Deus está sempre conosco, principalmente daqueles que procuram ficar mais sintonizados com Ele. Apesar de eu não ser um filho bom comunicador com Ele, não encontro as palavras nem os momentos para ficar mais perto dEle, confesso que estou sempre perto (que paradoxal, não é?... mas não vejo outra forma de expressar esse sentimento de ausência/presença), pois quando surge algo diferente vem logo à minha mente que Ele está agindo de alguma forma.
Assim aconteceu hoje (dia 18-09-2020) quando fui tirado de forma radical da minha rotina. Meu filho Eric tinha se submetido a uma cirurgia simples para corrigir uma fístula/abcesso em região não vital. Acompanhei ele no hospital, falei com a cirurgiã do caso, e deixei ele e a mãe em casa em condições de fazer os curativos. De repente surge uma hemorragia não controlável em casa e ele foi com a mãe de urgência para o pronto socorro. A cirurgiã foi avisada e foi até a urgência fazer a correção do vaso que extravasava o sangue. Eu havia cochilado num apartamento longe deles, antes da viagem que faria para Caicó as 2h30 do dia seguinte. Foi quando despertei percebi o recado deles, angustiados, e a mãe até desesperada, pedindo e exigindo a minha presença, que eu não deveria ir para Caicó, deixando o filho nessa condição. Por meu conhecimento técnico, sabia que nada disso poderia levar ao desenlace fatal, não havia nenhum órgão vital envolvido, a região não era de risco para a funcionalidade orgânica. Meus pacientes do interior, que se deslocam de uma cidade a outra para terem a consulta comigo, iriam se ressentir da minha ausência, um fato que nunca aconteceu durante os mais de 10 anos que trabalho nessa cidade e região, distante cerca de 240 km da capital, onde resido. Pelo meu raciocínio técnico, não justificaria a minha falta, mas entrou o raciocínio lógico que assume uma dimensão mais ampla, circunstancial, relacional... algo que eu acabara de criticar na cirurgiã que usando o raciocínio técnico não havia dado os dias de licença necessários para a mãe acompanhar o filho e servir de enfermeira nos curativos e demais ações, já que moram sozinhos. Eu não poderia fazer a mesma coisa que ela fez, agir somente pelo raciocínio técnico.
Nesse momento senti a presença de Deus sondando meu coração, mente e livre arbítrio. Foi quando tomei a decisão de ficar perto do meu filho e sua mãe e iria informar a todos o que estava acontecendo para atenuar os efeitos de minha falta. Senti a solidariedade de todos a quem comunicava e percebi que a dinâmica relacional dos envolvidos direta ou indiretamente, era de exercer a fraternidade com a pessoa em dificuldade, mesmo que isso trouxesse algum tipo de “prejuízo”. Era a semente de Deus plantada em cada criatura que iluminava a razão.
Conversei com o Pai, pedi o que geralmente estou pedindo, sabedoria, coragem e inteligência rápida para fazer a vontade dEle e não a minha. Pedi a proteção para Eric que é o alvo do que está acontecendo e para a sua mãe que é o pivô de todas as ações em busca do benefício do filho. O Pai não pediu, mas senti que deveria fazer um agrado, como fazemos com o pai biológico quando queremos alguma coisa dele. Disse ao Pai que queria a Sua proteção para Eric e a mãe, mesmo que nesse momento eles não tivessem merecimento pela lei de causa e efeito, mas que eu estava disposto a pagar algum preço em forma de intercessão. Ficaria sem colocar alimento nenhum no meu corpo durante três dias como forma de ficar mais próximo de Si e dos meus irmãos espirituais que também estão engajados na realização de Sua vontade.
Eis um caminho diferente que o Pai de repente coloca à minha frente. Até o momento estou me sentindo em sintonia com Ele, trazendo harmonia em todos os espaços e circunstâncias, materiais e relacionais, mesmo que isso tenha trazido algum atropelo para outras pessoas, mas todas com capacidade de usar o dom da solidariedade e da fraternidade, para se ajustarem sem ressentimentos.
