Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
07/04/2013 10h00
AMAR: O NOVO MANDAMENTO

            Hoje é o segundo domingo da Páscoa, um momento importante para lembrar o novo mandamento que Jesus nos deixou:

            “Um novo mandamento vos dou: que ameis uns aos outros; como eu vos amei a vós, que também vós uns aos outros também ameis.” (João 13:34)

            Na noite de sua traição, o Senhor Jesus deu aos Seus discípulos este novo mandamento. O mundo naquele período não era diferente do que é hoje. Os sumos sacerdotes e anciãos procuravam todos os meios de destruí-Lo. O mundo era assim, cheio de ódio e egoísmo. O mundo de hoje também expressa o ódio e egoísmo de muitas formas cruéis.

            É nesse cenário que o Senhor dá o novo Mandamento, não uma sugestão ou opinião. Todos os que são Seus discípulos recebem esse privilégio e responsabilidade. Ele nos ama com amor eterno e duradouro. Ser um objeto do amor divino é um privilégio. Nós recebemos isso de uma maneira pessoal, e respondemos a isso também individualmente.

            A minha forma de receber a lição é de entendê-la como verdadeira e como responder a ela e de que devo a cumprir com integridade e com coerência. Sei que cada um dos meus irmãos tem uma forma distinta de ver a realidade, uma forma individual, e que assim recebe o mandamento e de acordo com seus critérios também o cumprem, obedecendo os ditames da consciência. Agora, esse fato muito me intriga, porque alguns discípulos de Jesus, que querem cumprir o seu mandamento, termina com um comportamento diferente, incoerente com o mandamento.

            Vejamos alguns desdobramentos desse mandamento nas nossas relações, principalmente as relações afetivas que geram o amor romântico. Primeiro, devemos considerar que são duas formas de amar muito diferentes. O amor que consta do mandamento de Jesus, é o amor incondicional; o amor que é gerado dos desejos carnais é o amor romântico que exige a exclusividade do relacionamento, da doação do amor. Daí vem a primeira conclusão: ninguém que não consiga desenvolver o amor romântico e o deixar submetido ao amor incondicional, poderá cumprir o mandamento de Jesus. Melhor então que fique sem o relacionamento afetivo, carnal, pois o mandamento de Jesus é o que nos aproxima do Pai, enquanto o envolvimento prioritário no amor romântico nos aproxima do egoísmo que é a fonte de todos os males.

            Na minha caminhada na condição de discípulo de Jesus, de filho de Deus que deseja cumprir Sua vontade, que não se deixa bloquear pelos preconceitos sociais que impedem a livre expressão do amor incondicional em todas as suas dimensões, tenho encontrado muitas dificuldades com minhas companheiras mais íntimas. Mesmo com toda espiritualidade que elas tenham desenvolvido, a essência dessa lição não é aplicada, mesmo que a razão aponte para a sua necessidade. Elas chegam a alegar a dificuldade interna de se comportarem com a fraternidade que o mandamento implica, chegam até a alegar o respeito ao livre arbítrio, a voz da consciência dentro delas que reclamam pela exclusão do irmão que não é amado.

            Minha alma chora por dentro quando percebe tudo isso, pois sente que caminha sozinha nessa estrada que tenta pavimentar o Reino de Deus. Tenho dentro de mim os desejos carnais, a capacidade de desenvolver o amor romântico até o nível último da paixão, mas JAMAIS deixarei que esses sentimentos menores apesar de sua força venham obnubilar a lei maior, a lei do Amor Incondicional! É este mesmo Amor Incondicional que faz eu compreender a incoerência e incapacidade de amar conforme o mandamento de Jesus das minhas companheiras; que permite que eu continue as amando em todos os níveis, apesar de não concordar com suas ações de exclusividade do próximo. Pois mesmo que esse próximo fosse um adversário, não seria por essa condição mais um motivo para o amar com uma maior distinção? Não foi isso que Jesus quis dizer quando orientou que amássemos os nossos inimigos?

Publicado por Sióstio de Lapa
em 07/04/2013 às 10h00
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.
 
06/04/2013 23h59
RECOMPENSA E CASTIGO

            Registrei ontem uma recompensa que o Pai me deu por ter me comportado bem, dentro da sua lei. Mas deixei de comentar um castigo que ele também me deu no mesmo momento. Quando fui até a portaria do prédio resolver a questão da chave que já estava em meu poder, bati com a cabeça na parte superior da passagem que comunica a garagem do prédio com o posto da vigilância. Foi uma dor forte que cheguei a pensar que havia ferido a cabeça. Felizmente não havia quina nessa estrutura de cimento, não chegou a ferir a cabeça nem trouxe maiores consequências. Mas a dor que ficou sinalizava um castigo aplicado. Agora, castigo de que?

