Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
13/04/2019 00h11
O PRESENTE

            É costume entre nós presentearmos a alguém que aniversaria.

            Qual o melhor presente que podemos dar a uma pessoa especial? Pessoa que convive conosco, que procura nos fazer o bem, cuida dos nossos interesses materiais, sabe de nossos compromissos espirituais e procura atender nossas necessidades?

            Não imagino um presente melhor do que o nosso próprio comportamento com essa pessoa. Qualquer outro presente de características materiais, quer sejam simples ou complexos, perdem importância ao se comparar com o comportamento de quem presenteia. Mesmo porque, no dia do aniversário daquela pessoa, quando nos fazemos presentes, qualquer outra coisa que levemos nas mãos, são coisas secundárias. O importante, o prioritário, é a pessoa que está presente, mesmo que conduza algum objeto com o nome de presente, não tenho dúvidas.

            Mas eis que surge o problema! A pessoa aniversariante deseja que o outro, o seu presente, seja da maneira que ela quer, sem quaisquer defeitos e com todas as virtudes que ela possa imaginar. Impossível!

            Hoje é o dia propício para eu dar tal presente a uma pessoa querida. Seus parentes organizam a festa, compram um bolo, ornamentam o ambiente, e se preparam para cantar e apagar as velinhas. Tudo isso muito legal, mas quem são os presentes, quais são os presentes?

            Olho para mim e não me vejo como um presente adequado ao gosto dela. Não sou do jeito que ela deseja que eu fosse. Tenho defeitos seríssimos que provocam nela as lágrimas e sentimentos de depressão. E não posso eliminar esses defeitos em mim, fazem parte da minha essência, da minha ligação com Deus. Tentei uma vez fazer isso, com uma pessoa com a qual convivia. Foi horrível, senti a minha vida robotizada, perdi o colorido da natureza, perdi a conexão com o Pai, perdi a minha alma. Não conseguia viver assim, e trouxe tudo de volta. Os comportamentos e forma de pensar que para os outros são tão fortes defeitos e que para mim é a essência da minha vida. Terminei sendo expulso da vida dessa pessoa, até de forma traumática; fui espancado, injuriado, amaldiçoado...

             Fui embora da vida daquela pessoa, não mais me tornei presente. Mas não guardei mágoas ou ressentimentos. Compreendi que ela não me aceitava como presente, que meus defeitos fediam tanto quanto peixe podre. Entendi que qualquer pessoa iria sentir o mesmo fedor com esses defeitos. Aceitei a consequência de viver e morrer sozinho, de não obrigar a ninguém a viver com tal sacrifício. Tinha que fazer a lição do meu mestre, Jesus: “não fazer a ninguém aquilo que não queres que façam a ti.”

            A qualquer pessoa que se aproxima de mim, encantada com minhas virtudes, procuro logo esclarecer com todos os detalhes a natureza dos meus defeitos e da impossibilidade de me livrar deles, pois faz parte da minha essência. Procuro evitar assim a convivência dentro de uma ilusão. Mas, ainda existe alguém que, contra tudo e contra todos, procura construir essa convivência, sabendo de quantas outras pessoas sofreram do mesmo mal e que não resistiram com o tempo a convivência comigo.

            Hoje é um dia destes... a minha companheira aniversaria e sente como nunca o fedor dos meus defeitos. Corre e se refugia entre lágrimas e remédios na escuridão do seu quarto de dormir. Os parentes organizam para logo mais a noite a comemoração desse dia especial para ela, de receber os presentes. Como posso ser tal presente para esta pessoa? Se coloco acima dela o compromisso que tenho com Deus, da forma que Ele colocou em minha consciência? Se o amor que desenvolvo agora deixou de ser romântico, dirigido a qualquer mulher, mas sim espiritual, totalmente dirigido a Deus?

            Quando escuto aquela canção de Gigliola Cinquetti, “Dio come te amo”, que antes associava sempre a imagem de uma mulher, hoje escuto associando integralmente a imagem de Deus, ao sentimento de Deus.

            Não, reconheço, não sou um bom presente para nenhuma pessoa que deseja e sonha em ter um marido fiel, que lhe dê amor exclusivo. Não sou um marido, nunca o serei. Sou um pai, um filho, um irmão... pertenço a família universal. Sou comprometido com Deus e procuro obedecer aos caminhos que Ele coloca em minha vida, independente de sexo ou beleza, de rico ou de pobre, de letrado ou analfabeto, mas, dependente sempre do amor incondicional.

