Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
07/05/2013 08h34
CONFESSAR E PERDOAR

            Na leitura que faço diariamente, encontrei na data de hoje este texto, no Livro Devocional de 2013 Boa Semente, com o título de “Confessar e Perdoar”, que o transcrevo literalmente:

            Imagine que alguém lhe diga: “Se fiz qualquer coisa que lhe magoou, me desculpe.” Isso é confissão ou arrependimento? Não! Inconscientemente estamos declarando: “Se você é tão melindroso a ponto de se ofender com o que eu disse ou fiz, o melindre é problema seu!” Uma confissão (homologeo, ou seja, falar as mesmas palavras) exige que chamemos o que fizemos ou dissemos pelo mesmo nome que Deus o chama – ‘pecado’. Se alguém nos ofende, temos de ter certeza de que não julgamos mal a situação ou a pessoa, pois o amor sempre procura evidenciar a melhor face das palavras e ações dos outros (1Coríntios 13:7). Se houver uma prova clara e definitiva que o outro pecou contra mim, então é obrigatório que eu lhe dê uma oportunidade para contar o seu lado da história (Mateus 18:15). Porém, temos de estar preparados para a possibilidade de a ofensa ter sido uma resposta ou reação a algo que você ou eu fizemos antes. Neste caso, somos você ou eu que devemos confessar nosso erro e nos arrependermos!

            Arrependimento significa reconhecer e abandonar o pecado! Temos de ser pacientes com os outros porque todos estamos aprendendo com nossos erros e, tomara!, nos corrigindo à medida que somos advertidos. No entanto, também pode haver um padrão repetitivo, o qual a pessoa “confessa” o mesmo pecado, mas não demonstra qualquer vontade de abandoná-lo ou de receber a correção devida. Se isso é algo que causa problema nos relacionamentos, com Deus e com os outros, então tem de haver intervenção de terceiros, e talvez até da assembleia (Mateus 18: 16-17).

            Ganhar nosso irmão ou irmã é a prioridade mais alta! Portanto, precisamos ser prontos a confessar nossos pecados e a perdoar as ofensas que nos atingem. Não há outra maneira de se viver em comunhão, e é na comunhão que “O Senhor ordena a bênção e a vida para sempre” (Salmo 133:3).

            Não consigo deixar de ficar maravilhado como Deus se faz presente em minha vida a qualquer momento e sente quando eu tenho dificuldade de expressar algum pensamento ou sentimento. Então escolhe qualquer situação, de preferência a leitura de um livro, de preferência espiritual, e passa a mensagem que eu preciso saber e anunciar. Foi assim com a leitura desse Livro Devocional. Foi o primeiro que peguei hoje pela manhã. Interessante os detalhes... sempre o primeiro livro que pego para a leitura é a Bíblia Sagrada, mas como ontem foi necessário ser lido dois capítulos seguidos dos Salmos para ser colocado neste diário, hoje não era necessária a sua leitura. O Livro Devocional era a sequencia natural!

            Deus sabe que estou comprometido com Ele no sentido de aplicar Sua Lei maior, o Amor Incondicional, nos nossos relacionamentos, principalmente os afetivos com potencial de intimidade. Ele sabe como isso é difícil, desde que vivemos numa cultura dominada pelo amor romântico e suas exigências de exclusividade. Qualquer pessoa que se envolva comigo, mesmo sabendo dessa missão como foco prioritário na minha vida, sempre se deixa envolver pelo amor romântico e suas garras da exclusividade. Isso entra em conflito com meus objetivos mais profundos, pois o Amor Incondicional exige que não haja exclusividade na expressão e comunhão de qualquer tipo de amor, desde que sintonizado com a justiça, fraternidade, transparência. Quando eu me comporto sem exclusividade e divido meu tempo e meu amor com qualquer outra pessoa, aquela que ficou sozinha sofre a punhalada do amor romântico que exige a exclusividade. Temos aí dois tipos de comportamento: primeiro o amante incondicional que cumprindo a perspectiva da não exclusividade, está em algum momento, em algum lugar, integrando pessoas dentro dessa forma de amar; segundo, o amante romântico ou condicional, que sofre o efeito da solidão e da necessidade de exclusividade, e pode até pensar na falta de coerência do amante incondicional. Mas, onde está a incoerência, o erro, o pecado? O amante incondicional no momento que declara de forma transparente qual o seu objetivo prioritário, que no seu comportamento não existe a possibilidade de exclusividade, de direcionar o amor para uma única pessoa, deixa bem claro qual o limite da convivência harmônica no seu modo de pensar. A pessoa tem todo o direito de pensar, avaliar e decidir se isso satisfaz também os seus propósitos, pois caso contrário não pode querer uma intimidade com ninguém que possa gerar conflitos na sua essência de vida. Estamos assim no campo das avaliações, ponderações para partir para uma decisão. Nada está escondido e isso é importante, fundamental! Nem o amante incondicional pode se comprometer em amar com exclusividade, sabendo que não pode fazer isso, nem o amante romântico pode se comprometer a amar sem exclusividade sabendo que não pode cumprir isso. Observamos assim que existe uma profunda incompatibilidade nessas duas formas de amar, entre esses dois tipos de amantes.

