Tive um sonho bem interessante que envolvia a governadora e o Projeto Foco de Luz o qual estou coordenando como professor da UFRN. Logo que acordei fiz a reflexão sobre o sonho e vi que tinha realmente aplicação no que eu estou fazendo na comunidade de Praia do Meio. Passei a descrever o sonho nesse mesmo espaço de tempo como um texto intitulado a “Voz do Pai”, por assumir que esse era um trabalho que Ele enviava para mim. Depois fiquei a imaginar que tudo isso podia ser a extensão de um fanatismo espiritual que começava a me deixar ofuscado dentro da realidade da vida. Agora eu estava considerando um sonho que atendia aos meus desejos inconscientes como um recado de Deus para mim. Não entrava essa questão em nenhum raciocínio lógico dos acadêmicos que são meus amigos e dividem a cátedra comigo. Se eu contasse para eles o que acontecera comigo e que eu estava disposto a obedecer, todos ririam na minha cara.
Voltei a fazer minhas reflexões. Então, imaginava, eu só deverei reconhecer como mensagem do Pai aquelas que ficam mais dentro do campo íntimo e serve para eu corrigir meus caminhos sem ninguém ficar a saber? Todas aquelas que se revestem de consequências de maior extensão, que me deixa exposto ao riso e zombarias dos colegas, não podem ser a vontade dEle? Onde estar a minha coerência se eu me comporto assim? E se eu sei que é realmente a vontade dEle e não obedeço, não seria um ato de covardia?
Eu me considero filho obediente de Deus, que desejo fazer Sua vontade, que sei que Ele se expressa pra mim pelos mais diversos meios de comunicação, inclusive os sonhos. Não sei que peço a Ele constantemente forças, sabedoria e coragem para ser um instrumento da vontade dEle? Por que vacilo e tento contemporizar com uma mensagem que me deixa assustado, que pode me colocar no ridículo, que pode mudar radicalmente o meu modo de vida? Acaso não sei que isso aconteceu com diversas pessoas, inclusive com Moisés que chegou frente ao Faraó em situação de completa bizarrice, de um pastor do deserto exigir do homem mais poderoso da Terra a libertação de um povo escravo? Mesmo que eu entenda que a essência daquele Deus, conforme eu li e conforme entendo hoje, não é o mesmo Deus que eu acredito e ao qual coloco a minha obediência como filho. Mas, se um homem simples obedece a um Deus que não tem a essência amorosa do Todo-Poderoso criador do Universo, por que eu vacilaria em obedecer Àquele que tem a essência do Criador?
Dessa forma me preparei para cumprir a vontade do Pai conforme entendi, mesmo que fosse pagar algum mico frente a governadora. Faria a minha parte, conforme Moisés fez a parte dele.
Assim, com texto pronto na mão fiquei na expectativa do encontro particular com a governadora, como a mensagem pedia. Eu não iria correr atrás dela, mas deveria procurar saber onde ela se encontrava e solicitar o encontro particular como previsto. O meu caso até era mais simples que o de Moisés, pois o encontro que ele teve com o Faraó foi testemunhado por outras pessoas da corte. No meu caso a exigência seria um encontro particular. Eu estaria exposto apenas ao riso da gestora estadual.
Dessa forma me encontro agora dentro dessa expectativa, com o texto na mão e aguardando o momento propício para entregá-lo. Sei que se for isso da vontade de Deus Ele fará com que aconteça, mesmo que seja para me testar como aconteceu com Abraão, e no último momento Ele dizer que não seria preciso eu ir avante, pois já estava satisfeito com o grau de minha fé.
Havia decidido que eu colocaria todo dia assuntos da procura do “meu erro” que justificasse a tomada do distanciamento que tenho hoje da cultura na qual fui educado. Mas vejo que tenho que colocar também assuntos atuais da minha vida e que este foi o meu compromisso original ao iniciar este trabalho. Existe naturalmente o conflito do assunto atual que deve entrar com as memórias do passado “em busca do erro” e tenho que decidir por manter o compromisso anterior, senão descaracterizarei todo este trabalho.
Mas devido a importância que também tem esse resgate das memórias “em busca do erro” irei abrir outro espaço especial no Recanto das Letras com esse objetivo. Permanecerei aqui colocando o que de importante acontece na minha vida atual nesse processo de autotransformação comportamental e espiritual.
