Nestes dias tão próximos da eleição que irá definir o novo presidente do Brasil, uma batalha que extrapola em muito o campo espiritual, se faz ferrenha ao nosso lado, um exército usando a mentira como arma principal e o outro mostrando a verdade do que aconteceu, do que pode acontecer, caso o mal volte ao poder.
Dentro deste cenário surge um comunicado nas redes sociais com pretensa origem na Casa Imperial do Brasil, que é importante reproduzirmos aqui para nossa reflexão, não partidária ou ideológica, mas sim coerente com a Verdade, já que queremos nos posicionar do lado do Bem, mesmo que sejamos ainda tão imperfeitos.
ELEIÇÕES 2018: COMUNICADO DO CHEFE DA CASA IMPERIAL DO BRASIL
O Brasil atravessa uma dramática situação político-social e ideológica, que pode acarretar graves consequências para seu futuro. Vivemos mais um desses sobressaltos históricos, a que a instabilidade do regime republicano já nos habituou.
Durante a vigência do regime monárquico, como durante o regime republicano, a Família Imperial soube, com devotamento, aproveitar todas as ocasiões que se apresentaram para bem servir o Brasil. É notório, que pela própria natureza da instituição monárquica, se eximiu ela de imiscuir-se nas disputas partidárias, habitualmente marcadas, no nosso País, pelas desavenças personalistas ou de clãs políticos.
Assumindo desde sempre uma postura apartidária, a Família Imperial sempre se destacou por seu espírito de conciliação, manifestando grande capacidade de dialogar com os brasileiros das mais diversas correntes. Contudo, tal postura apartidária nunca impediu que os da Família Imperial avaliassem os problemas de Estado e as circunstâncias concretas do País, à luz de ideias, princípios e doutrinas. Basta-me recordar aqui o empenho contínuo para a abolição da escravidão.
É por essas razões que, como Chefe da Casa Imperial, me sinto impelido, atendendo ao apelo daqueles que constituem hoje uma forte corrente monárquica, a proferir uma palavra de orientação na atual encruzilhada histórica.
O presente embate eleitoral – máxime, pela Presidência da República – já de há muito ultrapassou os domínios de um mero confronto político-partidário para se tornar uma decisão de rumos ideológicos para nosso País. Passa pelo exercício do voto a possibilidade de se definirem tais rumos.
Um perigo imediato ronda esta Terra de Santa Cruz: a retomada do poder pelas correntes de esquerda que tudo fizeram e fazem – dentro e fora da legalidade – para subjugar nossa sociedade e amordaçar nossa Nação. Divorciadas de nosso passado histórico, sempre afins a semear a discórdia e o ódio de classes, alimentam elas divisões sem fim entre brasileiros, divisões tão avessas a nossas tradições, a nosso sentir cristão, de concórdia e de afeto.
Correntes de esquerda que trabalham com igual afinco para destruir a instituição familiar, seja na sua organização decorrente da ordem natural, seja pela generalizada dissolução dos costumes, seja na educação estatal a ser dada a nossas indefesas crianças.
Correntes de esquerda que investem, por princípio, contra a propriedade privada e a livre iniciativa, e procuram estancar na sua fonte um dos fundamentos mais preciosos de nosso legítimo progresso e de nosso crescimento material.
Correntes de esquerda que procuram subjugar nossa soberania a interesses ideológicos espúrios e que ameaçam dilacerar nossa unidade nacional.
Triste é para mim ter que constatá-lo, mas tais correntes de esquerda contaram e continuam a contar, com o apoio de inúmeros eclesiásticos que abraçaram os erros da Teologia da Libertação e que, valendo-se do espírito de fé reinante em boa parte dos brasileiros, promovem entre a grei católica a confusão, preconizando uma radical transformação socioeconômica, de índole social-comunista.
Na inércia da vítima está a força do agressor. Assim, pois, como Chefe da Casa Imperial do Brasil, exorto a todos os monarquistas e a todos os brasileiros a que tudo façam, dentro da lei e da ordem, para rechaçar eleitoralmente as correntes de esquerda – verdadeira seita vermelha – que não hesitam em ameaçar “tomar o poder” e amordaçar as instituições, bem como cercear as legítimas liberdades de nossas gentes. Correntes que, sem pudor, continuam a apontar como modelo a nefasta ditadura venezuelana – que mata seus cidadãos e reduz à total miséria uma nação riquíssima, em aras ao socialismo do século XXI.
