Antes de forma-lo no ventre eu o escolhi; antes de você nascer, eu o separei e o designei profeta às nações (Jr 1.5)
É interessante comparar os chamados de Deus para Isaías e Jeremias. Ambos foram “enviados”. Para Isaías, Deus perguntou: “A quem enviarei?” (Is 6.8). Para Jeremias, Ele disse: “A todos a quem Eu enviar, você irá” (Jr 1.7). Mas há uma diferença. No caso de Isaías, ao menos depois que seus lábios foram purificados, ele prontamente se dispôs ao serviço, dizendo: “Eis-me aqui, envia-me a mim (Is 6.8). Jeremias, porém, foi relutante (como Moisés) por conta de sua juventude e inexperiência. “Ah, soberano Senhor”, ele protestou, “eu não sei falar, pois ainda sou muito jovem (Jr 1.6).
Mas, como entender esse chamado de Deus para mim, já que sou idoso, covarde, preguiçoso, cheio de desejos da carne que não consigo conter? Isaías e Jeremias tiveram uma percepção objetiva do chamado, uma voz em suas consciências. Eu não tenho essa voz, apenas a imaginação que pode estar contaminada de arrogância, prepotência, orgulho e vaidade, levando a minha consciência entender que estou falando constantemente com o Pai, que reconheço existir e que quero fazer Sua vontade. É um caso de “chamado” muito mais sério que aquele que experimentou Isaías e Jeremias. Delírio?
Jeremias tinha como argumento para a sua relutância a pouca idade. Qual o argumento que posso usar como forma de não aceitar? A minha muita idade? A minha fraca inteligência? No caso de Jeremias, Jesus elogiou a humildade de uma criança, enquanto Deus repreendia Jeremias por declarar-se irresponsável como uma criança.
Certamente Jesus está me defendendo por eu ser cheio de erros e vícios, mas que os estou reconhecendo como impedimentos a uma responsabilidade tão nobre. Porém, Deus pode estar me repreendendo, por sondar o meu coração, ver o meu potencial e que eu não assumo a Sua vontade como sempre estou a afirmar. Sou hipócrita?
Outro ponto em comum entre os chamados de Isaías e Jeremias é que ambos sabiam de suas inadequações; nos lábios (Isaías) e na boca (Jeremias). Isaías estava consciente de que seus lábios eram impuros e Jeremias de que não sabia falar. Assim, antes de assumir o ofício profético, os lábios de Isaías foram purificados por uma graça e a boca de Jeremias foi tocada por uma mão divina, simbolizando que Deus estava colocando suas palavras na boca de Jeremias. Como, então, o Pai irá me capacitar como fez a Isaías e Jeremias? Mais uma vez recorro a imaginação como a forma moderna dEle se comunicar comigo. Este texto que agora estou escrevendo inspirado no livro que “Ele me enviou”, é uma prova de Sua graça para comigo. Ele perdoa todos os meus pecados, tira esse peso da minha consciência e me deixa livre para que eu não volte a pecar e use os talentos que Ele me deu, que já desenvolvi muitos deles, e que faça o que minha consciência (onde está a lei de Deus) aponta como Sua vontade.
Finalmente, devo reconhecer o trabalho de meus colegas. Jeremias foi informado que sua mensagem seria tanta negativa (arrancar, arruinar e destruir) como positiva (edificar e plantar), e isso foi apresentado em das visões. Na primeira Jeremias viu “o ramo de uma amendoeira” (1.11). A palavra hebraica para amêndoa se assemelha a vigiar e também significa a promessa de Deus: “Estou vigiando para que a minha palavra se cumpra” (v. 12). Na segunda, Jeremias viu “uma panela fervendo”, inclinada do Norte para cá (v. 13), ou seja, um exército invasor, provavelmente os citas (povo guerreiro que entre o quinto e o segundo séculos antes de Cristo habitou a Cita, região próxima ao mar Negro e ao mar Cáspio).
Interessante, também, citar aqui, que a página danificada que originou este texto tem o número 393, justamente os números que associo à minha trajetória.
Entendendo o nome de Deus da forma que Ele falou com Moisés, no Monte Sinai, quando disse “Sou o que Sou”, entendendo Ele como o Criador de tudo que existe, portanto meu Pai, posso me identifica de acordo com essa linguagem, assim: “Sou de quem É”.
