Marinho Chagas, o atleta que foi considerado o melhor lateral esquerdo da Copa do Mundo ocorrida em 1974, partiu para o mundo espiritual ontem, dia 01-06-14.
Marinho morava na Praia do Meio, no mesmo condomínio que moro. Antes nós tínhamos um relacionamento à distância, ele algumas vezes como paciente a me procurar e eu a atendê-lo como médico. Logo nos distanciávamos e o relacionamento passava a ser apenas de um simplesmente “oi” quando nos encontrávamos, na beira da praia, pelos quiosques, ou nas áreas comuns do condomínio.
Foi com a criação do Projeto “Foco de Luz”, uma inspiração de Deus para formar um modelo de Associação para a comunidade e que foi iniciado pela Praia do Meio, que tive oportunidade de me aproximar de Marinho e por força da influência divina nos tornar realmente amigos, como amigos todos se consideram, quem participa desse Projeto e agora, da nova Associação de Moradores e Amigos da Praia do Meio (AMA Praia do Meio).
Na última quinta feira organizamos uma palestra na Escola Estadual Olda Marinho com pais e alunos daquela escola para falar sobre “Futebol, Drogas e Prevenção”. Eu participei da palestra como médico e organizador, mas Marinho era a figura central. Ele chegou de calção e com a camisa que usara nos jogos da Seleção Brasileira de 1974. Justificou os trajes, pois acabara de chegar de uma promoção de figurinhas da Copa do Mundo, mas que a camisa que ele vestia iria ser doada para algum membro da reunião. Falou sobre a sua vida, sua trajetória profissional, desde criança até o estrelato mundial. Falou também como foi o início do mal que o atacou na forma do álcool, e que corrompeu a sua mente causando a dependência.
Eu estava ao seu lado enquanto ele falava tudo isso. Sentia que a emoção subia a sua mente e era preciso que eu desse um “toque” em alguns momentos para que ele deixasse falar alguém da plateia que levantava a mão e queria se manifestar.
Eu era o palestrante junto com ele, mas eu sentia que aquela palestra era mais dele do que minha. Eu estava ali ao seu lado apenas como um colaborador, um amigo, para ajudar na melhor expressão do seu pensamento.
Foi um belo momento, todos riam com suas piadas feitas sobre si mesmo, de sua ingenuidade na vida e sabedoria, força e destreza nos campos de futebol. Aquele rosto que ria pra todos, mas com uma expressão de tristeza no fundo, marcou a minha alma. Fez foto com todos os pais e filhos que foram a reunião, abraçou os amigos fez gestos positivos de amizade, respeito e consideração. Era uma estrela de primeira grandeza da Copa do Mundo deste ano, em nosso país, em nossa cidade, em nossa comunidade.
Ao final da reunião fizemos uma grande roda com todos os presentes e com as mãos dadas para fazer a oração do Pai Nosso que sempre fazemos ao término de nossas reuniões. Foi a última vez que toquei na mão de Marinho.
Ao final da oração do Pai Nosso, ele fez questão de puxar também a oração da Ave Maria, com a sua preocupação de trocar o “Santa Maria, mãe de Deus” pelo “Santa Maria, mãe de Jesus”. Foi a última vez que ouvi a voz de Marinho.
Hoje, talvez ninguém que passe por cá perceba, mas a Praia do Meio amanheceu com a sua maré mais alta, a brisa mais fria, o sol menos brilhante... As lágrimas de seus moradores, a distância do amigo que se foi com o seu calor, e a tristeza que ficou como nuvem cinzenta, fazem essa diferença.
Adeus, Marinho Chagas...
Agora, para nós, resta a saudade, e a saudade é o Amor que fica!
No tempo do apogeu romano foi incentivado a figura do Gladiador, aquele que era preparado para entrar na arena, no circo romano e enfrentar uma fera ou outro gladiador até a morte. Era um espetáculo grosseiro de sangue e fúria, onde não havia espaço para o Amor, a compaixão.
Com a vinda do Cristo, justamente naquele espaço político dos romanos, suas lições sobre o Amor e sobre o Reino de Deus, que pairava muito acima dessas paixões bestiais, conseguiam tocar o coração dos mais sensíveis e juntos tentar a transformação dos mais endurecidos.
As lições do Cristo eram tão fortes e se mostraram tão verdadeiras, que superaram a sua morte física, dobrou o comportamento dos romanos que passaram a aceitar o pensamento cristão como sua nova religião. Dessa forma o espaço para os gladiadores bestiais ia cada vez mais se reduzindo, apesar do Amor não penetrar com limpidez no coração humano.
