Neruda, o poeta, pensava assim: “É proibido ter saudade de alguém sem se alegrar.” Depois que tive conhecimento dessa frase, fiquei mais satisfeito com o sentimento da Saudade. Sempre que eu sentia a Saudade era como se eu ficasse perdido com o meu estado de espírito. Sentia que a Saudade estava relacionada com os bons momentos que eu havia vivido com aquela pessoa, isso era uma coisa alegre. No entanto a pessoa não estava naquele momento comigo, e isso era uma coisa triste.
Então eu fiz, a título de prática, a evocação das lembranças alegres de todas as pessoas que passaram por minha vida e ainda continuam passando. Senti a saudade de todas elas em função disso. Fiquei alegre por tantas experiências boas que estão devidamente guardadas em minha memória. Vi que a tristeza de não ter cada uma delas ao meu lado neste momento, era de certa forma irracional. Como eu iria trazer tantas pessoas para o meu lado? Algumas delas revoltadas comigo, sem querer nem ao menos me ver, quanto mais ficar ao meu lado, devido a forma diferente de pensarmos?
Assim, comecei a compreender as razões de Neruda, ao afirmar que é proibido ter Saudade de alguém sem se alegrar. Ele queria reforçar o sentimento de alegria que naturalmente segue as lembranças que justificam a Saudade. E, por outro lado, ele queria que não ficássemos sintonizados com o sentimento de tristeza que quer surgir quanto o desejo de ter a pessoa novamente ao nosso lado para criar novas situações agradáveis. Entendi que esse desejo era exclusivamente meu e que eu não poderia impor a ninguém o mesmo sentimento por mim, muito menos a obrigatoriedade dessa pessoa comparecer à minha presença para satisfazer o meu Ego, esquecendo que ela poderia ter outros interesses no momento que a impedissem de sentir Saudades por mim e muito menos comparecer ao meu lado.
Tem outra frase muito legal e que eu gosto muito de usar: Saudade é o amor que fica. Então quando eu me lembro de alguém sempre vem junto o sentimento de Amor. Independente de ter haver aprofundamento na relação afetiva que chegue até o nível da interação sexual. Claro que se isso acontece, a lembrança que tenho dessa pessoa vem carregada por uma intensidade maior de Amor. Isso é o que dá a característica benéfica à lembrança, que traz consigo a alegria. Mas esse Amor tem que ser com o A maiúsculo mesmo, o Amor Incondicional, pois se ele estiver contaminado pelo romantismo que estimula o Ego vai reforçar a tristeza da ausência e até exigir alguma forma de aproximação da pessoa, mesmo que seja na forma de um simples “alô”.
Agora, ajustei melhor o meu pensamento quanto ao sentimento da Saudade. Sei que agora devo alimentar sempre a alegria que ela me traz de alguém, pois a minha mente ficou povoada naquele momento pelo Amor que eu tive por aquela pessoa em diversas ocasiões, mesmo que em outras ocasiões houvesse também momentos negativos. Mas a minha capacidade de perdão retirou dessa lembrança negativa a carga emocional que ela provocou quando ocorreu o fato. Isso faz com que fiquem com maior destaque em minha memória os momentos positivos associados ao Amor que tive por aquela pessoa, no quanto de Amor eu transferi para ela, Amor sem cobranças, sem estar condicionado a nada. Mesmo que estejam também gravada em minha memória as lembranças negativas relacionadas a ela, como, por exemplo, ter sido expulso da casa em que morávamos de forma violenta, agressiva, intolerante, injusta. Mas eu procuro compreender os seus motivos equivocados de ter agido assim, procuro tolerar o seu modo de ser, a sua incapacidade de ver com imparcialidade todos os fatos para decidir onde estava o erro de conduta de quem quer que seja. Isso é o que me dá as condições de perdoar, por mais grave que eu sinta uma ação injusta sobre mim. E quando eu perdoo as lembranças ficam, mas os sentimentos negativos associados a ela eu deixo de sentir. Esta é a força saneadora do Perdão que deverei abordar no próximo texto. Considerar o Perdão como um detergente espiritual que eu posso usar para limpar minhas memórias das emoções negativas a elas associadas.
