A leitura de um texto que Rafael fez no livro “Espiritualismo Crístico” serve muito bem para orientar a evolução dos membros do Projeto Foco de Luz o qual vou procurar ler e distribuir numa reunião oportuna. Eis o texto:
“Apenas um lembrete...
Lembre-se que você é um espírito imortal vivendo breve experiência num corpo físico.
Lembre-se de que o seu corpo é feito de matéria e, como tal, sofre o desgaste natural, mas esse desgaste não atinge o espírito imortal.
Assim, quando você perceber que a sua pele está enrugando, lembre-se de que esse é um fenômeno que não alcança o espírito.
Enquanto sua pele enruga, seu espírito pode ficar ainda mais radiante e mais iluminado. Você não pode deter os segundos nem evitar que se transforme em anos.
Não pode impedir que seu cabelo caia ou se torne branco, mas isso não é motivo para levar a vitalidade da sua alma imortal.
Sua esperança jamais poderá está atrelada a sua forma física, pois o ser pensante que você é, é o mais importante e sobreviverá por toda a eternidade. Sua força e sua vitalidade independem da sua idade.
Seu espírito é o agente capaz de espanar a poeira do tempo. Lembre-se de que você não é um corpo que tem um espírito, mas um espírito temporariamente vivendo num corpo físico.
Chegará um dia em que você se deparará com uma linha de chegada e perceberá que logo à frente há outra linha de partida...
A vida é feita de idas e vindas... Partidas e chegadas.
Um dia você terá que abandonar esse corpo, mas lembre-se de que jamais abandonará a vida...
Lembre-se de que cada dia é uma oportunidade de viver, e viver bem.
Se acontecer de cometer um engano, não detenha o passo; siga em frente que logo adiante encontrará outro desafio... A vida é feita de desafios...
Vencemos uns, somos vencidos por outros, mas não podemos deter o passo. E o maior de todos os desafios é vencer-se a si mesmo, usando a razão para não se deixar dominar por vícios e prazeres excessivos e prejudiciais. Importante é não perder tempo, vivendo de lembranças amargas e fotografias pela metade, amarelas e empoeiradas...
O dia mais importante é o dia de hoje. Hoje você tem a oportunidade de reescrever a sua história... Conhecer novas paisagens... Colecionar imagens de cores vivas.
Lembre-se de que você é um espírito feito de luz, e a luz sempre pode suplantar as trevas, por mais densas que sejam.
O importante é que jamais detenha o passo. Se as forças físicas não lhe permitem mais correr como antes, ande depressa. Se algo o impedir de andar depressa, caminhe lentamente, mas siga em frente.
E se por algum motivo não puder caminhar sem apoio, use bengalas, muletas, mas continue.
E se um dia você não puder mais movimentar seu corpo para continuar andando, voe com o pensamento.
Seu pensamento, nada e nem ninguém poderá deter.
Você é livre para pensar, para aprender, para alcançar os céus em busca de esperança e paz.
O essencial é que você não pare nunca... Deus não criou você para a derrota.
Deus criou você para a vitória, para a felicidade plena. E essa conquista é parte que lhe cabe.
Este é apenas um lembrete, pois um dia um sublime alguém já nos disse tudo isso e nós esquecemos.
Esquecemos que Ele saiu do corpo, mas jamais saiu da vida.
O Seu suave convite ainda paira no ar.
‘Quem quiser vir após mim tome a sua cruz, negue-se a si mesmo e siga-me.’ Esquecemos que Ele afirmou com convicção e firmeza:
‘Nenhuma das ovelhas que o Pai me confiou se perderá’.
Eu sou uma de suas ovelhas e você também é. Não importa a que religião você pertença. Não importa a que religião eu pertença.
Somos as ovelhas que o Criador confiou ao Sublime Pastor, para que Ele nos ensine o caminho que nos levará ao Pai.
Este é apenas um lembrete, que você pode desconsiderar. Mas uma coisa é certa: voce não deixará de existir, pois é espírito imortal. Não evitará os percalços nem as lições da caminhada, pois é filho de Deus.
