O Papa Francisco escreveu a Carta Encíclica Fratelli Tutti (Todos Irmãos) que recebeu e ainda recebe severas críticas por membros bem situados no Vaticano e que se espalha pelas redes sociais. Se espalha mais as críticas que a própria Carta.
Trarei aqui esse documento, fracionado devido a sua extensão, para que tenhamos oportunidade de fazer nossas reflexões sempre com o espírito livre em procura da Verdade, que é o nosso objetivo final.
Sem fronteiras
3. Na sua vida (São Francisco), há um episódio que nos mostra o seu coração sem fronteiras, capaz de superar as distâncias de proveniência, nacionalidade, cor ou religião: é a sua visita ao Sultão Malik-al-Kamil, no Egito. A mesma exigiu dele um grande esforço, devido à sua pobreza, aos poucos recursos que possuía, à distância e às diferenças de língua, cultura e religião. Aquela viagem, num momento histórico marcado pelas Cruzadas, demonstrava ainda mais a grandeza do amor que queria viver, desejoso de abraçar a todos. A fidelidade ao seu Senhor era proporcional ao amor que nutria pelos irmãos e irmãs. Sem ignorar as dificuldades e perigos, São Francisco foi ao encontro do Sultão com a mesma atitude que pedia aos seus discípulos: sem negar a própria identidade, quando estiverdes «entre sarracenos e outros infiéis (...), não façais litígios nem contendas, mas sede submissos a toda a criatura humana por amor de Deus». No contexto de então, era um pedido extraordinário. É impressionante que, há oitocentos anos, Francisco recomende evitar toda a forma de agressão ou contenda e também viver uma «submissão» humilde e fraterna, mesmo com quem não partilhasse a sua fé.
É um momento difícil onde existe o combate entre duas facções por motivos ideológicos, religiosos, onde cada lado defende um Deus cuja essência de cada um é o amor. Como isso é possível? Pessoas que defendem um Deus de amor entrarem em guerra para destruição mútua? Francisco quebra o paradigma e vai em direção ao Sultão armado somente com o amor e a fé. Isto é o que fez a diferença. O Sultão não tinha visto isso ainda, nem de um lado nem do outro. Ele mesmo não estava disposto a praticar esse tipo de amor. Mas ficou impressionado com a atitude sincera e honesta de Francisco, deixou-o voltar ileso e com a promessa de a guerra acabar se houvesse outros como ele. Claro, Francisco não encontrou essas pessoas. Ficou apenas na história o seu exemplo lendário. Podemos fazer isso hoje com nossos semelhantes? Sim, até pode dar certo, se fizermos com pessoas cultas e capazes de ter atitudes éticas. Mas, caso encontremos alguém mais brutalizado, sem nenhum respeito ou conhecimento de regras éticas, que nem reconhece a existência de Deus, certamente este novo Francisco iria ser trucidado.
Poderíamos pensar, mas no atual estágio de nossa civilização a maioria das pessoas possuem um bom senso ético, esse Francisco teria uma grande chance de se sair bem mais uma vez.
Observemos o comportamento de uma nação dita a mais evoluída técnica, cientifica e militarmente do mundo: os Estados Unidos. O que aconteceu agora nas últimas eleições para presidente? Uma avalanche de atos de corrupção com o intuito de burlar as urnas e impedir a vitória de Trump. Não são pessoas tão evoluídas? Por que fizeram isso? Principalmente dentro de um partido como o Democrata que pretende ser o exemplo para o mundo, de defensor da Democracia, da justiça, da honra?
Interessante procurar saber como o mal pode se desenvolver e ameaçar todos os países do mundo. O que se passou na Alemanha Nazista sob o comando de Hitler e seus asseclas, abordado pela Netflix em uma série sob o título “Hitler’s circle of evil” serve como um bom campo para nossas reflexões.
L
12 DE MARÇO DE 1938
FRONTEIRA AUSTRÍACA
Mas quando é hora de ação e a operação de tomada da Áustria começa, o vice do Führer é deixado de lado. É Göring que abre caminho. Faz uma grande demonstração do poder da Luftwaffe. Eles ficam indo e vindo no espaço aéreo abastecendo e continuando. A espetacular exibição de poder alcança o efeito desejado. Os alemães entram sem haver nenhum tiro. Novamente, a jogada deu certo. Eles entram incontestáveis e sem nenhuma baixa. É uma extraordinária ação diplomática apoiada por força, mas dá certo.