Concluindo essas reflexões sobre a Saudade, vou dizer que ela é importante, faz parte da minha qualidade de vida, pois sempre que eu tenho Saudade de alguém, estou proibido de deixar de sentir a alegria dos bons momentos que surgem com prioridade, em função da tristeza de não ter a pessoa novamente ao meu lado, como elemento secundário. Outra coisa importante que não posso esquecer, é que a Saudade está ligada às lembranças ocorridas no passado e não posso me viciar nesse prazer de sentir a alegria que ela me traz e esquecer o presente, onde eu posso agir e criar situações alegres e amorosas com as pessoas que Deus permite estar naquele momento ao meu lado. Este deve ser o meu maior foco, criar lembranças alegres e amorosas em minha mente no presente, para que no futuro sirvam apenas como uma espécie de aperitivo que eu tenha na degustação da vida que sempre segue em frente, obedecendo à lei da Evolução.
Essas são duas virtudes que Jesus nos ensinou a desenvolver. Mas tem algumas ocasiões que parece uma ir de encontro a outra. Aquele momento que eu estava determinado a falar com a governadora do meu Estado, se assim tivesse oportunidade, e deixar todos os meus empregos e compromissos financeiros para seguir algo determinado pela Fé, parece que é algo que vai de encontro, que é contra à Prudência.
Talvez ontem o Pai tenha aproveitado uma oportunidade de conflito social para me fazer refletir sobre esses dois aspectos, para que eu possa melhor balancear um e outro dentro do meu comportamento e também avaliar o contexto social como um todo.
Semana passada eu estava temendo deixar todo meu padrão de vida para me interiorizar pelas comunidades do Rio Grande do Norte, uma ocorrência mais difícil de acontecer, mas que não era impossível.
Ontem com a tomada da estrada pelos sem-terra, um fato real aconteceu: toda uma cidade ficou sitiada. Será que eu atendendo pela Fé poderia ir até lá por caminhos alternativos? Será que eu apresentaria o item da persistência para realizar esse ato de Fé? Mesmo que para isso tivesse que entrar por caminhos distantes e isolados, desconhecidos e sem nenhum socorro à disposição se algum acidente acontecesse? Será que a prudência falaria mais alto e evitaria correr tal risco por algo que poderia ser adiado?
O item Fé falou mais alto. Mas no caminho solitário eu avaliava que estava completamente nas mãos de Deus, não tinha nenhum plano B como alternativa, caso surgisse uma ocorrência negativa, algum tipo de acidente.
Sei que Deus que tudo sonda em nossas vidas, deve ter ficado satisfeito com o meu graus de Fé, naquilo que sinto como sintonizado com Sua vontade. Mas por outro lado sinto também que Ele ficou pouco satisfeito com o meu grau de prudência frente aos desafios da vida, da falta de raciocínio quanto alternativas que eu poderia ter encontrado sem necessariamente ter enfrentado a solidão das estradas.
A conclusão que fiquei é que tenho que valorizar mais a prudência em todos os atos ou planejamentos que eu possa realizar. Fico a pensar agora que tenho que exercer a Prudência neste trabalho que estou fazendo nas comunidades e que eu pretendo entrar em suas intimidades com o gesto de amor e amizade, para corrigir defeitos sociais que levem à violência e oferecer ajuda que for necessária dentro de nossas possibilidades.
Escrevi ontem sobre a hierarquia do Amor, da sua origem a partir de Deus e de sua doação a partir de uma cadeia de seres humanos através de seus espíritos, encarnados ou não, cuja alma mais próxima de Deus que esteve entre nós foi Jesus de Nazaré. Ele nos ensinou essa forma de Amor, da sua origem divina, e da maneira que nós podíamos perseverar nessa doação.
Mesmo que a pessoa nunca tenha ouvido falar de Jesus Cristo para aprender o Amor da forma que Ele nos ensinou, mas o Pai jamais desamparará qualquer um dos seus filhos em qualquer lugar do planeta. Por exemplo, na Índia tivemos o esforço de iluminação da consciência promovida por Buda e cujo ensinamento focava na libertação do apego que era fonte de sofrimento. Buda mostrava assim que o Amor que era desenvolvido por toda a Natureza através dos seus ensinamentos tinha esse grande obstáculo, que era o desenvolvimento do apego, da tendência do ser humano ficar excessivamente “ligado” ao outro, fonte e/ou objeto do seu amor.
