Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
22/01/2013 01h01
FORTALEZA DE DEUS

            O Senhor é o meu rochedo, minha fortaleza e meu libertador. Meu Deus é a minha rocha, onde encontro o meu refúgio, meu escudo, força de minha salvação e minha cidadela. (Sl, 17, 3)

            Quando assumi na consciência a existência de Deus, conquistei a dupla cidadania com o mundo espiritual e deixei de ser órfão existencial, passei a ter acesso à Fortaleza de Deus que o salmista refere acima.

            Então, hoje me considero mais seguro, mais adaptado, mais confiante do que antes. Posso entender a crítica que me fazem direta ou indiretamente, de que acredito em coisas que não existem, que perco meu tempo com leituras e práticas que não trazem lucros financeiros, materiais... Quando observo essas críticas e comparo o meu ontem com o hoje, percebo o quanto evolui dentro da minha dupla cidadania e de filho de Deus. Essas críticas não me trazem nenhum sentimento de humilhação, por ser considerado um néscio, um inocente, um bobo, por essas pessoas, pelo contrário, desenvolvo um sentimento de compaixão por elas, que não consideram o mundo que não veem, no Pai que não acreditam e passam seus efêmeros dias na terra preocupados apenas com as coisas ilusórias... não participam da eternidade da vida.

            Muitos deles já foram à Europa, ao Oriente, conheceram tantos países... eu nunca sai do Brasil, mas acredito que esses países existem, pois eles me trazem fotos, vejo nos jornais, nas televisões; acredito também que exista uma entidade internacional chamada ONU, Organização das Nações Unidas, que congrega todos os países com vista aos seus desenvolvimentos e resolução de conflitos. Acredito que posso me direcionar a qualquer um deles e os conhecer quando assim me aprouver. Acontece que eu também acredito no mundo transcendental que abrange todo o Universo e que pertence a eternidade. Sei que irei logo para lá e que devo me abastecer com todo o ensinamento que puder adquirir que possa contribuir para minha evolução moral. Não posso considerar que tudo isso é fantasia da minha cabeça ou lavagem cerebral imposta por terceiros, pois da mesma forma que recebo provas de outros países, da ONU, do átomo, coisas que nunca vi, também recebo provas com a mesma fidedignidade dentro dos meus critérios éticos, da existência do mundo espiritual e dos seus habitantes.

            Então eu escolho a opção, ao invés de dar prioridade à viagem para outros países, onde eu tenho que aprender a língua, trocar a moeda, adquirir o passaporte, eu escolho me prepara para o mundo espiritual, onde a realidade não é aparente, onde a vida não é efêmera, onde a lei não é deturpada, onde os sentimentos são virtuosos, onde mora meu Pai, minha Fortaleza.

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em 22/01/2013 às 01h01
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21/01/2013 01h01
PAI, FILHOS E IRMÃOS

            Não há uma maneira adequada de explicar o conceito cristão de Trindade. É impossível de ser compreendido por qualquer ser humano, quanto mais explicado. Deus é infinitamente maior do que nós, por isso não somos capazes de compreendê-Lo totalmente. A palavra Trindade não é usada nas Escrituras, mas mesmo assim o conceito se encontra implícito, tanto nas formas gramaticais usadas quanto na referência dos relacionamentos. Por exemplo, Jesus fala ao Pai para enviar um Ajudador, o Espírito Santo. Isso demonstra que Jesus não considerava a Si mesmo como sendo o Pai ou o Espírito Santo. As Escrituras mostram que o Espírito Santo é subordinado ao Pai e ao Filho, e o Filho é subordinado ao Pai. Também mostra que o Pai é a fonte máxima ou causa do Universo, que o Filho é o agente através do qual o Pai faz a manutenção do Universo, e que o Espírito Santo é o meio pelo qual as obras são realizadas.   

Tenho uma compreensão um pouco diferente dessas forças espirituais que formaram e conduzem as coisas do Universo. O Pai está identificado corretamente como Deus(a) e Criador do Universo, cuja imponência existencial é inalcançável por minha limitadíssima mente. O Filho é o agente mais evoluído em um determinado setor do Universo, que fica responsável por sua evolução, assim como Jesus ficou responsável pela evolução da terra na condição de governador espiritual. Cada orbe tem o seu governador e como existem bilhões, trilhões... não sei, de orbes no Universo e que cada dia se expande mais, existem incalculáveis Filhos gerenciando em nome do Pai e que cada dia aumenta mais. O Espírito Santo é o meio pelo qual o Pai e o Filho operam na realidade material e transcendental; o Pai cria entidades inteligentes, mas ignorantes, que por seus próprios esforços adquirem estrutura moral para administração dos mundos alcançado o conceito de Filho. O Filho se posiciona no meio desse escalonamento hierárquico entre a inteligência máxima do Pai e a ignorância máxima dos seres espirituais recém formados. Tem a responsabilidade de contribuir com o seu aprendizado e viabilizar uma evolução mais rápida, como fez Jesus aqui na terra. O Filho tem assim, a mesma origem da massa dos espíritos recém criados e que estão sob sua responsabilidade. São, portanto Irmãos. Dessa forma a descrição dessas forças da Trindade, na minha compreensão, pode ser mais bem discriminada assim: Pai, Filhos e Irmãos.