Também é uma prova, o Pai está observando por onde estou dirigindo meu livre arbítrio, se isso é harmônico com sua vontade, se consigo controlar os impulsos egoístas de autopreservação, por isso ofereci a prova do jejum por três dias, pois esta é uma das maiores forças que dominam a minha mente, associada ao erro da gula e levando ao prejuízo da obesidade. Este vai ser o ponto focal da minha provação, mas sei que durante esses três dias de maior aproximação com o mundo espiritual, outros eventos irão ocorrer, daí eu necessitar da inteligência rápida para decidir, sabedoria para considerar todo o contexto envolvido e coragem para colocar em prática o que a consciência decide como o correto.
Encontrado, fortuitamente, um site que oportunizava a leitura do Evangelho ao acaso, cliquei para ver se nele estava alguma orientação do Pai para mim. Vejamos...
A beneficência (V)
Meus caros amigos, todos os dias ouço entre vós dizerem: “Sou pobre, não posso fazer a caridade”, e todos os dias vejo que faltais com a indulgência aos vossos semelhantes. Nada lhes perdoais e vos arvorais em juízes muitas vezes severos, sem quererdes saber se ficaríeis satisfeitos que do mesmo modo procedessem convosco. Não é também caridade a indulgência? Vós, que apenas podeis fazer a caridade praticando a indulgência, fazei-a assim, mas fazei-a largamente. Pelo que toca à caridade material, vou contar-vos uma história do outro mundo.
Dois homens acabavam de morrer. Dissera Deus: Enquanto esses dois homens viverem, deitar-se-ão em sacos diferentes as boas ações de cada um deles, para que por ocasião de sua morte sejam pesadas. Quando ambos chegaram aos últimos momentos, mandou Deus que lhe trouxessem os dois sacos. Um estava cheio, volumoso, atochado, e nele ressoava o metal que o enchia; o outro era pequenino e tão vazio que se podiam contar as moedas que continha. Este o meu, disse um, reconheço-o; fui rico e dei muito. Este o meu, disse o outro, sempre fui pobre, oh! quase nada tinha para repartir. Mas, oh! surpresa! postos na balança os dois sacos, o mais volumoso se revelou leve, mostrando-se pesado o outro, tanto que fez se elevasse muito o primeiro no prato da balança. Deus, então, disse ao rico: destes muito, é certo, mas destes por ostentação e para que o teu nome figurasse em todos os templos do orgulho e, ao demais, dando, de nada te privaste. Vai para a esquerda e fica satisfeito com o te serem as tuas esmolas, contadas por qualquer coisa. Depois, disse ao pobre: Tu deste pouco, meu amigo; mas, cada uma das moedas que estão nesta balança representa uma privação que te impuseste; não destes esmolas, entretanto, praticaste a caridade, e, o que vale muito mais, fizeste a caridade naturalmente, sem cogitar de que te fosse levada em conta; foste indulgente; não te constituíste juiz do teu semelhante; ao contrário, todas as suas ações lhe relevaste: passa à direita e vai receber a tua recompensa. — Um Espírito protetor. (Lião, 1861.) - (Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XIII, item 15.)
Sim, serve de lição para mim. Há muito sei da importância da indulgência, de não me arvorar como juiz do próximo, mas sempre está acontecendo isso comigo, nos semáforos principalmente, onde mãos se estendem e sempre estou tentando ser justiceiro, de quem merece ou não aquela ajuda... minha mente racional diz que estou certo, eu devo ser prudente para não estar alimentando alguma maldade disfarçada naquela mão estendida. No entanto, vejo bem, aqui está uma mensagem do Pai que me diz o contrário. Não posso ser o juiz de ninguém, devo ser indulgente. Minha mente quer anular essa informação, mas minha lógica diz que se eu fizer assim devo anular todas as demais mensagens que recebo do Pai. Então, a lógica impede que a razão, da forma que surge na minha consciência, se materialize. Deve prevalecer a indulgência, a benevolência, mesmo que as minhas moedas assim distribuídas não tenham o peso daquele saco do pobre.
Mas pode ser o primeiro passo nessa minha dificuldade de tanto tempo e que talvez isso me afaste do Pai, como um filho desobediente.