Então, como provar que eu amo todos os dias de minha vida, nos momentos de glória ou de lama? Acredito que seja cumprindo o principal ensinamento de Jesus quanto a lei do Amor: “Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a mim mesmo.” Já disse ontem que o meu próximo se reveste de tanto valor que supera até mesmo os desejos e vontades de pessoas de altíssimo valor emocional para mim, como a minha mãe por exemplo. Se minha mãe desenvolve apego por mim, como geralmente todas as mães desenvolvem, e sofre com a minha ausência, pois estou envolvido com alguma pessoa próxima a mim e estou cumprindo a Lei do Amor, então compreendo que esse sofrimento não é devido a incorreção do meu comportamento e sim do apego que foi desenvolvido por minha mãe dentro do Amor que não precisa desse artifício.
Ela poderia até ficar chateada comigo e dentro do seu sentimento de amor contaminado pelo apego, escrever para mim dizendo, ao procurar chamar minha atenção, pois sabe que eu procuro caminhar nas trilhas do Amor:
“O Amor é uma virtude de carinho, afeto, acompanhado de atitudes, e não diga que sente saudade, pegue o papel e escreva algo que pode me deixar feliz... Apenas um bom dia... Não deixe o exclusivismo se apossar de todo o sentimento, pois ele afasta das pessoas que o ama. Às vezes nem percebemos, mas quem este de fora ver, principalmente aquele que não dorme.”
Vejo assim que ela compreende bem o conceito de Amor, mas na sua superfície, como uma virtude de carinho, afeto, acompanhado de atitudes. Correto! Mas logo em seguida observamos a contaminação do apego que macula a limpidez do Amor. Repreende pela falta que sente de mim, pela ausência de um simples bom dia, de algo que eu pudesse escrever para lhe deixar feliz. Sim, eu poderia fazer assim, mas se fosse seguir a coerência desse comportamento, eu teria que fazer isso para todas as pessoas que o meu Amor de certa forma cativou e gerou o apego. Semelhante àquela raposa do livro “O Pequeno Príncipe” onde ela ficava ansiosa horas antes do esperado encontro com o seu amigo. Essa carga de apego que eu pudesse corresponder dentro do meu comportamento, por todas essas pessoas, terminaria por comprometer a qualidade do Amor que eu deveria ter pelo próximo, no encontro sagrado com ele. Claro que a saudade eu não vou deixar de sentir por nenhuma das pessoas pelas quais o meu Amor foi desenvolvido em algum lugar, em algum contexto, na condição do “próximo”. Sei que a saudade é o amor que existe, e isso não me incomoda.
Se a minha mãe no final de seu recado ainda tentasse se recompor pedindo para que eu “não fizesse nada para a agradar, apenas que eu vivesse o meu momento ou o que a consciência acha correto” eu iria entender que ela também possui dentro dela o Amor puro, incondicional, porém com a simples emissão desse recado, já mostra que ele está contaminado pelo apego.
Isso ainda tem uma implicação perigosa, pois influencia o meu Amor a ser contaminado pela marca da “obrigação”. No momento que eu tiver oportunidade de ficar mais uma vez próximo a minha mãe, vem a mente esse recado dela como uma espécie de “cobrança” e algo que deveria fluir com naturalidade, flui com o obstáculo dessa lembrança. Acredito que eu possa superar isso e me comportar naturalmente com ela dentro da lei Amor. O risco é ela pensar que eu estou com ela por obrigação, pois desejaria estar em outro lugar, com outra pessoa. Dessa forma o Amor que eu possa dar e o Amor que ela sente, terminam contaminados na sua consciência. Ela não vai poder receber a pureza do meu amor., nem conseguirá dar o seu com pureza. Existe a contaminação!
É a esse sentimento negativo que provoca essa contaminação dentro do coração que damos o nome de ciúme. Sentimento esse que deteriora a qualidade do Amor, tanto na emissão quanto na recepção. Enquanto ele existir jamais o Amor será experimentado em sua pureza! Jamais o Amor poderá ter sua característica mais sublime, a marca do Criador, a incondicionalidade!