A Anschluss, ou “junção”, da Alemanha e Áustria é o maior triunfo de Hitler, até então, e os austríacos recebem seu novo mestre de braços abertos.
Como na Renânia, deu certo. Se dá certo, ótimo. Se não dá, é um desastre. Mas deu certo. Foi um blefe que valeu. Ninguém desafiou o blefe
Após ter ajudado a montar a base, deveria ser o melhor momento de Hess, mas quando Hitler é saudado pela multidão em Viena, o vice do Führer não está presente. Talvez fosse o jeito de Hitler dizer: “Você não está entre aqueles que servirão daqui em diante.”
A Anschluss parece ser uma pacífica união de nações. Mas um dia após o discurso de vitória de Hitler, o terror começa, liderado por Heinrich Himmler, um dos homens de Berghof que gosta de se considerar culto e sofisticado. Ele é o covarde aspirante a soldado que não tem experiência militar para lutar contra exércitos. Então, faz guerra contra civis inocentes. A SS dele começa a capturar milhares de judeus e leva-los sob custódia protetora.
Os judeus eram presos, levados a campos de concentração e, em alguns casos, assassinados por nazistas austríacos. Foi o começo de um programa aberto de antissemitismo, e se tornou um modelo que foi transferido para a Alemanha.
Mas, em Berlim, Göring é aplaudido ao lado de seu Führer, enquanto um público alemão adorador e alheio celebra outra grande e, aparentemente, pacífica vitória.
Longe dos horrores em ação na Áustria, Hitler mergulha nos altos ideias de sua visão arquitetônica para o Reich.
Albert Speer seduz seu chefe com planos de remodelar o coração da capital. Será em escala impressionante, ideal para um império que durará 1.000 anos. Ambos tinham planos grandiosos para o que a Alemanha pareceria, prédios enormes com grandes cúpulas e arcos. Hitler dizia: “Adorei, conte mais, e se fizermos assim?” “Fantástico, mein Führer!”
Hitler quer rebatizar Berlim de “Germânia”, nome dado à região pelos antigos romanos. A nova cidade será seu legado ao grato povo alemão, e Speer fará isso acontecer. Speer e Hitler incitam um ao outro. Ambos eram visionários e se consideravam artistas, mas há uma linha tênue entre ser um visionário e um sonhador. No fim das contas, ambos eram sonhadores. Por compartilharem visão e paixão, eles se tornaram próximos. Speer é uma das poucas pessoas que pode ignorar o crescente cerco de Bormann e se aproximar de Hitler.
Mais uma vez observamos a omissão irresponsável dos aliados nesse avanço de Hitler sobre comunidades cobertas por falsas narrativas e temerosas pelo poder do fogo. Como é que os dirigentes dos países vitoriosos na Primeira Guerra Mundial e que deveriam ser os fiscais do Tratado de Versalhes, deixam os nazistas conduzirem sob a ousadia do seu líder, o ex-cabo Adolf Hitler a uma situação tão perigosa e tão perversa? Como pessoas tão bem instruídas e com tantas altas responsabilidades com seus respectivos Estados, deixam isso ocorrer sem nenhuma advertência ou confronto? O primeiro ministro da Inglaterra persegue uma paz temerosa pelos efeitos da guerra, enquanto isso Hitler avança sem respeitar qualquer tipo de tratado, antigo ou novo. A única voz de advertência nesse ovo de serpente que se desenvolve, é a de Winston Churchill, mas que não chega a sensibilizar o Parlamento britânico.
E com esses sucessos, cada vez mais se desenvolve a megalomania de Hitler, cercado de bajuladores que preferem mais agradar ao chefe para adquirir poder pessoal do que lutar pelo bem-estar do povo e do Estado.
Existe um texto circulando nas redes sociais, colocando a situação atual da Argentina e que faz considerações sobre. Nosso Brasil, que devemos ler e refletir sobre ele.
Muito triste! Muito preocupante!
Uma médica argentina que fez residência em oftalmologia no Brasil, que pouco se manifestava nas brigas envolvendo a esquerda e a direita, hoje, postou essa mensagem no grupo de que fazemos parte. Por favor, leiam com atenção. É importante para todos!
