Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
24/07/2013 00h01
PALAVRAS DOS SÁBIOS II

            O segundo bloco dessas Palavras dos Sábios que estou reproduzindo da Bíblia, se encontra em Provérbio 23: 1-9:

            1 Quando te assentares à mesa com um grande, considera com atenção quem está diante de ti: 2 põe uma faca na tua garganta, se tu sentes muito apetite; 3 não cobices seus manjares que são alimentos enganosos. 4 Não te afadigues para te enriqueceres: evita aplicar isso teu espírito. 5 Mal fixas os olhos nos bens,e nada mais há, porque a riqueza tem asas como a águia que voa para o céu. 6 Não comas com o homem invejoso, não cobices seus manjares 7 porque ele se mostra tal qual se calculou em si mesmo. Ele te diz: “Come, bebe”, mas seu coração não está contigo. 8 Comido o bocado, tu o vomitarás e desperdiçarás tuas amabilidades. 9 Não fales aos ouvidos do insensato porque ele desprezaria a sabedoria de tuas palavras.

            Faço agora as minhas considerações dentro do meu ponto de vista e da atualidade:

            1 Nunca tenho essa preocupação, posso olhar à minha frente e ao redor, mas nunca devotando tanta atenção como aqui é aconselhado, principalmente com quem se encontra à frente. Confesso que não consigo alcançar a profundidade desse conselho, pois como o outro fala ou se comporta não deve ter tanta importância para mim quanto o meu próprio modo de falar e de me comportar. Mas talvez o que o sábio queira ensinar é que as falhas ou perfeição que eu veja no outro, sirva de lição para corrigir o meu próprio comportamento.

            2 Este conselho é muito útil para mim. Considero que a gula é um dos meus principais adversários ao lado da preguiça. Então sempre que estou à mesa tenho apetite. O conselho se for seguido me ajudará a não praticar os excessos que sempre estou cometendo à mesa.

            3 Este conselho vai ser difícil de ser seguido. Como não desejar, não cobiçar os manjares colocados à minha disposição? Sei que os manjares são alimentos enganosos, como, aliás, todos os alimentos materiais o são, pois servem apenas para alimentar o corpo que tem uma passagem efêmera pelo mundo das formas. Mas reconheço a validade do conselho e sua utilidade para mim. Merecia até escrever esse conselho e deixá-lo sempre dentro da minha carteira, para que não o esquecesse. Mas deixarei somente na minha memória e que minha consciência seja capaz de resgatá-lo nos momentos necessários.

            4 Reconheço que, apesar de ter a preguiça como minha ferrenha adversária, eu ainda trabalho muito e chego ao nível da fadiga. Mas não tenho com isso o objetivo de enriquecer e sim de ter condições de ajudar com mais eficácia ao próximo que caminha ao meu lado, aos meus irmãos que sobrevivem com dificuldades; a ter um melhor conforto e condições de absorver lições necessárias ao meu desenvolvimento espiritual.

            5 Acredito que eu esteja livre desse perigo, de olhar os bens como riqueza que possa me arrebatar para distante de meus objetivos espirituais, de ficar com minha atenção apenas voltada para conseguir mais e mais bens, para ampliar uma riqueza sem utilidade dentro da fraternidade do Reino de Deus. Mesmo porque eu considero todos os bens que chegam ao meu alcance, como sendo bens de Deus que Ele coloca para mim na forma de comodato, para que eu o utilize de forma justa e ética com todos os Seus filhos, que são os meus irmãos.

            6 Isso pode até acontecer, a medida que eu não conheça a pessoa, não saiba que é um invejoso, ou, mesmo sabendo, que eu fique em sua companhia por alguns momentos suficientes para plantar uma mensagem de mais harmonia com a vida, onde a inveja seja reconhecida como um erro principal na nossa forma de relacionamento. Agora, jamais cobiçar os seus manjares!

            7 Esse conselho serve para entender como funciona a mente e coração do invejoso. Por mais que nos receba com cortesia e boa educação, seu coração nunca estará conosco, sempre pensa no que pode está se beneficiando do que está fazendo e pode até mesmo aquilo que nos oferece com tanta galhardia num momento, no momento seguinte seja cobrado com juros exorbitantes.