            Na minha experiência eu observo que a maioria das mulheres não aceita esta forma de amar incondicional, sem exclusivismo. Preferem me ter como amigo, no máximo, pois em muitas delas a sentimento de rejeição quando sabem que estou com outra, termina por gerar raiva e até ódio. As poucas que aceitam essa convivência, não conseguem se libertar das garras do exclusivismo do amor romântico. Ficam sempre numa postura de antagonismo uma com as outras, com sofrimento nos momentos que está só, com ciúmes gerados por mínimas circunstâncias. Como eu posso chegar para uma pessoa dessa e dizer “me desculpe, se fiz algo que te magoou” se o que fiz está dentro dos meus princípios de vida? Como é que eu faço uma revisão do meu comportamento para ver se existe a coerência, se tudo que eu fiz está dentro do que desde o início foi advertido que poderia acontecer? Como posso me arrepender e abandonar o pecado se o que eu faço é colocado na minha consciência como a vontade de Deus? Por acaso, se eu quisesse seguir a minha vontade humana, animal, não seria melhor ter ficado até hoje com minha primeira esposa, no aconchego dos filhos, construindo um belo patrimônio material, curtindo o sexo sem compromisso com todas que se oferecessem ao meu assédio? Ao invés de viver sozinho, num apartamento de um só quarto, com tanto trabalho a ser realizado tanto no campo material quanto no campo espiritual? Se eu pensasse somente em mim, seria uma tremenda incoerência a situação em que me encontro. Só encontro coerência quando entendo que a minha vida, não é um projeto meu. É um projeto de Deus do qual eu aquiesci dentro do meu livre arbítrio.

            Com relação as mulheres que aceitam se envolver com esse projeto que Deus colocou em minha consciência, e que sofrem pelos efeitos do amor romântico, a leitura do texto traz grande lição. Se o pré-requisito para viver comigo é rever a força do amor romântico e o deixar submetido ao amor incondicional, se não conseguem fazer isso e se comportam de forma reativa, agressiva e antagônica, naturalmente vão se distanciando do processo, da convivência, pois cada reação no sentido conflituoso afasta o amante incondicional cuja essência é a harmonia. O texto lembra que pode haver um padrão repetitivo no qual a pessoa confessa a intenção de mudar determinado comportamento, mas não demonstra qualquer vontade (fora dos olhos do amante incondicional) de fazer isso ou de receber a correção devida. Essa é a causa do problema no relacionamento, que pode ser necessária a intervenção de terceiros e talvez até da assembleia, da reunião de amigos, da reunião de parentes.

            O texto termina com a prioridade mais alta para com Deus: ganhar o nosso irmão ou irmã. Para isso é preciso estar prontos a confessar nossos pecados e a perdoar as ofensas que nos atingem. Não há outra maneira de se viver na comunhão, e é na comunhão que o Senhor nos quer como seus filhos.