Hoje não observamos mais esse tipo de gladiador em nenhuma das arenas humanas pelo mundo civilizado, que promovam uma luta sem regras até a morte de um dos componentes.
Porém surge um novo tipo de duelo que não necessita de uma arena física. Esse duelo se dá no palco dos corações entre os pensamentos de solidariedade cristã x predadorismo animal. Esses dois tipos de pensamentos justificam e motivam os comportamentos subordinados. O primeiro tem por base o Amor Incondicional ensinado pelo Cristo e explicado por Paulo; o segundo tem por base o Egoísmo Antiético, que é gerado por nossos instintos animais que não foram domesticados ou limitados.
Existem assim um verdadeiro combate quando duas pessoas que pensam dessa forma diferente se encontram em algum tipo de espaço físico e passam a trocar as ideias que vêm de seus corações com uma plateia a lhes observar.
Foi isso que aconteceu no dia 30-04-14, no estudo que faço toda sexta feira no Centro Espírita Cruzada dos Militares. A minha companheira E. como ação introdutória as atividades da noite, leu um trecho do Evangelho segundo o Espiritismo com o título “O Homem de Bem”. Não foi possível nem entrar nos momentos seguintes do estudo, nem foi feito a prece inicial que sempre fazemos. Logo O., um dos integrantes da reunião, tomou a palavra e passou a discorrer com toda a clareza o seu comportamento que se contrapunha aquele do Homem de Bem. Falou que foi convidado por algumas pessoas, entre elas um policial reformando, para fazer um assalto. Roubaram o carro de uma empresa e dirigiram para outro Estado, para vender o produto do roubo e no caminho fizeram outros roubos, queimaram carro, assaltaram pessoas na estrada, ameaçaram de morte. Todo esse relato era feito de forma eletrizante onde eu observava que todos olhavam para ele como se estivessem hipnotizados, inclusive um policial que participava da reunião. Eram feitas perguntas para se entender melhor como foi a realização daqueles atos, se solidarizavam com o expositor quando ele falava de algumas falhas dos seus companheiros de aventura.
Perguntei ao final se ele achava aquilo correto, se ele faria tudo outra vez se tivesse oportunidade. Sim, ele achava correto e faria tudo outra vez da mesma maneira e corrigiria os erros que havia cometido, para a ação ser mais eficaz.
Percebi que frente aquela plateia ele era o gladiador mais admirado, mesmo com o componente antiético de suas ações. Eu fazia as pontuações tentando ressaltar o comportamento ético, a moral cristã em nossas ações. Que deveríamos fazer ao próximo o que desejássemos para nós, como uma regra de ouro. Ele ouvia esses argumentos sem o mínimo interesse em aproveitá-los na sua forma de pensar. Cheguei a perguntar então a ele qual o motivo que ele tinha de vir para a reunião sabendo que o tema que iríamos abordar ele não tinha o mínimo interesse em praticar, em reconhecer os seus erros. Ele simplesmente respondeu que vinha porque gostava, saia sozinho do hospital e aproveitava os momentos de liberdade que tinha nesse momento, inclusive de ser tratado com carinho, respeito e amor, como é assim que deve ser o tratamento dado pelos cristãos, a quem quer que seja.
Ao final da reunião eu senti que nesse embate de gladiadores eu perdi a atenção dos expectadores. Mesmo que eu tivesse ao meu lado a ética e a moral cristã, meu adversário colocou a sua experiência de vida com todos os perigos decorrentes, em busca de um objetivo glamoroso que em nome da força bruta tripudia o mais fraco.
Fiquei com o Evangelho na mão, com o ensinamento do Cristo e a palavra de Deus, mas a minha plateia estava atenta ao treisoitão na cintura, ao carro roubado, aos montes de dinheiro, ao próximo amarrado, amordaçado e ameaçado, as farras dos colegas do crime...
Fui para casa com o gosto da derrota na alma. Não consegui usar as armas do bem com tanta destreza como foi usado as armas do mal. É assim que eu irei para as comunidades enfrentar esses novos gladiadores. Eu sou apenas uma ovelha levando na mente as lições do nosso Pastor. Irei para o meio das ovelhas acuadas, que são frequentemente transformadas em lobos. Necessito urgentemente do auxílio do Pai. Não tenho o carisma que o meu Mestre possuía, apesar da vontade que tenho semelhante a dEle de fazer a vontade do Pai.
