Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
10/12/2015 00h59
HIERARQUIA DO REINO

            O Reino de Deus, como qualquer outra instituição, deve também obedecer a uma hierarquia. Jesus deu um indicativo dessa hierarquia ao falar sobre João Batista: “Em verdade vos digo: entre os filhos das mulheres não surgiu outro maior que João Batista. No entanto, o menor no Reino dos Céus é maior do que ele.”

            Isso implica que João, mesmo sendo o maior neste mundo material, de alguma forma ele está contaminado por seus miasmas, pois um habitante do Reino dos Céus, que não deve estar contaminado por tais miasmas, se torna maior hierarquicamente.

            E que miasmas são esses que deixava João contaminado, e que, se ele fosse admitido assim no Reino dos Céus, ficaria atrás do menor dos habitantes?

            Verificamos que as estruturas de poder no mundo material sempre privilegia a lei do mais forte, quer seja física, política ou econômica. Isso diverge da lei do Amor, onde o maior é aquele que mais serviço presta a todos. Esse tipo de violência obedece à lei natural dos instintos que tende a arrebatar à força o objeto de seus desejos, justificando a presença do Behemot, monstro criado por Deus dentro de nós.

            Parece que João Batista, pelo menos na forma, deixava se expressar na fúria do Behemot, mesmo que na essência ele estivesse correto.

            Mas parece que, para Deus, para ser cidadão do Seu Reino, o Espírito deve mostrar habilidade no controle do Behemot, tanto no conteúdo quanto na forma. Temos que ter a força de transformar nossas atitudes em ações sempre corretas perante a Lei do Amor. O problema é que nenhum de nós nasce com essa vontade de se doar, de chegar a dar a maior prova de amor como o Cristo fez, de doar a sua vida pelos irmãos.

            Para se conseguir acompanhar os passos do Cristo, é necessário exigir do Espírito força para o enfrentamento com o Behemot, fazer um tipo de “violência” contra os desejos carnais de comodidade, egoísmo, prazer e poder.

            Esse é o jugo que o Cristo falou, o jugo feito pelo Espírito sobre a carne. À primeira vista parece muito doloroso, manter os desejos do corpo, a vontade do Behemot, sob o controle do Espírito, à distância, para não prejudicar ninguém.

            Só quem já conseguiu praticar essa lição, é que pode reconhecer a leveza do jugo, como o Mestre ensinou.

            Reconheço que eu tenho um bom adiantamento nessa prática, de controle de Behemot no quesito de prejudicar o próximo. Porém, a força da gula e da preguiça ainda estão muito distantes do meu controle. O maior prejudicado por essa falha sou eu mesmo, pois, com relação a preguiça, deixo de realizar aquilo que considero importante, que pode ajudar muita gente e catalisar o meu processo evolutivo.  Por outro lado, a minha capitulação frente a gula traz prejuízos diretos sobre mim mesmo, meu corpo fica pesado, acumula gordura, se torna um campo aberto para a geração de doenças.

            Tudo isso pode comprometer o sucesso da minha missão, a qual já tenho com clareza cada vez maior.

 

Publicado por Sióstio de Lapa
em 10/12/2015 às 00h59
 
09/12/2015 00h59
ESCOLA DO CRISTO

            No domingo passado participei do bazar realizado pela Associação de Moradores e Amigos da Praia do Meio (AMA-PM), uma ação beneficente sustentada pela solidariedade dos diversos doadores dos objetos que comercializamos e pelo trabalho dos voluntários que desde as 6h da manhã começaram as atividades até as 17h.