Foi assim que identifiquei no espaço reservado do livro que acabei de receber, A Bíblia Toda o Ano Todo, do pastor John Stott: “De Sou o que Sou” para “Sou de quem É”. Abaixo coloquei a seguinte justificativa:
Este livro tem um simbolismo todo especial, a partir da minha atual narrativa, a que sempre estou ajustando de acordo com as informações que me chegam, e que, obedecendo à minha lógica interna, vou aperfeiçoando a cada dia. Então o meu Pai divino, identificado a Moisés com o nome “Sou o que Sou”, e como Ele criou todo o Universo, inclusive a mim, posso me identificar como “Sou de quem É”, me deu este presente, do meu Pai ao Seu filho, mostrando o seu interesse na minha educação. Ainda mais, no ato da abertura do livro, que fiz com uma faca rompendo o plástico que o protegia, foi rasgada uma página no meio do livro por onde passou a faca com ponta deformada, o que causou o estrago. Isso foi uma sinalização para mim de que era mais uma informação do Pai para mim, que eu deveria ir logo aquela página e fazer reflexão sobre o conteúdo que ela traz. Assino em 08-10-24.
Quem é John Stott, o autor do livro? É um pastor conhecido no mundo inteiro como teólogo, escritor e evangelista. Foi pastor emérito da All Souls Church, em Londres, e fundador do London Institute for Contemporary Christianity. Foi indicado pela revista Time como uma das cem personalidades mais influentes do mundo. Escreveu mais de 40 livros, entre os quais: Cristianismo Básico, Porque sou Cristão, O Discípulo Radical, Desafios da Liderança Cristã, a série O Cristão Contemporâneo, Cristianismo Equilibrado, As controvérsias de Jesus e também a série Lendo a Bíblia com John Stott, todos publicados pela Editora Ultimato.
Sobre ele escreveu o famoso pastor Billy Graham: “Não conheço ninguém que tenha sido mais feliz em apresentar a visão bíblica para tantas pessoas do que John Stott”.
Ainda assim, para alguns ler a Bíblia pode ser uma obrigação ou uma daquelas tarefas que todos os anos agendamos e não cumprimos. Para outros, a leitura bíblica é um prazer, alimento diário, consolo ou orientação.
Neste livro, A Bíblia Toda, O Ano Todo, somos guiados, ao longo do ano, dia a dia, por toda a narrativa bíblica. Uma obra que celebra o conteúdo bíblico e a fé cristã, bem como a confiança do povo de Deus no único Senhor da história.
Chega um tempo que ficamos preocupados com nossa idade... estou velho, que fiz até agora? Tantos jovens com mais vigor e disposição e eu aqui, limitado cada vez mais pelos desgastes do tempo, pela idade.
Lembro de Simão, o zelote, um dos mais idosos do apostolado de Cristo. Ele também ficava se sentindo humilhado com os sonhos de João, Tiago e Tadeu, jovens que planejavam ações maravilhosas, levando o Evangelho ao redor do mundo.
Simão, impressionado com essa perda de vigor juvenil devido a passagem do tempo, procurou o Mestre e falou dos seus receios.
O Mestre lhe disse com desvelado carinho – Simão, acaso podemos perguntar a idade do nosso Pai? A vida é como uma árvore grandiosa. A infância é a sua ramagem verdejante; a mocidade se constitui de suas flores perfumadas; a velhice é o fruto da experiência e da sabedoria. Há ramagens que morrem após sentirem os primeiros raios de sol e flores que caem. Assim somos nós, Simão, em face da grandeza espiritual. A vida é apenas uma hora de aprendizagem, e essa hora minúscula encerra tudo que há em nossa consciência. É por isso que vemos jovens que falam com muita experiência e velhos sem reflexão e sem esperança.
Simão, curioso, pergunta: então, Senhor, a velhice é a meta do espírito? – Não, Jesus responde, a velhice enferma e amargurada que se conhece na Terra, mas a da experiência que edifica amor e sabedoria. Aqui devemos reconhecer que o fruto perfeito passou pela frescura da ramagem e a beleza da flor, encerrando o conteúdo divino no mel e na semente do fruto. Achas que os moços poderão fazer alguma coisa sem os trabalhos dos que agora estão envelhecendo? Poderia a árvore viver sem a raiz; a alma sem Deus? Lembra-te de tua parte de esforço e não te preocupes com a obra que pertence ao Todo-Poderoso. Não esqueça que a nossa tarefa, para a dignidade perfeita de nossas almas, deve ser intransferível. Os jovens também serão velhos e seus cabelos brancos contarão profundas experiências. Não te magoes com a fala dos jovens da Terra. A flor, no mundo, pode ser o princípio do fruto, mas também pode enfeitar o cortejo das ilusões. Ame os jovens que revelam trabalho e reflexão, mas não deixes de sorrir para os levianos e inconstantes; são crianças que pedem cuidado, abelhas que ainda não sabem fazer o mel. Perdoa-lhes o entusiasmo sem rumo. Esclarece-os, Simão, não penses que outra pessoa pode fazer o trabalho que te compete. Um velho sem esperança em Deus é um irmão triste da noite, mas eu venho trazer ao mundo as claridades de um dia perene.
