Ontem, dia 22-05-14, aconteceu outra reunião do Projeto Foco de Luz com a presença das seguintes pessoas: Paulo, Ana Paula, Nivaldo, Rogério (professor de capoeira vindo pela primeira vez), Davi, Eduval (um dos organizadores do São João na Monte Carlo, vindo pela primeira vez), Ivanaldo, Edinólia, Francisco, Marinho e Laércio (da Revistaria Atheneu em Petrópolis que acompanhava Marinho e que aceitou o convite para participar da AMA Praia do Meio).
A pedido de Nivaldo foi colocado o histórico do Projeto Foco de Luz dentro da comunidade, as diversas ações que estão sendo implementadas, inclusive com a organização da Associação de Moradores e Amigos da Praia do Meio.
Foi apresentado um modelo de convite para os moradores, informando da existência do grupo de trabalho dentro da comunidade no sentido de reativar a Associação de Moradores do bairro e fazendo convite para a reunião e associação.
Informamos que nossas reuniões estão sendo realizadas todas as quintas feiras, as 19h, na Escola Olda Marinho, mas que no decorrer dos trabalhos a ideia é descentralizar o local da reunião para outras escolas, igrejas ou mesmo casa de algum comunitário que a coloque à disposição. Nesse sentido, Rogério se dispôs a colocar sua casa à disposição para reunião que ficou marcada para o dia 05-06-14, depois da reunião da próxima quinta feira que deverá ocorrer com os pais e mestres da escola Olda Marinho. Também foi decidido que depois da reunião na casa de Rogério, será marcada uma reunião com o pessoal que vai trabalhar no evento do São João, na Rua Monte Carlo, promovida por Eduval e João Maria (21).
Foi apresentado o modelo de convite para a Palestra que a Escola deve avaliar para ser distribuído aos alunos para ser entregue aos pais. Essa palestra será feita por Marinho Chagas, atleta da seleção da copa de 74 que falará sobre futebol, e por Francisco Rodrigues, médico psiquiatra que falará sobre drogas e prevenção. Após as palestras de 15 minutos cada uma, a plateia colocará suas dúvidas, sugestões, solicitações e até visitas da equipe em suas residências, caso seja necessário uma avaliação de problemas com maior aproximação. No final será feito um momento de confraternização entre todos com sorteio de camisas doadas pelo Projeto Foco de Luz e por Marinho Chagas.
Já próximo do término da reunião chegou Marinho Chagas acompanhado de Laércio da Revistaria Atheneu, que estavam vindo do dentista. Marinho apresentou a camisa oficial da copa de 74 e confirmou sua presença na próxima quinta feira, na palestra de pais e mestres da Escola com o apoio da AMA Praia do Meio e do Projeto Foco de Luz.
As 20:30h encerramos a reunião, todos de mãos dadas e em círculo com a oração do Pai Nosso, como forma de lembrar a motivação que possuímos dentro deste trabalho, a motivação vinda do Pai, de fazermos na comunidade o que tantos oram pedindo a Ele ajuda para suas dificuldades, principalmente da violência que atormenta nossas vidas com a sombra do medo. Confirmamos assim a nossa convicção de fazer parte desse Foco de Luz como instrumento de Deus.
Com essa alegoria Jesus procura definir como deveria ser o comportamento do discípulo: “Eu sou a videira verdadeira e meu Pai é o agricultor. Todo aquele que não der fruto em mim, Ele o cortará. E podará todo o que der fruto, para que produza mais fruto. Vós já estais puros pela palavra que vos tenho anunciado. Permanecei em mim e eu permanecerei em vós. O ramo não pode dar fruto por si mesmo, se não permanecer na videira. Assim também vós: não podeis tampouco dar frutos, se não permanecerdes em mim. Eu sou a videira; vós, os ramos. Quem permanecer em mim e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer. Se alguém não permanecer em mim será lançado fora, como o ramo. Ele secará e hão de ajuntá-lo e lança-lo ao fogo, e será queimado.”