8 Ai tem a semelhança com o vômito depois de uma refeição farta, tanta amabilidade recebida e depois cobrada. Este conselho é de extrema utilidade nos meus relacionamentos, uma vez que existem muitas pessoas invejosas, que desejam muitas vezes possuir o mínimo do que o outro tem. Mesmo que minha atenção não se detenha nesses aspectos de caracterizar as pessoas como invejosas ou não, sei pelas consequências de seus comportamentos que só a inveja é que justifica alguns tão perniciosos. Então deverei ter o máximo cuidado com as amabilidades e cortesias, com os alimentos e manjares que me sejam oferecidos, pois se existe a inveja nessas ações, com certeza eu serei cobrado mais adiante, e dessa forma surge ânsia de vômito. Por outro lado, deveria também fazer a minha autoanálise: também sou invejoso? Faço amabilidades, ofereço alimentos e manjares para depois cobrar alguma coisa? Fico a desejar com cobiça qualquer aspecto positivo que eu entenda em outra pessoa?  Não, não encontro esse aspecto em minha personalidade. Agradeço ao Pai por me ter favorecido em não entrar por esse caminho tão árido. Devo como contrapartida ao Pai que assim me favoreceu, a procurar corrigir esse defeito de caráter nos irmãos que convivam comigo.

9 Agora, esse conselho vai servir para que eu não perca tempo com quem não tem condições de aproveitar o que tenho a ensinar. Os insensatos desprezam a sabedoria contida nas palavras, pois o orgulho que eles possuem não permite a humildade de reconhecer os erros que todos nós cometemos. Quando eu perceber que minhas palavras caem no vazio, quando não são consideradas na sua essência, quando não são relacionadas com a verdade superior da vida, quando o senso crítico não se impõe e coloca em primeiro lugar as primeiras coisas, na sua ordem de importância, então estou tratando naquele momento com um insensato. Pode ser até que essa pessoa esteja naquele momento sendo insensato em função de algo que perturbe o seu sensório, seu raciocínio, como é o caso de embriagues pelo álcool. Tenho um bom exemplo disso no aniversário da minha sobrinha ocorrido recentemente. Procurei puxar o assunto da importância do reconhecimento da vida após a morte do corpo físico, qual a nossa destinação a partir desse momento, mas tudo voltava as chacotas dos comportamentos mundanos que envolviam os prazeres do sexo aliados as ironias das performances do corpo. Calei meu assunto, vi que a insensatez do momento não permitia que eu tratasse naquele instante com qualquer tipo de sabedoria. A minha estratégia para o momento foi apenas de ouvir as diversas ironias, chacotas, críticas, acusações, que chegavam até mesmo a me atingir. Mas eu estava em outro nível, estava vibrando em uma dimensão onde aquelas palavras jamais poderiam me ferir. Eu estava naquele momento vibrando e me dirigindo para o alto, para o futuro. Capaz de perdoar as ofensas, de tolerar as agressões e de continuar amando a todos, apesar de mergulhados na insensatez. Sei que não deixarei nunca de estar ao lado deles, de tentar encontrar brechas na insensatez onde as palavras de sabedoria possam ser consideradas e aplicadas.

 

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em 24/07/2013 às 00h01
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23/07/2013 00h01
PALAVRAS DOS SÁBIOS

            Existe na Bíblia um trecho escrito em Provérbio, intitulado “Palavras dos Sábios” que procurarei reproduzir em alguns blocos e aplicar à atualidade e à missão que trago em meu pensamento. O primeiro se encontra em Provérbio 22: 17-29.

            17 Presta atenção às minhas palavras, aplica teu coração à minha doutrina, 18 porque é agradável que as guardes dentro de teu coração e que elas permaneçam, todas, presentes em teus lábios. 19 É para que o Senhor seja a tua confiança, que quero instruir-te hoje. 20 Desde muito tempo eu te escrevi conselhos e instruções, 21 para te ensinar a verdade das coisas certas, para que respondas certo àquele que te indaga. 22 Não despojes o pobre, porque é pobre, não oprimas o fraco à porta (da cidade), 23 porque o Senhor pleiteará sua causa e tirará a vida aos que os despojaram. 24 Não faças amizade com um homem colérico, não andes com o violento, 25 há o perigo de que aprendas os seus costumes e prepares um laço fatal. 26 Não sejas daqueles que se obrigam, apertando a mão, e se fazem fiadores de dívidas; 27 se não tens como que pagar, arrebatar-se-ão teu leito debaixo de ti. 28 Não passes além dos marcos antigos que puseram teus pais. 29 Vistes um homem hábil em sua obra? Ele entrará a serviço dos reis, e não ficará entre gente obscura.