Pense nisso!”.
No último domingo, dia 11-05, participei na Escola Olda Marinho, na condição de convidado e de coordenador do Projeto Foco de Luz, da Assembleia que teve por objetivo eleger a Junta Governativa Provisória da Associação de Moradores e Amigos da Praia do Meio. Como estava previsto foi eleito o nome das cinco pessoas que assinaram o Edital de Convocação para a Assembleia: Oscar, Paulo, Maria Estela, Ezequiel e Severino.
Conversamos sobre as primeiras providências que essa junta governativa iria ter que seria a criação e organização do corpo de associados, colocando as diversas tarefas que deveriam ser colocadas na forma de departamentos, como: finanças, esporte, comércio, saúde, educação, segurança e comunicação.
Foi decidido que as eleições seriam convocadas para depois das eleições nacional e estadual que devem ocorrer em novembro. Então, como o Estatuto da Associação prever um tempo hábil de 90 dias para abrir o processo de eleição e realizar as mesmas, ficou previsto que essas aconteceriam no final de janeiro do próximo ano.
Foram feitas duas notinhas, uma assinada pelo Projeto Foco de Luz e a outra pela Associação de Moradores para ser publicada no Jornal comunitário que circula mensalmente na comunidade.
Foi combinado um encontro na próxima terça feira, dia 13-05, no Departamento de Medicina Clínica/HUOL para elaboração de uma nova ficha de Associado para a Associação de moradores. Será aproveitado como modelo a ficha de sócio do Conselho comunitário, incluindo o espaço para se colocar a categoria de sócio, conforme a contribuição de cada um. Ficou acertado que a contribuição mínima seria de 5,00 reias, mas que o sócio máster poderia colaborar com até 10 vezes esse valor. Cada sócio receberia no decorrer dos trabalhos uma carteira de identificação para concorrer aos diversos benefícios que a Associação irá providenciar, como convênio com lojas, com serviços de saúde e até de sorteios.
Todo esse movimento associativo e financeiro já começará a acontecer antes da eleição, mas tudo devidamente registrado e publicado no jornal comunitário para que todos possam acompanhar de forma transparente o que está sendo feito com os recursos.
Outra ação da maior importância neste início dos trabalhos será a delimitação do bairro para saber até onde a Associação irá atuar no sentido de cadastro dos moradores e associados, sem interferir no trabalho de outras associações de bairro. Isso servirá para saber o número e nome de cada rua e travessa da comunidade onde cada uma terá uma liderança e vice para ser a voz da comunidade na Associação e a voz da Associação na comunidade.
Tive um sonho bem interessante que envolvia a governadora e o Projeto Foco de Luz o qual estou coordenando como professor da UFRN. Logo que acordei fiz a reflexão sobre o sonho e vi que tinha realmente aplicação no que eu estou fazendo na comunidade de Praia do Meio. Passei a descrever o sonho nesse mesmo espaço de tempo como um texto intitulado a “Voz do Pai”, por assumir que esse era um trabalho que Ele enviava para mim. Depois fiquei a imaginar que tudo isso podia ser a extensão de um fanatismo espiritual que começava a me deixar ofuscado dentro da realidade da vida. Agora eu estava considerando um sonho que atendia aos meus desejos inconscientes como um recado de Deus para mim. Não entrava essa questão em nenhum raciocínio lógico dos acadêmicos que são meus amigos e dividem a cátedra comigo. Se eu contasse para eles o que acontecera comigo e que eu estava disposto a obedecer, todos ririam na minha cara.
Voltei a fazer minhas reflexões. Então, imaginava, eu só deverei reconhecer como mensagem do Pai aquelas que ficam mais dentro do campo íntimo e serve para eu corrigir meus caminhos sem ninguém ficar a saber? Todas aquelas que se revestem de consequências de maior extensão, que me deixa exposto ao riso e zombarias dos colegas, não podem ser a vontade dEle? Onde estar a minha coerência se eu me comporto assim? E se eu sei que é realmente a vontade dEle e não obedeço, não seria um ato de covardia?
