Minha amiga depois de ler os textos que coloquei no blog no mês de setembro, fez as seguintes considerações: “Parece, meu amigo, que toda leitura que voce faz dos livros sagrados, procura sempre dar a interpretação que voce deseja, que atende melhor aos seus desejos. Percebi também a sinceridade de suas palavras, nas suas crenças, mas você está deslocado. Acredito com firmeza que seu espírito é originário das culturas orientais e por algum motivo seu renascimento foi deslocado para a cultura ocidental. Então você tenta aplicar com toda a naturalidade um comportamento poligâmico que está estruturado em seu coração. Agora, não percebe o mal que está causando as mulheres com as quais se envolve e por isso vai ter que pagar.”
Ouvi tudo em silêncio. Sabia que ela estava sendo honesta naquilo que pensava, e que eu deveria refletir nas críticas que ela fazia.
Primeiro, será verdade que uso um filtro pessoal nas leituras dos livros divinos que costumo ler e que procuro seguir? Mas procuro aplicar nas minhas ações a principal lei que nos foi ensinada por Jesus, a Lei do Amor, do amar a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a mim mesmo. Esta é a minha bússola, os meus limites. Tudo que faço de tão diferente, jamais deixo violar essa Lei maior. Então, fazendo assim, não sigo os meus desejos e sim a vontade de Deus. a não ser que me seja indicada qual ação que eu promovo e que fere a Lei do Amor.
A segunda crítica é que faço mal às mulheres com quem me envolvo à nível sexual. Esta também é uma preocupação que eu tenho, então procuro ser muito cuidadoso nesses relacionamentos. Primeiro, jamais deixo que o sentimento de amor por mim seja aprofundado sem a pessoa saber quem sou, como penso, como sinto, como ajo. Quando essa verdade é conhecida e mesmo assim a mulher deseja o aprofundamento dos afetos, eu não a repudiarei se ela evoca também em meu coração sentimentos afetivos. Então caminhamos de mãos dadas, cada um sabendo que não existe a posse ou exclusividade de nossos afetos. Se isso causa dor quando ela sabe que também estou dando afeto a outra pessoa, isso já era previsto, essa dor já era esperada. Também não vejo nesse caso que esteja causando mal as minhas companheiras, pelo contrário, quando estamos juntos somos seres felizes que experimentamos o acelerar do relógio. E ficamos sempre vigilantes, apesar de tudo, para quando a dor e o sofrimento superar o prazer e a felicidade da relação, que sejamos fortes e coerentes para evitar o aprofundamento sexual e permanecer sempre com a amizade fraterna que teve uma base no amor profundo já experimentado.
A tolerância é um atributo consciencial importante no processo da evolução. Tenho consciência de que estou no mundo cercado de seres vivos e muitos deles com a capacidade cognitiva que eu possuo, alguns para mais, outros para menos. Todos estamos envolvidos no processo evolutivo onde a procura da verdade é o foco de todos. Porém o caminho que cada um escolhe em função das contingências da vida, nunca vai ser igual ao do outro. A verdade é percebida dentro de suas variadas nuances e muitas vezes fazemos interpretações equivocadas do mundo. Como dentro da ignorância eu não sei se estou caminhando num erro pensando que é o certo, da mesma forma irei encontrar outras pessoas com esse mesmo perfil. Devido a necessidade da formação de relacionamentos, essas características diversas de aprendizado logo vão entrar em conflito, principalmente quando dois que antes comungavam com as ideias, de repente encontra determinado posicionamento que não parece correto enquanto o outro pensa que sim. E isso é muito comum!
É nesse ponto que a tolerância mostra sua importância. Aprendi que devo tolerar o comportamento do outro que pensa estar certo e fica sempre em busca de ensinar a verdade que procurou e acredita que achou. Pois também eu tenho minhas verdades e não estou disposto a trocar pelo pensamento do outro que imagina estar certo. É assim que a tolerância previne o rompimento das relações e mantém a amizade nos diversos tipos de relacionamento.