Simão se retirou satisfeito, como se tivesse recebido no coração uma energia nova. Voltando para casa, encontrou Tiago falando com alguns jovens e este o avistando fez uma pequena alusão a sua idade, para destacar o seu vigor no plantel dos apóstolos. Simão não se sentiu incomodado e logo que ficou a sós com Tiago lhe falou com brandura: Tiago, meu irmão, será que o Espírito tem idade? Se Deus contasse o tempo como nós, Ele não seria o mais velho? Não nos detenhamos na idade, esqueçamos as circunstâncias para lembrar somente dos fins sagrados de nossa vida que deve ser a edificação do Reino no íntimo das almas.
Tiago ouviu as observações ditas com fraternidade e isso não lhe feriu, nem de leve, o coração. Reconheceu a verdade do que foi dito e exclamou comovido: tens razão!
Naquela mesma tarde, quando o Mestre começou a ensinar a sabedoria do Reino de Deus à várias pessoas, Simão, o zelote, percebeu que havia duas crianças inconscientes que se afastavam do grupo em direção ao mar e que sua mãe estava absorta na reunião. Simão as acompanhou e com boa palavra sentou com elas em uma pedra. Terminada a reunião, as restituiu ao colo maternal em meio a alegria e reconhecimento pela prevenção que ele proporcionou. Ele sentiu que se as crianças tivessem se perdido naquele mar, o júbilo daquela tarde não seria completo. No âmago do seu Espírito havia uma alegria sincera, compreendeu com o Cristo o prazer de servir, a alegria de ser útil.
Naquela noite Simão teve um sonho glorioso. Com a consciência feliz, sonhou que se encontrava com o Messias no cume de um monte. Jesus o abraçou com carinho e lhe agradeceu o fraterno esclarecimento fornecido a Tiago e o terno cuidado com as crianças desconhecidas, pelo amor do Seu nome. Jesus, do alto da montanha mostrava-lhe o mundo inteiro: cidades, campos, rios e montanhas. Simão compreendeu que percebia paisagens do futuro por onde passava a família humana, todos fitando o Mestre com olhos agradecidos e refulgentes de amor. As crianças lhe chamavam “Amigo fiel”; os jovens “Verdade do Céu”; os velhos “Sagrada Esperança”.
Na manhã seguinte, antes de ir para o trabalho, Simão procurou o Mestre com imensa alegria e beijou-lhe a fímbria da túnica: - Mestre, agora Te compreendo!
Jesus contemplou-o com amor e respondeu: - Em verdade, Simão, ser moço ou velho, no mundo, não interessa!... Antes de tudo é preciso ser de Deus!...
Pode ser encontrada na internet uma aula do Mestre Lucas Centini com o título “A Verdadeira História da Maçonaria” que é importante registrar aqui para nossa reflexão. Vejamos a terceira parte.
Com o passar do tempo, os membros da Maçonaria ao concluírem suas formações e aprenderem o que tinham de aprender, eles saíram em direção ao mundo todo executando seus serviços e levando com eles não só o conhecimento profissional, mas também o conhecimento filosófico.
A partir daí a Maçonaria começa a contribuir para o desenvolvimento do mundo, porque tinha mestres que antes ficavam só na região da Grécia, do Egito, e agora esses mestres começam a permear o mundo e levam consigo todo esse conhecimento filosófico.
Esses membros que saíam pelo mundo, quando eles chegavam em uma nova cidade, eles fundavam uma guilda, que é o nome que se dá a uma espécie de associação, uma espécie de clã, que reúne pessoas do mesmo interesse.
Haviam guildas dos mais diversos segmentos de artífices, de pedreiros, de marceneiros, de várias áreas, e cada guilda era comandada por um mestre, que não era exatamente um grau, como é hoje na Maçonaria. Mestre era um posto, ou seja, o mestre era o dono da guilda, era ele quem conduzia não só a gestão da guilda, mas também quem passava as instruções, tanto no âmbito profissional quanto no âmbito filosófico.
Existiam os companheiros de ofício, que eram os artífices, os profissionais, cada qual em sua área, e existiam os aprendizes.
Dessa forma as guildas eram formadas pelos aprendizes que tinham de permanecer pelo menos três anos como aprendiz, para evoluir à companheiro. Existiam os companheiros de ofício e cada guilda tinha só um mestre, que era quem comandava.