            Farei considerações agora a partir de cada versículo:

            17 Os sábios chamam atenção para que suas palavras não caiam no vazio, para que elas sejam aplicadas ao coração, aos sentimentos e forme uma doutrina de comportamento, um paradigma para a ação.

            18 Explicam que fazendo assim, guardadas no coração, elas se tornem agradáveis e possam estar presentes nas minhas palavras. Jesus já chamava a atenção também para esse aspecto quando dizia que nossas palavras diziam do que nosso coração estava cheio. Então, eu devo encher meu coração com as palavras sábias para que nos meus lábios elas estejam sempre presentes.

            19 Essas instruções dos sábios tem uma finalidade superior, é que assim eu adquirirei a confiança no Senhor da vida, ficarei muito mais seguro na minha caminhada e adquirirei logo o compromisso com a missão que tenho que desenvolver.

            20 Tenho encontrado ao longo da vida palavras sábias escritas ou faladas, que cabe a mim reconhecê-las e guardá-las em meu coração, com a finalidade de reproduzi-las e agir em sintonia com elas.

            21 Tenho que encontrar no meio de tantas opiniões e interpretações a verdade da coisa certa, para que eu possa me habilitar a ser instrumento da vontade de Deus, que é a verdade última, universal; para que eu possa ensinar e responder certo àquele que me indaga.

            22 É muito fácil despojar ou oprimir o pobre, pagar miséria por seu trabalho, cobrar impostos exorbitantes e me locupletar com eles, mesmo que seja acobertado pelas leis da cidade que nós as vezes construímos com esse objetivo malsã.

            23 O Senhor da vida, que tem por filhos toda a Sua criação, irá com certeza pleitear os direitos dos despojados e ai de mim se eu for alvo da “ira” do Criador, por estar abusando os meus irmãos; se assemelhará ao pai colérico que disciplina com vigor ao filho mais velho e mais forte que judiasse do seu irmão menor e mais frágil.

            24 Tenho que evitar a amizade, a companhia das pessoas intolerantes, que se tornam agressivas, coléricas e atacam o próximo com violência, seja por palavras ou atos, implícitos ou explícitos, e os sábios justificam esses conselhos a seguir.

            25 Existe o perigo de que eu possa aprender o costume dos coléricos e violentos e também prepare um laço fatal para outra pessoa. Essa é uma advertência que considero sábia para pessoas que estão iniciando como discípulos a nova ética que Jesus nos ensinou. Eu também aconselho isso para as pessoas ainda frágeis que possam se contaminar com esse tipo de comportamento hostil. Agora, eu, modéstia à parte, considero-me mais amadurecido e fortalecido na aplicação do Amor Incondicional, já acho que estou apto a ficar ao lado desses coléricos e violentos, críticos e atazanadores da paz do próximo, sem aprender com eles, e o que é mais importante, ajudá-los a perceberem seu comportamento insalubre para o ambiente e para as pessoas à volta, aplicando com maestria o amor até aos adversários mais contundentes.

            26 É um bom conselho para nos ensinar a prudência. Muitas vezes uma conversa envolvente com alguém necessitado nos deixa sensibilizados e capaz de ser fiador de alguma dívida daquela pessoa. Não devo me sentir obrigado a isso!

            27 Essa é uma consequência da minha falta de prudência, quando assumo uma dívida de outro sem a devida condição de pagar. Tudo que eu tenho poderá ser arrebatado pela justiça. Mas, se eu tenho o recurso suficiente e quero tirar o meu “irmão” daquela dificuldade, não vejo problema em ser o seu fiador, sabendo que se por acaso ou por qualquer circunstância ele não possa cumprir o combinado, eu já teria previamente a consciência de que seria eu a pagar. Sem conflitos, sem cobranças, sem explicações... é mais uma prática do Amor Incondicional.