Também sei que sou alvo da caridade de muitos, pois exercem a tolerância comigo, pois sei que também tenho esse comportamento de considerar algum aspecto da vida como verdadeiro e lutar com todo meu potencial intelectual para confirma junto ao outro essa pretensa verdade.
De todas as relações que praticamos, é a relação sexual a que mais tem o potencial de carrear a força do egoísmo. Posso até considerar ser a principal raiz egóica, um guarda-chuva que abriga tantos outros sentimentos: exclusivistas, individualistas, intolerantes, persecutórios...
O sexo é a ferramenta biológica usada para a reprodução dos corpos. Sabemos, implícita ou explicitamente, que o corpo biológico terá continuidade no tempo através da geração dos filhos. Existe toda uma engenharia biológica (instintos, pulsões, racionalizações) no sentido de sexo ser realizado, e como prêmio experimentamos o prazer do orgasmo. Tudo começa quando encontramos outra pessoa e despertamos o desejo do sexo, uma simpatia que pode chegar à paixão. Essa força afetiva está dirigida em última análise à geração do filho, a continuidade da vida biológica, da permanência do ego, mesmo que associado com outro gen. É a própria sobrevivência do ego que está em jogo. Meu sucesso reprodutivo garante a sobrevivência do meu ego no jogo da vida. Dentro deste paradigma materialista qualquer outra pessoa que interfira com essa ação, que possa gerar um filho dela em lugar do meu, para mim constitui um imenso prejuízo. Daí todos os sentimentos exclusivista que surgem nas relações afetivas.
Por outro lado, se desenvolvo o paradigma espiritual, agora o que mais importa não é a permanência do meu ego que está ligado à sobrevivência do corpo ao longo do tempo. É, sim, a evolução moral do meu espírito, com base no Amor Incondicional. Então, vou à busca de uma felicidade plena para mim e para meus semelhantes, o próximo, numa identidade com ele próxima do espelho, querer para ele o que desejo para mim. Continuo a ter os desejos sexuais, mas agora eles se adaptam ao amor inclusivo que é associado ao Amor Incondicional, e não mais ao amor exclusivo, romântico, que é associado ao egoísmo biológico.
Essa mudança do paradigma material, família nuclear, exclusivista, para o paradigma espiritual, família universal, inclusivista, é uma condição dramática em nossa cultura de prevalência material. O reconhecimento de que isso deve ser viabilizado, pois senão o Reino de Deus como ensinado por Jesus e demais avatares não poderá ser constituído, se torna a principal motivação para quem percebe a responsabilidade e passa a desejar que aconteça essa evolução. E o ponto crucial para testar esse amadurecimento, de mudança de paradigma, é saber ou até ver seu companheiro(a) de jornada trocar afetos, inclusive sexuais com outra pessoa e não desenvolver sentimentos negativos, pelo contrário. Reconhecemos que o afeto de outra pessoa por nossa companheira é legítimo, pois também é fundamentado no Amor Incondicional, e essa pessoa passa a ter o potencial de ser incluído no núcleo de nossa família a qual pode se ampliar até o ponto desejado da família universal.
Então, concluo o raciocínio de forma objetiva: o primeiro passo para a construção do Reino de Deus, não é fortalecer a família nuclear, exclusivista, geradora de toda forma de egoísmo; é criar e desenvolver a família ampliada, inclusivista, geradora de toda a fraternidade com o próximo, até mesmo cuidar dos gens dele em detrimento dos meus.
Como soldado engajado nas hostes do Cristo, compondo as forças do bem, passo a fazer comunicação diária com meus superiores hierárquicos espirituais através da prece noturna, procurando atingir a meia hora sugerida, e também a receber os comandos através de intuições que podem surgir a qualquer momento, por qualquer estímulo interno (sentimentos) ou externos (leitura) que os facilitem. Assim, acabo de receber uma instrução da máxima importância. Contribuir na organização dos trabalhos da Nova Ordem de Jesus com a utilização dos princípios e procedimentos dos grupos de mútua ajuda, cuja base é a experiência de Alcoólicos Anônimos.