Acredito que essa alegoria dita por Jesus e escrita por João no seu Evangelho tenha algum exagero vindo do próprio João. Todos sabem que somos espíritos imortais, destinados à purificação ao longo do tempo com o artifício das reencarnações. Então, a hipótese daqueles que não se comportarem como discípulos, de serem arrancados como ramos da videira e lançados ao fogo, implica na destruição do espírito do coitado pecador recalcitrante. Portanto, acredito que isso tenha sido mais um exagero que partiu da mente de João, do que um medo que Jesus quisesse incutir na mente de cada um que o ouvia.
No mais a alegoria é perfeita. Jesus na condição de videira espalha a seiva de Sua palavra a qualquer pessoa que queira e possa lhe ouvir. Caso aceite a verdade dessas palavras passa a ser considerado um ramo da videira e começa a se nutrir da sua seiva. Assim a pessoa permanece em Jesus e Jesus permanece nele, unido pela palavra, pela seiva. O Pai que é o agricultor fica a observar os ramos da videira e os frutos que eles produzem e passa a podá-los com inteligência para que eles aumentem sua produtividade.
Foi assim que eu passei a me considerar uma das suas plantinhas. Tive oportunidade de ouvir as lições de Jesus e consegui harmonizá-las com o que eu já conhecia, com as minhas inclinações, com a vontade do Pai implantada em minha consciência, e decidi ser um dos seus ramos. Reconheci o Pai como o agricultor da videira e que Ele é quem determina o que espera de cada criatura, de cada planta, de cada fruto que espera obter. Ele colocou na minha consciência uma missão a realizar, formar uma família ampliada com base no Amor Incondicional. Apresentou-me ao Seu filho mais evoluído, Jesus Cristo, e do qual me tornei discípulo, pois Ele veio ensinar justamente o Amor a todos.
A seiva que absorvo do Criador serve para eu produzir os meus frutos, como fraternidade, compaixão, tolerância, humildade, verdade, coerência, justiça, perdão, trabalho, caridade, entre outros. Procuro amadurecer esses frutos, pois sei que eles são do agrado do Senhor.
Com essa perspectiva eu considero a missão que o Pai colocou em minha consciência e me engajo entre os cristãos, pois não vejo incoerência com a lei do Amor que Jesus ensinou, apesar das leis humanas cheias de preconceitos, não entenderem o sentido do que tenho que fazer.
Isso pode em algum instante parecer paradoxal, eu que defendo tanto o Amor Incondicional provoco em algumas pessoas tanta raiva e ressentimento. O que me consola é que vejo nas pessoas que agem assim, que elas não estão sintonizadas com a mesma forma de amor que eu sintonizo, e isso é que faz toda a diferença. Se eu fosse me harmonizar com elas no sentido de fazer o que elas querem, terminaria por deixar de fazer a vontade do Pai.
Meu corpo está sujeito às leis do tempo e do espaço; meu espírito não! Meu corpo é produtor de instintos e pulsões; meu espírito de Amor e verdade!
São dois universos diferentes, corpo e alma, que juntos numa existência procuram cumprir as leis de suas respectivas plataformas evolutivas.
Enquanto meu corpo envelhece e os erros do metabolismo se acumulam e dificultam suas funções, minha alma adquire conhecimentos e sabedoria capazes de agir no mundo conforme o Amor que o Pai depositou como semente nas minhas entranhas psicoespirituais.
O corpo perde importância no tempo, com os seus valores efêmeros; a alma adquire cada vez mais valores que se eternizam.
Fica cada vez mais evidente na minha consciência a força que tem o ódio nascido do erro, e o quanto pode o Amor com base na verdade.