"Oi, meus amigos, hoje, acordei com a intenção de contar para vocês um pouco da situação que nós, argentinos, estamos vivenciando no nosso país, e trago esta mensagem como ALERTA!! Para aqueles que acharem não ser interessante, apenas delete.
Quando o Macri ganhou aqui as eleições, foi como um sopro de ar fresco para o país. Voltou a esperança! Mas, quando vimos que ele não era capaz de tirar o país do fundo do poço (onde ele o encontrou), os que votaram nele se dividiram decepcionados. (Essa decepção foi consequência de um trabalho de oposição fortemente patrocinado pela China.)
Então, na eleição seguinte, votaram para voltar ao poder o governo que tinha colocado o país naquela situação de outrora! Ou seja, de "mierda".
Hoje a população que votou na esquerda, está arrependida amargamente, depois de 61 dias de quarentena obrigatória, e que parece que se prolongará novamente, o país está pior do que nunca esteve. As empresas foram obrigadas pelo governo, a continuar pagando os salários integrais aos seus funcionários e proibidas de despedir aqueles que julgavam não ser capazes de continuar pagando. Resultado: 60 mil empresas fecharam suas portas no país.
O governo “ajudou” algumas empresas, mas, agora, o governo de esquerda decretou que as empresas ajudadas, devem pertencer ao governo. Fala-se em uma palavra bonita: expropriação.
A fila nos refeitórios de ajuda às famílias de baixos recursos aumentou, e foram agregadas mais de 2.000 famílias da classe média, que hoje, passaram a depender desse benefício. Enquanto isso, foram retirados todos os processos por corrupção e outros crimes da antiga presidente Cristina, hoje vice.
Pior, foram libertados todos aqueles infratores de colarinho branco que o governo Macri conseguiu prender durante seu mandato, aí incluídos: políticos, assassinos, sequestradores, etc.
O coronavírus está bem controlado, o que era de se esperar, já que estamos todos encerrados em casa, apenas para postergar o pico que virá quando terminar a quarentena.
Então, brasileiros, espelhem-se na Argentina e avaliem bem o que querem para o Brasil, tanto no campo da Saúde como no da Economia! Espero que tenham melhor sorte que nós... não se deixem levar pelo canto da sereia. Argentina já era, quebraram quase todas as Empresas, o governo vai ser dono de tudo, conseguiram implantar o Comunismo com apoio da China.
A China já instalou uma base militar chinesa, aqui na Argentina, e nem a Polícia Argentina pode entrar. Alegação de ser território chinês e que pagaram pelo terreno vendido. A ARGENTINA Não existe mais!! Agora é China‼ O COMUNISMO chinês conseguiu o que tanto sonhara!
Mas o sonho de consumo da maldita China é o Brasil, o nosso BRASIL brasileiro... ALERTA AOS BRASILEIROS! Atentem todos, principalmente os que se dizem decepcionados com o Bolsonaro.
APÓS LER ACIMA, QUEM VOCÊS QUEREM NO LUGAR DO PRESIDENTE BOLSONARO? TEMEM OU NÃO, O COMUNISMO SER INSTALADO NO BRASIL? UNAM-SE POVO BRASILEIRO, UNAM-SE! Não entreguem seu país a quem só quer a corrupção, o poder, a riqueza para si e para os CHINESES COMUNISTAS. Não há um outro político no Brasil mais patriota do que Bolsonaro; esqueçam defeitos e foquem nas virtudes dele, que com certeza são maiores que seus defeitos. Que Deus nos ajude... Não são os seus impropérios, ditos em situação de desabafo; não são suas costumeiras "escorregadas" em relação à chamada "liturgia do cargo" que fazem dele um político pior do que Haddad, Lula, Zé Dirceu, Dilma, Gleide Hoffman, Fernando Henrique e outros da mesma estirpe.
Antes de pensarem em desistir de Jair Bolsonaro, vejam o que está acontecendo na vizinha Argentina, e, acima de tudo, pensem no futuro do país que querem deixar para seus filhos e netos. (Devido as novas regras do WhatsApp, copie e cole para poder compartilhar para mais de um contato.) Vamos compartilhar a cada 15 dias para não deixar cair no esquecimento o que a esquerda fez com a Argentina.