            Fiquei a refletir que nós, todos que estávamos naquela atividade, estávamos dentro de uma sala de aula da grande Escola que o Cristo desenvolve na Terra. Existem os diversos templos construídos em nome de Deus, das mais diversas facções religiosas. Entendo que todos eles preparam a humanidade para a construção do Reino de Deus, cujo governo na Terra é realizado por Jesus. Não importa que a pessoa identifique Deus com as mais diversas formas de denominação, se ela cumpre a Lei do Amor, que é a essência do verdadeiro Deus, criador e mantenedor do(s) Universo(s) pela eternidade sem começo nem fim, ela estará seguindo as lições de Jesus, e, portanto, sintonizada com o Pai e para Ele se dirige espiritualmente no processo evolutivo.

            Então, essa atividade do bazar tem uma natureza diferente daquelas realizadas nos templos de qualquer denominação, porque aqui estamos sendo forçados a aplicar na prática os ensinamentos recebidos nos templos. Entendo que os templos sejam o espaço em que a humanidade deve aprender sobre o mundo espiritual para complementar o seu aprendizado sobre o mundo material. Aprende que existe um Criador supremo e que os espíritos criados diretamente por Ele devem aprender a se comunicar com Ele e obedecer a Lei do Amor que á a sua essência. Jesus foi o espírito mais santo que chegou entre nós, materializados, para ensinar sobre este Amor e como se dirigir ao Pai (Pai Nosso) e serve de modelo para o nosso comportamento.

Dessa forma, as pessoas assim instruídas nos templos devem voltar ao convívio comunitário e aplicar o que aprendeu. Este é o passo mais complicado do aprendizado, passar da teoria à prática. Isto é o que tentamos fazer na ação deste bazar. Solicitamos a caridade dos doadores, ofertamos o nosso trabalho durante um dia de feriado e oferecemos à comunidade carente acesso a bons produtos por um preço irrisório, e cujo total apurado irá para a tesouraria da Associação e ser mais uma vez utilizado, integralmente, em benefício da comunidade.

Durante a realização do bazar nós sempre estávamos advertindo a natureza do nosso trabalho, que era essencialmente cristão, que confiávamos na honestidade de todos, pois o nosso supervisor (Jesus) estava entre nós, obedecendo as ordens do patrão (Deus) como desejava que todos nós o fizéssemos. Da mesma forma como acontece numa fábrica de tecidos... as costureiras trabalham com a supervisão de alguém para confeccionarem produtos de acordo com a vontade do patrão, e no fim receber o salário para a sobrevivência sua e de seus familiares. Esses produtos das fábricas são as diversas vestimentas, bem produzidas, bonitas e elegantes para vestir o nosso corpo material. O nosso trabalho no bazar deve também está produzindo produtos como caridade, tolerância, educação, compreensão, empatia, agradecimento, etc. Receberemos o salário no mundo espiritual, diretamente do Patrão, de forma exclusivista, que não posso repartir com ninguém. O que posso fazer é ensinar os meus companheiros como trabalhar de acordo com as lições do Cristo para cada um se habilitar em receber também o seu salário no mundo espiritual.

Portanto, com todas essas instruções, não podemos perder a paciência e nos comportar da mesma forma que as pessoas extremamente ignorantes às quais servimos e tentamos ensinar, venham nos provocar. Um caso emblemático aconteceu neste trabalho. Uma das compradoras, senhora rude e agressiva, estava agindo de forma desonesta, colocando peças mais caras no rol das mais baratas. Nossa companheira, principal responsável pelo bazar, pessoa que contribui significantemente com as finanças da Associação, devido seu empenho em adquirir e gerir o dinheiro, advertiu de forma firme que aquelas peças tinham um valor maior. A compradora reagiu com agressividade que parece ser peculiar em sua vida e ameaçou dar uma tapa na cara de nossa companheira. Esta, reagiu também de imediato, e disse que podia vir dar, que ela também receberia... felizmente a mulher foi embora, fumegando em raiva e ódio.

Faço agora uma reflexão mais aprofundada desse caso, já que no momento, as pessoas que presenciaram o fato fizeram advertências a nossa companheira, de forma mais irônica, inclusive eu. Mas, estou agora sentado ao lado do Mestre e Ele diz o que fizemos de errado naquele momento, que não atinge a uma só pessoa isoladamente e sim a todos, pois constituímos uma sala de aula da Escola do Cristo.

