No curso que estou dando na Cruzada dos Militares Espíritas, as duas últimas aulas versou sobre esses dois temas: amor e sofrimento, um a cada semana.
Tenho uma amiga que se considera apaixonada, e diz que sofre muito com esse amor. Refere que tem encontros com seu amado e que são maravilhosos, mas logo em seguida ele some e não deixa recados, não se comunica. Ela fica desesperada com tanto sofrimento, por querer a sua presença, o seu afeto, e não poder.
Eu, na condição de professor de um tema que afeta tão profundamente a sua alma, tenho que fazer minhas considerações. Foi assim que fiz as argumentações para tentar esclarecer o motivo e a função de tal sofrimento.
O amor puro, incondicional, não é fonte de sofrimento, por si só. Jesus, o grande Mestre do amor, sofreu barbaridade em função deste amor puro que ele ensinava. O sofrimento dele não foi em função do amor que ele possui, foi em função da ignorância de quem estava perto dele e se sentia incomodado com as verdades que iam de encontro aos interesses pessoais.
O amor que traz sofrimentos é aquele que está condicionado a alguma coisa. No caso de minha amiga, o forte amor que ela desenvolveu, que assume tonalidades da paixão, está condicionado a presença do amado ao lado dela. Sim, isso é uma expectativa que todos os amantes desenvolvem, mas aquele que já é treinado na arte do amor incondicional, não se abalará por causa disso. Irá compreender que o seu amado tem uma forma diferente de se comportar, que gosta de ficar sozinho por grande parte do tempo; pode até estar na casa de alguém, nos braços de outra pessoa. Ela irá se regozijar por seu amado está feliz, mesmo se encontrando longe dela, e até nos braços de outra pessoa.
Este é o nível de amor que a minha amiga não tem, e até agora eu não encontrei ninguém que ame dessa forma. Sempre exigem do outro algum tipo de reciprocidade. É tão grande essa postura emocional, pelo menos é a totalidade das pessoas que eu conheço. Chego a ficar preocupado as vezes com a minha sanidade, por eu pensar de forma tão diferente das pessoas. Acontece que a minha coerência, ao estudar sobre o Amor Incondicional, que eu vejo que nada pode impedi-lo de funcionar, que o meu desgosto geralmente é devido ao meu corpo não ser servido pelo corpo do outro, quer seja pelo sexo ou simplesmente pela afeto, pela companhia.
Esta expectativa de reciprocidade é quem gera o sofrimento, quando ela não acontece. O foco do amor deve ser desviado. Ele não deve se concentrar na minha amiga, numa espera de reciprocidade. Deve se concentrar no bem estar do outro, no seu amado, por sentir que ele esteja bem, consigo ou sem ela. Onde ele esteja, com quem esteja, se estiver feliz, isso deverá ser o suficiente para a sua alma também ficar feliz. Mesmo que o seu corpo reclame essa presença, afagos, sexo... o seu espírito deve saber administrar essas emoções e transformar a frustação que vem do ego, dos instintos, para a iluminação que vem da alma, do espírito.
Devemos lembrar que o espírito não tem sexo, portanto suas necessidades não devem ter nenhuma representação nesses desejos, isso é coisa exclusiva do corpo material que é administrado pelo espírito. Não devemos confundir essa hierarquia, senão terminamos por ser conduzidos pelo subalterno e a alma termina absorvendo o sofrimento como se fosse dela. Não é. O sofrimento se origina desse erro básico, e enquanto não corrigirmos isso em nossa mente o sofrimento não vai deixar de existir. Ele sempre será a sinalização de que alguma coisa estar errada conosco, com nosso pensamento, com nosso comportamento.
Sou pacifista por natureza, prefiro atenuar conflitos do que exacerbá-los. No atual estado de violência em que me encontro, olhando para a minha sobrevivência, legítima defesa, a ideia de adquirir uma arma para me proteger tanto dentro como fora de casa estava cada vez mais forte. No entanto, assisti um vídeo do médium Divaldo Franco sobre pessoas que atuam com amor, como Gandhi, Madre Teresa de Calcutá, Irmã Dulce, por exemplo, em “Os gênios do amor”, que me fez refletir mais uma vez.
Como eu quero ser uma pessoa do bem e ao mesmo tempo penso em comprar uma arma com a possibilidade de matar outra pessoa?
