Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
06/12/2014 23h20
CAMPOS DE BATALHA

            Parece que a Paz é uma utopia difícil de alcançar, desde que a vida parece oferecer diversos campos de batalha. Para onde eu olho vejo um tipo de disputa, um tipo de guerra... Dentro do meu próprio corpo sei que existe uma batalha incessante, os vírus e bactérias que querem dominar os cem trilhões de células que administro; que elas se organizam fora do meu campo consciencial, produzem anticorpos, aumentam a temperatura, promovem tosse, coriza, etc. No campo dos relacionamentos humanos vejo a luta dos indivíduos em acumular bens e poder e assim provocar subserviência nos outros e cada vez mais provoca maior contraste entre ricos e pobres pela concentração de renda. No campo dos relacionamentos íntimos também existe uma luta surda entre os sexos, cada um querendo se aproveitar do parceiro no que diz respeito à capacidade de reprodução dos gens e a garantia superior da sobrevivência do filho.

            A consciência educada com conhecimentos suficiente da mecânica da vida, tanto material como espiritual, pode ser um elemento vigoroso para a conquista da Paz, levando à Justiça amparada pelo Amor em todos os campos da batalha.

            No primeiro campo de batalha que corresponde à luta do meu corpo contra os agressores do meio ambiente, devo administrar os meus desejos de prazer com a gula e a preguiça e proporcionar uma alimentação saudável tanto em quantidade como em qualidade. Essa luta depende apenas de meu comportamento, e no entanto eu não obtenho tanta vitória quanto poderia já ter obtido. Não estou numa situação de derrota, sei que ainda estou no campo de batalha lutando para vencer os desejos inadequados para a minha saúde corporal. Estou com sobrepeso, perto do limite da obesidade, e diversos trabalhos que poderiam ser concluídos estão se arrastando com a desculpa simplória da falta de tempo. Sei que realmente sou muito atarefado, mas também sei que algum tempo seria possível desviar para concluir algumas tarefas importantes.

            No segundo campo de batalha, dos relacionamentos humanos, eu já consigo contabilizar algumas vitórias. O desejo de acumular bens, aumentar o meu patrimônio, não está assumindo o controle da minha consciência. Pelo contrário, minha consciência está vinculada às lições do Mestre Jesus e todo recurso adicional que conquisto com o meu trabalho, coloco à disposição dos irmãos ao redor e que precisam. Participo de atividades comunitárias onde o trabalho que faço não tem nenhuma remuneração, pelo contrário, coloco o meu dinheiro para ajudar na organização da comunidade e na construção de uma sociedade mais parecida com o Reino de Deus.

            No terceiro campo de batalha também considero que estou vencendo os confrontos que surgem. Neste campo de batalha são os meus instintos animais que se defrontam com a minha ética espiritual; são os desejos da carne, de realizar o sexo, de reproduzir, que estão subordinados aos princípios espirituais, de ver sempre em primeiro lugar os interesses do próximo, de não usar a minha força intelectual, financeira ou política para subjugar quem quer que seja a adquirir assim os prazeres desejados. Consigo colocar a motivação que os desejos provocam na aproximação com algumas pessoas e que firmam uma simpatia, a serviço do amor Incondicional. Não é que a possibilidade da evolução desse tipo de comportamento chegar até a intimidade, ao relacionamento sexual e talvez um companheirismo nas bases do amor inclusivo, seja descartado como proibido ou uma forma de tabu. Quem está no comando dessa avaliação, diagnóstico e decisão é a consciência sintonizada com o Amor Incondicional. Caso ela perceba o benefício que o aprofundamento da relação trará aos dois envolvidos, então nenhuma outra barreira terá forças para se impor e evitar esse fluxo do Amor.

            Parece que o Plano Divino proporcionou hoje as circunstâncias necessárias para que eu fizesse estas reflexões. Como eu faltei ao trabalho em Caicó na semana passada, hoje sabia que haveria muito paciente para eu atender e que talvez não desse para eu voltar de meio dia, no ônibus executivo. Para reforçar essa ideia a Van que eu viajava baixou o pneu e perdemos quase uma hora nessa troca. Ainda tinha que falar com o dono da Clínica que eu poderei trabalhar a partir de janeiro, foi mais um atraso. Com tudo isso eu não comprei a passagem de ônibus de meio dia e reservei a volta com a mesma Van que sai de 14h. Durante o atendimento chegou uma paciente coma qual desenvolvemos uma simpatia mútua. Ela apresentava uma necessidade e pedia que eu a ajudasse financeiramente, como já fiz de outras vezes. Após ter-lhe atendido e dado um abraço fraterno, sem nenhum tipo de outras intenções, ela olha em meus olhos e pergunta de forma direta:

- O que voce espera de mim, me ajudando assim?