Justamente hoje, dia que Maria visitou Isabel, um momento importante para a nossa atual vida espiritual, faço o relato de ontem quando recebi a visita de G., a garota que fez no passado eu mudar radicalmente o meu paradigma de vida, de manter um casamento com base no Amor Romântico, para um casamento com base no Amor Incondicional, com a inclusão dos amantes que assim se decidirem.
Foi ela que me tentava com seu corpo sensual, com seu decote generoso. Foi ela que lentamente foi quebrando minhas barreiras preconceituosas, inclusive o machismo, pois eu não me permitiria sair com uma pessoa sem dar o mesmo direito a minha esposa.
Ela chegou no Hospital quando eu estava atendendo os pacientes internados. A minha atendente avisou que tinha uma senhora que queria falar comigo. Jamais eu pensava que era ela, afinal fazem cerca de 30 anos que não nos encontrávamos. Quando ela entrou na sala eu achei que era alguém conhecido, achei familiar aqueles lábios, os olhos, o modo de falar... mas foi quando eu vi um encaminhamento que ela me entregou com o nome dela, que veio a minha mente a sua imagem do passado se casando com aquela atual. O tempo foi carrasco com ela. Já não tinha aquele vigor do passado, aquele toque forte de sensualidade. As rugas tomavam conta do seu rosto, os seios mesmo ainda volumosos estavam bem protegidos, contrário ao que acontecia antes.
Li o documento, era um encaminhamento para a psiquiatria, e ela explicava que o recebera pois sofreu um AVC e resolveu me procurar. Eu expliquei que não podia lhe atender, pois ali no Hospital eu só atendia aos pacientes internados, não havia como eu fazer atendimento ambulatorial ali.
Mas eu não podia entregar simplesmente aquele encaminhamento de volta e dizer para ela procurar um psiquiatra na rede pública, pois eu sabia que isso era muito difícil a longo prazo e assim de imediato para atender a sua urgência, era quase impossível. Entreguei o documento a ela e disse que se ela quisesse ir para a Casa de Saúde Natal, poderia ir que eu logo que terminasse o atendimento, por volta do meio dia, iria atender os pacientes do consultório lá, e eu poderia lhe atender antes que chegasse o pessoal marcado. Ela concordou e se dirigiu para lá.
Quando cheguei no consultório encontrei-a me esperando na recepção. Pedi para ela me acompanhar e entramos juntos no consultório. Peguei a história atual dela, que se envolveu com uma pessoa e passou a usar drogas. Conseguiu se livrar das drogas e do companheiro, mas sofreu um AVC e ficou com sintomas psiquiátricos e por esse motivo foi encaminhada para mim. Disse que morava sozinha e que uma filha mora perto dela, que monitoriza a sua vida. Disse que deixou de trabalhar e que não conseguiu se aposentar, pois deixou de pagar algumas contribuições. Fiz as devidas pontuações na sua história, nos seus sintomas... Fiz a receita da medicação e lhe dei as amostras grátis correspondentes. Dei também um atestado de sua condição clínica para que ela procurasse o INSS mais uma vez, pois realmente ela não tinha condições de trabalhar e não tinha nenhum rendimento. Não resgatamos nenhuma memória do envolvimento no passado. Ela fez apenas uma observação, de que eu ficara mais bonito com o envelhecimento. Eu comentei que ela fizera mal ao se envolver com drogas.
Ao final do encontro sai de trás do birô e fui ao seu encontro lhe dar um abraço, demorado. Senti a emoção chegar aos nossos corações, mas agora não tinha o apelo erótico de antes. Pude confirmar com isso que as ações eróticas têm dentro de si as sementes do Amor que nunca se destroem pelo tempo, a qualquer momento elas podem eclodir e o perfume do Amor surgir, mesmo que não exista nenhuma motivação sexual.
Nos despedimos e deixei a abertura para ela me procurar sempre que precisasse. Pelo menos a cada mês devido o acompanhamento da medicação e as exigências do INSS. Fiquei a pensar que, naquele tempo que nós namorávamos, que ela foi o pivô de toda transformação comportamental que sofri; que ela terminou sendo a responsável pelos meus filhos mais jovens, E. e A., pois se não fosse ela eu não teria quebrado a estrutura fechada do meu casamento e não teria entrado numa relação aberta, primeiro passo para eu reconhecer e assumir minha missão frente ao Pai, a criação de uma família ampliada. E mesmo ela não sabendo dessas argumentações da minha mente, a minha consciência a considera como mais um membro da minha família ampliada. Foi mais um instrumento que Deus usou, talvez o primeiro, para eu chegar onde estou.