Este é o dilema que surge na minha consciência. Sei que tenho argumentos fortes para me armar e me defender, inclusive para proteger aquelas pessoas que estão sob minha guarda. Por outro lado sou discípulo de Jesus, aquele que jamais andava armado, que nunca disse que era necessário matar o outro para não morrer. E Ele também vivia em ambiente violento, onde a vida humana era sempre ameaçada por salteadores, por mercenários, arruaceiros, fanáticos ideológicos.
Qual seria a posição do meu Mestre vivendo sobre minhas sandálias? Eu, que não tenho comigo uma tão alta missão como o Pai determinou para Ele? Será que deverei me expor como um cordeirinho indefeso frente as presas das feras? Que tipo de lição eu passarei ao meu próximo? Serei simplesmente mais um número nas estatísticas dos serviços de segurança pública? Acredito que sim. Esta minha possível morte, sem honra, sem luta para manter a minha vida, não seria uma desonra? Eu sou mais uma das ovelhas do redil, não tenho o perfil de um grande pastor, de ser responsável pela condução de um grande número de ovelhas. O máximo que consigo fazer é tentar influenciar positivamente a quem está ao meu redor, que acredito não passar de 100 pessoas, mesmo assim me ouvem com o ar de crítica, a maioria delas, não considerando como verdadeiras as minhas palavras, imaginam que eu esteja equivocado naquilo que considero mais perfeito que é o Amor Incondicional, da forma que imagino.
Fico a pensar numa situação que poderia acontecer. Eu reunido com todos meus filhos em meu apartamento para festejar alguma ocasião. De repente vejo sair do elevador um trio de marginais, dispostos a fazerem de tudo com quem encontrarem pelo caminho. Eu estou desarmado dentro de casa e da mesma forma os meus filhos, a quem ensinei nunca andarem armados. Mesmo que eu consiga fechar a porta, eles podem derrubá-la e invadirem o meu espaço. Estaremos frente as armas apontadas para nossas cabeças. Eles nos imobilizam, retiram tudo de valor que possuímos, inclusive a nossa honra com seus instintos bestiais e para não deixar testemunhas deixam nossos corpos estirados cada um com uma bala na cabeça. No dia seguinte seremos manchete nos jornais. Entramos para as estatísticas. Onde está a honra? Em qualquer dimensão, material ou espiritual? Chegaríamos no mundo astral e prestaríamos conta ao nosso Mestre de nossas vidas... Ele não poderia perguntar?... Que fizestes servo com o dom da vida que eu lhe dei, inclusive o dom da vida que eu dei aos filhos que estavam sob tua proteção? Eu responderia acabrunhado... nos arrebataram Mestre, eu não pude me defender. Mas por que não? Perguntaria Ele, não te dei inteligência para se proteger e a quem coloquei sob à sua guarda? Sim, Mestre, responderia, mas eu procurei cumprir as leis divinas dos 10 mandamentos, “não matarás” recebida do Pai através de Moisés; também procurei cumprir a Tua lição de “amar ao próximo como a mim mesmo”. E o assassino também era o meu próximo!
Então eu veria o cenho do meu Senhor se enrugar e Ele perguntar a mim de olhar fixo: então foi assim que usastes a tua inteligência? Quando eu disse para amar ao próximo como a ti mesmo, eu coloque a ti como referência. Você não pode amar a ninguém acima de você mesmo, pois você é a referência. Da mesma forma, você não pode deixar ninguém te matar, pois você é a referência. E se para evitar que isso aconteça você tenha que matar ao próximo que te ameaça, você estará cumprindo a minha lição. Da mesma forma com relação a lei que Moisés divulgou. Você não pode sair por aí com a intenção de matar ninguém, mas se alguém vem com a intenção de te matar, então você deve mata-lo primeiro. A lógica segundo Moisés seria do olho por olho, dente por dente. Então, o teu assassino também seria morto segundo a aplicação dessa lei. Teríamos então dois mortos. Mas se tu te defendes em legítima defesa, a lei não poderia ser aplicada, por um ato de coerência. Porque se tu fosses morto, o assassino também seria pela aplicação da lei do olho-por-olho. Mas, se tu o mata antes por legítima defesa, então teríamos assim apenas um morto ao invés de dois. Consegues entender essa lógica? Está coerente com o que Moisés e eu ensinamos?
