Assistindo ao documentário “Cosmos: A Spacetime Odyssey” na Netflix, vi no episódio 7, “Sala Limpa”, argumentos interessantes sobre a pesquisa quanto a idade da Terra que achei importante reproduzir para depois refletir.
As pessoas têm questionado sobre a idade da Terra desde a antiguidade. Em 1650, o arcebispo James Ussher da Irlanda, fez um cálculo que pareceu resolver a questão. Como quase todo mundo de sua época e de seu mundo, ele aceitou a conta bíblica da criação como algo certo. Mas a Bíblia não informa anos exatos, então Ussher procurou um evento no Velho Testamento que correspondesse a uma data histórica conhecida. E encontrou no segundo Livro de Reis a morte do monarca babilônico Nabucodonosor em 562 aC. Ussher somou as gerações de profetas e os patriarcas, as 139 linhas genealógicas do Velho Testamento entre Adão e o tempo de Nabucodonosor. E descobriu que o mundo começou no dia 22 de outubro do 4004 antes de Cristo, às seis da tarde. E era um sábado.
A cronologia do arcebispo Ussher foi recebida como palavra sagrada no mundo ocidental, até consultarmos outro livro para descobrirmos a idade da Terra, aquela que foi escrita nas próprias rochas.
A maioria das camadas de rocha nas encostas do Grand Canyon é feita de sedimentos, depositados como grãos finos em uma época em que havia um mar nesse lugar. durante as eras, os sedimentos foram comprimidos em rocha sob o peso das camadas sucessivas, com as mais antigas no fundo. Podemos escolher uma camada desse local, qualquer uma. Houve uma época em que deveria ter água rasa ali. No período pré-cambriano, há cerca de um bilhão de anos, havia apenas um tipo de vida. Umas bactérias verde-azuladas, ocupadas aproveitando a luz solar e fabricando o oxigênio. Para elas era apenas um resíduo, mas para os animais que evoluíram posteriormente, inclusive nós, foi um sopro de vida.
Vamos escolher outra camada. Uma camada conhecida como Xisto “Bright Angel”. Foi formada há cerca de 530 milhões de anos. Possui pegadas que foram deixadas há 260 milhões de anos. Quer saber a idade da Terra? Descubra quanto tempo levou para depositar cada camada e aí, em vez de contar as “linhas genealógicas”, basta contar todas as camadas. Fácil, certo?
Só tem um problema. Sabemos por observar esse processo, porque ele ainda acontece hoje nos oceanos e lagos do mundo, que os sedimentos podem ser depositados a taxas muito diferentes. Geralmente acontece muito devagar, digamos a 30 cm de sedimento a cada mil anos. Mas quando há uma rara inundação catastrófica pode acontecer bem mais rápido, até 30 cm em apenas alguns dias.
Muitos geólogos tentaram esse método para calcular a idade da Terra. Usaram o Grand Canyon e outras sequencias sedimentares pelo planeta. Contudo suas respostas diferiram muito para serem úteis, ficaram entre três milhões e quinze bilhões de anos.
E houve outros problemas com esse método, nem mesmo as camadas mais profundas de rocha são os materiais mais antigos na Terra. Por que? Nem mesmo as rochas sobreviveram à infância violenta da Terra. No espaço, a história é outra.
Há alguma recordação de quando a Terra nasceu, objetos que podem nos dizer sua verdadeira idade? Existe um lugar onde podem ser encontrados os tijolos que sobraram da criação do nosso Sistema Solar. E esse lugar fica entre as órbitas de Júpiter e Marte. Aí está o material da Terra recém-nascida, à deriva em um depósito frio, inalterado desde aquela época.
Há cerca de um milhão de anos um grande asteroide causou o desvio de outro bem menor, colocando-o em uma nova trajetória, uma rota de colisão que terminou numa noite há cinquenta mil anos. Deve ter destruído a paz no Grand Canyon quando passou pelo céu até explodir numa cratera no estado que um dia seria conhecido como Arizona.