Após muito rebuscar na lembrança onde estava o comportamento que causou o castigo, encontrei um evento que pode justificar. Também estou no momento com um ente querido que necessita da minha ajuda e principalmente da ajuda profissional. Consegui vencer os entraves burocráticos e lhe deixei internada no hospital onde trabalho, num ambiente privilegiado, distante dos pacientes mais desorganizados mentalmente e com uma maior privacidade. Mas, como ela não aceita o tratamento, fez de tudo para sair do hospital até que consegui de forma incorreta, em um final de semana que foi autorizada a sair e que não voltou conforme o combinado. Nesse intervalo de tempo em que ela ficou fora do hospital, sendo rejeitada pelos parentes, e sem querer voltar a internação, todos faziam críticas ao seu comportamento, inclusive eu!

            Pronto, esse é o ponto! De todos que faziam o coro de elencar o comportamento negativo da necessitada, eu sou o púnico que detém o saber técnico e acredito que seja o que estou mais adiantado nas lições evangélicas e que procuro as colocar em prática na sua essência. Não poderia me envolver nessas críticas e julgamentos negativos de forma tão acintosa, sem considerar o lado dela, apesar da doença. O filho de Deus que quer se tornar o seu bem amado através da aplicação correta de Sua vontade, que aceita a condição de discípulo de Jesus que é o filho bem amado do Pai e que nos deixou instruções claras de como proceder, não pode esquecer de sua responsabilidade e se aproximar do campo da maledicência. Por que eu não resgatava da minha memória o comportamento positivo que ela apresentava? Por que não realçava o valor positivo de querer cuidar da filha apesar dos riscos que sua doença não deixava enxergar? Por que não considerar a queixa de negligência que ela sofrera dos pais, talvez abuso, como forma de querer agora uma compensação da forma equivocada que a doença sugere? Por que não mostrar que o desejo dela por segurança, por amparo, por acolhida é próprio de cada um de nós, só que a doença deixa essa preocupação a beira de um ato insano que ela não percebe? Por que não mostrar a dignidade que ela apresentou comigo, quando na fase em que eu estava apaixonado por ela, e que propus termos um filho, até mesmo para ela ficar amparada com os recursos que por lei ela teria direito de administrar, ela recusou, pois queria ter um filho com a pessoa que tivesse disponibilidade e pensasse em viver com ela e o filho com exclusividade?

            Sei que todas essas e mais algumas outras informações que afloraram na minha consciência foram avivadas pela interferência do Pai, e mostrava para mim as minhas falhas na condução desse problema que Ele colocou nas minhas mãos. Eu tenho que lembrar sempre de uma lição importante: registrar os fatos ruins de um relacionamento na areia para que o primeiro vento da madrugada os apague, e registrar os bons no mármore da memória, para que em qualquer momento eu possa os acionar. Então, eu não registrei o que ela fez de bom comigo e com quem estava ao seu redor? E porque agora eu não usei essas informações em seu benefício?

            Vi assim que foi bem merecido o “cascudo” que recebi do Pai. Amanhã combinei de ir falar com ela na casa da prima, onde ela continua abrigada. Já disse que iria na condição de amigo, de uma pessoa da minha família ampliada, não mais como médico que exige um comportamento coerente dos seus pacientes. Dobrarei o orgulho do médico dentro de mim e deixarei vir a tona o afeto de um amigo, de um pai, de um irmão, como assim é caracterizado o amor incondicional, que pode vestir a capa de qualquer forma de amor em benefício do próximo e jamais de si mesmo.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 06/04/2013 às 23h59
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.
 
05/04/2013 23h55
ALGO DE PODRE

            É gratificante se sentir filho do Criador, pois temos a Sua presença e participação sempre em nossas vidas. Tenho um exemplo acontecido agora em minha vida.

            Cedi um apartamento que acabara de comprar a um ente querido por algum tempo. Deixou de morar, mas pediu para ficar com ele ainda por algum tempo. Permiti, mas logo depois fiz um negócio e precisava do apartamento para honrar o compromisso. Pedi de volta a chave desse apartamento e apesar da concordância a chave não me chegava nas mãos. Sentia que a pressão financeira ficava cada vez maior, lembrava da entrega dessa chave e apesar das promessas de entrega nada acontecia. Mesmo assim eu continuava resistindo com paciência e tolerância, sem tomar nenhuma atitude radical como passava a ideia por minha cabeça.