No sábado passado, dia 10-05, fui mais uma vez ao meu trabalho em Caicó. Estava a espera de duas amigas, I. e AC. No entanto foram marcados pacientes em demasia, de 30 para 45. Não consegui nem comprar a passagem de volta, e pedi para AC. fazer para mim já em cima da hora do ônibus sair. Estava preocupado, pois como no dia seguinte era dia das mães, podia ser que eu não encontrasse mais lugar como aconteceu num feriado e que eu não sabia dessa procura mais intensa nesses dias.
No término dos atendimentos I. foi ao meu encontro como combinado, para atender uma demanda judicial que ela precisava. Foi apenas o tempo dela dizer do que se tratava e eu ter providenciado. Também aproveitou e me deu o numero de um celular de pessoa que pode ser voluntário no trabalho comunitário que iniciamos na cidade. Aproveitei e pedi para ela um mapa da região que vamos atuar e que pela extrema carência devemos ter um domínio bem claro das necessidades mais importantes para o crescimento daquelas pessoas, sem focar exclusivamente na sobrevivência. Não houve nem o tempo suficiente para trocarmos abraços demorados como sempre acontece em nossos encontros. Estava me sentindo desarmonizado devido o excesso de pacientes que foi marcado e que comprometeu a qualidade do meu trabalho.
AC. trouxe as passagens na hora exata de sair do ambulatório e fui com ela até a rodoviária. Comentamos a rapidez do nosso encontro, não deu tempo nem de nos abraçarmos. Ela disse que eu poderia ter comprado a passagem para um horário mais tarde para podermos conversar mais e que ela estava precisando. Foi então que eu percebi que se ela tivesse dito antes eu teria feito assim, pois não estava com nenhum compromisso marcado para Natal quando chegasse. O ônibus já estava parado na plataforma de embarque e ficou tão tumultuado no momento que terminei embarcando sem nem ao menos me despedir dela. Ela reclamou dessa situação, pois se soubesse que seria assim nem teria vindo, pois estava com dengue e não estava podendo tomar sol. Eu agradeci por ela ter ido, pois me prestou um favor, eu não tinha podido comprar a passagem antes e ela fez isso pra mim. Ofereci o troco para ela comprar um chocolate como brinde dos dias das mães, já que ela tem um filhinho, e ela não aceitou.
Durante o retorno ela ligou dizendo que o dia hoje estava cheio de coisas negativas para ela. Como deixou de ir ao trabalho na semana passada devido a dengue, a patroa a despediu hoje. Chegou em casa com febre elevada e teve que tomar remédio e ficar de repouso. Respondi que estava me sentindo culpado por sua piora da dengue e que me mantivesse informado de sua evolução. Combinamos que num determinado dia como este, quando eu não tivesse compromisso em Natal, eu ficaria para conversar mais tempo com ela.
Fiquei a refletir neste dia tumultuado e o movimento dos meus sentimentos e comportamento. Tive contato físico com minhas duas amigas de Caicó, mas a pressa de viajar de retorno a Natal fez com que eu não considerasse a possibilidade de pegar um carro mais tarde e ficar à vontade com elas, principalmente com AC. Mesmo assim, os sentimentos que envolvem a afetividade por elas são fortes suficientes para manter o interesse num encontro mais demorado no futuro. Sei que o que motiva é o afeto, a amizade que está sendo desenvolvida e fortalecida, mas com certeza, o motor interno, lá dentro de minhas energias e pulsões mais distantes da consciência, está o impulso sexual. Mesmo que ele nunca chegue a ser realizado, com nenhuma delas, mas é ele que empurra o comportamento para a solidariedade, fraternidade e até sensualidade. É esta força que devo aprender a operar cada vez com mais eficiência, para deixa-la a serviço do Amor Incondicional e fazer dela o exemplo para outros relacionamentos que não implique, mesmo que conscientemente, com a questão sexual. É este sentimento ancorado nas pulsões instintivas da sexualidade que é o maior motor para a formação da família ampliada, da família universal, que deve ter como limitadora a força do Amor Incondicional que a ele deve servir, ser submissa, observando a máxima do Cristo: Não fazer a ninguém o que não queira para si.