            Seja minha companheira, minha irmã, trilhando comigo os caminhos do Senhor. Minha alma não deseja que exibas para mim a sensualidade do seu corpo, mas sim a solidariedade e ternura do teu coração. Talvez percebas amanhã, que o fedor que hoje sentes de mim, tenha se transformado em perfume de rosas, como aconteceu com Clara, ao ver nas chagas do moribundo Francisco, um reflexo do próprio Cristo.

            Mas, por enquanto, eis-me aqui: um presente podre!

Publicado por Sióstio de Lapa
em 13/04/2019 às 00h11
 
12/04/2019 00h08
ESCOLA IGREJA TRABALHO E AMOR

            Na obra do espírito Ramatis, “O Evangelho à Luz do Cosmo”, 10ª edição, pp. 117-118, tem um texto reproduzido no livro “Mecanismos Cósmicos de A a Z – O amor do Pai”, das obras do espírito Ramatis e organização de Sidnei Carvalho, com o título “Amor – forma de felicidade”, que fiz uma reflexão imediata sobre a ideia da nova forma de religião que dei o título “Escola Igreja Trabalho e Amor”. Vejamos o é dito:

            Sob a inspiração e a regência legislativa dos preceitos evangélicos, todos os problemas desagradáveis, trágicos e desventurados do mundo seriam definitivamente resolvidos com sabedoria, tolerância, amor e confiança mútua. Toda atividade criminosa, exploradora e separatista da personalidade humana, que por força de interesses pessoais chega até a perversidade de matar e pilhar, seria completamente extinta sob a norma incondicional do “Ama ao próximo como a ti mesmo” ou “Fazes aos outros o que queres que te façam”. O Amor preceituado, exaltado e vivido Jesus e retratado no Evangelho extinguirá também os fanatismos, sectarismos, e as discussões e lutas religiosas, que são frutos das interpretações bíblicas bizantinas e pessoais de sacerdotes, ou líderes religiosos, que ainda não compreendem a própria máxima de Paulo: “A letra mata e o espírito vivifica”.

            Sob a propaganda exclusiva do Amor, em vez de códigos, dogmas e postulados sectaristas religiosos, desapareciam as divergências religiosas e os povos confraternizar-se-iam num rebanho e obedientes a um só Pastor. Por isso, Jesus é o Mestre da eterna sabedoria, e o Evangelho jamais há de requerer a providência de se modificar o seu conteúdo elucidativo espiritual. Até o homem tolo sabe e sente que em qualquer posição geográfica da Terra, ou na imensidão cósmica, “Só o Amor salva o homem!”, conforme conceituou o inominável Jesus.

            O amor que o Evangelho proclama significa a própria lei regente e orientadora do passado e do futuro do homem. É o catalisador da própria frequência normal do homem superior, seja qual for a sua constituição biológica ou morfológica, quer ele viva na face da Terra, de Júpiter, Arcturo ou Sírius. Sob todas as configurações morfológicas, por mais excêntricas ou extemporâneas e, também, no âmago de todos os povos e todas as raças, palpita sempre o espírito eterno criado por Deus, que é o amor; por este motivo, só o amor sublima. Ele é como o sangue na fisiologia do organismo; tudo irriga, tudo nutre e, consequentemente, o amor é o sustentáculo do Universo. Amor puro, integral, incondicional, dispensa qualquer discussão ou análise, porque não é uma virtude ou concessão ocasional a cargo da legislação divina, mas é essência da manifestação criadora do próprio Espírito e a norma fundamental e superior da própria vida.

            Vejo uma sintonia perfeita desse texto com a ideia de uma igreja com esse título, Escola Igreja Trabalho e Amor.

Escola para que o crente sinta que deve estar sempre estudando, sabendo que a ignorância é a forma que fomos criados por Deus e que devemos lutar para vence-la a todo instante.

Igreja para sentir que devemos reverenciar Deus e respeitando as diversas formas que essa reverência é feita ao redor do mundo, compreendendo as diversas formas de manifestações dos diferentes cultos.

Trabalho, por ser a capacidade do homem se preservar biológica e espiritualmente diante da vida, conseguindo os recursos para si, para a prole e para ajudar ao próximo que atravesse dificuldades e que esteja ao seu alcance.

Finalmente, o amor, o protagonista do texto de Ramatis, e que é a energia para movimentar todos os aspectos que foram mencionados, escola, igreja e trabalho. Essa energia do Amor deve fluir de forma pura, incondicional, por todas as mentes, coração e músculos, de todos os fiéis, para que o Reino de Deus seja viabilizado em nossos corações, na família e na sociedade.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 12/04/2019 às 00h08
 
11/04/2019 00h08
A AMIZADE (03)

            Em uma das noites que Jesus se encontrava com os discípulos na casa de Pedro, foi Judas que o interpelou sobre a Amizade. Judas vivia incomodado com esse conceito.