            Foi ai que o Pai, vendo a situação e o meu comportamento, se sentiu na obrigação de intervir. O síndico do prédio onde o apartamento está localizado resolveu fazer uma dedetização contra ratos e baratas. Recebi um telefonema dele certa manhã dizendo da necessidade que havia de abrir o apartamento, pois havia um mal cheiro exalando de lá, algo de podre devia estar empestando o local, muito provável um rato que atingido pelo veneno foi fazer de lá sua sepultura. Telefonei ao meu ente querido que entendendo a situação autorizou que eu contratasse um chaveiro para abrir a porta, já que a chave estava em outro estado.

Assim fiz, pensando e agradecendo a Deus por sua sabedoria, em usar um simples rato para resolver uma situação que se arrastava há meses. Mas a minha surpresa e admiração não iria parar aí. No dia seguinte procurei o síndico para pagar pelos serviços prestados na troca da fechadura e saber do que realmente havia acontecido. Ele disse surpreso que não sabia como explicar. Abriu o apartamento e procurou por todos os locais, mas não encontrou nenhum rato morto como esperava. E o mal cheiro havia desaparecido, como se o “algo podre” houvesse sumido.

            Eu não fiquei tão surpreso quanto ele, pois eu tinha uma explicação que ele não tinha. Eu sabia que aquilo foi a intervenção de Deus para resolver o problema. Usou o sentido do olfato para identificar algo de podre, que nós pensávamos, do ponto de vista material, que seria o corpo em deterioração de algum rato envenenado. Como a explicação material não foi comprovada restava apenas a minha explicação espiritual.

            O Pai percebeu que o egoísmo na forma de negligência do meu ente querido, estava sufocando a minha boa vontade e paciência. Como eu não reagia procurando a justiça material, o caso foi remetido para o campo espiritual. Essa situação anômala dentro da lei de Deus, criou a consistência de “algo podre” e que se materializava no mundo material pelo fedor. No momento que foi aberto a porta e a nova chave entrou em meu poder, o “algo podre” foi dissolvido e o fedor desapareceu.

            Para todos que testemunharam esse fato pode ter ficado um mistério, mas não para mim, que sei que o Pai interviu com sua sabedoria e me deixou cada vez mais convicto de sua existência, proteção e justiça.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 05/04/2013 às 23h55
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.
 
04/04/2013 23h59
CONTAMINAÇÃO MORAL

            Já existe uma preocupação no seio da humanidade, difundido para os governantes mundiais, quanto a contaminação do ar, da água, do solo, etc., todos no campo material. Mas existe uma contaminação da qual não se ouve falar e que se dissemina insidiosamente: a contaminação moral. Os meios de comunicação divulgam conceitos e imagens de violência, imoralidade sexual, prazeres libertinos de drogas. Parece entrar nos costumes da cultura, parecer até benigna, mas não podemos nos enganar.

            Na atualidade a contaminação moral alcança níveis inimaginados pelas gerações anteriores com consequências trágicas. Ela banaliza as agressões à ética nos relacionamentos e anestesia a consciência diante de Deus e isso é pior que a degeneração do planeta, pois é a sua causa.

            As leis divinas estabelecem um funcionamento estável em que a evolução se procede de forma harmônica entre os seres vivos e os aparatos materiais. Também ficou estabelecido regras de conduta para o homem visando o perfeito desenvolvimento da sociedade, construindo a civilização do amor. Privilegia o relacionamento amoroso do homem com o Criador e o cuidado de uns para com os outros. Mas o que se observa á a negligência para com Deus e o abuso nas relações humanas caracterizadas pelos diversos tipos de corrupção.

            Há um esforço mundial no sentido de encontrar soluções para a contaminação da natureza, mas não existe nenhuma preocupação séria a nível filosófico, comunitário e estatal, com contaminação moral. Esta atinge de preferência os detentores do poder, que para permanecerem em seus cargos mudam na prática o discurso ideológico que os caracterizava.

            É este cenário que observo ao meu redor, no mundo político, financeiro, comercial, acadêmico, eclesiástico, familiar, cultural, enfim, para onde volto o olhar vejo a ação da contaminação moral e a sua ampla disseminação. Até mesmo quando volto o olhar para mim mesmo, vejo também a existência dessa contaminação nas minhas ações, algumas delas desconhecidas pela comunidade.