Terá sido esse o meu erro? Ter negado na realidade um envolvimento romântico, mas permitido na imaginação? Ter desenvolvido uma amante imaginária? Mesmo que dentro da imaginação eu não criasse nenhuma perspectiva de separação da minha esposa, de acabar o meu casamento? Que nem minha esposa, nem minha “amante”, nem ninguém soubesse o que estava sucedendo? Eu poderia ter evitado criar esse mundo imaginário? Quais seriam os argumentos para eu não criar esse mundo imaginário? Eu que era acostumado a criar mundos imaginários na minha infância de menino e adolescente que cresceu sozinho, que brincava sozinho, que criava fantasias de heróis com donzelas, que lutava pela paz e desenvolvia o amor? A minha mente foi bastante adubada pelos heróis das revistas em quadrinhos, Tarzan, Zorro, Durango Kid, Batman, Superman, entre outros. Sentava sozinho na sala da casa da minha avó, com centenas de tampas de garrafas, e construía castelos, exércitos, vilões, mocinhos... E que duelavam na batalha do bem contra o mal... eu que sempre estava ao lado do bem, muitas vezes sozinho para combater muitos adversários.
A minha mente acostumada com as fantasias de uma criança/adolescente, certamente iria tender a desenvolver uma fantasia com essa situação que mexia muito mais comigo do que as revistas em quadrinhos. Da mesma forma que eu encarnava nos heróis e procurava lutar pela justiça, pelo bem e muitas vezes pelo amor, agora eu estava motivado a imaginar uma situação na qual eu mesmo era o protagonista da história e que iria ao encontro de uma jovem carente de afeto e que precisava tanto dos meus carinhos. Eu ia ao seu encontro encarnando a fantasia desse cavaleiro do bem que iria levar afeto a uma pessoa necessitada e que ao mesmo tempo essa pessoa oferecia seus carinhos também para mim e que seriam muito bem recebidos. O encontro era realizado sem culpas, pois não havia intenção da minha parte ou da parte dela de prejudicar quem quer que fosse. A intenção era trocarmos carinhos um com o outro de forma descontraída, honesta e com toda a intimidade que nossos corpos desejassem.
Então, esses pensamentos e sentimentos evoluíam até a interação dos corpos no ato sexual. Nesse ponto eu trazia a experiência imaginativa à realidade com o ato da masturbação. Ficava satisfeito com o prazer recebido e os pensamentos ficavam mais atenuados, eu voltava a minha vida normal. Não havia consequências disso sobre o meu comportamento com a minha esposa, continuava a lhe amar do mesmo jeito. O que acontecia é que a motivação sexual agora era dividida e o desejo por G. era muito mais intenso. Mas elas não conseguiam perceber a diferença, somente se soubesse o que estava acontecendo nos meus pensamentos é que poderiam perceber pequenas diferenças que com certeza deveriam existir, com relação a minha aproximação de G. e o distanciamento de E. Mas a nível de realidade tudo continuava bloqueado por meus princípios originais.
Esta era uma situação confortável para mim. Arranjei uma “amante” que nenhuma consequência tinha na minha vida social, ética e moral. Será? No campo consciencial eu não estaria cometendo um delito ético e moral? Seria realmente permitido eu pensar assim? Eu tinha direito a ter essa “amante imaginária”?
É muito fácil dizer esquece!... Poderia mudar o pensamento para outras situações, sublimar com alguma coisa. Poderia ter entrado em algumas das muitas igrejas que frequentei e amarrar meus desejos e sentimentos ao pé de algum altar. Eu poderia me envolver mais ainda com o trabalho com a esperança de sufocar com a responsabilidade laborativa os pensamentos e sentimentos que quisessem surgir associados a esses desejos. Eu poderia ter mergulhado na poesia, nos textos literários como de fato comecei a fazer, mas não resolveu.
O meu racional entrava em ação e dizia que eu já estava “amarrado” na vida real e ainda queria ficar “amarrado” na vida imaginária? Que tipo de ser humano era eu para viver assim amarrado? Um bruto, um animal irracional? Eu não estava pensando nesse momento? Por que não continuava a pensar para encontrar uma solução para o problema sem ter que ficar “amarrado”?
E o meu racional continuava a trabalhar febrilmente, era como se recusasse que eu ficasse numa situação bitolada, sem liberdade de agir, preso a preconceitos que eu não aceitava ou que até não os reconhecesse como tal. Mas o meu senso de justiça era forte, mesmo que tolerasse tudo acontecer no mundo imaginário, não aceitaria que acontecesse no mundo real. Meu racional sabia disso e tinha que encontrar argumentos para justificar dentro da ética e da moral os meus desejos dentro da realidade. Mesmo que conscientemente não fosse assim que eu pensasse naquela época, que existia essa batalha dentro da minha consciência, hoje eu fazendo essa avaliação distante no tempo, acredito que tenha sido assim.