“Meu filho, vocês receberam uma boa nota nesse teste prático de minhas lições, mas erraram em dois quesitos. Vocês devem saber que Eu me apresento no mundo frequentemente, não na vestimenta dos reis ou doutores, mas nos farrapos dos miseráveis, na ignorância dos perdidos... Eu estava presente naquela irmã que luta pela sua sobrevivência com os meios equivocados da violência, que arrastava dois filhos pequenos, um no braço e outro pela mão... certamente que ela não escutou a minha voz na sua mente, dizendo para não fazer a desonestidade, que pedisse que os irmãos que estavam ali podiam lhe ouvir a necessidade... então ela foi tentando ludibriar... era o momento de vocês mostrarem o Amor e solidariedade que eu não consegui... pois vocês são os meus braços, pernas e palavras neste mundo material. Poderia ter dito assim com a maior compaixão e procurando falar discretamente com ela: “Minha querida, essas peças tem um outro valor, mas se você precisar levar por esse preço, não tem problema, eu justificarei frente aos meus companheiros que também sabem o valor das peças”. Isto já seria suficiente, mas vocês ainda poderiam obter uma nota maior nesse quesito agindo assim em continuidade: “Também vejo que você está com duas crianças, eu queria dar um presente para elas, posso? Você vai até aquele meio onde estão as peças de um real e escolhe três peças para cada um de seus filhos e cinco para você. Quero apenas o seu nome e o nome das crianças, para quando você nos procurar na Associação em busca de ajuda ou para ajudar alguém, eu saber de quem se trata, pode ser?” Aí sim, vocês teriam obtido nota máxima nesse quesito. Mas o Mestre continuava a lição: “Você lembra daquele episódio que Eu multipliquei os peixes para atender a multidão?  Por acaso esse bazar não lembrou para vocês aquele momento? A diferença é que vocês não sabem como foi que o Pai fez surgir tantos peixes, e agora vocês sabem que tantas peças para o bazar que vocês receberam vieram da doação das pessoas, mas nem se apercebem que isso também é ação Pai que coloca no coração de cada doador a energia do Amor que Ele criou dentro da pessoa. E o milagre acontece... milhares de peças para a distribuição... Tudo bem que seja cobrado um valor para justificar o abastecimento do caixa que deve servir a todos, mas nada justifica que uma pessoa saia do ambiente sem ser banhada pelo Amor.

Outro quesito que vocês receberam nota baixa e nem perceberam... eu compareci no final dos trabalhos, arrastando na cintura um saco para catar lixo e pelas mãos duas crianças; agradeci pelo lanche que me deram e as minhas crianças, mas fiquei desgostoso quando fui afastado como pessoa non grata da mesa de lanche... e tu, Francisco, que observavas tudo, achou que estava correto. Tu não conseguiu me ver naquela pobre pessoa, não o levou as pilhas de roupas e ofereceu para ele escolher o que precisava, não procurou saber o seu nome nem o nome da crianças, onde morava... não se dispôs a ir até sua casa ajudando a levar algum benefício extra e procurando observar em que mais podia ajudar a essa família que se encontra perdida no mundo. Nota zero, principalmente para você Francisco, que é o coordenador do projeto Foco de Luz e devia dar o exemplo. O foco de luz que você emitiu para aquelas criaturas, homem e crianças, foi mínimo... Eu fui embora e tu nem Me olhaste nos olhos.

Assim terminou um dia de testes na Escola do Cristo. Sei que tirei nota baixa, mas me contento por não ter tirado zero e está disposto a me esforçar para melhorar a cada dia.  