Eu sabia que nessa sua pergunta estava existindo a necessidade de uma confirmação do meu desejo pelo seu corpo. Realmente existe, ela é uma pessoa bem mais jovem, atraente, bonita, simpática e acessível. Mas o que ela não sabia é da existência dos valores espirituais que dominam a minha mente e jamais iria dar uma resposta que ela se sentisse como uma meretriz. Se eu insinuasse qualquer ação sexual, libidinosa, em função dessa ajuda que ela acabara de receber, eu estaria propondo que ela pagasse com o seu corpo o benefício recebido. Mas, no entanto, ela queria uma resposta, não aceitava um tipo de ajuda dessa que ela recebe de mim quase sempre que manifesta suas necessidades, sem algum tipo de contrapartida. Deixei os meus instintos recolhidos no fundo da minha mente e permiti a expressão do meu espírito, assumindo a força do desejo, mas com o controle do Amor Incondicional, e respondi:

            - Espero que você ajude alguma pessoa dessa mesma forma, quando no futuro voce tiver condições para tal.

            Ela fixou seu olhar em mim, como para perceber se não era uma brincadeira que eu fazia com ela. Quando percebeu que eu falava sério, disse simplesmente um “você não existe” e foi embora.

            Como fiquei com tempo suficiente no Posto de Saúde à espera da Van que só vem às 14h, deu tempo de fazer essas reflexões com todos os fatos fresquinhos na memória. Talvez seja essa reflexão que o Pai queria que eu fizesse com este caso.

            Qual terá sido o sentimento que minha amiga saiu com aquela resposta que dei para ela? Será que ela se sentiu humilhada por eu não ter valorizado a sua sensualidade, e que tudo que eu estava fazendo ela poderia pagar simplesmente com a entrega do seu corpo para meu prazer? Será que ela se sentiu inferiorizada por não ter despertado desejos em mim, mesmo sentindo que esse desejo poderia haver pelo meu jeito de me comportar? Será que esta minha atitude a deixou mais humilhada que exaltada? Fiz bem ou fiz mal? Minha consciência diz que eu fiz certo. Mesmo que ela pense de forma sofrida, que se sinta humilhada por eu não ter cobrado o seu corpo para o meu prazer, sei que o tempo vai lhe dizer que este foi um dos poucos momentos que ela foi respeitada como um ser humano, e não como um objeto de prazer. Foi uma batalha importante no campo da minha alma, e que senti que venci.

            Ao terminar este texto senti também o afago do Pai em minha cabeça enquanto os olhos pingavam de emoção. 

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em 06/12/2014 às 23h20
 
05/12/2014 23h55
DIVÓRCIO

            Resolvi falar com um advogado e providenciar a extinção do meu casamento com o divórcio. Acabar com essa instituição que eu não acredito, o casamento, e que por ingenuidade entrei nele por uma segunda vez. Faço agora uma reflexão de toda essa trajetória em minha vida, do casamento ao divórcio.

            Dentro dos meus sonhos de adolescente, que não sabia ainda das forças da Natureza que iriam operar sobre mim, eu imaginava que iria encontrar a mulher dos meus sonhos, casar com ela e sermos feliz para sempre. Eu pensava que esse “encontrar a mulher dos sonhos” tinha algo de mágico, algo que iria exercer o seu efeito sobre mim e a ela, minha escolhida e então a felicidade seria alcançada daí para frente. Não pensava que esse encontro não tinha nada de mágico. Era simplesmente a força da Natureza operando em nós através dos instintos em busca da reprodução e sobrevivência da espécie. A força desses instintos estava estruturada sobre o egoísmo do indivíduo desejar sempre aquilo que o beneficia, mesmo que o prejudicado seja uma pessoa tão íntima como a esposa.