Continuava com minha amante imaginária e ao invés de desenvolver culpa ou forma de sublimar, eu procurava os argumentos racionais, éticos e morais para trazê-la à realidade.
Dia 08-05-14 fizemos mais uma reunião do Projeto Universitário Foco de Luz. Contamos com a presença das seguintes pessoas: Clóvis, Edinólia, Marinalva (Radha), Adriana, Nivaldo, Oscar, Stela, João Maria, Rosilene (Rosa), Paulo, Ana Paula, Damares, Ivanaldo, Francisco. Em seguida, Esdras, Joselita, Marivon, Ezequiel e David. Iniciamos com a oração do Pai Nosso conduzida por Paulo. Foram abordados os seguintes assuntos:
Associação de Moradores e Amigos da Praia do Meio – Paulo mostrou o Edital de convocação dos moradores e amigos da Praia do Meio para se fazerem presentes a uma Assembleia Geral Extraordinária que será realizada na Escola Olda Marinho no dia 11-05-14, em primeira convocação as 9h e em segunda convocação as 9:30h para deliberar sobre a pauta única: Escolher através do voto de aclamação uma Junta Governativa que será composta por cinco membros fundadores com o objetivo de ativar o quadro social da Associação de Moradores e Amigos da Praia do Meio e abrir o processo eleitoral. Ezequiel ficou de ver a possibilidade de colocar um carro de som na comunidade para divulgação. Francisco ficou de enviar notas para os jornais. Paulo mostrou o modelo de Ficha de Associado e Francisco ficou de adaptar, junto com Damares, para ser usado na Associação. Terça-feira pela manhã Paulo e David ficaram de ir ao Departamento de Medicina Clínica para a avaliação desse trabalho.
Mapa da comunidade – Estela ficou de trazer na próxima reunião um mapa da comunidade que ela tem em seu poder para que possamos delimitar com clareza a área de atuação da Associação, mesmo sabendo que, sendo uma Associação de Moradores e Amigos, qualquer pessoa pode ser sócia, dentro das diversas categorias.
Escola Olda Marinho – Ivanaldo informou que a sugestão enviada pela Secretaria de Educação, de fazer um novo ofício reivindicatório anexando todos os outros que já foram enviados e não atendidos, não pode ser entregue à diretor devido a doença em pessoa da família que a deixou momentaneamente afastada do cargo. Mas entregará a sugestão logo que ela retorne às suas funções.
Dia 18-05-14 – Este é o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes (Lei Federal nº 9.970) – Clóvis comunicou que a bicicletada que estava sendo prevista para essa data foi cancelada em virtude das obras do calçadão da praia, ao nível da Praça da Bíblia, ainda não estarem concluídas. Ao invés disso será feito um ato público de natureza ecumênica na Praça dos Pescadores, pela manhã, em frente ao Pâmpano e para o qual todos estão convocados.
Normas de conduta – A pedido das novas pessoas que ingressaram no grupo a partir desta reunião, foi lida mais uma vez as Normas de Conduta do Projeto de Extensão Universitária Foco de Luz. Foi explicado também a finalidade desse Projeto e a sua ligação com a Escola Olda Marinho e com a Associação de Amigos e Moradores da Praia do Meio.
Camisas do Projeto – Oscar trouxe um modelo de escudo para ser usado nas camisas com o nome do Projeto e da Comunidade, encimado pela palavra PAZ donde surge uma pomba branca com um ramo de videira no bico. Surgiram sugestões de mudança, algumas díspares, e como nosso tempo é pouco para avaliar em profundidade as sugestões, ficou combinado de ser feito 50 camisas de tamanhos variados com o escudo da forma que foi elaborado, para que a adquiramos na próxima reunião e possamos participar no dia 18-05-14 já com essa identificação. Mas ficaremos de melhorar essa arte a partir da confecção de novas camisas, principalmente quando a Associação tiver com sua Junta Governativa aprovada e em ação.
Convites especiais – Francisco e Ivanaldo comunicam que fizeram o convite especial a Marinho Chagas para participar da reunião e mesmo ele tendo se comprometido não conseguiu chegar desta vez. Todos conhecem o potencial e as dificuldades do companheiro e ficou de ser tentado outra vez para a próxima reunião.