            28 Esses marcos antigos, os limites impostos pela sabedoria dos nossos pais merecem ser respeitados. No entanto devo também saber pela luz da verdade, que estou em constante processo evolutivo e que nenhum marco ou limite poderá permanecer inalterado, a não ser os principais aspectos da Lei: amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a mim mesmo. Então, pode existir o momento e a circunstância que seja conveniente construir novos marcos e novos limites na prática do meu comportamento, baseado nos conhecimento da ciência e na ética do divino Pai.

            29 Caso consigamos ser hábil em nosso trabalho sairemos da obscuridade da massa humana e passamos a servir à realeza, que no nosso caso e na atualidade se exprime em servir nas diversas instâncias estatais: municipal, estadual e federal. Consegui ficar a serviço do governo estadual e federal para ajudar a outros irmãos a alcançar esse nível de serviço, tanto de forma direta quanto indireta.

            Vejo assim que a Bíblia serviu no passado como uma boa orientação para o comportamento humano e continua sendo até hoje, com as devidas alterações que possamos colocar no sentido de melhor adequação ao nosso atual progresso civilizatório sem abandonar a ética divina que deve emanar deles.

            Nos próximos dias continuarei a abordar e considerar esses conselhos dos sábios da Bíblia.

 

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em 23/07/2013 às 00h01
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22/07/2013 08h22
DISCÍPULOS E APÓSTOLOS

            João Cobú, o pai-velho ou Pai João, explica no livro LEGIÃO (Robson Pinheiro/Ângelo Inácio) que nas experiências relatadas no Evangelho, vemos duas categorias de pessoas que davam sua colaboração ao trabalho do Mestre. De um lado os chamados discípulos, ou aqueles que foram chamados a servir como aprendizes da escola espiritual que o Cristo coordenou, tal qual um professor ou rabi. A essa classe numerosa eram dados ensinamentos espirituais compatíveis com sua experiência e sua capacidade de entendimento.

            De outro lado havia o apostolado que foi conferido apenas a uns poucos. Aqueles que dele usufruíram foram eleitos pelo Mestre devido o seu currículo espiritual, no qual certamente se registrava uma ficha de serviço mais intensa e ininterrupta.

            O apostolado pode ser entendido como uma convocação ou uma outorga divina para tarefas que exigem pessoas mais experientes ou com maturidade maior que os demais, em determinado contexto. Por essa razão vemos nas páginas do Evangelho muitos discípulos e poucos apóstolos. Aos últimos eram conferidos ensinamentos mais amplos e detalhados, que exploravam ideias expressas aos demais apenas através de imagens fortes e parábolas. Em contrapartida, exigia-se dos apóstolos atitudes condizentes com a importância da tarefa que lhes fora confiada.

            Ao transpormos para o campo mediúnico (lembrar que todos nós somos médiuns) tais observações, notaremos que muitos recebem o chamado da mediunidade como discípulos do Mestre, porém, como médiuns não dão respostas em suas vidas e atitudes com a intensidade que o serviço apostolar exige. São apenas discípulos. No entanto, há aqueles poucos que traduzem sua tarefa em obras de verdadeiro heroísmo espiritual, deixando suas marcas por onde passam. É inegável que estes médiuns receberam uma outorga divina e que trazem do seu passado larga experiência no trato com as questões espirituais, o que lhes impõe inclusive certa conduta, certo ritmo. Constroem sua obra espiritual e, à medida que avançam, vão arregimentando outros, discípulos do Mestre, que caminham tendo nesses servidores uma espécie de referência para seu roteiro de vida em busca da espiritualidade.

            Esse serviço do apóstolo moderno, que pode ser denominado mediunato, é algo que não pode ser negado. Os frutos desse chamado divino são percebidos de forma ostensiva, e a autoridade moral do medianeiro ou daquele que recebeu o chamado do direto do Alto salta aos olhos nas ações que empreendem no dia a dia. Mas nem todos os médiuns são assim; aliás, são poucos os que são chamados diretamente para uma tarefa específica, o que nos faz relembrar as palavras de Nosso Senhor: “Pois muitos são chamados (discípulos), mas poucos escolhidos (apóstolos).

