Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
06/01/2020 00h05
ADULTÉRIO E PROMISCUIDADE

            Jesus pouco falou sobre o sexo, mas certamente, por seus princípios, ele não endossava o adultério ou a promiscuidade. Adultério no sentido de fugir aos compromissos conjugais assumidos por ocasião do casamento, na base do engano, traição do companheiro(a). Essa é a essência da condenação feita por Jesus, entendida dentro da racionalidade e coerência: seria o engano e a traição.  Com a promiscuidade, a essência da condenação de Jesus seria um sexo indiscriminado sem respeito ou cuidado com o(a) parceiro(a). Mas será que o sexo fora do casamento, ou ter vários(as) parceiros(as) poderia passar positivamente pelo crivo de Jesus? Acredito que sim, e defenderei minha opinião.

            Se o homem casa com a mulher, e ambos aceitam a possiblidade de existir sexo fora do casamento, tanto para um quanto para o outro, então se perde a essência da condenação sobre o engano ou traição. Da mesma forma, se a pessoa consente em ter vários(as) parceiros(as), embasados na aceitação mútua do livre arbítrio, na sensibilidade afetiva que ambos possuem para a realização do ato íntimo, e no prazer construtivo tanto para um quanto para o outro, dentro do respeito e cuidado com o(a) amante, mais uma vez a essência pela qual Jesus condenava essa atitude, se perde: a falta de respeito ou de cuidado com o(a) outro(a).

            Dessa forma, justificado o sexo fora do casamento e sexo com vários parceiros(as) sem a essência da condenação divina, veremos que dar o mesmo nome, adultério e promiscuidade não se aplica mais.

A origem da palavra adultério vem da expressão latina “ad alterum torum” que significa “na cama de outro(a)”. O termo adultério pode ser usado tanto para definir a infidelidade em um relacionamento entre dois indivíduos quanto, em sua forma verbal ou adjetiva, para se referir a algo que foi “fraudado” ou “falsificado” (adulterar/ adulterado). Se os dois indivíduos casados, os cônjuges, combinam a possibilidade de estar na cama com outro(a), o termo perde a significação de infidelidade, de fraude, falsificação, engano ou traição. Portanto, merece ser substituído.

A promiscuidade é entendida como uma mistura desordenada, confusa entre as pessoas que se relacionam sexualmente, como libertinos ou indistintos, que se destaca pela imoralidade, pela prática de maus costumes sejam eles na vida particular ou na vida pública. A promiscuidade sexual é caracterizada pela constante troca de parceiros, com pessoas diversas com esse perfil. Caso mude o perfil, os parceiros podem ser diversos, mas agora com base na afetividade, no respeito mútuo, na segurança, na discrição, sem afetar a moral pública, então, acredito, que devamos procurar outro nome para designar esse comportamento. Isso hoje está bem definido nos relacionamentos abertos onde duas pessoas estão envolvidas, mas abertas para outros relacionamentos paralelos em sintonia com o Amor Incondicional. Acredito que esta seja uma forma de diminuir a força do egoísmo dentro da família nuclear, ampliando os afetos em busca da família universal e da construção social do Reino de Deus entre nós.

Eis o que penso sobre essa questão, que certamente irá desencadear muitas críticas dos moralistas de plantão, com todo o respeito. Espero estar pronto para rebatê-las com argumentos lógicos sem fugir dos princípios cristãos.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 06/01/2020 às 00h05
 
05/01/2020 00h04
NOVOS MODOS DE PENSAR O SEXO

            O primeiro livro de Faramerz Dabhoiwala, “As Origens do Sexo”, traz os novos modos de pensar e também mudanças no modo de vida ao longo do tempo relacionados com o sexo. Também tenta mostrar como as crenças das pessoas foram afetadas pelas circunstâncias sociais. Vejamos o que diz a orelha do livro e as minhas considerações no final.

            Hoje em dia acreditamos que os adultos, mediante consentimento, têm liberdade para fazerem o que bem entenderem com seus corpos. Tornamos o sexo algo público e celebramos o sexo; travamos discussões intermináveis sobre sexo; somos obcecados pela vida sexual das celebridades. Achamos errado que em outras culturas as pessoas sofram por sua orientação sexual, que as mulheres sejam tratadas como cidadãs de segunda classe, ou que adúlteras sejam condenadas à morte. No entanto, até muito recentemente a nossa sociedade era assim.