É com a prece dos Salmos “Ad te levavi óculos meos, qui habitas in caelis...”*, dirigida a Nossa Senhora Aparecida, Rainha e Padroeira do Brasil, que encerro minha palavras, na certeza de que, uma vez mais, a Terra de Santa Cruz será poupada das agruras e das misérias com que o socialismo e o comunismo subjugaram e subjugam tantas nações.
São Paulo, 4 de outubro de 2018.
Dom Luiz de Orleans e Bragança
Chefe da Casa Imperial do Brasil
Aqui está o texto em latim e a tradução inglesa:
Ad te levavi oculos meos,
qui habitas em coelis.
Ecce sicut oculi servorum
em manibus dominorum suorum,
sicut oculi ancillae
em manibus dominae suae,
ita oculi nostri
ad Dominum Deum nostrum,
donec misereatur nostri.
Miserere nostri, Domine
quia multum repleti sumus despectione.
Levantei os meus olhos para vós, que habitam no céu. Eis que os olhos dos servos olham para as mãos de seus senhores; E como os olhos de uma criada para as mãos de sua amante; Então, nossos olhos olham para o Senhor nosso Deus até que ele tenha piedade de nós. Tem misericórdia de nós, ó Senhor, tem misericórdia de nós.
Hoje nascia Francisco, na cidade de Assis, Itália no ano de 1182, há 836 anos, que na somatória dos números dá 17. Era filho de Pietro di Bernadone, um rico comerciante italiano, e Pica Bourlemont, cuja família tinha raízes francesas. Na ausência do pai, em viagem à França, sua mãe o batizou de Giovanni (João, em português, a partir do profeta São João Batista). A origem do seu nome Francesco (Francisco) é incerta, talvez depois de uma viagem à França, onde o menino foi cativado pela vida francesa, sua música, poesia e seu povo, seu pai teria começado a chama-lo de “francesco”, que significa “francês” em italiano.
O menino cresceu e se tornou um jovem popular entre seus amigos, por sua indisciplina e extravagâncias, por sua paixão pelas aventuras, pelas roupas da moda e pela bebida, e por sua liberalidade com o dinheiro, mas mostrava uma índole bondosa. Era nessa época fascinado pelas histórias de cavalaria e desejava ganhar fama como herói. Assim em 1202 alistou-se como soldado na guerra que Assis desenvolvia contra Peruggia, mas foi capturado e preso, á espera de um resgate, por cerca de um ano. Ao ser libertado caiu doente durante todo o ano de 1204. Ali se apresentaram as duas afecções que o acompanharam por toda a sua vida: problemas de visão e no aparelho digestivo.
Depois de recuperado tentou novamente a carreira das armas, incentivado por um sonho que tivera. Nele apareceu-lhe alguém o chamando pelo nome e levando-o a um rico palácio, onde vivia uma linda donzela, e que estava cheio de armas resplandecentes e outros apetrechos de guerra. Indagando de quem eram essas armas esplêndidas e o palácio magnífico, foi-lhe respondido que tudo aquilo era seu e de seus soldados. Animado com a perspectiva de glória, pôs-se a caminho, mas no trajeto teve outro sonho, ou uma visão, onde ouviu uma voz a dizer: “Quem te pode ser de mais proveito? O senhor ou o servo?” Como Francisco respondesse, “O senhor”, ouviu novamente a voz: “Então por que deixas o senhor pelo servo e o príncipe pelo vassalo?” Confundido, Francisco disse: “Que queres que eu faça?” e a voz replicou: “Volta para tua terra, e te será dito o que haverás de fazer. Pois deves entender de outro modo a visão que tiveste.
