas as opções de livros que surgem à minha frente, de alguma forma é uma indicação de Deus para que eu aperfeiçoe determinado pensamento ou modo de agir. Entro no sebo como aconteceu há dois dias e daquela infinidade de livros vou direcionado para a minha área de interesse. Deixo de lado diversas viagens que eu não tenho interesse em realizar. Dentro da área de meu interesse, geralmente surgem livros que motivam a viagem com o autor que eu vejo na estante. Foi o que aconteceu com J. J. Benítez. Eu já havia feito uma viagem maravilhosa com ele, na série de livros “A saga dos capelinos”. Foi uma viagem extensa e esclarecedora, no tempo, na história, na espiritualidade. Acompanhei desde o planeta Capela o deporto de espíritos recrudescentes no mal para o planeta simplório do sistema solar, a Terra. Acompanhei a criação de deuses, de civilizações, de pessoas que moldaram a face do planeta, de Osíris no Egito a Jesus em Nazaré. A minha visão de mundo foi reordenada de forma magnífica com essa viagem, que eu não teria oportunidade de fazer no mundo presencial.
Recebi há poucos dias o presente de alguns livros do sebo e entre eles estava “Operação Cavalo de Tróia”, três títulos da mesma série. Ganhei o número 2, 3 e 4. Percebi que o autor era J. J. Benítez e que Deus através de Seus mecanismos, estava me convidando a fazer outra viagem. Fui ao sebo em busca do número um para dar início a jornada pelo começo. Esta também é outra característica minha. Sempre inicio a leitura/viagem pelo começo, não gosto de procurar cenas ou trechos especiais pela metade ou fim do livro. Gosto de ver todo o trabalho que o autor teve de apresentar o que eu vou ler, desde os agradecimentos. Chegando ao sebo percebi que a série vai mais além, encontrei outros números que adquiri. Mas não encontrei o primeiro. Por outro lado encontrei outros livros do mesmo autor, como este que citei no início e que motivou a confecção deste texto.
Benítez começa me levando para o rio Jordão onde Jesus foi batizado por João. Era um Jordão atual, cheio de artefatos de guerra. Ele mostrou o rio Jordão turvo e prenhe de chuvas e que arrastava a sua história com pressa. Para chegar até ele era preciso atravessar dunas cinzentas e sinuosas, além do enferrujado labirinto de arames farpados que as coroavam. Era uma jornada extenuante pelos despenhadeiros vermelhos que amuralham o Mar Morto, sempre a procura de um indício, de uma cor ou de uma sensação que porventura falassem de Jesus. Ele fala da irrefreável necessidade de andar à beira do Jordão. A tarde de primavera, violeta e aprazível, escapava em direção aos cumes de Moabe (faixa de terra montanhosa na Jordânia). Ele queria receber o crepúsculo na solidão de umas águas que, sem dúvida, sabiam mais do que ele sobre o Filho do Homem. Pretendia apenas sonhar. Imaginar o admirado Jesus entre os verdes leques de juncos. Ouvir o adejar do seu manto ao vento. E talvez, quem sabe, o eco de Sua voz profunda e acariciadora, silenciando suas próprias ansiedades.
Vejo assim, com a leitura do início deste livro, a viagem maravilhosa que vou fazer na carona de Benítez, nos lugares por onde Jesus andou, na procura de entender hoje o que Ele foi ontem, da realidade material dos seus passos espirituais.
Hipocrisia é conceituado pela Wikipédia, a enciclopédia livre, como o ato de fingir ter crenças, virtudes, ideias e sentimentos que a pessoa na verdade não as possui. Vejo a sociedade ocidental e principalmente na comunidade que moro, o cristianismo ser aceito como a principal orientação nas condutas da vida, aceitando e cumprindo o que Jesus ensinou sobre o Amor. Mesmo que tenham surgido diversas denominações cristãs na forma de diversas igrejas, templos, seitas ou doutrinas, a lição central deve ser cumprida e a obediência aos seres transcendentais de origem espiritual superior. No entanto o que observamos? Uma sociedade refém do medo da violência, o egoísmo superando os valores morais onde a corrupção impera na maioria das ações. Tudo isso está em franco desacordo com a lei do Amor!
Acredito que tudo isso se deva a uma espécie de ignorância funcional. Mesmo que tenhamos consciência da existência de Jesus, isso funciona apenas como um adorno cultural, que orienta a frequentar a igreja para conversar com os amigos, mostrar os recursos materiais que conquistamos e até planejar novos negócios. A essência do ensino cristão que está sendo dito pelo padre dentro do ritual católico da missa, parece servir mais como um espetáculo que se repete ao longo dos séculos, sem nenhum apelo ou importância dentro da vida, do cumprimento com destemor dessas lições.