Envergonhado eu baixaria os olhos, não poderia contestar tanta coerência do Mestre, nas lições que tanto estudei e tão mal interpretei. Eu não sou o Gandhi ou o próprio Jesus para ser o símbolo de uma tomada de consciência. Se eu morrer em função disso serei apenas um número nas estatísticas, como sei que tantos já morreram dessa forma. Admiro as lições e os exemplos de Jesus, de Gandhi e de tantos outros símbolos da paz e da não-violência, do desarmamento, das leis humanas que equivocadamente são aplicadas a seres animalizados...
Sim, Mestre, eu serei uma ovelhinha, porém armada, pronta para defender a vida corporal que me destes e daqueles a quem colocastes sob a minha proteção.
Os sofrimentos são ocorrências naturais dentro da nossa vida. São desafios que surgem para testar nossa resistência, são dores físicas, agressivas, que se estabelecem na ausência de percepção emocional. As manifestações podem ser físicas, emocionais, morais e espirituais.
É necessário que tenhamos esta consciência da utilidade do sofrimento para alavancar nossa evolução, para podermos substanciar o doloroso em utilidade, alterar cognitivamente o ciclo da dor. Ela agora não é a minha algoz que goza com o meu sofrimento, e sim um professor que ensina como corrigir meus defeitos. Passo a ter uma metodologia de educação e iluminação.
Dentro do catolicismo, a transubstanciação significa a conversão de toda a substância do pão na substância do corpo de Cristo, e de toda a substância do vinho na substância do seu sangue. Essa conversão se realiza na oração eucarística, mediante a eficácia da Palavra de Cristo e da ação do Espírito Santo.
Podemos classificar os sofrimentos em duas áreas: o sofrimento físico e o moral. O sofrimento físico compreende as diversas doenças biológicas que nos acometem, provenientes de processos degenerativos, dependência química e agressão de vírus e bactérias. O sofrimento moral tem uma origem mais profunda, abala os sentimentos, gera uma aflição incontida, reduz a resistência do corpo e provoca somatização.
É preciso que haja a canalização correta do pensamento para que haja a renovação íntima, sabendo que esse sofrimento é um processo transitório, decorrente das existências passadas, da hereditariedade, que se manifesta nas distonias nervosas, nos distúrbios psicológicos e que produzem grandes aflições familiares e até sociais.
Os sofrimentos de natureza psiquiátrica tem origem geralmente nas vivências passadas, mas podem ser também de ações erradas que cometemos no presente. Muitas vezes tem uma conexão com espíritos que se consideram prejudicados e que viram obsessores, dificultando a ascensão do Ego para o Self.
Os distúrbios podem ter um caráter masoquista quando a pessoa sente prazer com o sofrimento que inflige ao corpo. É uma busca não a si mesmo, mas a um prazer degenerado. Podemos ver isso no uso dos cilícios, nos jejuns injustificáveis, nas macerações e desprezo pelo corpo, na solidão, nas castrações... Podem ser sádicos quando esses mesmos métodos se impõem a outros a pretexto de salvá-los. Não há saúde mental nem espiritual, é um sadismo cruel.
Neste contexto animalizado vamos encontrar os ensinamentos de Jesus que constrói uma psicoterapia positiva com base no amor que cobre uma multidão de pecados. Pode até fazer jejuns prolongados, mas tem a justificativa de preparar o organismo para suportar os testemunhos morais. Ele sempre mostrou a importância da beleza da vida, dos lírios do campo, das aves do céu, das pérolas do mar.
As causas do sofrimento não é um imperativo divino e sim as consequências de nossa conduta humana, dos erros que comentemos e que precisamos corrigir, pagar. O nosso destino humano está voltado para a conquista estelar, para a saúde plena, da mente voltada para o bem, tendo sempre o amor como antídoto para qualquer tipo de sofrimento que venha a se formar dentro de nós ou ao nosso redor.
Hoje é um dia que está previsto greve no Brasil, puxado pelas centrais sindicais, em protesto à reforma da previdência que está sendo anunciada pelo congresso. E por que digo que este é um amargo dia, quando parece ser uma luta em defesa dos trabalhadores? Por que os argumentos que são usados geralmente não consideram a verdade, e tanto o lado dos parlamentares quanto o lado dos sindicalistas omitem o que não lhes interessa e criam o que destrói a posição do adversário. Então, é mais uma guerrilha onde a mentira é quem impera, tanto de um lado quanto do outro. Por isso considero um dia amargo para a verdade, e como me oriento por ela, também é amargo para mim.