 

Publicado por Sióstio de Lapa
em 07/05/2013 às 08h34
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06/05/2013 06h51
DÚVIDAS SOBRE O CAMINHO

            O salmista já escrevia em 118 25-40: Prostrada no pó está a minha alma: restituí-me a vida conforme Vossa promessa. Eu Vos exponho a minha vida, para que me atendais: ensinai-me as Vossas leis. Mostrai-me os caminhos de Vossos preceitos, e meditarei em Vossas maravilhas. Chora de tristeza a minha alma; reconfortai-me segundo Vossa promessa. Afastai-me do caminho da mentira, e fazei-me fiel à Vossa lei. Escolhi o caminho da verdade, impus-me os Vossos decretos, apego-me as Vossas ordens, Senhor. Não permitais que eu seja confundido. Correrei pelo caminho de Vossos mandamentos, porque Sois Vós que dilatais meu coração. Mostrai-me, Senhor, o caminho de Vossas leis, para que eu nele permaneça com fidelidade. Ensinai-me a observar a Vossa lei e a guardá-la de todo o coração. Conduzi-me pelas sendas de Vossas leis, porque nelas estão minhas delícias. Inclinai-me o coração às Vossas ordens e não para a avareza. Não permitais que os meus olhos vejam a vaidade, fazei-me viver em Vossos caminhos. Cumpri a promessa para com Vosso servo, que fizestes àqueles que Vos temem. Afastai de mim a vergonha que receio, pois são agradáveis os Vossos decretos. Anseio pelos Vossos preceitos; dai-me que viva segundo Vossa justiça. (Biblia Sagrada, Ed. Ave-Maria ltda.).

            Diz também Lucas de forma complementar, na Parábola do Filho Pródigo, em 15 18-20: Levantar-me-ei e irei a meu pai, e dir-lhe-ei: meu pai, pequei contra o céu e contra ti; já não sou digno de ser chamado teu filho. Trata-me como a um dos teus empregados. Levantou-se, pois, e foi ter com seu pai. Estava ainda longe, quando seu pai o viu, e movido de compaixão, correu-lhe ao encontro, lançou-se-lhe ao pescoço e o beijou. (Bíblia Sagrada, Ed. Ave-Maria ltda.).

            São dois exemplos que mostram como os caminhos que Deus tem para nós podem ser desviados a qualquer momento, por quaisquer motivos. O salmista se sente derrotado, mas implora a Deus a misericórdia para ser recuperado, pede como uma criança desamparada, para que seja posto novamente no caminho. No segundo exemplo, Jesus ensina que por motivos que pensamos ser justos, entramos em outro caminho, mas depois de reconhecido o erro e arrependido, o pai nos acolhe com compaixão.

            No meu caso, pareço ser extremamente severo comigo mesmo, conforme o olhar de meus amigos, das pessoas que me amam. Todos sabem da minha dedicação a Deus, de procurar seguir o caminho que Ele colocou na minha consciência. Sabem do trabalho que executo nos dois campos, material e espiritual e julgam que não estou em débito com o Pai e que mereço descanso, férias e lazer de vez em quando. Mas a minha consciência não consegue aceitar esse tipo de lazer, de férias, dissociados da vontade de Deus, é como se eu tivesse saído da trilha. Sei que é importante o lazer e o descanso do corpo, mas sei também que o corpo é o instrumento que Deus me deu para fazer aqui no mundo material a sua vontade. Então por que me empanturrar com comida, bebida (mesmo que seja refrigerantes, sorvetes ou gelo), sexo (mesmo que seja em pensamentos, carícias e olhares lascivos), com a preguiça (mesmo que tenha dentro dela o sono necessário ao descanso do corpo), com jogos e diálogos sem sintonia com o divino...? Sei que ao usar a palavra “empanturrar” para caracterizar toda essa listagem posso estar sendo muito severo comigo mesmo e até incriminando os meus irmãos que dividem comigo essa jornada. A eles peço desculpas, pois sei que só o bem desejam para todos nós, principalmente prá mim, e nenhum mal para quem quer que seja. Eu agradeço ao Pai por ter colocado todos eles em minha vida e toda essa crítica que faço é comigo mesmo, e em nenhum momento implica em querer colocar culpa em ninguém. Pelo contrário, é necessário até pedir perdão a eles por desenvolver esse sentimento de culpa devido um dia tão agradável que eles me proporcionaram.