Fragmentos do asteroide de ferro que causou a cratera sobreviveram intactos. Se soubéssemos há quanto tempo esse ferro foi forjado saberíamos a idade do Sistema Solar, incluindo a Terra. Mas como poderíamos saber isso? Vamos escolher uma rocha (pedra), qualquer uma encontrada no solo. Alguns átomos nessa rocha podem ser radioativos, o que significa que eles espontaneamente se desintegram e se tornam outros elementos. Um átomo de Urânio primeiro se torna um átomo de Tório. Em média isso leva alguns bilhões de anos. O Tório é muito mais instável. Em menos de um mês ele vira Protactínio. Um minuto depois o Protactínio se transforma em outro elemento. O átomo passa por mais dez transmutações nucleares até chegar a última parada na cadeia de decaimento. Um átomo estável de chumbo. E como chumbo continuará até a eternidade.
No século vinte houve um grande esforço que durou décadas para medir o tempo que leva para cada elemento radioativo se transmutar em outro elemento. Os físicos descobriram que os átomos de cada elemento instável decaem a uma taxa constante. O núcleo de um átomo é um tipo de santuário imune aos choques e reviravoltas de seu ambiente. Bata nele com um martelo. Ferva-o em óleo. Vaporize-o. O relógio nuclear continua funcionando mantendo um padrão absoluto de tempo que não depende do sol ou das estrelas. Quer melhor forma de entender a idade verdadeira da Terra do que com o átomo de Urânio?
Se soubermos qual a fração de Urânio em uma rocha que se transformou em chumbo, é possível calcular quanto tempo se passou desde que a rocha se formou. Mas há um problema. As rochas na Terra que estavam presentes quando ela se formou não mais existem. Todas foram trituradas, derretidas, refeitas.
Há uma forma de calcular a quantidade de chumbo que estava presente desde o começo. É um presente dos céus: os meteoritos. Podemos ter um fragmento daquele que causou a cratera gigante no Arizona. A quantidade de chumbo dentro desse meteorito é exatamente a mesma de quando a Terra se formou. Como já sabemos a taxa constante à qual o Urânio decai, teríamos como saber a idade do meteorito que foi criado na mesma época que a Terra. Bastaria medir a quantidade de chumbo em meteoritos. Fácil, né?
Um cientista chamado Harrison Brown da universidade de Chicago, entendeu o conceito em 1947. Ele escolheu um jovem aluno, Clair Patterson, para fazer o trabalho.
Patterson não podia imaginar como essa tarefa alteraria o curso de sua vida. E da nossa. O que parecia ser pura pesquisa científica acabou sendo muito mais.
Clair Patterson, filho de um carteiro de Iowa era rebelde por natureza e não era um bom aluno. Mas era um cientista nato. Esse geólogo, Brown, deu a Patterson o que pareceu ser uma tarefa científica sem segredos.
- Para começar, Pat... posso chamá-lo de Pat? Então, sei que não é geólogo, provavelmente não sabe diferenciar granito de feldspato, mas parece que sabe mexer num espectrômetro de massa. Casado?
- Sim. Com a Laurie. Ela é química também. Nós trabalhamos no projeto Manhattan juntos, em Oak Ridge.
- Ótimo. Bom, a primeira coisa que precisa saber, há uns cristaizinhos chamados de Zircônia. São pequenos como uma cabeça de alfinete, compactos e duros. Nada entra ou sai deles. E estou falando de bilhões de anos. Sabemos a idade desses grãos porque já datamos as rochas de onde eles vêm. Cada Zircônia dessas têm apenas algumas partes por milhão de Urânio dentro, e o Urânio está decaindo para quantidades ainda menores de Chumbo. Agora, se descobrirmos como medir esse chumbo saberemos como fazê-lo para um meteorito. Acha que consegue fazer isso, Pat?
- Sim, claro, e não vejo por que não conseguiria.