O conceito de Pai nessa compreensão se adéqua às Escrituras, já o conceito de Filho não. O Pai tem alcance ilimitado por toda sua criação, por todo o Universo, já o Filho, por mais evoluído que seja não tem o mesmo alcance. Não consigo imaginar Jesus em sua missão redentora aqui na terra, em plena tortura no calvário, e também administrando um planeta há milhares de anos-luz da terra, quanto mais todos os planetas do Universo. O conceito de Espírito Santo deixa de ter uma identidade e passa a ser a essência, o próprio “corpo” do Pai do qual libera as centelhas para animar a matéria e cada uma adquirir consciência e atributos morais à sua semelhança onde em estágio bem superior atinge a denominação de Filho. As infinitas centelhas de Deus espalhadas pelo Universo, os Irmãos em processo de aprendizado para superar a ignorância inercial, pululam nos diversos orbes em constante transformação da matéria, para o bem, para o mal, mas sempre submetidas ao poder corretivo para o bem, que os Filhos implementam obedecendo ordens do Pai.

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em 21/01/2013 às 01h01
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20/01/2013 01h01
TESTEMUNHO DE JOÃO BATISTA

            No Evangelho de João é citado um trecho que diz: Surgiu um homem enviado por Deus, chamado João. Ele veio como testemunha, para testificar a respeito da luz, a fim de que por meio dele todos os homens cressem.

            A mensagem de João foi: “Arrependam-se, pois o Reino dos céus está próximo.” Em outras palavras, o Messias chegaria e inauguraria seu domínio. A fim de estarem prontas para a sua chegada, as pessoas deveriam se arrepender e receber o batismo de arrependimento de João para o perdão dos seus pecados. Muitos responderam ao seu apelo. Confessando seus pecados, eram batizados por ele no rio Jordão.

            Observo que o objetivo final de toda essa movimentação é a formação do Reino dos céus e que para isso depende da transformação interna de cada um, de um novo renascer consciencial. Jesus é o principal fermento dessa movimentação, com seus ensinos e principalmente com seu exemplo. É considerado o governador espiritual do nosso planeta e todo aquele que adquire esse novo nascer se capacita a ser um dos seus súditos, um cidadão do Reino.

            Para tudo isso atingir uma massa crítica é necessário que haja número suficiente de consciências renascidas. Daí a importância de tantos profetas ao longo do tempo, sinalizando para que seja acatada a vontade de Deus e que viria um Messias para fechar todo esse processo de informação.

            Do meu insignificante ponto de vista, dado a magnitude de tão amplo projeto de Deus para a terra, me sinto convocado pelo Mestre Jesus que mais uma vez está próximo de nós organizando o trabalho que precisa ser feito. Sei que não tenho a têmpora de um Francisco de Assis ou Paulo de Tarso, mas minha consciência acusa com clareza o que precisa ser feito e onde a minha capacidade inata e adquirida pode contribuir de forma efetiva. Tenho a coragem de assumir em minha vida boa parte desses princípios dentro dos relacionamentos afetivos, mas sou bastante displicente com o trabalho de caridade em comunidade que também me sinto capacitado e não tenho energia para realizar. O testemunho de João veio antes de Jesus e o preparou para assumir sua missão. Agora Jesus necessita que sua mensagem seja colocada na prática, além da evangelização, do ensinamento das boas novas. É necessário que surja um novo João Batista que opere a construção do Reino dos céus, a partir do interior do coração, dos relacionamentos íntimos e externos, e da reconstrução comunitária.  

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em 20/01/2013 às 01h01
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19/01/2013 01h01
NASCER DE NOVO

            Nicodemos é um exemplo dentro da Bíblia de alguém que busca sinceramente pela verdade. Ele estava preparado para deixar de lado a apatia, o preconceito, o medo e buscar a verdade com espírito honesto e humilde.

            Jesus deve ter impressionado Nicodemos ao dizer-lhe que deveria nascer de novo, pois caso contrário, não veria o Reino de Deus, nem entraria nele. Caso Jesus tivesse me dito isso hoje, com o conhecimento que tenho, talvez eu não ficasse tão impressionado como Nicodemos. Tenho diversas teorias na minha cabeça que poderiam encontrar uma explicação para essa afirmação. O pensamento mais imediatista era que a pessoa deveria ser submetida a um novo nascimento, da mesma forma que o primeiro. Foi assim que Nicodemos pensou, pois como era possível o homem voltar ao ventre da sua mãe, retrucava ele.

            Com os conhecimentos espíritas que adquiri eu poderia pensar que Jesus queria se referir à reencarnação, pois é o processo natural que os espíritos tem à sua disposição para se aperfeiçoarem ao longo do tempo. Reencarnamos aqui na terra quantas vezes for necessário, geralmente mantendo um nível de relacionamento afetivo com algum grupo de natureza familiar. Mas acredito que também não era a isso que Jesus se referia, pois o espírito pode reencarnar diversas vezes, passar pelo processo de nascimento concomitantemente, sem no entanto atingir o “nascer de novo” que Jesus referia.