            Fiquei a meditar nesses comentários do pai-velho João Cobú fazendo um paralelo com minha vida. Sei que estou integrado aos trabalhos do Cristo e que a minha mediunidade é intuitiva. Tenho forte convicção que recebi uma missão dada pelo Pai, de aplicar o Amor Incondicional em todos os aspectos da minha vida, tendo como base as lições do Mestre Jesus. Em função disso alterei todo o projeto de vida que eu nutria desde a adolescência, assumi uma nova conduta na vida que vai de encontro as normas culturais, mas que observo pleno encaixe na Lei de Deus. Sofro as consequências desse comportamento, moro só, as pessoas que amo geralmente estão me expulsando de suas presenças, pois querem um outro tipo de comportamento, um outro tipo de amor. Sinto a necessidade de deixar mais explícito na comunidade essa forma de pensar e de agir, de ser um ativo motivador e construtor do Reino de Deus. Chego agora perto de uma conclusão com certo receio... Será que eu sou um espírito tão amadurecido, capaz de levar adiante um projeto tão amplo e importante como este? Mas por que eu, já com o dobro da idade que Jesus tinha quando começou o Seu ministério, até agora não consegui divulgar tão amplamente o meu pensamento como Ele fez com o dEle? Será que sou um discípulo melhorado ou um apóstolo imperfeito?

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em 22/07/2013 às 08h22
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21/07/2013 05h25
MULHER IMPERTINENTE

            Volto novamente a Salomão em duas citações que ele faz na Bíblia em Provérbio: “Melhor é habitar num canto do terraço do que conviver com uma mulher impertinente. (21:9)” e “Melhor é habitar no deserto do que com uma mulher impertinente e intrigante. (21:19)”

            Salomão demonstra uma grande preocupação com a mulher, chega a citar aspectos da convivência duas vezes no mesmo capítulo. O que a Bíblia diz sobre essa relação de Salomão com as mulheres? Observamos no livro de I Reis, no capítulo 11, o seguinte: 1 O rei Salomão, além da filha do faraó, amou muitas mulheres estrangeiras: moabitas, amonitas, edomitas, sidônias e hitéias, 2 pertencentes às nações das quais o Senhor dissera aos israelitas: “Não tereis relações com elas, nem elas tampouco convosco, porque certamente vos seduziriam os corações arrastando-os para os seus deuses.” 3 A estas nações uniu-se Salomão por seus amores. Teve setecentas esposas de classe principesca e trezentas concubinas. E suas mulheres perverteram-lhe o coração.

            Então é mais do que justa a preocupação de Salomão com a convivência com as mulheres, afinal ele tinha intimidades com mil mulheres com as quais diluía o seu amor. É natural que ele tenha encontrado a impertinência em algumas delas.

            Fico curioso e vou à busca do significado completo do que seja impertinente. No dicionário online de português encontro o seguinte: Significado de Impertinente - adj. Que não pode ou não consegue ser pertinente; que não tem pertinência; que não faz relação com o tópico em questão; inadequado ou descabido: sua colocação, neste caso, é impertinente. Diz-se da pessoa que age sem pertinência; que se comporta de uma maneira descabida ou despropositada; que é inconveniente; insolente: seus comportamentos sempre são impertinentes. Diz-se da pessoa que implica com tudo; que demonstra rabugice; rabugento ou implicante. s.m. e s.f. Pessoa rabugenta, mau humorada, ranzinza. (Etm. do latim: impertinens.entis)

            Vejo que Salomão desobedeceu ao Senhor e se relacionou com mulheres que Ele não permitia, porque sabia que o seu coração seria seduzido e sairia do caminho previsto. Certamente a impertinência foi uma das armas dessas mulheres alcançarem os seus objetivos, de desviar Salomão do caminho, ele que buscava a harmonia e se defrontava com a rabugice.