Sinto esses efeitos do ódio por pessoas que não conhecem ou não aceitam a missão que tenho do Amor Incondicional, inclusivo; pessoas que mesmo sabendo da lei que Jesus ensinou, a lei do Amor, Amor que Paulo tão bem explicou em Coríntios, não conseguem aplicar em seus comportamentos e nem conseguem reconhecer o esforço de quem assim deseja fazer.
- Que queres Senhor, que eu faça?
É isso que minha consciência pergunta a cada passo que dou; e a resposta que recebo, que procuro seguir, é sempre uma ação que ressalta a aplicação do Amor Incondicional. E quanto mais meu corpo envelhece obedecendo as leis do tempo e do espaço, o meu espírito vivifica e abrange um espaço cada vez maior no ambiente e nos corações. Mesmo que existam ao meu lado pessoas que me acompanham e que não conseguem evitar o ciúme em seus corações, o meu já está livre desses sentimentos negativos. O meu coração já ama com naturalidade todas aquelas pessoas que amam com mais destaque as pessoas que amo com mais destaque. Não tenho receio que essas pessoas possam ficar juntas, temporária ou definitivamente, curtindo e desenvolvendo o Amor entre elas, sem a minha participação direta. O meu Amor continuará a brilhar em direção a elas qualquer que seja a direção que elas resolvam seguir.
Sinto que assim estou fazendo alguma coisa de grande conforme o querer do Senhor, pois sei que Ele é o Criador e eu a criatura, o servo que deve cumprir a Sua vontade na harmonização dos mundos e seres que Ele criou, em qualquer dimensão, espiritual ou material.
O Pai mandou que eu seguisse a Natureza que Ele criou, que está ao meu redor e dentro de mim. Ensinou que os preconceitos humanos não podem obstaculizar a lei do Amor e que eu deveria dar o exemplo de relacionamentos harmônicos com a Sua lei e com a Natureza que Ele criou.
Mesmo que fazendo isso, levando o Amor a qualquer canto que eu for, deixo pessoas que são mais míopes da Sua lei, com raiva, ódio e ressentimentos.
São as leis do tempo e do espaço que não me afetam enquanto corpo físico, que serão os instrumento de Deus ao meu alcance para demonstrar às almas rebeldes e ignorantes, capazes de tanta raiva e ressentimentos, qual é o verdadeiro desígnio de Deus frente a Verdade, e qual é o nosso papel enquanto Seus filhos.
Fiquei emocionado e até orgulhoso com a mensagem que o Pai me deu durante a festa do fim de semana, ao colher alguns frutos do Amor que plantei ao longo do caminho. Mas no dia seguinte ao retornar para casa o Pai acessou minha consciência e fez reprimendas em particular. Mais uma vez comprovei a sua beneficência para com Seus filhos, elogia em público e reprimenda em particular.
Na sua reprimenda o pai acessa a minha consciência e diz o que eu poderia ter feito na festa, o que eu já estou capacitado a fazer, ao invés de ficar me esforçando para me adaptar aos costumes mundanos, maledicentes e lascivos que dominavam os diversos tipos de relacionamento.
Eu poderia ter pedido permissão aos pais dos recém-casados para dar uma palavrinha referente ao belo evento do dia anterior. Poderia realçar que nos relacionamentos, sem falar do Amor que é fundamental, um detalhe que jamais podemos esquecer é da honestidade, de falar e praticar a verdade. Gostaria de contar uma estória para exemplificar isso para os noivos, mas que servem para todos os presentes. E contaria aquela história que marcou a minha mente e o meu coração.