Como tenho uma visão espiritual do que ocorre no Brasil e no mundo, uma verdadeira batalha entre o Bem e o Mal, tenho uma tendência em relacionar o “fenômeno Bolsonaro” com uma das estratégias da batalha espiritual que ocorre no Brasil. O poder das trevas, sabendo da indicação do Brasil para ser “O coração do mundo e a pátria do Evangelho”, resolveu jogar todas as suas forças na desintegração desse projeto. Conseguiu alcançar o poder, a Presidência da República, e passou a solapar tanto os recursos financeiros como a moral cristã, distribuindo favores e induzindo um verdadeiro hipnotismo nas massas, que não conseguiam ver a mentira que os envolviam e se deixavam cooptar pelas forças trevosas. Uma voz destoava da massa corrompida e corruptora, habitante dos palácios da justiça, legislativa e executiva, um deputado de origem insignificante que teimava em não se corromper, que desmascarava a mentira e dizia verdades com palavras duras, atemorizantes, tal como João Batista no deserto, comendo mel e gafanhotos e agredindo reis devassos e povos corruptos. Esse deputado, como Francisco, também foi fascinado pelas armas, fez carreira no quartel e atingiu o posto de capitão. Agora, quando o povo brasileiro, que não está hipnotizado nem foi cooptado para as fileiras das iniquidades, descobre que esse deputado, simples e até ignorante em muitos aspectos, é quem tem a índole suficiente para segurar a bandeira cristã e coloca em seu slogan: “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”, e assim enche as ruas de todos os estados, não em seu nome nem do partido que o legaliza na eleição, mas em torno dos princípios que ele defende. Talvez como Francisco, ele esteja descobrindo que sua missão não seja fazer a vontade de Deus empunhando armas, mas recuperando a moral da família cristã, como Francisco recuperou a Igreja Católica na aplicação prática do Evangelho. Talvez estejamos sendo chamados a ter olhos para ver os sinais que nos chegam, da numerologia do tempo que Francisco chegou na Terra, que soma o numero 17 pelo qual o candidato concorre à presidência, e até a facada que o deixou com problemas no aparelho digestivo, como acontecia com Francisco.
Eu, como pessoa oferecida à São Francisco, por ele ter me salvado da morte no primeiro trabalho de parto de minha mãe, que desesperada fez uma promessa por sua intercessão, talvez eu tenha a obrigação de ter os meus olhos abertos e fazer textos como este a fim de abrir os olhos de quem não consegue enxergar, de quem chega até a ameaçar a amizade por não seguirmos o hipnotismo do mal que é tão evidente em quem tem os seus olhos sãos; afinal esta era a outra doença de Francisco, doença dos olhos, não conseguia ver as coisas materiais, mas via muito bem as coisas espirituais e teve coragem de ficar do lado certo.
Sobre o texto do dia anterior, recebi comentário de um leitor chamado Athos de Alexandria, que considerei colocar aqui, de volta a este espaço, para aprofundar nossa reflexão sobre o tema:
----- Mensagem original -----
De: "Recanto das Letras" <recantodasletras@recantodasletras.com.br>
Para: "Sióstio de Lapa" <rodrigus@ufrnet.br>
Enviadas: Terça-feira, 2 de outubro de 2018 23:13:13
Assunto: [*SPAM*] Comentário: O BRASIL ENFRENTA O ANTI-BRASIL
02/10/18 23:13 - Athos de Alexandria
Quanta verdade concentrada em tão pequeno texto. Hoje, infelizmente, acabei por ver um vídeo de um grupo teatral onde eles ensejam uma peça, e Jesus Cristo é gay. Há uma cena muito forte quando um ator fortão, simula estar fazendo sexo anal em Cristo. Fiquei estarrecido, pasmo, boquiaberto e atônito, com a infelicidade da peça teatral. Eu ia compartilhar o vídeo para minha esposa, porém não tive coragem. Eu jamais me atreveria a fazer circular aquela obra dantesca e imunda pela internet. Não poderia fazer isso com o filho do meu Criador! Mas gente...o que fiz eu, cristão para merecer aquilo? O que fizemos nós, crentes em Deus, para vermos no Brasil, um grupelho de porcos imundos, se atrever a encenar tamanha ignomínia. Gente...somos mais de 80% de cristãos no Brasil. E eu não posso fazer nada? Tenho que aceitar que podem, que escarrem, que defequem na minha fé, e nada posso fazer? E vem a Daniela Mercury defender aquilo dizendo que é arte? Queer Museu. Jesus Gay. Liberação das drogas. Aborto... E eu sou fascista? E quem defende tudo isso...é o quê? Estão fazendo desta nação uma Sodoma. É sério que se creem certos? Verdade, vocês cabelos brancos (de responsáveis?) que nas vossas famílias é assim? Essa libertinagem e esse sem limites absurdos? Verdade gente que este é o Brasil que vocês querem para seus filhos e netos? É o Brasil que a vossa turma está construindo? Aonde aprenderam isso? Com os vossos pais, senhores? Pois é...pois é... Dize-me com quem andas...que eu te direi quem és!!! Vamos...procurem o vídeo e aplaudam muito tão porcaria e indecente peça! Bom progressismo para vocês, idosos cheios de lindos modernismos...