Continuemos o estudo interpretativo da obra de Humberto de Campos / Chico Xavier... “Brasil coração do mundo, pátria do Evangelho”, continuando no terceiro capítulo “Os degredados”.
Entretanto, nas fitas extensas da praia choram, desesperadamente, os dois degredados, dos vinte párias sociais que o Rei D. Manuel I destinara ao exílio.
Os homens do mar se distanciam daqueles sítios, levando amostras da sua extraordinária riqueza. Em toda a paisagem há um largo ponto de interrogação, enquanto os dois infelizes se lastimam sem consolo e sem esperança. Os silvícolas amáveis e fraternos lhes abrem os braços; é dos seus corações rudes e simples que desabrocham, para a amargura deles, as flores amigas de um brando conforto.
Mas, Afonso Ribeiro, um dos condenados ao penoso desterro, avança numa piroga desprotegida e desmantelada, sem que os olhos da História lhe anotassem o gesto de profunda desesperação, a caminho do mar alto. Ao longe, percebem-se ainda os derradeiros mastros das caravelas itinerantes. O infeliz degredado anseia por morrer. Os últimos gemidos abafados lhe saem da garganta exausta. Seus olhos, inchados de pranto, contemplam as duas imensidades, a do oceano e a do céu, e, esperando na morte o socorro bondoso, exclama, do íntimo do coração:
— Jesus, tende piedade da minha infinita amargura! Enviai a morte ao meu espírito desterrado. Sou inocente, Senhor, e padeço a tirania da injustiça dos homens. Mas, se a traição e a covardia me arrebataram da pátria, afastando dos meus olhos as paisagens queridas e os afetos mais santos do coração, essas mesmas calúnias não me separaram da vossa misericórdia!
Nesse instante, porém, o pobre exilado sente que uma alvorada de luz estranha lhe nasce no âmago da alma atribulada. Uma esperança nova se apossa de todas as suas fibras emotivas e, como por delicado milagre, a sua jangada rústica regressa, celeremente, à praia distante. Em vão as ondas sinistras e poderosas tentam arrebata-lo para o oceano largo. Uma força misteriosa o conduz a terra firme, onde o seu coração encontrará uma família nova.
Ismael havia realizado o seu primeiro feito nas Terras de Vera Cruz. Trazendo um náufrago e inocente para a base da sociedade fraterna do porvir, ele obedecia a sagradas determinações do Divino Mestre. Primeiramente, surgiram os índios, que eram os simples de coração; em segundo lugar, chegavam os sedentos da justiça divina e, mais tarde, viriam os escravos, como a expressão dos humildes e dos aflitos, para a formação da alma coletiva de um povo bem-aventurado por sua mansidão e fraternidade.
Naqueles dias longínquos de 1500, já se ouviam no Brasil os ecos acariciadores do Sermão da Montanha.
A sabedoria do Cristo, executada pelo anjo Ismael, começa a dar um formato adequado para recebimento e divulgação do Evangelho ao povo brasileiro. Do ponto de vista de nossa consciência material, esse movimento espiritual com implementação dos fatos em busca de um objetivo, parece uma fabulação fantasiosa sem nenhuma implicação na realidade. Toda essa argumentação só gera lógica e coerência quando temos conhecimento do mundo espiritual e sua hierarquia, sendo Jesus o gestor de maior grau hierárquico, dentro do sistema solar, considerado o governador da Terra. Como toda influência que sofremos aqui vem da dimensão espiritual, pois a vida real se processa nesse plano, o relato de Humberto Campos se reveste de plena realidade.
Continuemos o estudo interpretativo da obra de Humberto de Campos / Chico Xavier... “Brasil coração do mundo, pátria do Evangelho”, continuando no terceiro capítulo “Os degredados”.
Ismael recebe o lábaro bendito das mãos compassivas do Senhor, banhado em lágrimas de reconhecimento, e, como se entrara em ação o impulso secreto da sua vontade, eis que a nívea bandeira tem agora uma insígnia. Na sua branca substância, uma tinta celeste inscrevera o lema imortal: "Deus, Cristo e Caridade". Todas as almas ali reunidas entoam um hosana melodioso e intraduzível à sabedoria do Senhor do Universo. São vibrações gloriosas da espiritualidade, que se elevam pelos espaços ilimitados, louvando o Artista Inimitável e o Matemático Supremo de todos os sóis e de todos os mundos.