Eu me considero filho obediente de Deus, que desejo fazer Sua vontade, que sei que Ele se expressa pra mim pelos mais diversos meios de comunicação, inclusive os sonhos. Não sei que peço a Ele constantemente forças, sabedoria e coragem para ser um instrumento da vontade dEle? Por que vacilo e tento contemporizar com uma mensagem que me deixa assustado, que pode me colocar no ridículo, que pode mudar radicalmente o meu modo de vida? Acaso não sei que isso aconteceu com diversas pessoas, inclusive com Moisés que chegou frente ao Faraó em situação de completa bizarrice, de um pastor do deserto exigir do homem mais poderoso da Terra a libertação de um povo escravo? Mesmo que eu entenda que a essência daquele Deus, conforme eu li e conforme entendo hoje, não é o mesmo Deus que eu acredito e ao qual coloco a minha obediência como filho. Mas, se um homem simples obedece a um Deus que não tem a essência amorosa do Todo-Poderoso criador do Universo, por que eu vacilaria em obedecer Àquele que tem a essência do Criador?
Dessa forma me preparei para cumprir a vontade do Pai conforme entendi, mesmo que fosse pagar algum mico frente a governadora. Faria a minha parte, conforme Moisés fez a parte dele.
Assim, com texto pronto na mão fiquei na expectativa do encontro particular com a governadora, como a mensagem pedia. Eu não iria correr atrás dela, mas deveria procurar saber onde ela se encontrava e solicitar o encontro particular como previsto. O meu caso até era mais simples que o de Moisés, pois o encontro que ele teve com o Faraó foi testemunhado por outras pessoas da corte. No meu caso a exigência seria um encontro particular. Eu estaria exposto apenas ao riso da gestora estadual.
Dessa forma me encontro agora dentro dessa expectativa, com o texto na mão e aguardando o momento propício para entregá-lo. Sei que se for isso da vontade de Deus Ele fará com que aconteça, mesmo que seja para me testar como aconteceu com Abraão, e no último momento Ele dizer que não seria preciso eu ir avante, pois já estava satisfeito com o grau de minha fé.
Havia decidido que eu colocaria todo dia assuntos da procura do “meu erro” que justificasse a tomada do distanciamento que tenho hoje da cultura na qual fui educado. Mas vejo que tenho que colocar também assuntos atuais da minha vida e que este foi o meu compromisso original ao iniciar este trabalho. Existe naturalmente o conflito do assunto atual que deve entrar com as memórias do passado “em busca do erro” e tenho que decidir por manter o compromisso anterior, senão descaracterizarei todo este trabalho.
Mas devido a importância que também tem esse resgate das memórias “em busca do erro” irei abrir outro espaço especial no Recanto das Letras com esse objetivo. Permanecerei aqui colocando o que de importante acontece na minha vida atual nesse processo de autotransformação comportamental e espiritual.
No sábado passado, dia 10-05, fui mais uma vez ao meu trabalho em Caicó. Estava a espera de duas amigas, I. e AC. No entanto foram marcados pacientes em demasia, de 30 para 45. Não consegui nem comprar a passagem de volta, e pedi para AC. fazer para mim já em cima da hora do ônibus sair. Estava preocupado, pois como no dia seguinte era dia das mães, podia ser que eu não encontrasse mais lugar como aconteceu num feriado e que eu não sabia dessa procura mais intensa nesses dias.
No término dos atendimentos I. foi ao meu encontro como combinado, para atender uma demanda judicial que ela precisava. Foi apenas o tempo dela dizer do que se tratava e eu ter providenciado. Também aproveitou e me deu o numero de um celular de pessoa que pode ser voluntário no trabalho comunitário que iniciamos na cidade. Aproveitei e pedi para ela um mapa da região que vamos atuar e que pela extrema carência devemos ter um domínio bem claro das necessidades mais importantes para o crescimento daquelas pessoas, sem focar exclusivamente na sobrevivência. Não houve nem o tempo suficiente para trocarmos abraços demorados como sempre acontece em nossos encontros. Estava me sentindo desarmonizado devido o excesso de pacientes que foi marcado e que comprometeu a qualidade do meu trabalho.