Um texto bem produzido colocando o que acontece na Argentina como uma ação do Partido Comunista Chinês, PCC, atuando através de políticos bem sustentados pelo lado financeiro que levou a população novamente ao desastre administrativo, dessa vez de forma mais profunda. O resultado é o que os financistas comunistas esperavam, os bens privados se tornarem propriedade do Estado e a livre concorrência desaparecer caracterizando o regime comunista, onde os cidadãos agora devem recorrer ao controle estatal, ditatorial, para a sobrevivência limitada, aprisionada, sem dignidade? Corremos esse risco? Não vale a pena fazermos essa reflexão?
Interessante procurar saber como o mal pode se desenvolver e ameaçar todos os países do mundo. O que se passou na Alemanha Nazista sob o comando de Hitler e seus asseclas, abordado pela Netflix em uma série sob o título “Hitler’s circle of evil” serve como um bom campo para nossas reflexões.
XLIX
Enquanto a corte continua, o mestre de cerimônias é o ambicioso homem nas sombras, Martin Bormann, desprezado por todos os seus rivais. Mas isso não o incomoda. Ele tem sede por poder, e por ter ganhado a confiança do líder, regozija-se com a atenção.
Berghof é o lugar onde Bormann está no comando. É a corte de Hitler, mas é o feudo de Bormann, e esses são seus dias de glória. E ele está prestes a dar seu golpe de mestre. Ele desapropria um orfanato local e se muda para lá. É uma das maiores casas da região e fica logo acima do Berghof. Bormann já controlava o acesso até Hitler. Agora é literalmente seu “porteiro”.
A casa tem vista para o Berghof, então ele pode ver quem entra e sai de lá a partir de sua própria casa. Ele não precisa contar com informações. Tardiamente, os outros membros do círculo percebem que foram superados por Bormann e lutam para se reafirmarem.
Todos ficam inquietos para saber quem Hitler convida a Berghof, quem passa tempo com ele, e eles querem ficar por perto para participar, marcar território e não deixar outros ficarem mais próximos do Führer.
Cada membro do círculo tenta superar os rivais exibindo lealdade extrema ao líder, ao Reich e a tudo que ele representa. E nesse mundo particular de Berghof, eles se sentem seguros para planejar contra o “problema judeu”.
O grupo de Berghof parece culto, urbano e sofisticado, e é até fácil esquecer que naqueles sofás de chita foram criadas as ideologias mais depravadas.
Há um paradoxo curioso que só faz sentido pelo fato de haver uma “nova moralidade”, dentro do nazismo, que permite que as pessoas sejam cultas, inteligentes, instruídas e, ao mesmo tempo, defendam ideias radicais, horríveis e racistas.
Nos bastidores, Bormann aumenta o controle sobre seus rivais e se transforma no cão de guarda de Hitler. Ele assume o controle das finanças pessoais do Führer e dos cofres do Partido Nazista. Ele diz quem pode pegar o quê. E onde há dinheiro, há poder.
O astuto Bormann, que passou a ser conhecido como Eminência Parda, que é algo meio escatológico para descrevê-lo, está ganhando cada vez mais poder como tesoureiro do partido. Isso lhe dá enorme poder e vantagem sobre a pessoa que pega dinheiro emprestado.
Enquanto o poder de Bormann aumenta, a sorte de Hess, ainda seu chefe, teoricamente, começa a cair. Ele não é visto nas tranquilas imagens no retiro na montanha. Não há melhor prova da exclusão de Hess do que o fato de ele não estar nas imagens em Berghof. Ele quase não ia lá. Ele não era muito sociável. Era isolado.
A recusa de Hess em participar das cruéis manobras por poder do círculo deixam-no cada vez mais longe da hierarquia. A cada esnobada, real ou imaginária, sua dor aumenta. Ele se torna hipocondríaco, buscando terapias alternativas para tratar vários males sentidos. Seu comportamento fica cada vez mais bizarro.
Göring, após mencionar sua nevralgia a Hess, recebe um monte de pacotes surpresa. Para sua diversão, Hess lhe disse que ele deveria usar as panelas e caçarolas para tratar sua nevralgia, enchendo-as com água a diferentes temperaturas e mergulhar partes do seu corpo. Göring sempre teve dificuldades em levar Hess a sério e pensou que ele tinha enlouquecido.
Hess era um homem problemático, ele era inseguro quanto a seu papel no círculo íntimo. Foi ficando cada vez mais imerso no tipo esquisitão que sempre foi. Mas uma área na qual Hess ainda é útil é em manter ligações com apoiadores nazistas na Áustria, de onde o partido foi banido após um levante fracassado.