- Ótimo, porque quando o fizer será o primeiro homem a saber a idade da Terra. E será famoso. E vai ver que será fácil. Barbada!
Enquanto Pat tentava medir os resíduos de chumbo nos grãos de Zircônia, outro aluno, George Tilton, estava medindo a quantidade de Urânio nos mesmos grãos. Tudo que Patterson precisava fazer era medir a quantidade de chumbo com igual precisão.
- É toda sua Pat, medi seis vezes. O mesmo resultado: 3,2 partes por milhão.
- Muito bem, George, obrigado.
Os resultados de Tilton foram sempre os mesmos. Mas os resultados de Patterson em relação ao conteúdo de chumbo dos grãos eram inconsistentes. Não faziam sentido. Será que o laboratório teria sido contaminado por experimentos anteriores com chumbo? Talvez fossem as quantidades altas de chumbo no ambiente que estavam alterando os resultados. Patterson fez tudo que podia para limpar qualquer resíduo de chumbo no laboratório. Meses se passaram. Ainda havia cem vezes mais chumbo do que deveria. Ele estava trabalhando nisso havia mais de dois anos.
- Barbada... sei...
Patterson percebeu que teria de ferver vasilhames e ferramentas em ácido e purificar todas as suas substâncias químicas para reduzir ainda mais o chumbo no laboratório.
Toda a limpeza e esterilização de Patterson ainda não havia resolvido o problema. Ele precisava projetar o seu próprio laboratório e construí-lo do zero.
A oportunidade surgiu quando Harrison Brown veio para o Instituto de Tecnologia da Califórnia em Pasadena e convidou Patterson para vir junto.
Fazia seis anos que Patterson estava monitorando e eliminando as muitas fontes de chumbo que estavam comprometendo seus instrumentos. Ele havia construído a primeira sala ultralimpa do mundo. Finalmente conseguiu medir quanto chumbo estava efetivamente na rocha, uma rocha cuja idade já havia sido estabelecida. Agora, finalmente, Patterson estava pronto para lidar com o meteorito de ferro para descobrir a verdadeira idade da Terra.
Ele levou sua amostra de meteorito de volta ao laboratório Nacional de Argonne onde o espectrômetro de massa mais preciso do mundo havia acabado de entrar em funcionamento.
Um espectrômetro de massa usa imãs para separar os elementos contidos em uma amostra para que cada elemento possa ser quantificado. Talvez aquela fosse a última peça do quebra-cabeça da verdadeira idade da Terra.
Depois de isolar a amostra de qualquer contaminação com chumbo externo, Patterson finalmente estava pronto para medir a quantidade de Chumbo e Urânio na amostra e calcular há quantos anos ele havia se formado. A idade real da Terra. Após aplicar diagrama geomorfológico, curva de crescimento... encontrou:
O mundo tem quatro bilhões e meio de anos.
Esse trecho do documentário levanta duas reflexões. Primeiro, o erro em querer usar a Bíblia como livro de referência para a constatação de fatos usando o método da ciência, da realidade das circunstâncias materiais. A Bíblia é um livro escrito dentro de um contexto espiritual, então outras fontes de informações são utilizadas com prioridade, sem necessidade de passar pelo crivo científico, como a intuição e a revelação, por exemplo. Esse campo de informações transcendentais é importante para a compreensão e responsabilidade da evolução moral do espírito e que deve ser coerente com a avaliação material e ética do corpo biológico e demais instâncias materiais.
Segundo, fazendo paralelo do corpo com o átomo, observo quer o átomo possui o núcleo em sua intimidade protegido por uma “atmosfera” de elétrons muito distante e que protege-o de choques ou influências externas diretas. Nenhuma força do ambiente consegue vencer a barreira de elétrons e afetar o núcleo. No entanto, ele sofre um processo de decaimento ao longo do tempo. O corpo também possui o seu espírito localizado bem distante em sua intimidade e nenhuma força externa consegue atingi-lo diretamente. Isso só pode acontecer, de forças externas atingir o espírito, através da intermediação do perispírito, uma entidade semimaterial, composta por substância do corpo e do espírito. De forma parecida com o núcleo do átomo, o espírito deve sofrer uma transformação, uma evolução moral, com os relacionamentos que desenvolve no meio ambiente através do corpo que influencia o perispírito.