            Logo depois do casamento eu comecei a perceber essa força instintiva da reprodução agindo sobre mim, despertando interesses por outras mulheres capazes de reproduzir os meus gens. Claro que isso não surgiu da primeira vez e dessa forma tão acadêmica. Surgiu com sutileza na forma de um romantismo. Felizmente eu possuo um forte senso de justiça e jamais iria fazer alguma coisa que não desse o mesmo direito a minha esposa, pudesse ser o que fosse, até um comportamento tão cheio de tabu, de preconceitos. Mas consegui vencer tudo, os tabus e os preconceitos. Mudei meus paradigmas de vida e passei a considerar o meu casamento como aberto, onde tanto eu como minha esposa podíamos nos relacionar intimamente com outra pessoa.  

            Minha primeira esposa não conseguiu levar adiante essa proposta e terminou por me expulsar de casa e se divorciar. Cai no segundo erro, agora bem consciente, tanto eu como a minha nova companheira. Mesmo assim tentamos viver juntos e casados. Mais uma vez a minha nova esposa não conseguiu suportar essa forma diferente de me comportar e fui expulso mais uma vez de casa.

            Agora, mesmo separados, não desmanchamos o casamento e ele continua a exercer os seus efeitos sobre nós até este momento. Percebi cada vez mais que esse casamento deveria acabar e terminar de exercer os seus efeitos sobre nós, uma vez que nenhum de nós tem interesse de reativá-lo, sabendo cada um como pensa e que não existe a possibilidade de mudança de pensamento e comportamento por parte de nenhum de nós.

            Considero agora a lei do Divórcio como uma necessidade quando se forma no casal incompatibilidades como se formou entre mim e minhas duas esposas, em tempos diferentes. Sabendo de tudo isso seria de total incoerência voltar a casar outra vez, pelo contrário digo a todos as suas características e da força moral necessária de quem deseja casar.

            O Divórcio assim me deu a necessária liberdade social para que eu possa me associar das mais diversas formas com qualquer pessoa que eu queira. Acredito que num futuro onde os homens consigam se relacionar na base do Amor, esse artifício legal do Divórcio deixe de ser necessário.

            Uma nova moral deve superar esta que vivemos agora, que nos aproxime com justiça de todos que nossos instintos sinalizarem como positivo. Assim iremos estar mais próximos da construção do Reino de Deus ensinada por Jesus e esperada pelo Pai.

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em 05/12/2014 às 23h55
 
05/12/2014 00h59
FOCO DE LUZ (31)

            A reunião da AMA-PM foi realizada mais uma vez na Escola Estadual Olda Marinho. O início foi irregular, pois Edinólia e Cíntia arrumavam o material para o Bazar no andar superior da Escola, colocando preço nos produtos, e ficamos comunicando alguns informes antes delas chegarem. Fomos iniciar formalmente as 07:30h com a presença de: 1. Edinólia; 2. Cíntia; 3. Paulo Henrique; 4. Nivaldo; 5. Silvana; 6. João Batista; 7. Stela; 8. Paulo Góis; 9. Damares; 10. Davi; 11. Francisco; 12. Rosário; 13. Aninha; 14. Francinete; 15. Ana Paula; 16. Ezequiel; 17. Marise; 18. Maria Adriana; e 19. Ivanaldo. Nivaldo informa que participou da reunião no Centro de Saúde, em comemoração aos 30 anos na comunidade. Paulo Henrique mostra cópia do ofício recebido da SEMSUR sobre a recuperação da Praça Maria Cerzideira, que a mesma deve sair quando surgirem os recursos necessários nas novas licitações. Davi entrega exemplares do “Folha Comunitária Reis Magos” nº 1, dezembro/14 e informa que ainda não fez contato com os novos diretores do Clube de Pesca Pâmpano, mas que continua tentando. Paulo Henrique apresenta oficio que informa a diretoria da Escola Olda Marinho a utilização da sala do andar superior como sede provisória da AMA-PM e onde estão sendo guardados os instrumentos e demais utensílios para o desenvolvimento das atividades na escola, como aulas de violão, material do Bazar e reuniões da Associação nas quintas feiras. Rosário trouxe a doação de um violão infantil para o curso e apresenta a proposta de um “Projeto Hospedar” com a finalidade de capacitar os moradores para disponibilizar espaços de suas residências para hospedagem remunerada. Aninha informa a disponibilidade de oferecer um curso de Inglês durante as férias, que pode ser conjunto com o curso de Reforço Escolar, além de um curso de Dança do Ventre, que pode ser incrementado. Cíntia ficou de reunir com Rosário para acertar essa atividade. Ezequiel informa que houve tiroteio perto da Escola Laura Maia e que houve feridos. O local estava escuro, mas ele já foi à SEMSUR solicitar a iluminação do bairro e foi atendido. Também pede mais coletes para incluir mais alunos no futebol e Davi ficou de doar mais uma bola. Cíntia reforça a necessidade de mais professores para violão e Evangelização. Rosário diz que existe a possibilidade de termos o apoio de um professor da Escola de Música da UFRN no próximo semestre letivo. Edinólia lembra a venda dos bilhetes da rifa, do trabalho do Bazar no próximo domingo e que necessita do apoio de todos. Cintia faz passar um papel para todos anotarem o horário que pode ir ao evento para colaborar. Quem não deixou o horário, como Edinólia, Francisco e Paulo, é porque devem ficar todo o período. Paulo Góis garantiu a participação do carro de som no sábado, mas no domingo não seria possível. Rosário disse que poderia alugar uma caixa de som com microfone, mas Ezequiel disse que poderia conseguir o carro de som do vereador Ubaldo para nos dar apoio nesse dia. Paulo Henrique garantiu refrigerantes suficiente no Bazar sob consignação do seu comercio. Edinólia garante que chegará as 06h para iniciar os trabalhos e Paulo Henrique e Ezequiel darão o apoio na condução de mesas e material. As 20:30h todos ficamos em pé de mãos dadas, a direita ofertando e a esquerda recebendo para fazer a oração do Pai Nosso conduzida por Edinólia. Finalmente todos posamos para a foto que será veiculada no whatsapp.