Podemos nascer numa família Cristã como eu fui, ser batizado, crismado... Ter sido coroinha, ajudado o padre nas missas e procissões, ter se formado por numa universidade cristã e por uma sociedade que se classifica como cristã, mas no coração tudo prospera, menos as virtudes do cristianismo. Passamos a atuar profissionalmente e as exigências de atualização nos deixa cada vez cristalizados dentro das estruturas comportamentais do mundo material.
Não tenho vergonha de dizer que também fui um hipócrita funcional. Sabia da existência de Jesus e de suas lições, mas não internalizava esse conhecimento como fazia com as lições que recebia da física, da biologia, da química, da medicina, etc.
Mas um dia, que não sei precisar quando, minha tenaz busca de conhecimentos, de saber qual o sentido da vida, levou-me a conhecer a doutrina dos espíritos. De repente eu percebi que existiam seres extracorpóreos com uma inteligência igual ou superior a minha, e que descortinou toda uma realidade que o meu senso crítico não queria aceitar sem argumentos lógicos.
A descoberta dessa realidade fez com que eu redescobrisse o quase esquecido Jesus de Nazaré dentro da minha consciência e me senti preso dentro daquela rede que Ele ensinou aos apóstolos, uma rede para pescar homens para o Reino de Deus.
Fui convidado pela Doutrina dos Espíritos e agora estou tentando ser um dos escolhidos através da prática do que é ensinado. Acredito que eu tenha perdido a característica da hipocrisia, agora eu digo e pratico aquilo que entendo ser a prioridade conforme o ensino cristão. Mesmo que eu sofra as consequências da maioria das pessoas que ainda vive na hipocrisia funcional, que não conseguem ver a lição do Mestre superior aos amores condicionados que desenvolvem dentro e fora das relações carnais ou dos interesses materiais.
Hoje é o dia do soldado e dia do exército brasileiro. Eu antes já fui um soldado, engajado na Marinha do Brasil. Era um marinheiro e procurava cumprir com minhas obrigações na caserna e, além disso, de perseguir os meus objetivos, que eram o de estudar e conquistar uma posição melhor para contribuir dentro do trabalho coletivo para o bem de todos.
Consegui concluir o curso de medicina e fazer a especialização que eu queria, psiquiatria. Saí assim do ambiente da caserna e pensava não entrar outra vez. Mas como continuava os meus estudos, não fiquei bitolado apenas no exercício da minha profissão sem ver a dimensão da vida em toda sua extensão, material e transcendental, percebi que existe no Cosmo uma batalha sutil entre o Bem e o Mal e que atinge a todos, que saibam ou não dessa ocorrência. Todos sentem os efeitos dessa batalha onde o Mal é originado na ignorância de administrar nossos impulsos egoístas, e o Bem é originado da vontade do Criador em trazer luz à consciência de todos, consciência da existência do mundo espiritual, invisível, e que é o mais importante na hierarquia das dimensões da vida. É o mundo das consciências extrafísicas que precisam de aprimoramento moral, ou seja, sentir os desejos da carne e saber controlá-los e administrá-los a favor do Amor que é a essência do Criador.
Sabendo dessa guerra na qual estou envolvido quer que eu queira ou não, decidi escolher uma das fileiras para ser soldado. Não foi bem uma escolha, foi mais uma convocação que recebi na consciência para ser soldado nas fileiras do Bem. Eu poderia escolher qual seria meu comandante na esfera transcendental. O Pai já enviou diversos Mestres à Terra, como Confúcio, Buda, Maomé, Krishna, Moisés e Jesus. Escolhi ser comandado pelo Mestre Jesus, mesmo porque tive a sorte de ter acesso às lições dos espíritos superiores que informaram ser esse Avatar (manifestação corporal de um ser imortal) o mais perfeito modelo que temos para seguir e que é considerado o governador do nosso sistema solar, da Terra principalmente.
Voltei a ser um soldado, mesmo que eu permaneça no meu trabalho cotidiano, mas tudo agora tem o sentido dos princípios ensinados por meu comandante. Não tenho uma farda opulenta cheia de medalhas, de condecorações, de fitas hierárquicas. Meu principal uniforme reside na limpeza da minha aura, do meu perispírito, que posso fazer ao limpar o coração de qualquer tipo de egoísmo. A minha missão é distribuir e praticar o Amor que o Mestre ensinou através de Sua vida e do Evangelho que Ele inspirou. Ensino esse realizado principalmente onde reina as trevas da ignorância, fonte de todo o mal, quer seja nas ruelas das favelas, quer seja nos palacetes de condomínios luxuosos e imponentes.