A Nova Ordem de Jesus foi fundada em 22-02-1970, com CGC 42137331/0001-18, com Caixa Postal 6104 Ag. W3 N CEP 70749-970 – Brasília-DF. Na constituição da Nova Ordem de Jesus, na atualidade e encontrado no endereço www.novaordemdejesus.com.br, encontramos o seguinte: “Instituição Espiritualista, beneficiente e cultural, foi trazida à Terra no domingo, 22 de fevereiro de 1970, no Posto de Serviço Espiritual do Irmão Thomé, situado no 2º andar/201 da Avenida Nossa Senhora de Copacabana, 99, na Cidade do Rio de Janeiro, Brasil, por determinação do Senhor Jesus de Nazareth.
O movimento de Alcoólicos Anônimos não possui um registro oficial com este nome, os grupos se reúnem sem registro formal, sem diretores constituídos, pois esses como devem cumprir o anonimato, não podem ser identificados como tais. Para conduzir as exigências legais existe a Junta de Serviços Gerais de AA, de pessoas que não são alcoólicos e portanto podem se apresentar em público e falar sobre a organização. Assim os grupos de AA parecem ser totalmente anárquicos, sem liderança ou hierarquia entre eles, mas funcionam a base de prestação de serviços, de solidariedade, muito bem e conseguem se difundir pelo mundo todo com essas mesmas características.
Aplicando esse modus operandi de AA, que também é estruturado no Poder Superior, aos ensinamentos do Mestre estruturados na Nova Ordem de Jesus, acredito que se torna bem mais eficaz a sua difusão e o acompanhamento da evolução espiritual de cada pessoa. Essa era uma preocupação que eu tinha com relação a difusão da minha missão, da aplicação do Amor Incondicional nas relações afetivas, que transformam a família nuclear, exclusivista, em família ampliada, inclusivista, em direção à Família Universal, como Jesus preconiza. Imaginava que teria que ser organizado em grupos com um caráter de religião. O encontro dessa Nova Ordem de Jesus e a ideia de funcionamento com base na experiência dos grupos de mútua ajuda, veio se encaixar direitinho com essa preocupação. O caráter experitual religioso pode ser desenvolvido sem no entanto inviabilizar a preferência de qualquer pessoa por qualquer religião já constituída. Agora o passo seguinte é encontrar as pessoas que já estão organizadas na Nova Ordem de Jesus e apresentar para eles a sugestão e pedir também a avaliação do Mestre nessa ideia, mesmo porque a intuição de fazer isso deve ter saído das forças do bem com o aval de Jesus.
Joana de Ângelis falava sobre as pegadas luminosas algo em que acredito e procuro seguir:
“Se queres ser feliz, auxilia!!!
Se desejas que te ouçam, ouça!!!
Se queres ser amado, ame!!!
Quando descobrires o caminho e, ao indicá-lo fores desacreditado – crê em ti;
E segue,pois algum dia vislumbrarás bem distante, espontar pequenas luzes na estrada.
Assim é a vida!!!
Um longo caminho!!!
Um grande aprendizado!!!
Onde o correto, o verdadeiro por vezes começa só, mas um dia perceberá muitos a segui-lo;
Portanto: não te afastes de tuas verdadeiras convicções!!!
Não questiones se fores ouvido, seguido ou amado!!!
Esta estrada a ser achada é individual. É longa, cheia de percalços e para muitos ainda está bloqueada!!!
Procura afastar as pedras do teu caminho e se conseguires, afasta também as do teu próximo.
Sem que ele perceba, propicia-lhe um atalho. Deixa o caminho pronto e segue!!!
Completa atua obra e crê naqueles que te enviam luzes.
Vive de tal forma, que deixes pegadas luminosas no caminho percorrido, como estrelas apontando o rumo da felicidade.”
Esses pensamentos na sua integralidade recebem sintonia da minha consciência, e procuro os aplicar na caminhada, procuro deixar também os meus passos luminosos, e que meus rastros sejam um atrativo para o que vem a seguir nos caminhos da vida.