            Mas a minha prestação de contas é com o Pai. Eu sei o quanto Ele investiu em mim, desde a minha mais tenra formação, de criança criada dentro de um cabaré até chegar a um alto nível universitário com tanto conhecimento sobre a matéria e sobre a Sua existência, Suas leis e a minha obrigação enquanto filho! É por isso, por sentir que tanto me foi dado, que sinto que devo ser MUITO COBRADO! Não é justo que tanto investimento que o Pai tenha feito em mim, seja desperdiçado por comportamentos, mesmo que não perversos, mas inócuos frente ao trabalho que o Pai necessita que seja feito e com o qual já me comprometi de consciência livre.

 

Publicado por Sióstio de Lapa
em 06/05/2013 às 06h51
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05/05/2013 00h01
DEVOÇÃO CONSTANTE – FALSO EGO

            Falso ego significa aceitar que este corpo é a própria pessoa. Quando alguém compreende que não é este corpo, mas sim uma alma espiritual, chega então ao seu verdadeiro ego. O ego existe. Condena-se o falso ego, não o verdadeiro ego. Este sentido de “eu sou” é ego, mas quando o sentido de “eu sou” é aplicado a este corpo falso ele é ego falso. Quando o sentido do eu é aplicado à realidade, isto é o verdadeiro eu. Há alguns filósofos que dizem que devemos abandonar nosso ego, mas não podemos abandonar nosso ego, porque ego significa identidade. Devemos, é claro, abandonar a falsa identificação com o corpo.

            Tenho esta compreensão bem clara em minha consciência. O corpo falso, como o Baghavad Gita o classifica, é porque ele se transforma ao longo do tempo e chega um dia que voltará ao pó de onde se originou. Então, este corpo que hoje eu possuo, que já passou por tantas transformações ao longo da minha vida, logo mais retornará ao pó, desaparecerá da face da terra. Então, quando isso tiver acontecido, eu também terei desaparecido? Claro que não! Todos os estudos místicos, religiosos e até os científicos, defendem que a vida continua alem do corpo físico. A minha consciência permanecerá viva, não importa quantas experiências eu tenha ao longo de minhas existências em corpos materiais.

            Esta dicotomia de corpo e alma também me ajuda a melhor manter o Autocontrole sobre as exigências do corpo. Caso eu permanecesse com o falso ego, de acreditar que “eu sou o meu corpo” haveria uma tendência maior de procurar cumprir os desejos. Mas como não é assim, eu vejo o corpo como um veículo, um instrumento de educação que o Pai me permitiu para que eu aprendesse as lições fundamentais que a matéria pode oferecer. A minha devoção ao Pai não é contaminada pelo erro do falso ego e sei da responsabilidade do espírito em administrar os desejos e necessidades do corpo.

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em 05/05/2013 às 00h01
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04/05/2013 00h01
DEVOÇÃO CONSTANTE - AUTOCONTROLE

            Os sentidos são tão fortes que estão sempre ansiosos por obter prazer. Ninguém deve curvar-se a estas exigências desnecessárias. Devem-se satisfazer os sentidos só até o ponto de manter o corpo saudável para que se possa cumprir o dever de progredir na vida espiritual. O sentido mais importante e mais incontrolável é a língua. Se alguém pode controlar a língua, então há toda a possibilidade de controlar os outros sentidos. A função da língua é saborear e vibrar. Portanto, por regulação sistemática, a língua deve estar sempre ocupada em saborear.

            Até agora eu não tinha dado tanta importância a língua, como acontece no Baghavad Gita. Pensava que o sexo era de longe o sentido mais importante. Mas dando o foco que Baghavad Gita oferece, vejo que tem certa razão. Agora mesmo, ao digitar este texto, estou com a minha língua ocupada em chupar picolés, sorvete, gelo... ela não consegue ficar parada. É ela que está a serviço da gula e que representa um dos meus grandes adversários com o qual estou em constante luta, usando a jejum para me contrapor os efeitos da gula sobre meu corpo.