Vejamos a crítica de Leonardo Marmo: O autor dessa inscrição seria Ismael que, de forma sutil, faz propaganda da Federação Espírita Brasileira, afinal, “Deus, Cristo e Caridade”, é o lema dessa instituição. Sentimos falta dos Espíritos terem destacado, também, o lema do Espiritismo “Fora da Caridade Não Há Salvação”, porque esse lema é a mais pura representação do Evangelho de Jesus, que deixa muito claro que não importa a crença de uma pessoa, pois se ela pratica a caridade, ela está agindo de modo correto. Alguém pode não acreditar nem em Deus, nem no Cristo, mas se praticar a Caridade, vai estar de acordo com a Lei de Justiça, Amor e Caridade. Portanto, o lema do Espiritismo, em nossa opinião, deveria ter sido destacado aqui, como o lema de uma pátria que é dita ser “a pátria do Evangelho”.
O emissário de Jesus desce então à Terra, onde estabelecerá a sua oficina. Os exércitos dos seres redimidos e luminosos lhe seguem a esplêndida trajetória e, como se o chão do Brasil fosse a superfície de um novo Hélicon (Monte Hélicon é uma montanha na região de Téspias, na Beócia, Grécia, celebrada na mitologia grega. Com uma altitude de 1749 metros acima do nível do mar, localiza-se próximo ao Golfo de Corinto. Wikipédia) da imortalidade, a natureza, macia e cariciosa, toda se enfeita de luzes e sombras, de sinfonias e de ramagens odoríferas, preparando-se para um banquete de deuses.
Os caminhos agrestes tornam-se sendas de maravilhosa beleza, rasgadas pelas coortes do invisível.
Nessa hora, a frota de Cabral foge das águas verdes e fartas da Baía de Porto Seguro.
Parece-me que o lema mais apropriado para a bandeira seria mesmo “Deus, Cristo e Caridade” e a hipótese dela ter sido incluída para fazer propaganda da Federação Espírita pode ser confrontada com a hipótese dos membros da Federação Espírita que escolheram o lema, terem sido intuídos pelo próprio Ismael ou sua coorte. Continuo com a percepção de que o livro é um ótimo sinalizador das diretrizes divinas sendo colocadas em prática no Brasil.
Continuemos o estudo interpretativo da obra de Humberto de Campos / Chico Xavier... “Brasil coração do mundo, pátria do Evangelho”, continuando no terceiro capítulo “Os degredados”.
OS DEGREDADOS
Todos os espíritos edificados nas lições sublimes do Senhor se reuniram, logo após o descobrimento da nova terra, celebrando o acontecimento nos espaços do Infinito. Grandes multidões donairosas e aéreas formavam imensos hífens de luz, entre a terra e o céu. Uma torrente impetuosa de perfumes se elevava da paisagem verde e florida, em busca do firmamento, de onde voltava à superfície do solo, saturada de energias divinas. Nos ninhos quentes das árvores, pousavam as vibrações renovadoras das esperanças santificantes, e, no Além, ouviam-se as melodias evocadoras da Galiléia, ubertosa e agreste antes das lutas arrasadoras das Cruzadas, que lhe talaram todos os campos, transformando-a num montão de ruínas. Afigurava-se que a região dos pescadores humildes, que conheceu, bastante assinalados, os passos do Divino Mestre, se havia transplantado igualmente para o continente novo, dilatada em seus suaves contornos.
Uma alegria paradisíaca reinava em todas as almas que comemoravam o advento da Pátria do Evangelho, quando se fez presente, na assembléia augusta, a figura misericordiosa do Cordeiro.
Complacente sorriso lhe bailava nos lábios angélicos e suas mãos liriais empunhavam largo estandarte branco, como se um fragmento de sua alma radiosa estivesse ali dentro, transubstanciado naquela bandeira de luz, que era o mais encantador dos símbolos de perdão e de concórdia.