Arraial da Monte Carlo – Oscar e João Maria (21) colocaram a necessidade de discutir sobre a festa tradicional do São João e São Pedro que ocorre a cada ano nesse local. Pelo adiantado da hora ficou de ser colocado como ponto de pauta da próxima reunião.
Término e próxima reunião – As 20:30h encerramos a reunião, após o registro fotográfico feito por Ana Paula, com a oração do Pai Nosso sob a batuta de Oscar. Nos despedimos com abraços fraternos e ficou marcada a próxima reunião no mesmo horário e local na próxima semana, dia 15-05-14.
A caixa de Pandora foi aberta para mim naquela reunião da última terça-feira, dia 6. Foi colocada a minha mudança de paradigmas e de comportamento, de trocar o amor exclusivo pelo amor inclusivo, como uma maldade, como um ato de sofrimento para uma pessoa dedicada e que nunca esperava que isso fosse acontecer. No entanto, em meu íntimo não identifico nenhuma maldade, pelo contrário, sinto que segui direitinho a lei do amor, as diretrizes da Natureza feita pelo Criador. Será que estou tão enganado assim? Devo colocar todos os meandros do meu pensamento nessa época que me levaram a essa mudança comportamental, para ver se a avaliação dos meus leitores consegue identificar tão enorme erro identificado e sentido por E. Vou procurar fazer isso usando este espaço de reflexão diária em busca desse provável erro que cometi.
Não vou considerar o passado onde tudo corria de acordo com o script social, casei, constitui minha família nuclear, tive filhos, vivia na harmonia do amor, inclusive com os parentes, meus e de minha esposa, aos quais nós ajudávamos financeiramente.
Tudo começou a partir do desejo sexual que surgiu entre eu e uma técnica de enfermagem de nome G. que trabalhava comigo nos plantões do hospital. Ela era muito sensual, de belos seios e corpo bem torneado e desenvolveu um interesse muito grande por mim. Claro que eu também tinha interesse nela, meus desejos de homem em direção a uma mulher atraente não podiam ser anulados por um contrato de casamento. Porem eu tinha o controle sobre eles, nem ao menos eu denunciava esse desejo com gestos, palavras ou mesmo olhar. Era o certinho, um rapaz casado que não importunava nenhuma mulher, casada ou solteira. Vivia com harmonia o meu casamento, a minha família nuclear.
Acontece que G. parece que ficou mais interessada em mim ao ver que recebia “cantada” de todos os homens ao seu redor, menos de mim. Procurava ficar sozinha comigo e expor os seus dotes femininos associado a um comportamento sedutor, com palavras doces e elogios. Mesmo assim, isso não tendo efeito sobre meu comportamento, ela passo a ser mais direta. Começou a indagar sobre a minha vida e não fiz questão de dizer que era casado, que tinha filhos, que amava minha esposa. Isso não fez ela desistir de mim. Disse que gostava do jeito que eu era, não tirava cabimento nem com ela nem com ninguém. Falou também da sua vida, que morava com a mãe, que tinha alguns namorados, um deles mais frequente, mas nada de sério com ninguém. Disse que gostaria de ter alguém assim como eu. Insinuou que podíamos nos encontrar para conversar e nos conhecer melhor, que gostava muito de conversar comigo, mas o tempo era pouco e as pessoas que viam tinham outra interpretação do que conversávamos. Como eu também tinha o desejo que ela demonstrava ter por mim, sabia que esse encontro não ficaria somente na conversa, que poderia ter um desdobramento que eu não queria que tivesse, apesar de desejar. Evitava o seu convite dizendo que não era certo, que eu tinha compromisso, era casado, tinha filhos e não queria trair a minha esposa. Ela, muitas vezes debruçada na minha mesa de trabalho, com os seus seios bem na frente dos meus olhos, dizia que não havia problema nenhum, que ela sabia de tudo isso e que não queria atrapalhar ou acabar com o meu casamento. Era um encontro de duas pessoas amigas, sem qualquer outro desdobramento ou compromisso. Eu resistia ao convite, mas ao chegar em casa eu ficava alimentando na imaginação como seria esse encontro e terminava num quarto de motel, na imaginação, e na realidade com a minha masturbação. Entendia que fazendo sexo dessa forma eu não estaria traindo ninguém, era uma ação da qual só eu tinha conhecimento.