            Para a maioria dos historiadores ocidentais, qualquer tipo de sexo fora do casamento era considerado ilegal, e a igreja, o estado e as pessoas comuns empenhavam grandes esforços para suprimir e punir essa conduta sexual. Esse era um traço essencial da civilização cristã, uma característica que foi ganhando importância cada vez maior desde o início da Idade Média.

            Neste livro inovador, Faramerz Dabhoiwala descreve em detalhes dramáticos como, entre 1600 e 1800, todo esse conjunto de ideias – segundo as quais o sexo é um assunto privado; a moralidade não pode ser imposta à força; os homens são mais libidinosos que as mulheres – foi destruído por novas ideias revolucionárias. A partir de então, as vidas privadas de ambos os sexos passaram a ser divulgadas e debatidas, em um universo público midiático em rápida expansão: jornais, panfletos, diários, romances, poemas e gravuras.

            Este livro, “As Origens do Sexo”, mostra que a criação dessa cultura moderna do sexo foi parte fundamental do Iluminismo, entrelaçada com tendências sociais, políticas e intelectuais mais amplas de toda uma era. Essa cultura ajudou a criar um novo modelo para a civilização ocidental, cujos princípios de privacidade, igualdade e liberdade individuais permanecem válidos até hoje.

            Recomento esta viagem sobre a evolução do pensamento sexual que este autor nos proporciona, principalmente no entendimento do foco religioso que parece comandar o processo. Apesar de nossa condição comportamental neste campo específico da vida está muito melhor do que era antes, na Idade Média, temos ainda que evoluir muito.

            As lições do Cristo sobre a Família Universal, Amor Incondicional e Reino de Deus, vai implicar necessariamente na revisão da Família Nuclear como está considerada hoje. As ações sexuais acontecendo dentro do Amor Incondicional perdem o freio preconceituoso e se torna elemento fundamental na construção da Família Universal e do Reino de Deus.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 05/01/2020 às 00h04
 
04/01/2020 00h30
PATRIMÔNIO CELESTE

            Aqui no mundo material existe uma preocupação básica da quase totalidade das pessoas, em trabalharem para construir um patrimônio. A não ser que a pessoa tenha alguma alteração no seu sistema cognitivo, congênito ou adquirido, assim é que funciona.

            Acontece que viemos do mundo espiritual para aprendermos a evoluir nos problemas que a matéria nos traz. Este problema de conquistar patrimônio material é dos mais severos. Isso pode focar toda nossa atenção na conquista desse patrimônio e esquecermos e até não relembrar o mundo real, espiritual, de onde viemos e cujo patrimônio é diferente. Os bens materiais que podemos ajuntar aqui na vida material, não podemos levar conosco quando voltarmos à pátria espiritual.

            Como a vida real acontece no mundo espiritual, onde temos a eternidade pela frente, e aqui no mundo material tudo é fugaz, não tem persistência, é importante que saibamos montar as devidas hierarquias e prioridades em nossas vidas. Manipulamos aqui na Terra apenas as aparências, principalmente o nosso corpo, que sofre transformações ao longo do tempo, de criança á velhice, até entrar em falência e se decompor no meio da matéria disforme, liberando o nosso espírito.

            Conhecendo essa realidade e usando a inteligência, iremos nos dedicar e praticar as lições do Cristo, no sentido de irmos conquistando valores espirituais que possam seguir conosco e fazer parte do nosso patrimônio celeste.

            As dificuldades que enfrentamos na Terra muitas vezes têm o sentido de favorecer esses bens espirituais, já que podemos viver uma vida sem potencial de conquistar um patrimônio espiritual.

            Mesmo com toda dificuldade, a pessoa com sua inteligência pode superar as dificuldades da vida material e ficar em posição de construir um bom patrimônio. Mas, é preciso muita atenção, pois no processo de conquista do patrimônio espiritual não nos preocupamos com o patrimônio espiritual. Mais ainda, podemos contrair dívidas ao conquistar o patrimônio espiritual com base em ações criminosas, que exigem o retorno à Terra na condição de expiação ou reparação.

            Também devemos prestar atenção ao que pedimos em nossas preces, sabendo que Deus sempre está a nos ouvir e pode atender o solicitado. Será que pedir ajuda para superarmos uma vida de privações, não vai interferir com essa vida que Deus nos deu para alcançarmos valores espirituais? Pela lógica, se Deus nos atende nesse pedido de vivermos melhor na vida espiritual, iremos sofrer desfalques no patrimônio da vida espiritual, que seria o esperado se cumpríssemos sem a Sua ajuda as dificuldades pelas quais estejamos passando.