O trabalho de Hess como mensageiro ajuda a preparar o terreno para a tomada do vizinho da Alemanha, que Hitler sonha conseguir como primeiro passo na dominação da Europa.
No círculo do mal de Hitler, dentro da cúpula do Partido Nazista, quem não souber ou tiver escrúpulos em praticar maldades não se dará bem. Tenderá a se deteriorar. Foi o que aconteceu com Hess. Não há solidariedade dos demais membros, pelo contrário, podem usar de sua fraqueza como trampolim para acumular mais poder, mesmo que seja derrotando os rivais ou puxando o saco do líder.
A sociedade prevista por Jesus para formar o Reino de Deus é totalmente o inverso da sociedade planejada pelos nazistas. Uma sociedade que ainda hoje é imaginada, com viés diferentes, em diversas partes do mundo e que chegamos a sofrer aqui os seus efeitos socialistas, um belo nome para um forte mal.
No Reino de Deus prevalece a harmonia, o predomínio do amor, a inclusão de todos, como um só rebanho, um só pastor. Não há nenhum movimento no sentido de jogar grupos contra grupos, destruir os valores e religiosos e familiares. A democracia é exercida no seu mais alto nível de dignidade para o ser humano, com ninguém tentando comprar votos de forma sutil ou ostensiva.
Talvez seja esta a missão atual do Brasil, conduzir a transformação da nossa atual sociedade humana, tão impregnada do mal, para uma sociedade mais sintonizada com o Reino de Deus, onde prevaleça o bem e não o mal. Talvez a presença de um presidente como Bolsonaro, que tem no nome Messias, e que fala tanto nos princípios evangélicos, que defende a verdade ao invés da mentira, seja um bom indicador para isso.
Interessante procurar saber como o mal pode se desenvolver e ameaçar todos os países do mundo. O que se passou na Alemanha Nazista sob o comando de Hitler e seus asseclas, abordado pela Netflix em uma série sob o título “Hitler’s circle of evil” serve como um bom campo para nossas reflexões.
XLVIII
SETE DE MARÇO DE 1936 – RENÂNIA
As tropas marcham. E, ao lado, há um exército de equipes de filmagem de Goebbels. Pela primeira vez desde 1918, ele diz que os alemães têm do que se orgulhar. A mensagem é clara: a Alemanha está em ascenção de novo.
Nós vemos os soldados marchando e uma mulher indo até um deles e prendendo uma flor na jaqueta, e aquela flor na lapela representa a esperança da Alemanha quanto a Hitler. E a jogada dá certo.
Enquanto o Partido Nazista analisa esse primeiro passo no palco europeu, a sorte de alguns líderes aumenta, e a de outros cai.
Goebbels criou uma onda de euforia na Alemanha e entrou novamente nas graças de Hitler. Göring foi colocado em seu lugar. Hess foi deixado de lado. Mas para Martin Bormann as coisas estão ótimas. Nos Alpes Bávaros, ele garante que a construção do Berghof de Hitler, a corte na montanha, seja finalizada com o mais alto padrão possível.
O papel de Bormann como o homem por trás da reconstruída Obersalzberg o deixa em uma posição mais forte que nunca.
Onde antes ficava a antiga casa, agora há uma residência impressionante e ideal ao status do Führer. O complexo protegido inclui edifícios administrativos, quartéis e casas de hóspedes. Para os alemães, o Berghof torna-se um local de peregrinação. Grupos escolares e de admiradores do adorado líder viajam de todo o país até a Baviera. E dignatários estrangeiros são convidados a visitar. Entre eles, o ditador italiano Mussolini e o antigo rei da Inglaterra, Eduardo VIII, e sua esposa, a duquesa de Windsor.
Ao chegar a Berghof, a pessoa era recebida com várias saudações e por sentinelas e guardas da SS. Você entrava e tudo era luxuoso. Não há dúvidas de que é a casa do líder do Terceiro Reich. A propriedade inteira tem 26 quilômetros quadrados. E Bormann tem planos de construir uma fortaleza nazista subterrânea. Uma área vasta, capaz de acomodar até 1.000 pessoas abaixo do solo, que os aliados acreditavam que seria uma fortaleza subterrânea, o último reduto de Hitler.