            Existe um antídoto para bloquear essa disseminação da contaminação moral e proporcionar a cura dentro de nós. É a aplicação da principal lei de Deus: amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.

            Percebo que quando eu me esforço para fazer a aplicação dessa lei, não vou eliminar por completo e de forma imediata a minha contaminação moral, mas já evito fazer algumas ações que minha consciência acusa como deletéria ao próximo e que eu não gostaria que fizessem comigo.

 

Publicado por Sióstio de Lapa
em 04/04/2013 às 23h59
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.
 
03/04/2013 06h17
VIVAM EM AMOR

            A escritura diz: “Vivam em amor, como também Cristo nos amou e se entregou por nós.”

            A Civilização do Amor que já existia na consciência do Papa Paulo VI, como a vontade Deus, e ele, o Papa, como Seu instrumento na terra, começou a fermentar entre os seres humanos. Paulo VI sentiu como é difícil cumprir a vontade de Deus dentro de uma sociedade dominada pelo egoísmo. A pessoa que tem essa missão como vontade de Deus pode até ficar isolada dentro da comunidade ou mesmo dentro do seu grupo congênere.

            Mas o pensamento da construção da Civilização do Amor, do Reino de Deus, não desaparecerá, mesmo que um homem só, mesmo que seja o Pastor designado por Deus, não tenha força para completar esse projeto. Mas com suas ações dirigidas a esse propósito, por menores que sejam, servem de semeadura dentro dos corações endurecidos , preconceituosos e ignorantes.

            No momento atual testemunhamos mais uma vez a eleição de um novo Pastor que a partir da suntuosidade do Vaticano, assume a humildade franciscana e defende mais uma vez a criação da Civilização do Amor. Sei que ele está respaldado pelo Evangelho, pelas lições que o Cristo nos deixou na qualidade de embaixador do amor. Sei que todos quantos recebem essas lições na consciência entendem a sua coerência, de que seja realmente o caminho que devemos seguir para alcançarmos uma sociedade justa e fraterna. Mesmo com essa compreensão, a força dos instintos e pulsões de natureza material, individualista e egoísta que se abriga em nossos corações, induz a comportamento hipócrita: defende a Civilização do Amor na teoria, sob a regência do Amor Incondicional, e na prática, no ensombramento das ações, deixa-se agir como instrumento do egoísmo, na regência do amor (?) condicional.

            As palavras do Pastor servem apenas como gotas de chuva a regar nossos corações que já estão semeados pelas lições do Evangelho. Se nenhuma plantinha brotar em nossos corações, em decorrência da semeadura do Evangelho, do adubo da verdade que o Pai coloca ao nosso alcance através do conhecimento com liberdade e força capaz de destruir preconceitos paralisantes da alma, e também do regar do Pastor, a Civilização do Amor jamais se instalará na terra.

            Eu senti no meu coração essa plantinha brotar, de início sem eu ter consciência de sua natureza. Mas hoje, sei que se trata do desígnio de Deus para a construção da Civilização do Amor. Agora eu procuro a adubar recolhendo cada vez mais fatias da Verdade que o Pai coloca à minha disposição. Com elas eu quebro preconceitos que compartimentaliza meu coração meu coração e dou espaço para a plantinha do Amor crescer dentro de mim. Sinto com alívio as palavras do Pastor minimizando a aridez de fraternidade que percebo ao meu redor.

            De uma coisa eu tenho certeza se quero manter a plantinha em crescimento, se quero assumir essa tarefa como missão determinada pelo Criador para a utilidade de minha atual existência: devo agir sempre com o foco no AMOR, por mais que isso cause reações dolorosas ao meu redor, quando minhas ações atingirem os interesses egoístas, até de pessoas que dizem me “amar” ou que “amam” pessoas que estão bem próximas de mim.

            Devo viver no AMOR, na sua forma mais perfeita e incorruptível, o Amor Incondicional, obedecendo a bússola comportamental que Jesus nos indicou: “Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.” Da mesma forma que sou vigilante para não desenvolver qualquer tipo de ação desviante nos meus relacionamentos e que agridam os princípios do Amor Incondicional, não posso ser omisso com as pessoas do meu bem querer mais próximo, minhas companheiras, meus parentes, meus amigos, quando por motivos egoístas eles tendam a agredir ou mesmo desconsiderar os princípios do Amor Incondicional.  

 

Publicado por Sióstio de Lapa
em 03/04/2013 às 06h17
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.
Página 841 de 932