 

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em 04/01/2020 às 00h30
 
03/01/2020 00h30
RESSENTIMENTO AA

            Voltar a sentir alguma emoção negativa é o que chamamos ressentimento. Em todas as áreas das nossas vidas ele está presente, principalmente na vida de um alcoólico. O que devemos fazer é identifica-lo e evitar que ele prospere em nosso psiquismo.

            Na minha vida profissional observo bem essa questão. Faço o acolhimento e procuro ajudar o alcoólico e seus familiares quanto a melhor conduta dentro do caso. Todos recebem a orientação de procurar a irmandade de Alcoólicos Anônimos (AA), mas tanto o alcoólico quanto os familiares têm a maior dificuldade de seguir essa simples orientação, que não implica em nenhum custo financeiro, comparado os remédios, internações, consultas, psicoterapias. E na maioria das vezes o paciente que aparentava ir bem, sofre uma recaída. Surge em nós, profissionais, o sentimento de incompetente, e no paciente o sentimento de incapacidade. O ressentimento à nível do médico faz com que surja a rejeição contra esse paciente e até novos. Tenho colega que envia os alcoólicos sistematicamente para mim, com o argumento de que não consegue tolerar e cuidar dos alcoólicos. Por que? Ressentimento!

O ressentimento a nível do alcoólico, que fica decepcionado com sua recaída, pois estava convicto de não voltar a beber, leva a um risco maior. Ele percebe que não consegue administrar sua vida, de evitar o sofrimento em si e em sua família e todos que estão ao redor, e surge o pensamento de morte, que muitas vezes se concretiza no suicídio.

            São esses ressentimentos que podem ser trabalhados e atenuados numa sala de AA, com a ajuda do Poder Superior que pode nos devolver a sanidade, nos livrando das imperfeições alimentadas pelos ressentimentos que se alastram nas diversas áreas da vida do alcoólico. A prece se torna um instrumento poderoso, rogando o alcoólico ao Poder Superior saber qual a Sua vontade e ter forças para realizar essa vontade.

            Após fazer a oração, o pedido do que necessita, o alcoólico permanece em silêncio, em meditação, procurando ouvir na intimidade de sua consciência a resposta do Poder Superior. Assim, os ressentimentos irão se dissipando com a claridade do despertar espiritual que irá experimentando.

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em 03/01/2020 às 00h30
 
02/01/2020 00h29
APADRINHAMENTO PROFISSIONAL AA

            O apadrinhamento em Alcoólicos Anônimos (AA) tem um papel importante na recuperação do alcoólico que chega pela primeira vez em busca de ajuda. Como é difícil para qualquer pessoa a adaptação em novos ambientes, com novas pessoas, a figura do padrinho para ajudar nos primeiros passos a serem dados é muito útil. Sabemos que o pai e a mãe do alcoólico é a própria irmandade, mas outro membro, com mais conhecimentos da literatura, pode ter esse papel de padrinho, de substituo em algumas ocasiões, dos verdadeiros pais.

            No papel de médico amigo de AA, passei a frequentar regularmente as reuniões que aconteciam nos domingos, o dia mais fácil na minha agenda. Tinha o objetivo de apoiar com minha presença os pacientes que eu encaminhava ao grupo. Sempre era chamado à cabeceira de mesa no final da reunião, para falar sobre alguma coisa de interesse. Eu assistia a reunião sempre anotando em minha agenda alguma informação interessante que eu ouvia nos depoimentos, e aproveitava esse convite para falar sobre o que eu havia anotado.

            Sinto que a minha presença dá mais segurança ao paciente que chega e pretende permanecer em AA. Os que ingressam escolhem seus padrinhos entre os companheiros mais antigos . Ao refletir sobre esse apadrinhamento do membro que ingressa, comecei a perceber que a minha atuação persistente dentro do grupo, passou a representar um certo apadrinhamento do grupo. Tanto o que escuto nos depoimentos, quanto o conteúdo da literatura que abordo na minha fala, leva a uma melhor compreensão daquilo que é dito ou escrito, sem fugir dos princípios da irmandade.

            Dessa forma, acredito que se cada grupo tivesse esse tipo de apadrinhamento profissional, seria um reforço muito bom para o grupo. Não seria obrigatório o profissional ir ao grupo todas as semanas como estou fazendo, bastaria a cada 15 dias ou mesmo uma vez no mês. O grupo seria beneficiado diretamente e o próprio profissional também. Os seus pacientes ou clientes seriam melhor assistidos e ele mesmo sentiria a influência dos 12 passos e do Poder Superior em sua vida.  

Publicado por Sióstio de Lapa
em 02/01/2020 às 00h29
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