Mas no verão de 1936, não há menção de uma fortaleza de defesa nem de último reduto. Bormann criou para Hitler uma mistura de refúgio campestre de fantasia e quartel-general em um só lugar.
Hitler pensou que teria Berghof como uma sede alternativa do governo, em partes por ele ser preguiçoso. Gostava de comandar a Alemanha a partir de sua sala. Todos as decisões, planos e esquemas de Hitler acontecem em um sofá de chita na sala dele. Isso é incrível. E para seus associados do topo da lista é a melhor das épocas. Eles ficarão conhecidos como o Grupo de Berghof.
Mas embora um convite para o Camelot de Hitler seja sinal de aprovação, ele tem um preço. Se a pessoa fosse a Berghof logo após seu término no final dos anos 30, seria como estar na festa de fim de semana mais difícil e estranha que se possa imaginar. Veja quem era o anfitrião: Adolf Hitler, que acordava tarde e dormia muito tarde. A pessoa teria de passar as noites ouvindo-o falar, marcando presença na sala até três ou quatro da manhã, e sair antes da hora seria traiçoeiro e desleal.
Todo mundo morria de tédio, mas ele adorava a ideia de ter uma bela refeição, ver um filme de Hollywood e fazer um monólogo inflamado até as três da manhã. Ele achava isso maravilhoso.
O novo Berghof é o palco em que acontecem as rivalidades e intrigas entre os bajuladores de Hitler. A pessoa na varanda com sua melhor roupa, aí chega Hitler e a pessoa se acotovela para chegar perto como forma de ganhar uma tapinha na cabeça. Precisa agir certo. E a pessoa sabe que outro membro do círculo perto dela está tentando ser ainda mais puxa-saco. Então, há um terrível círculo vicioso entre o grupo, para ver quem mais bajula Hitler. Então tem-se grandes egos, grandes personalidades, o cenário tipo “vizinhos do inferno”, com toda essa gente querendo agradar a Hitler, para manter a posição e ter mais sucesso. Eles não eram amigos pessoais. Bormann e Göring eram inimigos mortais. Eles se odiavam. Himmler odiava Goebbels, e vice-versa. Himmler e Goebbels odiavam Göring. Eles não gostam uns dos outros, exceto pela relação com Hitler.
Havia muito atrito entre as esposas dos nazistas, os filhos mais velhos talvez percebessem. Mas havia um homem muito bonzinho chamado tio Adolf, que beliscava suas bochechas, brincava com elas e um cachorrinho e que era muito agradável. Mas no fundo havia algo bem desagradável, o oposto disso.
Hitler começa a dar seus primeiros passos no controle da Europa, de forma sutil e ao mesmo tempo fantástica dentro da Alemanha. O que traz tanta euforia aos alemães, potencializado por Goebbels na propaganda, devia trazer cuidados aos povos que lutaram tanto para vencer a Primeira Guerra Mundial e estabelecer os critérios que deveriam ser obedecidos, e não serem descumpridos sem qualquer consideração. Isso foi o que aconteceu com a reocupação da Renânia, sob os aplausos de uns e outros interessados, dentro do contexto alemão. Poderia ser simples e apoiado, se tal atitude não ferisse o Tratado de Versalhes que deveria ser cumprido. E nenhum dos países aliados se manifestou, a não ser uma voz perdida no Reino Unido, Winston Churchill, que estava atento a essa mobilização na Alemanha sob o comando de Hitler no Partido Nazista, mas sua voz não tinha eco dentro do Parlamento.
A outra condição foi a construção do Berghof. Uma residência suntuosa, feita dentro da ilegalidade, da perversidade, do uso do poder para reforçar prazeres e autoridades. O terreno usado foi adquirido na base da usurpação das pobres vítimas que viviam e trabalhavam na região. É um tipo de corrupção baseado na força, não chegava a fragilizar a economia da nação, mas empoderava o Partido Nazista e os asseclas de Hitler numa posição onde as pessoas não tinham como argumentar ou se defender. Aqui no Brasil a corrupção também aconteceu, muito forte, mas de outra forma. O dinheiro surrupiado dos cofres da nação era dirigido aos bolsos dos dirigentes, em espécie ou em benefícios materiais para os próprios corruptos, seus parentes e comparsas, principalmente aqueles que exerciam liderança política em outros países. E isso deixou o Brasil e suas estatais em situações precárias.