É interessante essa compreensão, pois podemos fazer uma boa comparação do que acontece com a evolução espiritual com a evolução material, considerando o corpo e a nuvem de elétrons, respectivamente.
Reunião da AMA-PM e Projeto Foco de Luz, realizada em 25-06-15, na Escola Olda Marinho, com a presença das seguintes pessoas: 1. Francisco Freitas (1ª vez, mora em Mossoró) 2. Edinólia 3. Radha 4. Paulo Henrique 5. Graça 6. Silvana 7. Francisca Torres 8. Ezequiel 9. Davi 10. Naire 11. Fernando 12. Silvana 13. Nivaldo 14. Osmar (1ª vez – voluntário para as aulas de karatê) 15. Elida 16. Cristiano 17. Lucy 18. Damiana 19. Washington 20. Cíntia 21. Luzimar 22. Damares e 23. Josineide (Neide). Foi distribuído aos presentes o Boletim Informativo do Observatório em Saúde do HUOL, que trata da questão do alcoolismo. Foi lido um questionário sobre a “Arte de calar e de falar”, adaptado da “Sabedoria dos Mestres”. No verso foi lido o registro da reunião anterior que foi aprovado por unanimidade sem alterações. Informes: Paulo diz que amanhã será entrega dos troféus e de cinco bolas doadas. Não foi recebida ainda a bicicleta. Francisco Freitas parabeniza o trabalho de Ezequiel e se coloca à disposição para ajudar, apesar de morar em Mossoró. Sugere a realização de amistosos com os meninos do futebol fora do município, assina a ficha de sócio e também fará a doação de bolas. Osmar diz que pode ser voluntário para as aulas de Karatê, necessitando do espaço físico, que pode ser na Escola, e de 3 a 4 dias na semana para as atividades. De três em três meses os alunos serão avaliados por uma comissão externa com o objetivo de aproveitar os melhores. Festa do São João: Paulo informa que a rua será fechada no começo do dia. Davi informa que foram confeccionadas 15 camisas para os trabalhadores do evento. Cíntia fez a chamada dos patrocinadores dos bolos e que deveriam ser entregues no sábado pela manhã na Escola Olda Marinho. Nivaldo fez a relação das bebidas e disse que o material da ornamentação já está na fase de acabamento para a aplicação no local do evento logo pela manhã. Washington informa que falhou a promessa de cinco mesas e cadeiras para o evento, e que deve se procurar outro parceiro. Elide deseja colocar um espaço para venda de seus produtos dentro da festa e ficou combinado que depois da reunião se veria como pode ser feito. Ezequiel disse que já está acertado o carro de som para divulgar o evento dentro da comunidade. Paulo disse que já estão confirmadas duas barracas grandes e três pequenas e também dois banheiros químicos. Ezequiel confirma a participação de quatro quadrilhas, duas das rocas, uma do Paço da Pátria e uma da Redinha. Paulo verá com Davi, junto a semurb, a colocação de um refletor para o centro da festa, assim como as gambiarras. Luzimar verá junto com a Casa do Matuto a divulgação do evento na mídia. Paulo informa a necessidade de comprar um cartão de memória para a cobertura fotográfica do evento. Cíntia lembra a assinatura do Abaixo Assinado quanto à reforma do Hotel Reis Magos, que deve ser difundido na festa, assim como uma campanha de filiações à Associação. A barraca de comidas típicas ficará sob a organização de Suzana, Naire e Alcenir. A barraca de bebidas ficará sob a organização de Nivaldo e Davi. A pescaria ficará a cargo de Ana Paula, Rawlfie e Adriana. O caixa ficará com Edinólia e Radha. Haverá cinco balaios para sorteios, cujo pagamento dos carnes estão sendo feito hoje e no máximo até no sábado pela manhã. A locução ficará a cargo de Francisco Rodrigues. Todos os diretores da AMA-PM, mesmo que não tenham nenhuma função definida no evento, devem dar coberturas a todos os setores que por acaso tenham alguma dificuldade. As 20:30 horas foi encerrada a reunião com a oração do Pai Nosso conduzida por Francisco Freitas e logo em seguida por uma oração do coração feita por Luzimar. Ficamos todos juntos para a foto oficial da reunião.