            Esse nascer de novo é a mudança de paradigma consciencial. É o reconhecimento de que existe o mundo espiritual, que existe o Criador ao qual devemos obediência e devemos fazer a Sua vontade. Que Jesus Cristo é o Seu mais importante enviado para nos ensinar essas lições e assim devemos nos arrepender dos erros cometidos e procurar daí em diante fazer a vontade de Deus, que em última análise é criar o Reino do Céu aqui na terra. Essa mudança de consciência, dos valores do mundo material para os valores espirituais é que corresponde esse “nascer de novo”. É um parto na consciência.

            O batismo com a água é o sinal ou sacramento do novo nascimento. Era isso que João Batista fazia; é isso que é feito ainda hoje, principalmente com as crianças. Mas não devemos confundir o sinal externo com a coisa interna que ele representa. O batismo é uma dramatização pública visível do novo nascimento, mas não devemos confundir o sinal externo com a coisa interna que ele representa.

            Meu nascimento físico atual foi um processo difícil. Fui o primogênito de minha mãe e até hoje tenho as marcas dos dedos da parteira em minha cabeça, no esforço que ela fez para me trazer à luz. Depois fui batizado quando criança e não tenho a mínima memória desse acontecimento. Então não considero que eu tenha nascido de novo naquele momento do batismo. Isso aconteceu muito tempo depois, já estava adulto e cheio de dúvidas na minha cabeça sobre a existência do mundo espiritual e do Criador. Frequentava diversas religiões e lia diversos livros de todas as religiões e livros científicos também. Até que, considerando a grande verdade embutida nos ensinamentos de Jesus, resolvi afastar a dúvida da minha mente a aceitar como verdadeiro todos os ensinamentos divinos, da existência de um mundo transcendental e da necessidade de uma evolução moral que caminha associada a evolução material que se processa na natureza. Foi aí que considero o meu nascer de novo. Foi aí que aceitei a Lei do amor como fundamento dos meus relacionamentos e que assim eu estaria contribuindo para a formação do Reino de Deus, como ensinado por Jesus.

            Cada vez que eu entro no chuveiro pela manhã, antes de sair para o trabalho, aproveito para orar para o Pai e me sinto ainda no processo de parto para o mundo espiritual. A água corre pelo meu corpo e eu imagino que está a lavar os pecados que cometi e que ainda estão à espreita de minhas fraquezas para eles se manifestarem. Do mesmo modo que meu nascimento biológico foi trabalhoso e que me deixou marcas até hoje, assim também o nascer de novo espiritual também é trabalhoso e certamente por minha falta de competência deixo marcas tanto em mim quanto nas pessoas que estão perto de mim e que se envolvem afetivamente. Mas sei que esse processo de nascer de novo agora está numa fase irreversível, já me considero também cidadão do mundo espiritual, convocado por Jesus e obreiro do Senhor na criação do seu Reino.

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em 19/01/2013 às 01h01
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18/01/2013 01h01
DUPLA CIDADANIA

            São Francisco de Assis desenvolveu sua espiritualidade com uma forte resistência às coisas do mundo material. Ele dizia o seguinte: “Queremos viver como o Senhor Jesus, sem moradia fixa, em cabanas de barro e palha, para lembrarmos de que somos estrangeiros neste mundo e cidadãos da outra pátria.”

            É importante este pensamento, pois ressalta a nossa consciência de que vivemos em dois mundos, o material e o espiritual, apesar de que, quando estamos encarnados no mundo material, nossos sentidos não alcançam o mundo espiritual e em nossa ignorância imaginamos que ele não existe. Francisco alcançou a compreensão da existência do mundo espiritual, da importância dele sobre o mundo material, e do povoamento de seres bem mais evoluídos que nós, que administram ao lado do Criador todos os rincões do universo. Com essa compreensão, Francisco deixou anulada toda a importância do mundo material, desprezava os bens materiais e até mesmo as necessidades do próprio corpo.

            Tenho uma compreensão diferente, também reconheço a superioridade hierárquica do mundo espiritual sobre o material e dos seres que o habitam, mas procuro dar o devido valor aos recursos materiais, inclusive o prazer corporal que foi instalado nas profundezas instintivas da fisiologia e biologia. Francisco trocou sua cidadania material pela cidadania espiritual, e assim fazendo queria ou exigia do mundo material.

            Eu, pensando diferente, dei a devida importância ao mundo espiritual sem no entanto abandonar o mundo material. Considero assim que tenho dupla cidadania, tanto num mundo como noutro, mas sem esquecer que a obediência maior estão nos preceitos que partem do mundo espiritual. Assim sendo, fico numa posição mais confortável e pragmática para contribuir para o estabelecimento do Reino de Deus no mundo material, a aplicação dos valores espirituais aos relacionamentos no mundo material. É uma outra vertente de seguir as lições do Cristo, e acredito que no momento atual em que vivemos, seja importante para corrigir as distorções éticas e morais que observamos em todos os setores da sociedade.    

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em 18/01/2013 às 01h01
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