AC. trouxe as passagens na hora exata de sair do ambulatório e fui com ela até a rodoviária. Comentamos a rapidez do nosso encontro, não deu tempo nem de nos abraçarmos. Ela disse que eu poderia ter comprado a passagem para um horário mais tarde para podermos conversar mais e que ela estava precisando. Foi então que eu percebi que se ela tivesse dito antes eu teria feito assim, pois não estava com nenhum compromisso marcado para Natal quando chegasse. O ônibus já estava parado na plataforma de embarque e ficou tão tumultuado no momento que terminei embarcando sem nem ao menos me despedir dela. Ela reclamou dessa situação, pois se soubesse que seria assim nem teria vindo, pois estava com dengue e não estava podendo tomar sol. Eu agradeci por ela ter ido, pois me prestou um favor, eu não tinha podido comprar a passagem antes e ela fez isso pra mim. Ofereci o troco para ela comprar um chocolate como brinde dos dias das mães, já que ela tem um filhinho, e ela não aceitou.
Durante o retorno ela ligou dizendo que o dia hoje estava cheio de coisas negativas para ela. Como deixou de ir ao trabalho na semana passada devido a dengue, a patroa a despediu hoje. Chegou em casa com febre elevada e teve que tomar remédio e ficar de repouso. Respondi que estava me sentindo culpado por sua piora da dengue e que me mantivesse informado de sua evolução. Combinamos que num determinado dia como este, quando eu não tivesse compromisso em Natal, eu ficaria para conversar mais tempo com ela.
Fiquei a refletir neste dia tumultuado e o movimento dos meus sentimentos e comportamento. Tive contato físico com minhas duas amigas de Caicó, mas a pressa de viajar de retorno a Natal fez com que eu não considerasse a possibilidade de pegar um carro mais tarde e ficar à vontade com elas, principalmente com AC. Mesmo assim, os sentimentos que envolvem a afetividade por elas são fortes suficientes para manter o interesse num encontro mais demorado no futuro. Sei que o que motiva é o afeto, a amizade que está sendo desenvolvida e fortalecida, mas com certeza, o motor interno, lá dentro de minhas energias e pulsões mais distantes da consciência, está o impulso sexual. Mesmo que ele nunca chegue a ser realizado, com nenhuma delas, mas é ele que empurra o comportamento para a solidariedade, fraternidade e até sensualidade. É esta força que devo aprender a operar cada vez com mais eficiência, para deixa-la a serviço do Amor Incondicional e fazer dela o exemplo para outros relacionamentos que não implique, mesmo que conscientemente, com a questão sexual. É este sentimento ancorado nas pulsões instintivas da sexualidade que é o maior motor para a formação da família ampliada, da família universal, que deve ter como limitadora a força do Amor Incondicional que a ele deve servir, ser submissa, observando a máxima do Cristo: Não fazer a ninguém o que não queira para si.
Terá sido esse o meu erro? Ter negado na realidade um envolvimento romântico, mas permitido na imaginação? Ter desenvolvido uma amante imaginária? Mesmo que dentro da imaginação eu não criasse nenhuma perspectiva de separação da minha esposa, de acabar o meu casamento? Que nem minha esposa, nem minha “amante”, nem ninguém soubesse o que estava sucedendo? Eu poderia ter evitado criar esse mundo imaginário? Quais seriam os argumentos para eu não criar esse mundo imaginário? Eu que era acostumado a criar mundos imaginários na minha infância de menino e adolescente que cresceu sozinho, que brincava sozinho, que criava fantasias de heróis com donzelas, que lutava pela paz e desenvolvia o amor? A minha mente foi bastante adubada pelos heróis das revistas em quadrinhos, Tarzan, Zorro, Durango Kid, Batman, Superman, entre outros. Sentava sozinho na sala da casa da minha avó, com centenas de tampas de garrafas, e construía castelos, exércitos, vilões, mocinhos... E que duelavam na batalha do bem contra o mal... eu que sempre estava ao lado do bem, muitas vezes sozinho para combater muitos adversários.