A história de um príncipe que queria casar, mas não queria casar somente pela beleza do corpo, pelo modo de falar, pela inteligência ou pelo dinheiro. Ele queria que acima de tudo ela fosse uma pessoa honesta, que tivesse a coragem de dizer, apesar de toda a represália que pudesse sofrer, a verdade como ela era, mesmo que fosse doer no fundo da sua alma. Mas como encontrar uma pessoa assim, já que elas podiam muito bem mentir sobre esse defeito, fingir que eram uma pessoa honesta acima de qualquer suspeita? Então ele reuniu os sábios do reino e saiu com uma decisão: iria fazer um concurso no seu reino com abertura aos reinos vizinhos para todas as moças em condições de casar. Independente da classe social, da condição financeira e até da beleza do corpo. Todas que tivessem interesse podiam se candidatar. Foi feito um edital e espalhado por todos os reinos. Vieram moças belas, ricas e nobres de todos os lugares.
No reino do príncipe existia uma moça, bela, mas não tinha nobreza no seu sangue, seus pais eram humildes e ela fazia muito esforço para estudar. Porém ela amava o príncipe desde que o vira pela primeira vez a cavalgar os seus belos cavalos. Quando ela soube do Edital disse aos pais que iria se candidatar também. Os pais ainda quiseram tirar isso da sua cabeça, mas ela explicou com tanto carinho e respeito aos pais, que devia fazer isso, pois era isso que o seu coração pedia. Era uma chance que ela tinha de ficar pelo menos perto daquela pessoa que ela tanto amava. Somente o instante de olhar nos seus olhos e talvez tocar as suas mãos, já seriam o suficiente para pagar pelo mico que ela pudesse sofrer frente as outras candidatas.
Os pais compreenderam a dimensão do amor de sua filha e mesmo pesarosos pelo que ela podia sofrer de humilhação, concordaram com o seu desejo.
No dia determinado estavam presentes diversas moças cada uma mais bela e mais oponente em riquezas e títulos que as outras. A jovem humilde parecia uma estrela apagada frente aquelas formosuras, com luxo e requinte. O príncipe pediu para todas ficarem lado a lado e passou frente a cada uma, olhando nos olhos e deixando dentro da mão de cada uma delas uma pequena semente. Depois foi a frente e explicou:
- Todas vocês receberam a semente de uma bela flor. A competição consiste no cultivo dessa flor durante três meses. Vocês terão cuidado diário com elas para que cresçam e desenvolvam toda sua beleza. Ao fim dos três meses todas comparecerão aqui novamente com o resultado do trabalho. Aquela que apresentar a mais bela das flores será a eleita, será a princesa do meu reinado, terá o meu amor e o meu respeito, pois saberei assim que cuidará da maior virtude que eu prezo para uma futura rainha.
Assim todas as moças foram para suas casas, seus palácios ou seus reinos, dispostas a fazerem o que era pedido. A jovem também saiu da reunião entusiasmada, não só pela possibilidade de cultivar a mais bela flor, pois sabia que as outras tinham muito mais condições de cultivar, de usar os mais completos adubos, de contratar os mais experientes jardineiros para lhes orientarem. Ela saiu entusiasmada por ter visto de perto o seu amado, de ter olhado em seus olhos e de ter sentido o contato da mão dele na sua quando entregou a semente. Entusiasmada porque dali a três meses ela teria nova oportunidade de vê-lo mais uma vez e talvez até tocar em suas mãos outra vez quando fosse entregar a flor.
Os dias passavam e apesar de todo esforço da jovem a sua flor não germinava. Ela adubava e regava, colocava no sol de dia, de noite no sereno... e nada! O tempo passava e nem uma simples folhinha conseguia aparecer naquele jarro que ela olhava com tanta ansiedade todo o dia.
Enfim passaram os três meses, era o dia que todas as moças deviam retornar à frente do príncipe o qual iria escolher a mais bela flor. A jovem não tinha nada para mostrar, nenhuma plantinha havia germinado no seu jarro. Mesmo assim ela disse aos pais que iria comparecer mais uma vez na frente do príncipe, levaria o seu jarro assim mesmo, sabia que não ia ganhar nada, seria até motivo de pilhérias, mas teria outra oportunidade de olhar de perto o seu amado e talvez ele tocasse mais uma vez em suas mãos ao receber o jarro sem flor. Mais uma vez seus pais quiseram fazê-la desistir de pagar um mico maior do que o outro há três meses, mas, mais uma vez a força do Amor que brotava do seu coração foi suficiente para dobrar o medo dos pais.