O passado me visitou e encontrou o meu coração íntegro, justo com quem eu namorei, que eu amei, que eu transei... Não senti aversão pela pessoa envelhecida, ex-usuária de drogas e um tanto esquecida que estava ali na minha frente. A saudade que eu tenho daquele tempo não implica que eu queira agora repeti-lo. Mas ao sentir a saudade, desabrocha o Amor que está como semente no meu coração.
Assim eu posso concluir com bastante segurança:
O passado se conciliou com o presente.
O presente se fortalece na construção do futuro com integridade e coerência.
O Amor jamais te esquece.
Saudade é o Amor que fica.
Encontrei essa palavra em Joanna de Ângelis, “Em busca da Verdade”, logo no prefácio deste livro. Deotropismo é um neologismo (palavra não dicionarizada) que significa um “psicotropismo superior” inerente ao ser que o impele natural e inapelavelmente para Deus, assim como o heliotropismo mobiliza automaticamente o reino vegetal para a luz solar.
Aplicando esse conceito à minha vida, vejo que tem muita harmonia e coerência interna. Eu como plantinha frágil e ignorante nasci um dia com um tropismo natural para Deus, o Deotropismo. Fui matriculado em escola administrada por Padre, fui ser escoteiro no Grupo Guy de Larigaudi em Macau, sob a direção de um Padre, servia a Santa Missa, ajudava nas procissões da Igreja católica, tudo dentro de uma grande religiosidade onde eu me encaixava com naturalidade, sem críticas ou reflexões.
Foi somente na adolescência que veio à minha consciência a realidade daquilo que eu fazia e que não tinha comprovação, de acordo com os critérios da situação. Para piorar ainda mais a situação, eu passei a frequentar outros agrupamentos religiosos que negavam os avanços da ciência, a realidade que ela descortinava e que ia de encontro aos dogmas centrais da religião. Por uma questão lógica, de coerência, terminei por me afastar de qualquer religião como um devoto, passei a duvidar da existência de Deus.
Porém o Deotropismo forte que existe dentro de mim, sempre fazia o meu pensamento voltar a refletir sobre a existência do divino, e assim eu passei a ler toda literatura espiritual que caia em minhas mãos.
Foi com a leitura dos livros de Allan Kardec e de Ramatis que chegou à minha consciência uma compreensão melhor de Deus, da sua definição como a inteligência suprema do Universo, causa primária de todas as coisas. Portanto, tudo que existe no Cosmos seria o reflexo de sua realização, do que foi concebido antes, idealmente pelo Pensamento Divino ou Cósmico, pela inteligência suprema.
Essa compreensão da vida, da sua origem e progresso, preenchia com mais consistência as exigências do meu raciocínio lógico, melhor do que a interpretação materialista que faz a origem de tudo vir através de um Big-Bang misterioso que aconteceu em determinado tempo e que daí por diante por um processo de ensaio e erro, pelo deslocamento das partículas ao acaso chegamos à complexidade de um ser vivo.
A minha inteligência, talvez atuando em causa própria, dizia que essa origem da Natureza que se espalha na forma do Universo, tem por trás uma inteligência muito superior à minha. E como eu também sou uma das suas criaturas, portador de uma fagulha da sua inteligência, então fica explicado esse tropismo da minha consciência na busca de Deus, da minha inteligência-mãe.
Atualmente toda a minha inteligência está voltada para esse tropismo, quero caminhar à passos largos em direção à Deus. Reconheço Jesus Cristo como o meu irmão mais evoluído nessa compreensão e que veio até o mundo material nos ensinar o “caminho das pedras”, o caminho do Amor Incondicional para nos apossarmos da verdadeira vida e sabermos caminhar em direção ao Pai com mais segurança. Por isso é que Ele dizia em suas lições que era o “caminho, a verdade e a vida”.
Também fui à fonte do Pai, no profundo da minha consciência, e busquei o que Ele queria para mim. Achei a missão que Ele determinou, de criar a família ampliada deslocando o amor romântico para surgir nas relações afetivas por mais íntimas que elas se apresentassem, o Amor Incondicional. Dessa forma o Amor Incondicional passa a ser o principal paradigma de minha vida, que se reflete nas relações pessoais, afetivas, até o relacionamento com a comunidade em suas diversas formas de manifestação.