 

Publicado por Sióstio de Lapa
em 09/12/2015 às 00h59
 
07/12/2015 01h01
VOZ QUE CLAMA NO DESERTO

            Há dois mil anos existia uma voz que clamava nos desertos da Palestina, João Batista, que exortava as pessoas pecadoras a lavar seus pecados através do batismo nas águas do rio Jordão.

            Podemos construir uma alegoria usando a história de João Batista com as ações do juiz Sergio Moro, condutor da maior investigação sobre corrupção na história do Brasil, a Operação Lava jato. João estava literalmente no deserto, Moro está num deserto de pessoas e instituições que se envolvam na defesa da ética e da justiça. As ações de João eram simples, bastava a pessoa se voluntariar como ouvinte e se sentir “tocado” por suas palavras e querer se purificar a partir dali, depois de ter sido banhado nas águas do rio.

As ações de Moro são mais complexas, as pessoas são convocadas a falar dos seus pecados, alguns recebem incentivos para descobrir os erros que cometeram, que envolvem outras pessoas, que por sua vez também são chamados para se confessarem. As consequências dos pecados assim confessados geraram 360 buscas e apreensões, 116 mandados de prisão, 35 acordos de delação premiada, pedido de restituição de 14,5 bilhões de reais, sendo que 1,8 bilhão já foram recuperados. Desse conjunto de ações houve a implicação para purgar esses tantos pecados, 75 condenações que somaram 626 anos, 5 meses e 15 dias.

Tudo isso é feito e não observamos na sociedade um movimento de peso em apoio a essas ações moralizadoras e saneadoras. É como se todos sofressem do mesmo mal e sentem-se desmotivados ou mesmos intimidados a oferecer uma solidariedade ostensiva. Pelo contrário, se observa tentativas de frustrar as ações purgativas do mal praticado.

  Parece que a corrupção está presente na vida de todos, na escola, no templo, na academia, nas famílias... o que no governo se faz em alta escala, nas famílias e relações domésticas se faz em pequena escala, mas tudo são tonalidades da mesma cor. Quem menos está sintonizado ou envolvido com esse mal é quem mais pode responder em sintonia com Moro.

Outro fator que merece ser colocado na reflexão é que a corrupção não pode ser considerada como um simples pecado do pecador que todos somos. A corrupção, como bem disse o papa Francisco, é um dos frutos do pecado. Não podemos viver com a corrupção esperando que Deus esteja sempre a nos perdoar, como é o caso de pecado. A corrupção corresponde a maça que foi colhida sem permissão do Pai e que teve como consequência a expulsão do Paraíso.

Sei que não estou livre dessa mancha em meu currículo espiritual, certamente devo fazer sem muita observação, atos que sintonizam com a corrupção, não que isso esteja na minha mente e consciência sendo considerado nocivo a mim ou aos outros, mas sim em desacordo com as leis em vigor. Por exemplo, fazer um trabalho por instituições diferentes, no mesmo horário, e ser remunerado por isso, por ambas, certamente ficará enquadrada em algum nível de corrupção. Sei que estou prestando o serviço a ambas, mas o tempo contratado não está sendo respeitado. O meu ato de corrupção pode não ser tão gritante e perverso como esses que o Moro está encontrando e exigindo o resgate do mal que foi praticado.

Existe ainda a finalidade dos frutos do mal colhido. Alhures os corruptos se locupletam, enriquecem e roubam o que faz falta a milhões de pessoas; aqui considero tudo como pertencente a Deus e aplico de forma fraterna ao meu redor, sem o objetivo de enriquecimento pessoal. Talvez por isso a minha consciência, onde está a Lei de Deus não me acuse, por eu estar violando de alguma forma as leis humanas. E, em essência, eu obedeço em primeiríssimo lugar à Lei de Deus!

Publicado por Sióstio de Lapa
em 07/12/2015 às 01h01
 
06/12/2015 01h01
VERACIDADE

            Mateus escreveu em 5,37 que o Cristo ensinou: “Seja o vosso modo de falar um simples sim, um simples não; o que passa daí vem do mal”.