Ela chegou no salão do palácio e realmente era motivo de pilhéria. Todas as moças apresentavam flores lindíssimas, perfumadas, exuberantes. Ela, apenas o jarro vazio. Quando o príncipe chegou todas pararam com os risinhos e as ironias e ficaram uma ao lado da outra como da primeira vez., só que agora o príncipe iria decidir pela flor mais bela que tinha ali na sua frente.
Ele passou frente a frente com cada moça, olhava em seus olhos e na flor que ela trazia. Quando foi a vez da jovem, ninguém notou um brilho diferente que surgiu nos olhos do príncipe, todas estavam prestando atenção as ironias que ouviam ou que falavam, menosprezando a humilde jovem, que de tão corajosa em comparecer no fim da competição com um jarro vazio, parecia boba.
O príncipe depois de ter vistoriado todas as jovens com os seus jarros, ficou na frente de todas e declarou o resultado:
- Quem venceu a competição, quem me trouxe a flor mais bela, foi essa jovem – e apontou em direção a moça do jarro vazio.
Todas murmuraram com surpresa e indignação. Como poderia ser isso, se ela não tinha nada no seu jarro e todas as outras tinham belas flores?
O príncipe esclareceu. A virtude que eu mais prezo é a honestidade, disse ele. Todas vocês receberam sementes estéreis, jamais iriam germinar nada vindo delas. No entanto vocês cultivaram outras sementes e trouxe aqui um resultado que não foi o combinado. Somente essa jovem apresentou a mais bela flor que vocês não podem contemplar com os olhos físicos, a flor da honestidade. Essa flor somente vinga com o adubo da verdade, e o seu perfume santifica quem a nutre, pois isso está acima do dinheiro, da posição social e até da beleza física.
Todas baixaram a cabeça, reconheceram que todas foram pegas em suas mentiras, e saíram sem dizer palavra.
Depois dessa história eu faria mais uma vez a apologia da verdade, que todos nós devemos ser verdadeiros em nossas palavras e ações, que a confiança seja o avalista mais forte de nossos relacionamentos. Deixaria essa história como motivo para reflexão de todos, para que jamais percamos a confiança com quem caminha ao nosso lado.
Convidaria enfim, todos para cantar juntos o Pai Nosso seguido da canção da Oração de São Francisco. Assim eu poderia ter feito o equilíbrio na festa, de realçar as virtudes que tanto bem causa ao espírito. Seria um elemento ativo fazendo a vontade de Deus, ao invés de passivo como fui.
Recebi a reprimenda do Senhor e garanti que ficaria atento, que procuraria deixar a minha inteligência mais ágil para encontrar em tempo hábil a melhor forma de cumprir a Sua vontade.
Quando uso o meu livre arbítrio para cumprir a vontade de Deus e não a minha, devo reconhecer que o planejado por mim pode não se cumprir, pois a vontade de Deus pode ser outra.
Assim foi como aconteceu nesse último fim de semana. Desde o sábado tudo que planejei foi alterado de última hora, até o pneu do carro amanheceu baixo e tive que passar numa oficina para consertar a roda, e também de visitar um amigo que está internado em UTI, de táxi, para não perder a oportunidade.
No domingo resolvi participar de outra festa em decorrência da festa de sábado, e pedi para minha companheira, E., ir me representar num evento que iria ocorrer na Praia do Meio. Racionalmente eu compreendia que a participação do evento na Praia do Meio, desenvolvido pelas igrejas evangélicas era mais importante, mas o coração pediu para ficar na festa. Mesmo não havendo nenhuma perspectiva de prazer biológico de qualquer natureza, seja de bebidas, de jogos, de sexo, de danças, o coração pedia para ficar nessa festa. Obedeci, pois é no sentimento que passa pelo coração onde reside a essência do Amor de Deus que Ele deixou ali alojado quando nos criou, que Ele nos fala com mais propriedade.