Sinto agora que o meu Deotropismo está a todo vapor, incluindo todos os meus relacionamentos, profissional, familiar, político, religioso, até no íntimo onde ainda existe com força o amor romântico associado aos diversos instintos de sobrevivência animal que se associam a ele na base do egoísmo. Essa é a grande luta do meu Self com o meu Eu, com o Ego. O Self ligado à evolução do meu espírito e o Ego ligado a evolução, reprodução e perpetuação do meu corpo físico através dos filhos. É a sombra, no dizer de Jung, que permanece dentro de mim e que eu não posso simplesmente jogar fora. Ela foi criada por Deus junto ao meu corpo para me servir. Apesar dela estar associada ao meu corpo e não ao meu espírito, eu devo ter por ela a mesma consideração que tenho pelo corpo, só não posso aceitar que seja ela quem determine o que eu tenha de fazer, pois se assim for eu desvio do meu caminho para o Pai, perco o meu Deotropismo.
Hoje promovemos mais uma atividade do Projeto Foco de Luz com a participação das seguintes pessoas da comunidade: Marinho Chagas, Anilton, Francisco Canindé, Nivaldo, Stela, Nazareno, Davi, Elita, Oscar, Paulo Góis, Paulo Henrique, Cíntia, Kleber, Edinólia, Ana Paula, Lygia, Ezequiel, Nazareno, Luzia, Leda, Rogério, Damares, Lucas, Gabriel, Angélica e Francisco Rodrigues; e os seguintes pais de alunos: Marília, Leandro, Francisco de Assis, Rosilma, Luiza e Cláudia.
Esta atividade estava planejada para ser uma palestra intitulada “Futebol, drogas e prevenção”, feita por Marinho Chagas e Francisco Rodrigues. Inicialmente foi ressaltado o objetivo do Projeto no combate à violência, sendo usado a solidariedade cristã como ferramenta básica do trabalho. Foi chamada a atenção sobre a frase de três personalidades da história para nossa reflexão.
O primeiro foi Albert Camus, que disse: “Compreendi que não bastava denunciar a injustiça. Era preciso dar a vida para combatê-la.” Mostrei que não era preciso ser um mártir, ser preso, ser indiferente. O que nós estávamos fazendo ali naquele momento uma parcela de vida que era dedicado à comunidade.
O segundo critério foi a partida da frase de Cícero, político romano: “A amizade melhora a felicidade e abate o tormento, duplicando a nossa alegria e dividindo nosso pesar.” É isso que estamos fazendo na comunidade, doando a nossa vida e fazendo amizades.
Finalmente, a mensagem do espírito mais perfeito que chegou até nós: Jesus de Nazaré. Ele dizia que: “Se teu próximo não pode alçar-se ao plano espiritual em que te encontras, podes ir ao encontro dEle, para bom serviço da fraternidade e da iluminação, sem aparatos que lhe ofendam a inferioridade.” Esta mensagem aponta para as atividades que iremos fazer logo em seguida na comunidade.
Durante minha palestra falei da evolução de Marinho e de sua luta com a dependência. Falei também da necessidade dos pais assumirem a parcela mais importante dos seus filhos. Considerar a escola como importante na educação, mas não ser displicente na educação dos seus filhos.
Marinho colocou um pouco da sua história e de como se envolveu com as bebidas alcoólicas. Chamou a atenção de todos para não usar o álcool de forma abusiva, pois no começo tudo é fácil e prazeroso, mas a droga vai corroendo lentamente toda a sua vida, material e espiritual.
Ao final uma das mães fala que tem dificuldades de ir trabalhar, pois não quer deixar os seus dois filhos menores, pois eles podem se envolver com o uso do álcool, já que dentro de sua casa existe duas pessoas alcoólicas. Ressaltei que esse caso mostrava a todos onde está a raiz do problema. O filho fica sozinho em casa devido o trabalho dos pais, uma presa fácil para o ataque do mal. Anotei o nome dela e deixei a possibilidade de fazer uma visita a sua residência para ver como podemos ajudar.
Ficamos todos em pé, de mãos dadas e em roda, para rezar o Pai Nosso, seguido da Ave-Maria. Lembramos que a próxima reunião será feita na Rua do Motor na Casa de Rogério.