            Isso implica que tudo que eu fale deva ter uma correspondência genuína e autêntica, um perfeito ajuste com o que de fato ocorre. Se os lábios dizem sim ou dizem não, isto deve corresponder perfeitamente a algo que vem ou brota da maior profundeza do próprio coração. Por isso, nada pode me desmentir, nada pode me por em dúvida. Esta deve ser a minha única garantia, não devo ter necessidade de nenhuma outra, como por exemplo, jurar pelos santos, pelos deuses, pelos parentes. A única garantia que posso dar é a do próprio Deus que reside em mim, da consciência crística, do Cristo interno, desde que eu o cultive.

            Existem algumas motivações para a existência da mentira, como por exemplo: 1) Adquirir e conservar algo ilícito; 2) Tentativa de se livrar das consequências do mal realizado; 3) Comodidade, ociosidade, evitar o trabalho do corpo; e 4) Uma espécie de vício dentro de uma mente leviana ou patológica, uma mente demente que mente despudoramente. Evitar essas motivações é essencial para a permanência da veracidade no comportamento.

            De forma geral, posso pensar que as pessoas mentem ou porque são malvadas, covardes ou doentes. Mas, no fundo, todas mentem porque são espiritualmente ignorantes. A ignorância espiritual pode ser considerada como a primeira e última causa de todas as mentiras. Todas as pessoas que não conhecem a doutrina cristã, e que não tem qualquer instrução ética, tendem a ser dominadas pelo Behemot, a força egoística exemplificada pelos instintos. Mesmo conhecendo a doutrina cristã, mas não se esforçando para colocá-la em prática, vamos verificar o espectro de quem está mentindo: os enganadores, os hipócritas, os mexeriqueiros e os bajuladores. Mente quem calunia, difama, injuria ou critica maldosamente o seu semelhante. Mente ainda quem comete evidentes exageros, até mesmo ao elogiar alguém.

            A mentira é tão perigosa que a sociedade só não entra em colapso nem se desintegra, porque as suas engrenagens, desde aquelas que se dão no interior de uma família, até as que ocorrem na complexidade de uma nação, são quase todas elas permeadas mendacidade e pela hipocrisia.

            Foi dentro desse mar de mentiras que surge Jesus e nos ensina e exige uma veracidade absoluta e uma transparência total em todos os pensamentos, sentimentos e ações, em todas as nossas intenções, palavras e atos.

            O que Jesus queria alcançar com essa lição da veracidade? João registrou essa resposta em 8,32: “Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”. Eis a resposta definitiva para todas as criaturas dotadas de livre arbítrio. Em todo o Universo somente a verdade pode libertar o homem da mendacidade em que se encontre mergulhado, e principalmente da ignorância, que produz todas as mentiras e hipocrisias.

            O homem que a verdade libertou, nunca mais pode ser escravo de coisa alguma, dos grilhões do mundo. É livre para mergulhar na eternidade e no infinito, e viajar eternamente por oceanos de luz, ao sopro das auras de Deus.

            Não estou completamente liberto, ainda tenho que aperfeiçoar meu grau de veracidade, mas sinto que estou caminhando nesse sentido.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 06/12/2015 às 01h01
 
05/12/2015 02h14
REFLEXÃO ÍNTIMA

            Parece que necessito de um momento como este. Parar todas as atividades e fazer uma reflexão do caminho que estou percorrendo, dos paradigmas que estou usando, dos obstáculos e desafios que vou encontrando.

            Faço uma constatação inequívoca: estou sozinho! Por mais que existam pessoas que me amam, que digam que querem me acompanhar, sempre observo que nos passos que dou em alguma direção que não seja conforme essa pessoa deseja, o mal estar se instala dentro dela, mesmo que ela faça um esforço para disfarçar, às vezes nem consegue, sempre noto alterações no humor, no comportamento que sinalizam a falta de sintonia com o meu caminhar.