Então, de repente me encontro nessa festa, regada a muita bebida, muito som de natureza lasciva, muita carne para churrasco, muita dança erótica. Definitivamente, esse não é o meu mundo. O que eu podia ter feito ali com satisfação era comer a carne de mamíferos, mesmo assim sabendo de toda a implicação negativa que recebe a minha aura quando eu me alimento assim. Procuro me esforçar ao máximo para interagir com as pessoas mais acessíveis e procuro mergulhar nas suas conversas. O conteúdo também não sintoniza com minhas tendências. E um conteúdo sexual, de desejo e do potencial de realizar o sexo, do elogio da bebida, da dança. Mas também posso captar por trás de tudo isso a vontade de agradar, de acolher, principalmente do dono da festa.
Enfim, era essa a circunstância que eu estava metido e procurava saber de Deus o que Ele queria me ensinar com tudo isso. Eu que tenho como missão a criação da família ampliada que seja regida pelo Amor Incondicional e que tenha o amor romântico como um coadjuvante, estava no meio de todos que defendiam a família nuclear, mesmo que fora da vista a maioria não cumprisse o que dizia ser importante, a fidelidade de um amor exclusivo.
Apesar de tudo eu procurava agir como Jesus agiria em situação semelhante, procurava demonstrar o meu amor sendo afetuoso e atencioso com todos, mesmo se tal pessoa já intoxicada pelo álcool não dissesse mais palavras compreensivas.
Mas foi na minha saída, quando fui me despedir do dono da festa, foi que vislumbrei o que o Pai queria me ensinar, ou melhor, devolver uma prova que fiz e que Ele precisava me dar o resultado.
Ele sabe que devido o meu comportamento tão honesto no cumprimento da missão que Ele colocou em minha consciência, foi provocado um grande ódio na mãe da minha companheira S. O magnetismo desse sentimento negativo ela procurou espalhar por todos os seus filhos, alicerçado em fortes preconceitos. Mas o Amor que eu procuro desenvolver de forma incondicional fez ver a todos os filhos e seus respectivos companheiros que eu não possuía a aura cuja informação deturpada eles recebiam. E foi o dono da festa que na despedida me passou essa mensagem, que acredito ter sido as palavras de Deus intuídas em sua boca:
“Você é um homem bom, honrado, será sempre bem recebido em minha casa. Você é um filho de Deus e já fez por minha casa, minha família mais do que fizemos por voce, e sabemos que a qualquer momento podemos contar com você.”
Lembrei de Jesus quando perguntou a Pedro quem Ele era, e Pedro respondeu que Ele era o Messias, o filho do Deus vivo. Jesus parabenizou-o, pois ele fora intuído pelo Espírito Santo para dizer aquelas palavras.
Não consegui responder, senti que eram palavras do Pai para mim, palavras que representavam o sentimento de todos para comigo, palavras que demonstravam a vitória do Amor contra o ódio, palavras que significavam o resultado de um trabalho que foi realizado e que agora eu estava colhendo os frutos. Meus olhos marejaram e antes que ele pudesse perceber minhas lágrimas caírem, o abracei fraternal e demoradamente para disfarçar minha emoção.
A tarde começava a morrer, o irmão sol pintava de carmesim com os últimos raios as preguiçosas nuvens que queriam lhe acompanhar na linha do horizonte. A noite chegava e pacientemente esperava a chegada da irmã lua.
Agradeci a Deus pelas lições que Ele me proporcionou, pelo teste que Ele me devolveu, e prometi continuar seguindo meu coração, principalmente quando Ele quisesse me ensinar ou proteger de alguma coisa.