Dirigindo-se a um dos seus elevados mensageiros na face do orbe terrestre, em meio do divino silêncio da multidão espiritual, sua voz ressoou com doçura:
— Ismael, manda o meu coração que doravante sejas o zelador dos patrimônios imortais que constituem a Terra do Cruzeiro. Recebe-a nos teus braços de trabalhador devotado da minha seara, como a recebi no coração, obedecendo a sagradas inspirações do Nosso Pai. Reúnem as incansáveis falanges do Infinito, que cooperam nos ideais sacrossantos de minha doutrina, e inicia, desde já, a construção da pátria do meu ensinamento. Para aí transplantei a árvore da minha misericórdia e espero que a cultives com a tua abnegação e com o teu sublimado heroísmo. Ela será a doce paisagem dilatada do Tiberíades, que os homens aniquilaram na sua voracidade de carnificina. Guarda este símbolo da paz e inscreve na sua imaculada pureza o lema da tua coragem e do teu propósito de bem servir à causa de Deus e, sobretudo, lembra-te sempre de que estarei contigo no cumprimento dos teus deveres, com os quais abrirás para a humanidade dos séculos futuros um caminho novo, mediante a sagrada revivescência do Cristianismo.
No site https://casadocaminho-pae.org.br/temas-doutrinarios/perfil-quem-e-ismael, em 17-09-2020, foi retirada a seguinte informação sobre o anjo Gabriel. A primeira referência sobre Ismael consta no livro Gêneses, da Bíblia, em seu capítulo 16, que conta a história de Saraí, esposa de Abraão, que por conta da idade, seria estéril. Saraí pediu então que sua escrava Hagar concebesse um filho para o marido e nasceu Ismael. Muitos anos mais tarde, Saraí inesperadamente também concebe um filho, Isaac, o que deixa a relação entre as duas mulheres conturbada. Saraí pediu que Abraão dispensasse Hagar e Ismael de seu convívio, porém o homem se compadece, afinal, era seu filho. Por isso, Abraão vai conversar com Deus, que o tranquiliza, afirmando que Ismael seria o líder de uma grande nação e que ele poderia mandá-lo para fora junto com sua mãe sem se afligir. Ismael, mais tarde é referenciado como a origem dos povos árabes. O Ismael bíblico é considerado por estudiosos espíritas no assunto como o mesmo descrito pelo Espírito Humberto de Campos no livro “Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho”. Hoje, com própria passagem do tempo, Ismael também passou pelo processo de evolução, não tendo os mesmos caracteres psicológicos e morais de milênios atrás, ou seja, progrediu, como é a destinação natural do espírito. Humberto Campos relata que ele é, atualmente, um dos mais comprometidos trabalhadores do Cristo, mais consciente do seu papel, que na verdade se iniciara desde sua última encarnação no plano terrestre. Na obra, Humberto de Campos registra que a missão específica de Ismael para com o Brasil, assinalada por Jesus, seria implantar em nosso país o seu Evangelho e espalhá-lo daqui para o mundo. Ismael, assim, esteve na liderança espiritual de nossa nação desde o descobrimento, zelando pelo povo brasileiro em todos os acontecimentos, mesmo os mais conturbados (afinal, ainda estamos num mundo de provas e expiações). A própria formação do nosso povo, inicialmente pelos indígenas (que eram os mais simples de coração) e depois com os africanos (aqueles sedentos da justiça divina, a expressão dos humildes e dos aflitos) e europeus (que trouxeram os avanços do campo da ciência e outros conhecimentos), ainda que por caminhos tortuosos, seria um passo importante para formação da alma coletiva do nosso povo e a concretização do caminho espiritual planejado para o Brasil. A chegada em solo brasileiro de grupos de homeopatas, grupos de estudos de fenômenos espirituais (mesmo antes de Hydesville), dentre outros, também foi um trabalho atribuído aos esforços de Ismael e sua equipe, o que por fim culminou com o enraizamento da recém revelada Doutrina Espírita em nossas terras.
Interessante que Deus afirmava a Abraão que Ismael seria o líder de uma grande nação, que hoje é reconhecida como o povo árabe. Mas Jesus também convoca Ismael para ser novamente líder de uma grande nação, desta vez o Brasil, local estratégico para difusão do Evangelho por todo o planeta.