Recebi um texto no grupo do whatsapp assinado pela “Sabedoria dos Mestres” que considera a Arte de Calar e que reproduzo na íntegra:
A Arte de Calar
“O silêncio é um momento vivificante de graça, em que a criatura se cala, mas o espírito fala.”
Calar sobre a sua própria pessoa, é humildade.
Calar sobre os defeitos do outro, é caridade.
Calar quando a gente está sofrendo, é heroísmo.
Calar diante do sofrimento alheio, é fraqueza.
Calar quando o outro está falando, é delicadeza.
Calar quando o outro espera uma palavra, é omissão.
Calar e não falar palavras inúteis, é penitência.
Calar quando não há necessidade de falar, é prudência.
Calar quando Deus nos fala no coração, é silêncio.
Calar, diante do mistério que não entendemos, é sabedoria.
Arrependo-me muitas vezes de ter falado, nunca de me ter calado. Seja dono da sua boca para não ser escravo de suas palavras. Cuide da palavra. é da essência da palavra, tornar-se realidade. Palavras como: péssimo, infeliz, desgraçado, podem voltar-se contra você e infelicitar a sua vida.
Repetidas, mais fortes ainda tornam-se os seus efeitos. Tenha cuidado. Fale comente o que é bom. Quando não puder falar o que é bom, cale-se. Ter a fala disciplinada é conquistar segurança e grandeza de espírito. Aprenda a falar com Jesus em seu coração, e em sua mente Ele se manifestará.
Observando cada item dessas instruções, percebo que estou bem adiantado, mas com algumas ainda tenho que manter vigilância, pois lembro que vez por outras estou cometendo erro. Por exemplo, calar sobre mim, sobre o que estou sofrendo, quando o outro está falando, para não falar palavras inúteis, quando não há necessidade, quando Deus me fala no coração e diante daquilo que não entendo, acredito que tenho um bom desempenho, com os acertos maiores que os erros. Agora, quando se trata dos defeitos dos outros, e quando o outro espera uma palavra, acredito que tenho mais erros que acertos.
Assim, juntando todo o contexto, vejo que estou ainda numa posição privilegiada, mas que necessito ainda muito aperfeiçoamento nessa área da comunicação para que o meu espírito tenha uma maior eficácia no seu caminho evolutivo. Também vejo que esse texto pode ser trabalhado e apresentado na forma de questionário onde possamos responder e ter uma avaliação objetiva de 0 a 100. Vou trabalhar agora mesmo neste projeto.
Tive a grata satisfação de conhecer o nome do santo Benito Menni, através do livreto “Os Santos de cada dia”, pois o dia 23-06 é dedicado a São Benito Menni e diz o seguinte:
É o fundador da Congregação das Irmãs Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus. Nasceu em Milão, Itália, em 1841, mas passou a vida na Espanha. Aos 19 anos, Benito Menni ingressou na Ordem de São João de Deus. Ordenado sacerdote em 1866, partiu para a Espanha. Dedicou-se de corpo e alma em favor dos mais desprotegidos da sociedade. Fez-se enfermeiro da Cruz Vermelha, fundou hospitais e reorganizou a assistência psiquiátrica, dando um tratamento mais humano aos doentes mentais. Com a colaboração de Maria José Récio e de Maria das Angústias, fundou em 1881 a Congregação das Irmãs Hospitaleiras, cujo apostolado se desenvolve junto aos hospitais. Hoje as Irmãs Hospitaleiras encontram-se espalhadas por todos os continentes, inclusive no Brasil. Benito Menni morreu no dia 24-04-1914 e foi canonizado em 21-11-1999, pelo papa João Paulo II.