            Corro o mesmo risco de Salomão, afinal a minha forma de agir com as mulheres, obedecendo aos meus princípios do Amor Incondicional, com inclusividade no amor, permite a relação com várias ao mesmo tempo. Procuro esclarecer o máximo às mulheres que querem se relacionar comigo, qual a minha forma de agir, dos meus paradigmas, de qual é o meu caminho nesta vida. Obedeço a lei de Deus colocada na minha consciência na forma de cumprir o Amor Incondicional em todos os meus relacionamentos, principalmente os afetivos, os íntimos. Amo Deus acima de todas as coisas, o Deus que está representado em todas as formas da Natureza, principalmente na forma de amor ao próximo. A minha forma de amar não rejeita ninguém, nem aos inimigos, não exige cobranças, não tem exclusividade. A pessoa que apresentar as características de amar ao próximo como a si mesmo, de vencer o ciúme e a exclusividade próprios do amor romântico, de ser capaz de amar as amantes do seu amado, são as melhores credenciais para ficar o mais próximo de mim. Estes são os diversos tópicos do meu paradigma de vida, do meu caminho em direção ao Senhor. A mulher que sabendo de tudo isso e deseja ficar ao meu lado, deve ponderar a carga de sofrimento que irá passar com a crítica de seus parentes, amigos ou da comunidade em geral, já que esse é um padrão anômalo dentro da cultura local. Deve ponderar também o seu próprio grau de resiliência em resistir e se adaptar as mudanças necessárias no modo de pensar, falar e agir. Se faz toda essa avaliação profunda e acredita ter condições de conviver dentro desse contexto, deve agora ter coerência em toda suas ações. Caso isso não aconteça e deixe de fazer a relação do seu comportamento com os tópicos do meu comportamento tão cuidadosamente esclarecidos, se torna ranzinza, inadequada ou descabida. Suas colocações e ações passam a ser impertinentes, implica com tudo, demonstra rabugice e mau humor.

            Avalio pelo que está escrito na Bíblia, que Salomão fracassou no seu projeto de amor, as mulheres perverteram-lhe o coração. Acredito que eu, apesar de correr o mesmo risco, não deixarei que o meu coração seja pervertido. Não deixarei de cumprir a ordem do Senhor, de aplicar o Amor Incondicional em toda a minha vida, mesmo que eu seja expulso como um marginal da casa de minhas amadas, que eu seja criticado, injuriado, condenado como um herege, que não tenha nem o direito do amor e do respeito dos filhos que ajudei a vir ao mundo. Nem que eu seja afetado pela mais profunda paixão por uma mulher, sempre o meu amor a Deus será maior, e por Ele eu não perverterei o coração por lágrimas ou injúrias de qualquer pessoa. Fugirei da mulher impertinente, como o próprio Salomão aconselha, habitando num canto do terraço ou no deserto, mas não deixarei que a rabugice de nenhuma delas me desvie do caminho que o Pai orientou para mim.

 

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em 21/07/2013 às 05h25
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20/07/2013 00h53
NOVÍSSIMO MUNDO

            Há 500 anos tivemos a descoberta do Novo Mundo, as Américas. Apesar de indícios anteriores de sua existência, foi a descoberta de Cristóvão Colombo e Pedro Álvares Cabral que oficializou a existência das novas pátrias.

            Talvez seja chegado o momento de oficializarmos também a existência do Novíssimo Mundo, a pátria espiritual. Apesar dos muitos indícios de sua existência, continuamos a nos comportar academicamente como se só existisse a matéria, que a nossa mente, alma, espírito, livre arbítrio fosse tudo produto dos neurônios organizados e funcionando através de neurotransmissores em nossos cérebros; que depois da falência desse órgão nada mais permanecerá da nossa existência. Infelizmente essa ainda é a posição assumida majoritariamente nos meios científicos, pelo menos na forma de expressão e de condução dos diversos argumentos que assumem o materialismo como única realidade.

Vejamos assim o posicionamento de alguns pensadores atuais que conduzem com maestria essa forma de pensamento, a crença em que toda a vida, inclusive a humana, é apenas o produto das forças cegas da natureza, que atua como um “relojoeiro cego”, segundo um deles, o zoólogo Richard Dawkins. Esse relojoeiro seria a Seleção Natural, o processo automático, cego, inconsciente, que Darwin descobriu, e que agora sabemos que é a explicação para a existência e aparentemente para toda forma de vida, não tem qualquer propósito em mente. Não tem qualquer mente ou qualquer olho da mente. Não planeja o futuro. Não tem sequer visão, previsão, vista. Pode-se dizer que desempenha a função do relojoeiro na natureza, é o relojoeiro cego (O relojoeiro cego, Cia da Letras, 2008; publicado pela primeira vez em 1986, p. 5)