Jesus disse que assim como o Pai o ama, Ele também nos ama, que deveremos perseverar no Amor, assim como ele, Jesus, guardou os mandamentos do Pai e persistiu em Seu Amor. Se guardarmos os Seus mandamentos, principalmente amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos, estamos sendo constantes no Amor dEle.
Dessa forma começo a entender a hierarquia do Amor, com essa informação das mais importantes que aparece nos Evangelhos, dada por Jesus aos discípulos: “Como o Pai me ama, assim também eu vos amo.” Ele ensina que o mesmo Amor que Ele tem por Seus discípulos, e a qualquer um de nós, é da mesma intensidade que o Amor do Pai por Ele, seu filho mais evoluído espiritualmente.
Assim eu entendo que o Amor que Jesus tem por seus discípulos e por nós também, é da mesma intensidade que o Amor que Deus tem por Ele.
Agora, devo avaliar o que fazer desse Amor desse amor que chega até mim através de Jesus, considerando tudo que Ele afirma: “Devemos permanecer nesse Amor, pois ele nos é dado por mim, mas provém de Deus.” Permanecer nesse Amor que provém de Deus significa seguir o ensinamento de Jesus, tanto no ensinar (evangelizar) quanto no praticar.
Permanecer no Amor de Cristo nos levará a viver uma vida plena, numa constante e perfeita doação de vida pelas criaturas, pelo nosso semelhante, que é o outro, que é o nosso próximo.
É importante entendermos isso! Que entendamos quem é o sujeito para quem se dirigirá o meu Amor que recebi do Pai através de Jesus. Ele já disse: é para o próximo a quem devemos amar como se fosse a nós mesmo.
Quem é esse próximo? Minha mãe, meu pai, meus irmãos, meus primos, meus amigos, meus colegas?... Pode até ser e é natural que na maioria das vezes seja, pois com essas pessoas temos um maior tempo de convivência, de proximidade. Vejamos como exemplo a mãe, que ficou conosco 9 meses no ventre, depois cerca de um ano de amamentação, de colo, e durante a vida quantos momentos de proximidade!
Mas o conceito é rigoroso e até parece redundante ter que explicar: o próximo é aquele que está mais próximo de nós. Se no momento tem alguém ao meu lado, independente da cor da pele, da religião, da cultura, da posição social, da conta bancária, do cargo político, qualquer que seja a diferença, não importa. Este é o meu próximo a quem devo amar como se fosse a mim mesmo.
Veremos assim que no seguimento do raciocínio, ao cumprir a lei do Amor, o meu Amor por essa pessoa passa a ser maior ou mais importante que o Amor que eu deva ter por qualquer outra pessoa que se encontre à distância, mesmo que seja a minha própria mãe! Eu não deverei fazer a essa pessoa o que não desejo para mim, mesmo que seja contrário o que pense minha mãe. Eu deverei fazer a essa pessoa o que gostaria que fizessem a mim, mesmo que não seja isso que deseje a minha mãe.
Porém, no momento que eu estou só e vejo o Amor que eu tive por aquele “estranho” naquele momento, comparado ao Amor que sempre tive por minha mãe, surge a imensa diferença. Aí eu posso avaliar o quanto tempo eu tive de proximidade com minha mãe como o meu próximo, comparado àquele único dia que eu amei aquele estranho.
Penso também avaliar a direção do Amor. Com minha mãe eu sempre fui o beneficiário da ação do Amor e com aquele estranho fui eu quem doou o Amor.
Tudo isso mostra de forma incontestável a grande diferença que existe entre o Amor a um estranho e o Amor à mãe. Mas isso não elimina a força da lei do Amor que o Cristo ensinou, de “Amar ao próximo como a mim mesmo”, até o ponto de desconsiderar os desejos da mãe se assim for necessário para o cumprimento da lei.
Finalmente, não esquecer que o preceito básico de Jesus é o Amor. Quem não observar isso não participa da comunhão com Ele, com o Pai a quem Ele representa.
O Amor de Deus, como ponto máximo dessa hierarquia, que se manifestou através de Jesus no Amor para com todos os homens, e o nosso Amor, o ponto mais baixo dessa hierarquia, não perde a sua qualidade se devidamente sintonizado com o Amor de Jesus a se manifestar no Amor aos nossos semelhantes que chegam a nós na forma do próximo.