Na Wikipédia, a enciclopédia livre, encontrei que ele nasceu com o nome de Ângelo Hercules Menni, sendo o quinto de quinze irmãos. Quatro episódios influenciou a decisão de se fazer Irmão de São João de Deus: 1) exercícios espirituais aos 17 anos; 2) os conselhos de um eremita de Milão; 3) a oração diária frente a um quadro de Maria, Mãe de Jesus; e 4) o exemplo dos Irmãos de São João de Deus tratando os soldados que chegavam à estação de Milão, feridos na batalha de Magenta, serviço que ele próprio praticou. Em 1860 entrou na Ordem Hospitaleira de São João de Deus, trocando o nome de Ângelo Hercules, recebido no batismo, pelo de Benito. O papa Pio IX confiou-lhe a difícil missão de restaurar a Ordem Hospitaleira em Espanha, onde tinha sido abolida, ação que começou em 1867. Depois de dar nova vida à Ordem na Espanha, continuou com a sua restauração em Portugal, no fim do século XIX e, no México, já no princípio do século XX. Em 31-05-1881 fundou a Congregação das Irmãs Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus. Foi um homem de caridade inesgotável e de excepcionais qualidades de governo. Na altura de sua morte, em Dinam (França) no ano de 1914, tinha criado 22 grandes centros entre asilos, hospitais gerais e hospitais psiquiátricos. A Igreja Católica reconhece a sua santidade, vivida em grau extraordinário. É o padroeiro dos doentes terminais.
Eu, na condição de psiquiatra, fiquei muito satisfeito com essa informação, pois vi um homem de Deus lutar na comunidade pela criação de serviços, como Hospitais Psiquiátricos, para dar uma melhor assistência psiquiátrica. É a contramão do que o governo do PT conduz no Brasil desde que se instalou no poder. Uma sanha destrutiva dos recursos hospitalares existentes no país, com uma diminuição drástica e temerosa dos leitos e uma política assassina de pagamentos vis aos leitos que ainda existem.
O que é curioso é que essa política perversa e desastrosa não seja percebida pela Igreja que contem em seus quadros de santos, pessoas como Benito Menni, que tanta caridade prestou à sociedade justamente criando leitos psiquiátricos. Hoje, nós, técnicos em saúde mental, nos deparamos com doentes mentais abandonados pelas ruas, sofrendo toda sorte de agravos, assassinatos, estupros, acidentes, suicídio, como se fossem um exército espectral, que podem ser vistos, mas que não podem existir.
Apareceu em minhas leituras a consideração sobre o verme em dois textos, e mesmo sem ter uma empolgação para refletir sobre isso, intuí que é mais uma vontade de Deus para dirigir meus pensamentos no objetivo de burilar a minha alma. Não foi preciso ir muito longe para observar que o direcionamento do Pai estava correto quanto voltar à minha consciência para a minha insignificância, longe de pensar ser um profeta especial com a missão de conduzir um grande trabalho do Seu interesse.
Como hoje é ponto facultativo no trabalho, saí apenas para atender um paciente particular e voltar logo em seguida para conduzir os trabalhos que precisam ser realizados dentro do apartamento. Ao chegar perto de casa e passar por um restaurante próximo, veio logo a tentação de entrar e fazer uma refeição caseira que ele oferece. Como era previsto, enchi o prato e coloquei mais de um quilo de alimento, lembrando que eu estava prevendo passar o dia com o mínimo de comida, mesmo porque logo mais a noite eu teria uma atividade espiritual onde é orientado a mínima alimentação, evitando principalmente as carnes vermelhas, o que eu consumi com gosto.