O desenvolvimento da Maçonaria parece muito com o desenvolvimento do Cristianismo. Também existe na Maçonaria uma forte hierarquia a partir de um mestre e criam em vários locais os quartéis de convivência, as guildas, que no Cristianismo são chamadas de igrejas. Só que nas igrejas, desde o início, existia a preocupação de evangelização, de divulgar o pensamento e cooptar pessoas que aceitam as narrativas cristãs como verdade. Os maçons não tinham essa preocupação de conquistar adeptos dessa forma tão ampla. Os cristãos sim. Certamente a forma de fazer isso vai encontrar alguma distorção de uma para a outra apesar das fortes semelhanças de conteúdo.
Pode ser encontrada na internet uma aula do Mestre Lucas Centini com o título “A Verdadeira História da Maçonaria” que é importante registrar aqui para nossa reflexão. Vejamos a segunda parte.
A Maçonaria surgiu de fato por volta do ano de 300 aC quando um matemático, filósofo, membro da Biblioteca de Alexandria, chamado Euclides, que foi o pai da Geometria, criou uma escola que ensinava uma profissão e ao mesmo tempo transmitia o conhecimento filosófico, a filosofia iniciática esotérica.
Euclides era um membro da Biblioteca de Alexandria, era um iniciado, versado no sagrado dos mistérios e ao mesmo tempo que ele transmitia a profissão, que dava a construtoria, ele transmitia também ensinamentos filosóficos.
Estamos falando de um momento histórico onde o Império Romano estava em plena expansão, crescia mais do que a China cresceu na década passada. Havia, portanto, uma demanda muito alta de artífices de várias áreas. Era preciso pedreiros, marceneiros, escultores e todos eles precisavam dominar a geometria para conseguir desenvolver seus trabalhos.
Euclides comecou a ensinar a aplicação prática da geometria. Não era só teoria, mas como usar isso, manifestar isso no plano físico.
Junto com toda parte epistêmica do tema, ele ensinava a parte filosófica.
Este é um momento histórico em que a maioria das pessoas não sabia ler ou escrever. Era comum não saber ler ou escrever, e como vamos explicar conceitos profundos da filosofia para alguém que não sabe ler e escrever? Vai ser usado símbolos, da mesma forma que quando queremos mostrar a uma criança alguma lição, algum ensinamento, é usado um desenho. Quando a gente vai tratar principalmente das questões metafísicas, mesmo que sejam didaticamente passadas, são mais difíceis de serem interpretadas pelo ser humano, mesmo para aqueles que sabem ler e escrever. Até hoje se faz uso dos símbolos, também chamados de signos.
É por isso que na Maçonaria é usado os símbolos da construção civil, porque maçom quer dizer pedreiro, construtor, nas línguas indo-europeias.
O que os pedreiros conheciam, e os outros artífices, era o esquadro, o prumo, o nível, o compasso. Então, Euclides usa esses símbolos para expressar conceitos filosóficos ligados a eles, por exemplo: o esquadro é a ferramenta que o maçom usa para desempenhar a retidão moral; o compasso é a ferramenta que o maçom precisa aprender a dominar para criar limites éticos que consigam ponderar as suas ações na sociedade.
Todos esses símbolos são usados dessa forma, e uma questão interessante é que naquela época as pessoas não podiam viajar de uma cidade para outra. Eles precisavam de autorização dos reis para fazer isso, como se fosse um visto da época. Só que eram vistos de saída. Era preciso um visto para sair de onde se morava. Acontece que os maçons eram diferentes nesse aspecto. Eles tinham um passe livre. Como eles eram requisitados em várias partes do Império, eles tinham passe livre para o mundo todo.
Por isso em inglês, a palavra maçom é formation e daí nasce o que se chama Maçonaria, que em português não tem tradução, mas seria a pedreiraria, essa ordem formada pelos artífices.
Não existe dentro desta narrativa nenhum confronto com a ideologia cristã, tudo esta se desenvolvendo na base de um conhecimento técnico por alguém com uma boa expertise e que passou esse conhecimento para pessoas que eram necessárias para realizar as construções, de castelos, principalmente, que era uma demanda da época. Como essa pessoa tinha bons propósitos, quis passar para seus alunos além dos conhecimentos técnicos, conhecimentos abstratos com uma boa base moral. Até aqui, o movimento não apresenta nenhum confronto com o Cristianismo e mais ainda, este pensamento ainda não sendo anticristão, está bem alinhado com os ensinamentos de Cristo.