A minha mente acostumada com as fantasias de uma criança/adolescente, certamente iria tender a desenvolver uma fantasia com essa situação que mexia muito mais comigo do que as revistas em quadrinhos. Da mesma forma que eu encarnava nos heróis e procurava lutar pela justiça, pelo bem e muitas vezes pelo amor, agora eu estava motivado a imaginar uma situação na qual eu mesmo era o protagonista da história e que iria ao encontro de uma jovem carente de afeto e que precisava tanto dos meus carinhos. Eu ia ao seu encontro encarnando a fantasia desse cavaleiro do bem que iria levar afeto a uma pessoa necessitada e que ao mesmo tempo essa pessoa oferecia seus carinhos também para mim e que seriam muito bem recebidos. O encontro era realizado sem culpas, pois não havia intenção da minha parte ou da parte dela de prejudicar quem quer que fosse. A intenção era trocarmos carinhos um com o outro de forma descontraída, honesta e com toda a intimidade que nossos corpos desejassem.
Então, esses pensamentos e sentimentos evoluíam até a interação dos corpos no ato sexual. Nesse ponto eu trazia a experiência imaginativa à realidade com o ato da masturbação. Ficava satisfeito com o prazer recebido e os pensamentos ficavam mais atenuados, eu voltava a minha vida normal. Não havia consequências disso sobre o meu comportamento com a minha esposa, continuava a lhe amar do mesmo jeito. O que acontecia é que a motivação sexual agora era dividida e o desejo por G. era muito mais intenso. Mas elas não conseguiam perceber a diferença, somente se soubesse o que estava acontecendo nos meus pensamentos é que poderiam perceber pequenas diferenças que com certeza deveriam existir, com relação a minha aproximação de G. e o distanciamento de E. Mas a nível de realidade tudo continuava bloqueado por meus princípios originais.
Esta era uma situação confortável para mim. Arranjei uma “amante” que nenhuma consequência tinha na minha vida social, ética e moral. Será? No campo consciencial eu não estaria cometendo um delito ético e moral? Seria realmente permitido eu pensar assim? Eu tinha direito a ter essa “amante imaginária”?
É muito fácil dizer esquece!... Poderia mudar o pensamento para outras situações, sublimar com alguma coisa. Poderia ter entrado em algumas das muitas igrejas que frequentei e amarrar meus desejos e sentimentos ao pé de algum altar. Eu poderia me envolver mais ainda com o trabalho com a esperança de sufocar com a responsabilidade laborativa os pensamentos e sentimentos que quisessem surgir associados a esses desejos. Eu poderia ter mergulhado na poesia, nos textos literários como de fato comecei a fazer, mas não resolveu.
O meu racional entrava em ação e dizia que eu já estava “amarrado” na vida real e ainda queria ficar “amarrado” na vida imaginária? Que tipo de ser humano era eu para viver assim amarrado? Um bruto, um animal irracional? Eu não estava pensando nesse momento? Por que não continuava a pensar para encontrar uma solução para o problema sem ter que ficar “amarrado”?
E o meu racional continuava a trabalhar febrilmente, era como se recusasse que eu ficasse numa situação bitolada, sem liberdade de agir, preso a preconceitos que eu não aceitava ou que até não os reconhecesse como tal. Mas o meu senso de justiça era forte, mesmo que tolerasse tudo acontecer no mundo imaginário, não aceitaria que acontecesse no mundo real. Meu racional sabia disso e tinha que encontrar argumentos para justificar dentro da ética e da moral os meus desejos dentro da realidade. Mesmo que conscientemente não fosse assim que eu pensasse naquela época, que existia essa batalha dentro da minha consciência, hoje eu fazendo essa avaliação distante no tempo, acredito que tenha sido assim.
Continuava com minha amante imaginária e ao invés de desenvolver culpa ou forma de sublimar, eu procurava os argumentos racionais, éticos e morais para trazê-la à realidade.