Vejamos o que acontece no país. Trocamos há pouco de forma traumática, uma presidente que junto com seus chefes e subordinados sucatearam inclementemente o país, tanto moral quanto financeiramente. O sucessor, parceiro na chapa que foi eleita com a presidente deposta, recebeu o pais nessa situação deplorável. A mentira estava posta em todos os locais, a omissão das decisões ideológicas em detrimento do país, foram aos poucos sendo esclarecidas. Acontece que muita gente se beneficiou, direta ou indiretamente dessas ações nefastas, consciente ou inconscientemente. Caso não houvesse essa intervenção nessa conduta administrativa pública desastrosa, entraríamos no caos muito parecido com o que acontece na Venezuela.
Portanto, estamos hoje tentando resolver a crise que foi instalada nesses 13 anos de administração do PT, que foi sustentada pelos beneficiários das ações corruptas que aconteciam em todos os níveis. As instituições democráticas foram contaminadas e até a Universidade deixou de raciocinar com independência sobre a verdade, encantada pelos benefícios que recebeu em detrimento da população. Os sindicatos, estudantes e ONGs as mais diversas, todas foram beneficiadas e isso serviu como vendas de olhos para os líderes dessas agremiações não se interessarem pela verdade dos fatos, e sim lutar para a manutenção dos seus benefícios.
Entramos assim na arena dessa disputa que se deflagra hoje. As centrais sindicais estimulam a paralização dos serviços, principalmente nos transportes e nas escolas, como forma de prejudicar as atividades financeiras do país. Sei que o parlamento está infestado de políticos corruptos, a minoria honesta é perseguida e sem voz. São esses parlamentares que tentam corrigir os descalabros que inviabilizam a aposentadoria no futuro. Como eles são reconhecidamente corruptos, as organizações que por sua vez também são corruptas, se manifestam contrariamente, evocando o direito do povo, quando na verdade é mais um direito para quem está na posição de mando. O povo mais uma vez serve como massa de manobra, aceitando a convocação para ir a esses eventos ou ficando incapacitado de trabalhar por não ter ao seu dispor as condições de transporte.
A educação que seria o principal bastião na luta pela verdade, termina se tornando mais um antro onde a mentira se desenvolve, com professores formados por ideologias que promovem a ruptura da harmonia, que gera ódio entre as classes, que tenta ser majoritária em todos os setores através da linha cultural impregnada. Desde a infância as pessoas começam a ser doutrinadas para acatar essa linha de pensamento socialista sem usar o poder da crítica para distinguir a verdade da mentira.
Sou discípulo do Cristo que disse ser o Caminho, a Verdade e a Vida. Ele demonstrou com suas lições e ações que era um professor íntegro e até hoje suas lições permanecem como modelo de comportamento a ser aplicado. Por isso reajo contra essa convocação que tenta levar todos como uma manada, para criticar ações que os próprios promotores da convocação foi quem criaram.
Acredito que seria mais coerente uma movimentação ampla ser convocada para que a justiça seja feita com quem tanto roubou dentro do pais e que nos deixou nesse estado de dificuldades, incluindo todos, sem o escudo do foro privilegiado, que a justiça tivesse forças suficientes para tirar todos os culpados dos cargos públicos que ocupam de forma corrupta, e que fossem convocadas eleições gerais com candidatos sem fichas sujas para todos os níveis.
Mas isso ainda é uma utopia, e esse movimento de hoje, um simples esperneio de quem teme perder mordomias que estão acima das necessidades do povo.
O Amor é o sentimento mais forte que existe no universo, uma força tão intensa e construtora com harmonia que chega a ser confundido com Deus. Dentro de nós, seres humanos, esse sentimento passa por uma evolução, desde o instinto caracterizado pelo automatismo, passando pela sensação, a percepção do sentir, a emoção com seus polos de dor e prazer, até o sentimento, representado majoritariamente pelo Amor. Quando adquirimos a consciência dessa evolução, procuramos direcionar nosso comportamento para ações do bem, mas isso não é uma tarefa fácil. Podemos lembrar do esforço que o apóstolo Paulo fazia para sair desse condicionamento instintivo que chegou a dizer: “Não faço o bem que quero, mas o mal que não quero, esse eu faço”.