            Neste mundo dominado pelo egoísmo, um comportamento como o meu, desarmado e solidário, que executa um amor inclusivo e evita tentativas de exclusão, não devo ficar muito otimista de algum dia encontrar uma alma com sintonia semelhante à minha.

            No relacionamento familiar dentro da perspectiva da universalidade, sei que o núcleo central, mesmo ampliado, é com quem eu tenho maior responsabilidade. Companheiras, filhos, parentes consanguíneos é com quem tenho maior responsabilidade, e principalmente com todos que desejam fazer a vontade do Pai sintonizados com a trilha na qual caminho.

            No trabalho acadêmico e assistencial é de onde vem os recursos para manter as diversas atividades. Sei que estou bem aquinhoado financeiramente, poucos colegas ganham tanto quanto eu, mas também não trabalham tanto quanto eu, acredito. Mesmo assim reconheço que os recursos que obtenho são permitidos por Deus, a Deus pertence e sou apenas um simples administrador desses recursos, direcionando-o para onde melhor houver a expressão do Amor Incondicional, mesmo que as vezes eu fique incomodado com as tentativas egoístas de usufruir algo além do merecimento, pelas pessoas ao meu redor. Procuro não ser injusto, mas deixo a maior parte dessa responsabilidade com Deus, pois eu não me considero capaz de julgar pedidos convenientes ou inconvenientes, segundo uma versão de necessidade que é colocada.

            No trabalho comunitário que foi colocado nas minhas mãos por uma indução divina, absorvo grande responsabilidade perante o Pai e o Mestre. É nesse trabalho que a minha preguiça é confrontada. O meu espirito percebe o imenso trabalho a ser realizado, até além das minhas forças, mas o meu potencial de trabalho ainda não está totalmente utilizada.

            O trabalho político termina sendo executado durante diversas atividades que não tem conotação partidária, mas percebo cada vez com maior importância, o reconhecimento que todos os trabalhos que faço dizem respeito à política divina. Já reconheço o Mestre como o governador do nosso planeta e sei o que Ele deseja, através dos Evangelhos que informam como foi o seu comportamento, as suas lições. Sinto que o Governador deseja que suas lições sejam aplicadas sem qualquer tipo de hipocrisia. O tempo da evangelização de adultos deve ceder lugar a aplicação do Evangelho na prática cotidiana, e todas as criança devem aprender desde o berço estas lições. Sinto que devo desempenhar dentro desse campo político, como um tipo de ouvidor do que esteja sendo realizado neste mundo material que está conflitando com a Lei do Amor Incondicional. Não terei o papel de julgar, e sim de apontar as discrepâncias e esperar que o autor corrija os seus desvios. A condição de juiz sempre será realizada pelo Pai, que é a força maior do Universo e que está identificada como a própria energia do Amor.

            O trabalho de Reforma Íntima é o que mais necessita de atenção, pois é a partir dele que todas as minhas ações se tornam compatíveis com a lei do Amor, que me deixa uma pessoa cada dia melhor. Sinto apenas que esse processo é muito difícil e que os progressos são lentos. Sei que em comparação com a minha adolescência, eu adquiri muitos controles e conhecimentos que antes me deixavam mais fragilizado frente aos desejos de prazeres solicitados pelo corpo, mas impedidos pelo espírito. Agora que sei com maior clareza da existência do Behemot dentro de mim, o monstro criado por Deus para a proteção do meu corpo e sua reprodução, sei com quem estou digladiando para ao mesmo tempo que respeitar o corpo, não sair dos caminhos do Senhor.

            Em suma, apesar de tantos obstáculos, internos e externos, apesar de tanto sofrimento que não deixo de gerar ao redor, sinto que estou na trilha que o Pai deseja e isso me deixa fortalecido e motivado para continuar.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 05/12/2015 às 02h14
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