Fora escolhido pelo Cristo, na listagem dos 12 apóstolos, mas sentia dificuldade de se integrar ao grupo. Até hoje notamos certa discriminação como seu nome, pois sempre surge em último lugar quando se fala dos apóstolos. Mais tarde ele se tornou infiel e iníquo, conforme apresentado no Novo Testamento. Era o encarregado da bolsa do dinheiro dos apóstolos. “Tendo a bolsa, tirava o que nela se lançava”. Teria demonstrado a sua fraqueza, na cena da unção com óleo perfumado em Betânia, onde testemunhou que estava mais apegado ao dinheiro do que propriamente aos gestos concretos com que Jesus demonstrava sua missão.

            Também há controvérsias sobre o seu comportamento e psiquismo. De acordo com os evangelhos canônicos, Judas veio a ser o traidor que entregou Jesus aos seus captores por trinta moedas de prata e, entrando em desespero, enforcou-se e condenou-se ao inferno segundo a tradição católica. É, por sinal, o nome de apóstolo que mais vezes aparece nos Evangelhos (vinte vezes) depois do de Simão Pedro.

O Evangelho de Judas é um evangelho apócrifo, atribuído a autores gnósticos nos meados do século II, composto de 26 páginas de papiro escrito em copta dialectal que revela as relações de Judas com Jesus Cristo sob uma outra perspectiva: Judas não teria traído Jesus, e sim, atendido a um pedido deste ao denunciá-lo aos romanos.

Desaparecido por quase 1700 anos, a única cópia conhecida do documento foi publicada em 6 de abril de 2006 pela revista National Geographic. O manuscrito, autentificado como datado do século III ou IV (220 a 340), é uma cópia de uma versão mais antiga redigida em grego. Contrariamente à versão dos quatro Evangelhos oficiais, este texto clama que Judas era o discípulo mais fiel a Jesus, e aquele que mais compreendia os seus ensinamentos. O seu conteúdo consiste basicamente em ensinamentos de Jesus para Judas, apresentando informações sobre uma estrutura hierárquica de seres angelicais e uma outra versão para a criação do universo.

Nessa noite, Judas encontrou a coragem para fazer a pergunta que lhe preocupava.

- Senhor, o que é Amizade? O que tanto escuto dos companheiros de aprendizado e cuja eficácia desconheço quase por completo? Não sinto, Mestre, por mais que eu me esforce, Amizade por alguém. Será que nasci desprovido dessa virtude, por herança dos meus ancestrais?

Jesus, olha Judas, compadecido, e responde com firmeza:

- A Amizade, meu filho, nasce de ideais idênticos.

- Não queiras desprezar a ti mesmo e aos outros por não sentires ainda a segurança de que precisas em relação aos companheiros.

- E não podes por tais motivos, julgar inferiores os teus sentimentos por não serem idênticos aos dos teus semelhantes.

- Usa o poder da prece nas horas de insegurança.

- Judas, meu filho, não podemos exigir Amizade de pessoa alguma.

- Ela é como os primeiros laços de amor entre as criaturas, e, se mãos inábeis não conseguem atar esses laços, é de bom grado que não te esmoreças no grandioso labor da conquista de auto aprimoramento, no silêncio da caridade.

- Nenhum de nós nasce com deficiência, já que isso implicaria na deficiência de Deus, o que seria o absurdo dos absurdos.

            - Se queres confiar nos outros, Judas, prepara-te primeiro para que possas confiar em ti mesmo.

- A Amizade surge da confiança, da certeza de que estás sendo útil, sem que a usura exija algo em troca.

- Quando vires entre teus irmãos que te rodeiam inimigos, isso é reflexo do inimigo que alimentas dentro do coração, da dúvida, da maledicência, da ambição e da preguiça.

Deves estar atento a isso: não faças ao outro o que não queres para ti mesmo.

- Se porventura fores atingido por alguma falsidade, é bom que não esqueças do perdão.

- Se, por acaso, o teu companheiro não te deu a atenção merecida, espera com humildade, que o tempo, diante da tua educação, irá fazer com que teu irmão compreenda a necessidade da tua companhia, reparando o gesto impensado com redobrado carinho em teu favor.

- Não devemos escolher a quem dedicamos gentileza, e o sorriso, em vez de nos

enfraquecer, harmoniza nosso campo de vida.