            O Autocontrole está direcionado as exigências do corpo. Ele tem suas necessidades justificáveis, mas devido o prazer que oferece nesse cumprimento de dever, termina por entrar no abuso que pode ser observado em todos os aspectos, se tornando tal comportamento um vício, uma dependência, que termina por estragar o próprio corpo.

            Não devo esquecer que o prazer que o corpo oferece para que execute determinados comportamentos, dizem respeito a sobrevivência do próprio corpo. Mas isso deve ser administrado com sobriedade, pois senão a busca por esse prazer de forma indevida termina por lesar o mesmo organismo que eu desejava preservar.

            Também observo a importância desse Autocontrole nos relacionamentos afetivos. Dentro do relacionamento afetivo, romântico, existe por trás de tudo o interesse da biologia, dos gens, da reprodução e criação do filho, da segurança oferecida pelos pais. Nesse sentido a exclusividade do relacionamento é sentida dentro do amor romântico. Eu devo ter a segurança que o meu filho vai ser bem cuidado pelos pais, então tenho que exigir que nenhum dos pais se envolva afetivamente com qualquer outra pessoa, pois senão os recursos existentes irão ser divididos. É um pensamento de cunho egoísta, mas é isso que é observado, é isso que se procura cumprir, é isso que está na Lei.

            O Amor Incondicional não respeita essa exclusividade do amor romântico. O Amor Incondicional se derrama por toda a natureza sem exigir condições; ama por amar! Tenho que ter o Autocontrole para não me descuidar de praticar o Amor Incondicional, mesmo que em alguns momentos isso traga prejuízo para meus interesses pessoais.

 

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em 04/05/2013 às 00h01
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03/05/2013 23h04
DEVOÇÃO CONSTANTE – FIRMEZA

            A Firmeza significa que se deve estar determinado a progredir na vida espiritual. Sem essa determinação não se pode fazer progresso tangível. E autocontrole que dizer que não se deve aceitar nada que seja prejudicial ao caminho do progresso espiritual. Devemos habituar-nos a isto e rejeitar tudo o que bloqueie o caminho do progresso espiritual. Isto é verdadeira renúncia.

            Isto é o que diz o Baghavad Gita neste nível devocional. Agora, como construí o meu caminho espiritual para aplicar nele a Firmeza?  Primeiro procurei saber o que é Deus. A inteligência Suprema do Universo cuja essência é o Amor Incondicional. É assim que compreendo Deus. Então, minha compreensão de Deus está montada em dois alicerces: Inteligência Suprema e Amor Incondicional. São duas forças que me parecem diferentes, mas complementares. A Inteligência Suprema é aquela que faz o ato da criação com toda sua perfeição, do micro ao macro cosmo; de dimensão eminente, material à transcendental, espiritual. O Amor Incondicional é a força que dá o direcionamento da Inteligência, para onde deverá caminhar a criação, a natureza. Assim, devo concluir que o Amor Incondicional é a maior força, pois é ela que dá o direcionamento da evolução. Então decidi que o meu caminho espiritual deveria ser o trilhar do Amor Incondicional em todos os meus relacionamentos, em todas as circunstâncias. Estou pronto a rejeitar qualquer coisa que bloqueie esse meu progresso espiritual, a aplicação do Amor Incondicional em todos os meus relacionamentos.

            Com este foco, aplico a Firmeza para manter o meu comportamento dentro do Amor Incondicional. Isso implica em ter que assumir a renuncia das conquistas do ego, em vencer todas as derivações que possam fragmentar o Amor, em suas formas paternal, filial, fraternal, conjugal, etc, até as exigências do amor romântico, até mesmo em sua expressão mais forte, a paixão.

            Dentro do atual estágio do mundo, da predominância dos valores materiais, do acúmulo de bens tangíveis e fugazes, sempre estou em confronto com os critérios culturais que apoiam o paradigma materialista. Por isso termino marginalizado nas relações sociais e até nos princípios religiosos rígidos que veem a necessidade da submissão do homem aos princípios dogmáticos interpretados pela consciência humana e de forte natureza animal.  Preciso ter muita Firmeza para não perder o foco e o meu caminho espiritual.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 03/05/2013 às 23h04
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