Ontem experimentei a sensação que estava sendo testado por Deus. Há 1 semana tive um sonho que eu encontrava com a governadora e que ela aprovava o plano de implantar o Projeto Foco de Luz em todas as comunidades do Rio Grande do Norte da mesma forma que está sendo implantada na comunidade da Praia do Meio.
Eu aceitava o convite e para isso deixaria meus empregos na UFRN, Hospital João Machado, o consultório, Caicó e Perícias. Ficaria à disposição do Governo e me deslocaria por todo o Estado. Meus relacionamentos, amigos, parentes, colegas, todos seriam colocados em segundo plano em função desse Projeto.
Acordei preocupado com esse sonho, pois entendi que era um caminho que o Senhor estava sugerindo para eu cumprir, que estava indicando e que eu deveria implementar. Fiz um texto, uma espécie de carta de intenções baseada no sonho para entregar a governadora, se eu tivesse essa oportunidade.
Havia um evento que aconteceria no domingo e eu teria toda a semana para encontrar a governadora em particular e apresentar o Projeto a ela. Procurei ler nos jornais a sua agenda para ver onde esse encontro seria possível, onde eu podia pedir um momento em particular com ela. Mas isso não aconteceu durante a semana toda. Isso me deixou de certa forma aliviado, pois se o sonho tivesse sido uma indicação de Deus, Ele teria colocado para mim as circunstâncias apropriadas.para o encontro ser realizado e eu entregar o texto que havia preparado.
Na semana seguinte quando eu menos esperava, tive notícias que a governadora iria visitar o Hospital João Machado, onde eu trabalho, onde surgiu o movimento que terminou na comunidade da Praia do Meio.
Novamente veio à minha consciência que isso era obra de Deus, agora era que Ele estava criando as condições para eu encontrar a governadora. Não podia me omitir.
Liguei para a minha colega que é diretora do Hospital e disse que não ia acompanhar a visita da governadora porque estava no consultório nesse horário. No entanto, esclareci para ela, eu tenho uma demanda de caráter espiritual com a governadora e se ela conseguisse um espaço onde eu pudesse falar cinco minutos em particular com ela, eu deixaria o consultório e iria até lá.
Minha colega foi muito atenciosa, disse que iria lembrar desse meu pedido, mas pedia desculpa antecipadamente por achar que não seria possível, pois ela deveria passar com rapidez pelo Hospital.
Agradeci a sua atenção e disse que não se preocupasse, que fizesse o que fosse possível e o que seu coração pedisse, pois eu estava na mesma situação. Eu estava fazendo esse pedido, pois o meu coração estava pedindo, mas forçando o meu Ego, sabendo que para os olhos de terceiros eu fazia um pedido muito estranho para um médico, para um doutor, terminaria por pagar um mico.
Fiz tudo isso e fiquei na expectativa dela ligar para mim chamando para falar com a governadora. Felizmente para o meu Ego, ela não chamou e eu pude respirar aliviado.
Mas depois do susto do ocorrido eu fiquei a refletir que certamente em tudo isso tem a mão de Deus. Agora, será que Ele queria me testar? Será que Ele queria saber se eu ficaria a postos para cumprir a sua vontade, mesmo tendo como implicação destruir toda a minha vida material da forma que eu a construí até o momento? Se foi isso, acho que eu passei no teste, pois fiz o que poderia ter feito quanto ao convite, e fiquei a postos para atender o chamado para a conversa e sei que estaria pronto para cumprir todas as consequências dessa decisão.
Agora, também penso de outro modo... Talvez não tenha sido somente eu o testado, talvez Ele tenha intuído no coração de cada um dos participantes desse evento alguma coisa no sentido de realizar esse encontro, mas que não foi atendido por nenhum deles. Será que foi assim mesmo? Será que todos foram testados e só quem passou foi eu? Não posso chegar a essa conclusão, isso é assunto somente de Deus com cada um deles, com quem ouve os seus conselhos e procuram colocar em prática.
Devo ficar aqui apenas com minha conclusão pessoal: tenho minha consciência tranquila por ter feito o que me competia e ter ficado a postos para assumir as consequências das decisões em favor da vontade do Pai, mesmo contrariando a minha vontade.