 

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em 05/12/2014 às 00h59
 
04/12/2014 00h59
OPOSIÇÃO ACADÊMICA E POPULAR

            Hoje participei de uma reunião de caráter político na casa de uma amiga, Célia, que a conheci quando sentou ao meu lado na primeira reunião que participei no Chaplin, da “Força Democrática”. Como vi que ela apresentava ideias bem consistentes com relação ao nosso propósito político de lutar contra a mentira e corrupção que infesta a administração pública, entreguei para ela três artigos que eu havia produzido e que abordava o tema. Ela ficou interessada na minha participação entre as pessoas que estavam com propostas de fazer alguma ação pública. Mesmo com o meu horário apertado, combinei de ir à sua casa às 18:30h, mas tinha que sair antes de terminar, pois tinha outra reunião para participar às 20h. Cheguei no horário, mas os demais convidados chegaram atrasados e fomos começar mesmo depois das 19h.

            Foi interessante esse primeiro contato para nos conhecermos e colocar logo nossas primeiras ideias. Surgiu logo uma discussão sobre o conceito de oposição. Há o pensamento de que não existe oposição no país, que todos os políticos comungam de alguma forma com os interesses de se manterem no poder em detrimento dos interesses do povo. Outros pensam que existe a oposição e que ela quase vencia a eleição deste ano.

            Coloquei o meu pensamento aliado aqueles que pensam ter uma oposição. Mas fiz questão de frisar a ótica do nosso olhar. Se colocarmos o pensamento acadêmico nas diversas facções de pensamento e que geram os partidos políticos, podemos chegar a conclusão que uma verdadeira oposição, que centralize prioritariamente nos interesses da população, não existe. E o conceito de oposição acadêmica é útil nos bancos universitários para entendermos as diversas engrenagens de ações que são criadas e mantidas para determinados grupos se manterem no poder.

            De forma prática, devemos não considerar esse aglutinado de pensamentos que tentam compreender todos os movimentos políticos e considerar que existe um partido que detém o poder atualmente no Brasil e que deve ser considerado como a “situação”. Todos aqueles que não concordam com esse partido que está situado no poder, são considerados oposição. Dentro da oposição como dentro da situação, existem diversas formas de pensar, mas todos colocados como se estivessem sobre uma gangorra: para onde o peso for maior, irá o poder de acordo com as regras democráticas.

            Então, de forma pragmática, se queremos mudar o partido que está no poder, na situação, teremos que considerar todos que são contrários a ele como opositores e assim fazer a gangorra sair do controle deles. Mesmo que depois que isso aconteça, se a consciência crítica da sociedade verifica que os novos detentores do poder não merecem o apoio ético da sociedade livre, se forma uma nova oposição. Foi isso que aconteceu comigo quando votei na oposição que era o PT contra o PSDB. E hoje a consciência manda votar no PSDB que é oposição contra o PT. É isso que a história mostra que está acontecendo e jamais iremos alcançar uma administração pública sem opositores se os homens que a assumem estão envolvidos nos seus interesses egoísticos.