- Não negues alegria a ninguém, pois a felicidade caminha também por essas vias.

Jesus, quase transfigurado, acentua com delicadeza:

- Judas, se queres mesmo ter amizade, não deixes que falte fidelidade em teus pensamentos, palavras e atos, porque aqueles que queres como amigos talvez esperem isso de ti.

- Nós todos temos volumosos compromissos com os céus, e é de justiça que cumpramos os nossos deveres diante de Deus, nosso Pai Celestial, e da nossa consciência, que é Ele, igualmente, dentro de nós.

- Se o amor nasce da Amizade, a Amizade aparece do esforço que dedicamos à aquisição do amor.

- Começa hoje mesmo a sentir amor por toda a criação, para que possas chegar aos homens com acentuada segurança, e tenhas certeza de que não ficará em vão esse exercício espiritual.

- O sol nasce para todos, assim a chuva, assim a Amizade de Deus conosco e de nós com os nossos semelhantes.

- Trabalha e serve indistintamente, que a vida marcará, sem a figuração dos erros, todos os teus tentos de trabalho no bem imortal.

            Judas estava emocionado por ouvir tantas palavras sábias. Mantinha-se de pé, por respeito ao Senhor. De seus olhos cerrados rolavam lágrimas sem conta. Os onze companheiros pareciam tranquilos, mas também choravam por dentro, de tanta alegria espiritual. Eles escreviam nos corações, com o dedo da inteligência, letras de luz ligadas aos ensinos ministrados pelo divino doador, naquela noite inesquecível em que Judas Iscariotes, pela vidência, descobriu, brilhando na cepa de madeira onde Jesus se sentava, a expressão: AVE LUZ...

Publicado por Sióstio de Lapa
em 11/04/2019 às 00h08
 
10/04/2019 00h04
ALIMENTAÇÃO CARNÍVORA E CONSCIÊNCIA CULPADA

            Este texto de Ramatis é bem severo com relação a nós, civilizados e cristãos, que consumimos carne de animais sem nenhuma consideração pela vida desses seres. Confesso que fiquei bastante impactado na primeira vez que li esse texto, passei a não comer carne vermelha, de mamíferos, por um certo tempo. Depois, vencido pelo desejo e apetite, voltei ao velho hábito que hoje chega na minha consciência após a releitura desse texto abaixo com o título acima.

            A culpa começa exatamente onde também começa a consciência, quando já pode distinguir o justo do injusto e o certo do errado. Deus não condena suas criaturas, nem as pune por seguirem diretrizes tradicionais e que lhes parecem mais certas; não existe na realidade, nenhuma instituição divina destinada a punir o homem, pois é a sua própria consciência que o acusa, quando desperta e percebe os seus equívocos ante a Lei da Harmonia e da Beleza Cósmica. Já vos dizemos que, quando o selvagem devora o seu irmão, para matar a fome e herdar-lhe as qualidades guerreiras, trata-se de um espírito sem culpa e sem malícia perante a Suprema Lei do Alto. A sua consciência não é capaz de extrair ilações morais ou verificar qual o critério superior ou inferior da alimentação vegetal ou carnívora. Mas o homem que sabe implorar piedade e clamar por Deus, em suas dores, que distingue a desgraça da ventura; que aprecia o conforto da família e se comove diante da ternura alheia; que derrama lágrimas compungidas diante da tragédia do próximo ou de novelas melodramáticas; que possui  sensibilidade psíquica para anotar a beleza da cor, da luz e da alegria; que se horroriza com a guerra e censura o crime, teme a morte, a dor e a desgraça; que distingue o criminoso do santo, o ignorante do sábio, o velho do moço, a saúde da enfermidade, o veneno do bálsamo, a igreja do prostíbulo, o bem do mal, esse homem também há de compreender o equívoco da matança dos pássaros e da multiplicação incessante dos matadouros, charqueadas, frigoríficos e açougues sangrentos. E será um delinquente perante a Lei de Deus se, depois dessa consciência desperta, ainda persistir no erro que já é condenado no subjetivismo da alma e que desmente um Ideal Superior.

            Se o selvagem devora um naco de carne sangrento do inimigo, o faz atendendo a fome e a ideia de que Tupã quer os seus guerreiros plenos de energia e de heroísmos; mas o civilizado que mata, retalha, coze e usa a sua esclarecida inteligência para melhorar o molho e acertar a pimenta e a cebola sobre as vísceras do irmão menor, vive em contradição com a prescrição da Lei Suprema. De modo algum pode ele alegar a ignorância dessa lei, quando a galinha é torcida em seu pescoço e o boi traumatizado no choque da nuca; quando o porco e o carneiro tombam com a garganta dilacerada; quando a malvadez humana ferve os crustáceos vivos, embebeda o peru para “amaciar a carne” ou então satura o suíno de sal para melhorar o chouriço feito de sangue coagulado.