Quando terminei o almoço e saí empanturrado do restaurante, foi que eu percebi a pertinência do que o Pai quer me ensinar ao apontar os textos dos vermes e comparar com o meu comportamento. Os vermes são seres reconhecidamente inferiores, que vivem se alimentando continuamente com o objetivo de degradar o que não mais atende a funcionalidade da Natureza e transmutar os seus elementos em unidades básicas que podem ser reaproveitados na construção de outras vidas, com outros objetivos, mas que tudo e todos convergem para a sabedoria final do Criador. Com esse meu comportamento de atender sem forte resistência aos desejos da carne, é que acumulo no meu corpo com um sobrepeso e mesmo sabendo disso continuo a comer de forma exagerada indo em direção à obesidade, e assim, a comparação com os vermes chegam bem próximo de mim. O Pai quer que eu reconheça essa condição, mesmo tendo conseguido erguer a cabeça para o “alto” e visto a Sua luz e que estou tentando interpretar e cumprir a Sua vontade.
Mas vamos ver o que dizem os dois textos: o primeiro eu encontrei no verso da pagela do dia 22-06-15 da folhinha “Coração de Jesus”. ANIMAIS NO ALTAR – O verme certamente não é um belo ornamento. Mas é um belo símbolo da corrosão das riquezas e das grandezas humanas. Símbolo também da coisa mais baixa que possa existir. Assim, quando o justo diz no Salmo 22,7: “Sou um verme e não mais um ser humano”, está renunciando a todo orgulho, vaidade, soberba e prepotência. Por isso a frase é aplicada ao Cristo crucificado. Mas por trás está a certeza do amparo do Senhor, como já dizia o profeta Isaías: “Não tenhas medo, vermezinho, porque eu te assisto, eu sou teu fiador, diz o Senhor Deus” (Is 41,14). O verme aparece pintado, quando as figuras lembram o desprezo pelos bens deste mundo, que são devorados pelos vermes, o abraço generoso e convicto dos bens eternos.
O segundo texto fui encontrar no livro Fontes Franciscanas e Clareanas, no item 44 da biografia feita por Juliano de Espira sobre a vida de São Francisco de Assis: “Ele tinha a mesma compaixão afetuosa não só pelos animais e criaturas mais dignas, mas também por aquelas vis e pequeníssimas. Já que do Salvador se lê: Eu sou um verme e não um homem (Sl 21,7), muitas vezes retirava os vermezinhos da estrada para não serem pisados.
Sei que não estou num nível tão baixo, comparados à maioria dos meus irmãos que se encontram encarnados ou desencarnados em torno deste planeta. Mas ainda estou numa enorme dependência dos desejos da carne e isso impede minha visão mais clara dos objetivos espirituais. Essa é a constatação que faço quando promovo a introspecção. Por outro lado, quando percebo minha atuação dentro dos relacionamentos humanos, em qualquer nível que seja, começo a perceber o meu papel parecido mais uma vez com o humilde verme, de transmutar aquilo que não mais serve para a funcionalidade da vida, em elementos que serão necessários para a construção de um novo mundo. Tal como um verme, o meu papel é o de corroer as estruturas egoístas que fazem adoecer todos os relacionamentos e mostrar os elementos básicos do Amor Incondicional que podem ser construídos a partir dos elementos deletérios do egoísmo, assim como o corpo, em deterioração pela morte, oferece os seus elementos para a constituição de um novo ser, com todo o seu potencial de crescimento na direção de Deus.
Assim, não terei mais a vergonha de colocar como o título de um texto como este - “Sou um verme”, ao invés de simplesmente “O verme”.
Sou um verme sim, tanto do ponto de vista biológico onde o corpo ainda impera na procura dos seus desejos materiais, como sou um verme no campo espiritual, com a nobre tarefa designada pelo Pai, de corroer a estruturas deletérias do egoísmo e da ignorância e proporcionar novos nascimentos da alma, pela iluminação do espírito.