O Exército do Cristo já existe e não é exclusivo do Brasil, é do mundo todo. Posso dizer que seja um Exército Universal, atuando com as armas do Amor Incondicional: em uma mão a lança da solidariedade, da compaixão, e na outra o escudo da tolerância e do perdão. Como qualquer soldado devo sempre está em preparo físico, mas principalmente intelectual e sentimental. Devo a cada dia estar a postos para receber instruções através da meditação e pedir ajuda através da prece. Em qualquer momento do dia posso fazer isso, mas principalmente ao acordar e ao dormir. Devo fazer no momento da reclusão ao leito uma meditação sobre o que fiz durante o dia, se consegui a meta de ser melhor do que fui comparado ao dia anterior, quais foram os defeitos que ainda estão em evidência, onde deixei de cumprir minha obrigação de soldado.
Devo reconhecer meus companheiros pela capacidade de amar, a forma de identificação entre nós é a capacidade de nos amar uns aos outros. Devo reconhecer aquele que tem uma hierarquia espiritual superior a minha, por se dedicar com todo o empenho em ser o servidor de todos sem nenhuma perspectiva de benefício espiritual.
Então, neste dia do soldado, que sejamos todos reverenciados, tanto aqueles que exibem uma farda visível, quanto àqueles que no anonimato de suas vidas prestam serviço nas fileiras do Bem.
O próprio Jesus fez essa pergunta direta aos seus discípulos quando esteve encarnado entre nós e cada um deles teve uma resposta diferente. Se Jesus fizesse hoje essa mesma pergunta, “quem sou eu”, às pessoas que já o conhecem e que já admitem serem os seus discípulos, qual seria a resposta?
Se a pergunta fosse dirigida a mim, acredito que eu responderia assim: Mestre, Tu és o filho de Deus, assim como todos nós também o somos, apenas que vós estais mais evoluído considerando a todos que habitam ou já habitaram neste planeta; Tu viestes para cá, encarnado como um simples ser humano, com a missão de ensinar sobre o Amor Incondicional; é o comandante supremos da luta do bem contra o mal, o governador do nosso sistema solar.
Esta seria a minha resposta. Representa tudo aquilo que aprendi e ouvi falar sobre Ele. Fala do meu conhecimento a respeito dEle a partir da minha experiência pessoal e única. É a imagem do Mestre/Governador/Pastor que alimento em meu consciente e creio que também no inconsciente. Não é um castigador, e sim alguém que se importa com minhas transgressões, reconhece minha fragilidade humana e sabe das intenções do meu coração. Sabe que apesar dos meus erros e deficiências, eu tenho vontade de aprender e de corrigir o que tenho de errado dentro de mim, limpar o coração da sujeira do egoísmo que o meu espírito ganhou ao aceitar ser o administrador do corpo que foi oferecido para o meu estudo e evolução. Assim, Ele com o esforço que fez de deixar para nós o Evangelho, pode colaborar com o esforço que quero fazer de ser a cada dia melhor do que fui ao dia anterior.
Estou engajado nas fileiras do Cristo, recebi o Paráclito na minha consciência e sei que tenho uma grande responsabilidade ao aceitar ser instrumento do Pai para fazer a Sua vontade. Tenho a missão específica de praticar o Amor Incondicional em todos os meus relacionamentos, principalmente nos relacionamentos afetivos, incluindo aqueles íntimos que geram a estrutura familiar. Dentro dessa perspectiva o Amor se torna inclusivo, sem ciúmes, sem exclusão de ninguém, principalmente das parceiras que o Pai permitiu a aproximação e a Lei do Amor permitiu a intimidade sexual.
Como a Lei do Amor, representação abstrata do Pai, foi a disciplina principal que o Mestre veio ensinar, tenho a compreensão de ter na consciência uma espécie de procuração espiritual para representá-lo aonde eu for, com quem estiver, em qualquer circunstância que o Pai permita que eu esteja dentro da Natureza que é a sua representação física. Isso me afasta inevitavelmente dos costumes e até mesmo das leis humanas, carregadas de individualismo de toda espécie, desde os interesses do sangue, da hereditariedade, até os interesses de grupos corporativos. A consequência é que eu me torne um execrado, uma pessoa isolada, que nem as pessoas que desenvolvem amor por mim e mesmo que tenham uma convivência íntima, conseguem suportar.
Apesar desse perfil, de ser um ermitão do convívio na vida íntima, torno-me cada vez mais uma pessoa que se difunde na comunidade através do Amor que recebo do Pai e que o redistribuo na forma de solidariedade, de levar a todos um pouco da luz que consegui receber. Forma-se assim o grande paradoxo na minha vida quando procuro levar avante essa vontade do Pai e coloco Jesus como o meu comandante, fico tão isolado dentro da minha casa e tão preenchido na comunidade!