            Pronto! Como escapar desse beco sem saída racional? Se dizemos que respeitamos a vida em qualquer condição, como retirar a vida para nos alimentar com a carne que estava nela? Se Deus espera que façamos essa justiça usando nossa consciência, esclarecida, onde está Sua lei? Não há nenhuma saída para continuarmos consumindo a carne de seres vivos. Quem não consegue aplicar esse radicalismo na dieta, como eu, pelo menos tenho a possibilidade de fazer uma gradação de alimentos mais e menos causadores de culpa. Seguindo o exemplo do Mestre Jesus, que se alimentava de peixes, seres vivos, mas numa escala evolutiva mais baixa. A carne mais geradora de sentimento de culpa, é a carne dos mamíferos, bem próximos de nós na escala evolutiva.

            Dessa forma, reconhecendo minha pequenez espiritual, irei aplicar um escalonamento dietético, não excluindo qualquer alimento, mas dando a preferência por aqueles menos prejudiciais à minha evolução.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 10/04/2019 às 00h04
 
09/04/2019 00h04
JESUS E O JEJUM

            O espírito Ramatis, no livro Fisiologia da Alma, trata do Jejum associado ao comportamento de Jesus que vale a pena reproduzir e refletir.

            É a terapêutica do jejum o processo que melhor auxilia o espírito a drenar as substâncias tóxicas que provém do astral inferior pois, devido ao descanso digestivo, eliminam-se os fluidos perniciosos. A igreja católica ao recomendar o jejum aos seus fiéis, ensina-lhes inteligente método de favorecimento à inspiração superior. As figuras etéreas dos frades trapistas, dos santos ou dos grandes místicos, sujeitos a alimentação frugal, comprovam o valor terapêutico dessa alimentação. O jejum aquieta a alma e a libera em direção ao mundo etéreo; auxilia a descarga das toxinas do astral inferior, que se situam na aura humana dos “civilizados”.

            Aliás, já existem no vosso mundo algumas instituições hospitalares que tem podido extinguir gravíssimas enfermidades sob o tratamento do jejum ou pela alimentação exclusivamente pela à base de suco de frutas. Jesus, a fim de não reduzir seu contato com o Alto, ante o assédio tenaz e vigoroso das forças das trevas, mantinha a sua mente límpida e a governava com absoluta segurança graças aos longos jejuns, em que eliminava todos os resíduos astrais, perturbadores dos veículos intermediários entre o plano espiritual e o físico. O Mestre não desprezava esse recurso terapêutico para a tessitura delicada do seu períspirito; não se esquecia de vigiar a sua própria natureza divina, situada num mundo conturbado e agressivo, que atuava continuamente como poderoso viveiro de paixões e detritos magnéticos a forçarem-lhe a fisiologia angélica. Evitava sempre a alimentação descuidada e, quando sentia pesar em sua organização as emanações do astral inferior, diminuía a resistência material ao seu espírito, praticando o jejum, que lhe favorecia maior libertação para o seu mundo celestial.

            Nunca vimos Jesus partindo nacos de carne ou oferecendo pernis de porco aos seus discípulos; ele se servia de bolos feitos de mel, de fubá e de milho, combinados aos sucos ou caldos de cereja, morangos e ameixas.

            Esta percepção dos benefícios do jejum a partir do comportamento de Jesus, é deveras muito interessante e com a qual eu mais sintonizo, comparando com as diversas explicações sobre o benefício do jejum.

            A compreensão do jejum como forma de drenar as substâncias tóxicas e até o excesso de nutrientes, como gorduras localizadas, o descanso digestivo, a drenagem de fluidos perniciosos, o favorecimento à inspiração superior, a paz espiritual e direcionamento para o mundo etéreo, um escudo contra os ataques das trevas, curar ou prevenir o desenvolvimento de enfermidades, e manter a delicadeza do períspirito, são fortes argumentos na minha consciência para eu fazer essa atividade, principalmente no tempo propício da quaresma.

            Agora, a crítica em comer carne de mamíferos e aves como é feita, não consigo pactuar, mesmo já tendo tentado em passado recente. Essa crítica é feita em outros textos do mesmo autor, e irei colocar neste espaço em seguida, para maiores reflexões.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 09/04/2019 às 00h04
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