O americano Daniel Dennett, filósofo da mente conhecido no mundo todo é o preferido de quem pensa que os computadores podem simular processos mentais humanos. Ele diz que Darwin fundamentou a vida com firmeza no materialismo e que nós, seres humanos, somos grandes e luxuosos robôs. Diz ainda que, se você tem o tipo certo de processo e tempo suficiente, pode criar coisas grandes e luxuosas, até coisas com mentes, a partir de processos individualmente estúpidos, impensados e simples. Simplesmente uma grande quantidade de pequenos fenômenos ocorrendo ao longo de bilhões de anos pode criar não apenas ordem, mas desígnio, e não apenas desígnio, mas mentes, olhos e cérebros (entrevista a Alan Alda em Scientific American Frontiers, transcrição online em www.bps.org/saf/1103/features/dennett.htm. Dennett insiste em que não existem alma nem espírito associados ao cérebro humano, nem qualquer elemento sobrenatural, nem vida após a morte. O foco de sua carreira foi a explicação de que “sentido, função e propósito podem passar a existir num mundo intrinsecamente sem sentido e sem função”.

            O sociobiólogo Edward O. Wilson também fala na mesma direção, que o cérebro e suas glândulas satélites já foram esquadrinhados a ponto de não restar lugar algum que possa ser racionalmente concebido como refúgio de uma mente não física.

            O cientista cognitivo Steven Pinker reforça o coro, pergunta por que as pessoas acreditam que há implicações perigosas na ideia de que a mente é um produto do cérebro, de que parte do cérebro é organizada pelo genoma, e de que o genoma foi moldado pela seleção natural?

            O crítico de cultura americana Tom Wolfe resumiu a questão num ensaio publicado em 1966: “Lamento, mas sua alma acabou de morrer”, esclarecendo a “visão neurocientífica da vida”. Ele escreveu sobre as novas técnicas de imagens que permitem aos neurocientistas ver o que ocorre no cérebro quando você tem um pensamento ou emoção. Ele diz assim: Uma vez que a consciência e o pensamento são inteiramente produtos físicos do cérebro e do sistema nervoso – e visto que o cérebro chegou totalmente impresso no nascimento -, o que o faz pensar que tem livre-arbítrio? De onde viria isso? Que “fantasma”, que “mente”, que “eu”, que “alma”, que qualquer outra coisa que não seja logo agarrada por essas desdenhosas aspas fará borbulhar o tronco encefálico para dá-lo a você? Eu soube que os neurocientistas teorizam que, de posse de computadores e sofisticação suficientes, será possível prever o curso da vida de qualquer ser humano momento a momento, incluindo o fato de que o pobre diabo estava prestes a balançar a cabeça em descrédito diante da ideia em si.

            Apesar de todas essas considerações de alto crédito acadêmico, fica uma pergunta que não quer calar: Se o materialismo é verdadeiro, por que a maioria das pessoas não acredita nele?

            Temos entre nós uma personalidade desbravadora desse novíssimo mundo, Allan Kardec. Ele entrevistou diversas inteligências da pátria espiritual, do novíssimo mundo e deixou registrado para nós antes de partir para lá, livros com a orientação filosófica, científica e religiosa, para que pudéssemos adquirir a cidadania nesse novíssimo mundo. As pesquisas foram realizadas e o mundo espiritual foi entendido como mais um aspecto da natureza, que acreditemos ou não. Nada existe de sobrenatural, apenas ignorância de quem ainda não encontrou ou não quer encontrar a forma certa de estudar a dimensão espiritual. Jamais a encontrará sob um microscópio ou no corte do bisturi. Assim como os micróbios pululam ao nosso redor sem que os nossos cinco sentidos consigam os captar, assim é o mundo espiritual que convive vibracionalmente ao nosso lado.

            Também sou um neurocientista, fiz medicina, psiquiatria e doutorado em psicofarmacologia. Mas não perco meu tempo como alguns dos meus colegas, de procurar a alma ou o espírito nos recôncavos do cérebro, na fisiologia dos neurônios ou na química dos neurotransmissores. Compreendo que tudo isso é a maquinaria biológica, submetida as leis da evolução material, lei essa que pode até levar trilhões de anos para formar um olho na tentativa e erro, mas que a essência da consciência viva não está originada aí. Deixemos o mundo material com suas formas efêmeras e vamos em direção ao mundo espiritual procurar entendê-lo com mais precisão através de inteligências como as nossas que estão por lá e que se interessam por esse intercâmbio. Assim poderemos esclarecer como é que a alma ou espírito utiliza esses recursos biológicos para se expressar no seu livre arbítrio através da mente e escapar da condição de robô

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em 20/07/2013 às 00h53
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