            Existe sim, a possibilidade de uma administração sem oposição, quando os homens conseguirem vencer os seus instintos egoísticos e aplicar em todos os relacionamentos os princípios do Evangelho. Teremos conquistado o Reino de Deus e o Amor Incondicional será a Lei geral, a ser obedecida por todos. Enquanto isso, iremos tentando nos aperfeiçoar nesse jogo de situação x oposição.

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em 04/12/2014 às 00h59
 
03/12/2014 00h59
COMPANHEIRO

            Na organização dos trabalhos comunitários encontrei o livro “Ave Luz” que fala do comportamento dos apóstolos a partir das lições do próprio Jesus. Aborda temas virtuosos ligados a cada apóstolo na lida diária e achei muito conveniente em fazer a adaptação dessas lições para a aplicação no trabalho que realizo na comunidade da Praia do Meio. A primeira utilização desses textos foi feita para o boletim informativo nº 2, de agosto/2014, e publicado neste diário com o título de “Solidariedade”.

            Volto a usar esse livro com o tema seguinte que tem o título de “Companheiro” e foi feito para o Mestre ensinar a Simão Pedro o valor da caridade através das ações. Reproduzo abaixo o texto conforme será veiculado no Boletim Informativo nº 6, mês de dezembro/2014, da AMA-PM, e que será distribuído na próxima quinta-feira, dia 04-12-14:

Ser companheiro não é apenas ser amigo dos que comungam dos nossos ideais. É acompanhá-los em alguns dos seus também. Acompanhar os outros é o que fazemos, em alguns casos, neste trabalho comunitário. É ajudar sempre dentro das possibilidades, aos que se envolvem em dificuldades, sem se empenhar no ganho. O prazer de ajudar por ajudar é o que nos torna verdadeiros companheiros, do beneficiado e dos que beneficiam. Quando somos os alvos da assistência é que nos certificamos do quanto é bom ter companheiros fiéis ao lema dos três mosqueteiros: “Um por todos e todos por um”.

            O Amor se divide em modalidades infinitas e uma delas representa o companheirismo, ao lado de virtudes como tolerância, bondade, trabalho, coragem, fé, confiança e fidelidade, entre outras.

            Podemos deixar por algum tempo de ser companheiro de alguém ou do grupo de irmãos da Associação, por exemplo, quando se esfriam os ideais mais nobres. O companheiro do bem é aquele que alimenta nos amigos o entusiasmo pelas coisas que o Pai colocou em nossos corações. A amizade, pois, pode perdurar até que as ações venham a se coadunar de novo com as qualidades de intenções. Mesmo vivendo distante um do outro, o elo de fraternidade pode vibrar, e por esse caminho, algum dia, o Amor é convidado a transitar.

            Há casos em que dois amigos dedicados ao bem comum, não são companheiros na extensão profunda da palavra, porque do dever que um foi chamado o outro foi dispensado, e vice-versa. Porém, reconhecem que o todo se converte para a felicidade. O Evangelho pede a dedicação de todos nós, e em alguns casos, sacrifícios. Somos os primeiros a nos iluminar com este trabalho voluntário de comunitarismo cristão. Portanto, é justo que devamos dar testemunho de fidelidade a Deus. Nesta comunidade que começamos a atuar e para a qual fomos escolhidos, esperamos que todos sejam companheiros e o regozijo é de Deus se fizermos a Sua vontade.

            Vamos aderir às boas ações dos que desejam praticar o bem e aprofundemos com eles o que ainda não sabemos. E é bom que façamos isso com humildade, porque a pretensão escorraça o entendimento.

            Não devemos esmorecer nas lutas que abraçamos para construir a Boa Nova do Reino de Deus. Se porventura perdermos alguns companheiros ou deixarem de nos acompanhar por motivo de força maior, não perturbes o teu coração. Se tua consciência estiver tranquila pelo ideal do bem que alimentas no coração, segue avante, que algum dia, em nome de Deus, haverá um só rebanho e um só Pastor: o mestre Jesus.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 03/12/2014 às 00h59
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