Para fazer uma reforma íntima e possamos deixar o homem-velho, é preciso uma reprogramação para o controle dos impulsos dos instintos, para superar as emoções e as cargas dos desejos, sempre com o foco da conquista do Amor, o mais forte dos sentimentos.
Nessa fase de esforço para consolidar a conquista do Amor, podemos nos sentir como prisioneiros dos instintos, uma vinculação atávica com os pais, familiares, grupo social protetor e as pessoas que atendem as nossas necessidades fisiológicas.
Na historiografia dessa evolução até o sentimento do Amor, podemos colocar como destaque o desejo de posse, a ambição pessoal, a escolha de um parceiro, e a direção das amizades. Tudo isso está focado no egoísmo. É tão forte esse egoísmo que podemos imaginar que “O homem é tão egoísta que foi preciso falar-lhe de uma recompensa em outra vida, para que ele praticasse o bem.”
Para a construção de uma personalidade saudável é preciso construir esse alicerce com o Amor, com um comportamento equilibrado, satisfação estética das necessidades e engrandecimento espiritual. O místico Omar Khayyan, que se diz a reencarnação do poeta persa Omar Khayan, tem uma frase que diz: “O afeto, amor, compreensão – eis os alicerces da vida. Escrevemos com amor o poema da adolescência. Com a música do amor, orquestramos a grande canção da existência. E tu, cético diante da ternura, impermeável ao sentimento, aprende esta verdade: a vida é amor, e nada mais”.
Como saber que somos vítimas do primarismo dos instintos? Basta ficar atento ao despertar das paixões subalternas, tais como: ciúme, inveja, ira, vingança, insegurança, medo, ressentimento... vejamos o exemplo que veio do passado, em nosso pais, com os cangaceiros do sertão, e o exemplo atual que vem do oriente médio, com guerras constantes e celeiro de terroristas.
Estamos na fase de transição dos instintos para os sentimentos, para o Amor. Estamos ainda sob a ditadura do Ego que comanda nossas aspirações, e daí surgem os conflitos por mau direcionamento das forças íntimas. É importante lembrar que o processamento cerebral para viabilizar os pensamentos e as ações no campo material se faz na confluência dos chacras frontal e coronário sobre a glândula pineal. Isso constitui a mente inferior que deve abrir canal para a mente superior, aquela associada ao Eu, ao espírito, e que deve estar sintonizado com os valores do bem.
O Amor como é compreendido e aplicado hoje, na atualidade, ainda é muito contaminado pelo desejo, pelos valores românticos. Isso se torna um tipo de instrumento de escravidão, gerador de tormento por causa do apego, da posse, da insatisfação. Só podemos nos libertar dessa escravidão pelo processo de racionalização que pode ser potencializado pela psicoterapia, e daí para o descondicionamento das forças instintivas. Assim desenvolveremos o Amor puro como energia criativa e reparadora.
O escritor Victor Hugo dizia que “O homem tem o amor por asa, e por jugo o desejo. O homem não é um círculo concêntrico; é uma elipse de dois focos. Um, está representado pelos atos; o outro pelas ideias. A humanidade tem dois polos, o verdadeiro e o belo.
Existem técnicas que podemos seguir para a edificação do Amor em nossas vidas: gerar pensamentos de auto confiança e gravá-los pela repetição; construir programas de evolução moral e fixa-los pela convicção; correção dos hábitos viciosos, de usar as pessoas como coisas; e valorizar a a experiência e vivenciá-la, evitando sempre a autocompaixão.
Joana de Ângelis já dizia que: “Deus te colocou no melhor lugar para o teu progresso moral e espiritual. O lar que tens, o trabalho em que te encontras, a cidade onde resides, são oportunidade de treinamento para a tua evolução”.
Enfim, a nossa meta fundamental é conquistar o Amor, apesar da longa transição a partir dos instintos, onde essas forças parecem mais como nossos adversários. Mas atingirmos a plenitude do Amor, veremos que podemos ser uma irradiação co-criadora com as forças divinas com as quais intercambiamos energias. Estaremos sintonizados com o equilíbrio universal onde crescemos e nos sutilizamos, uma identificação plena com a vida, a paz e a integração.
Lembremos mais uma vez o escritor Victor Hugo: “Deus é a plenitude do céu; o Amor é a plenitude do homem.”