RESPOSTA
Caro Athos de Alexandria,
agradeço pela leitura e feedback do meu texto sobre "O Brasil enfrenta o anti-Brasil". Infelizmente a nossa pátria foi atacada por uma nuvem de iniquidades sobre a cobertura mentirosa de que se está fazendo o bem para a nação, tanto para pessoas que vivem na mais miserável pobreza, dependentes do estômago para sobreviver, quanto para pessoas que deixam ser influenciadas pelos supostos benefícios desviados sem rigor financeiro das contas públicas. Estas pessoas, até mesmo formadas com graus acadêmicos e jurídicos de todos os níveis, se deixam contaminar pelo vírus da corrupção e não conseguem levar o raciocínio até a raiz dos problemas de natureza criminosa gerados para o país. Chega a um ponto que pessoas reconhecidamente cristãs, que respeitam e amam o Cristo e suas lições, não conseguem "ver" o que fazem com a imagem do nosso "Mestre" e defendem aqueles que O enxovalha como se fossem pessoas tão cristãs quanto elas. E não adianta mostrar esses fatos que você listou em seu comentário, meu caro Athos de Alexandria, elas estão tão fascinadas por essas pessoas abomináveis que corremos o risco até de perder suas amizades. Mas, como já dizia um velho sacerdote do início dos tempos cristãos, quando o Templo de Jerusalém queria calar a boca dos primeiros apóstolos: "Cuidado, amigos, pois se tudo isso é plano de Deus, nada do que fizermos será capaz de destruir". Da mesma forma entendo o aparecimento tão súbito do Bolsonaro, "uma voz que clama no deserto da ética, no mar de corrupção"... se ele faz parte do plano de Deus para retirar o Brasil da rota da deterioração e voltar a colocar o país em condições de ser "A pátria do Evangelho e coração do mundo", não tem nenhuma força capaz de impedir. basta que sigamos, como seguiu os primeiros cristãos, nas pegadas dos primeiros apóstolos, seguindo o Caminho da Verdade ensinado pelo Mestre.
Muita Luz para todos nós!
Sióstio de Lapa
Encontrei um texto no zap, com o título acima, com a assinatura de José Eduardo Agualusa, que fez sintonia com um texto que escrevi recentemente sobre a entrevista do mesmo ator que ele considera. Veremos do que se trata.
Nas redes sociais vem circulando um vídeo do ator inglês Stephen Fry, alertando os brasileiros para o perigo que representa o crescimento da extrema direita. No essencial Stephen Fry considera a multiplicação de declarações racistas, homofóbicas e machistas, uma escolha equivocada para um país que tem na diversidade o seu principal traço de caráter. Seria, sugere o ator inglês, como se o Brasil estivesse escolhendo o anti-Brasil para o representar.
A diversidade do material humano com que se constituiu o ser brasileiro é, sem dúvida, extraordinária; basta percorrer as ruas de qualquer cidade do país para perceber isso. Contudo, passeando por Londres, Cape Town ou Nova Iorque iremos deparar-nos com idêntica ou ainda maior diversidade. O que torna o Brasil original, o que explica a alegre vitalidade de sua cultura popular, não é tanto a diversidade: é a voracidade com que assimila o outro, isso a que chamamos mestiçagem.
Vivi dois anos entre Olinda e Rio de Janeiro. Recordo desse meu breve exílio brasileiro a experiência do não exílio. Nunca me senti ostracizado. Nunca me senti estrangeiro. Nunca me senti colocado à margem. Pelo contrário, tinha de lutar todos os dias contra a tentação de me esquecer de mim, me refundando brasileiro.
Guardo desse tempo a ilusão de que é fácil virar brasileiro. Difícil é ser alemão, por exemplo, para citar um país onde até hoje a ascendência (o sangue) tem mais importância que o lugar onde alguém nasce e cresce. Isto é, os filhos de imigrantes turcos nascidos na Alemanha não são automaticamente alemães (apenas se os pais estiverem legalmente no país há mais de oito anos), e continuam sendo tratado como turcos por uma boa parte dos seus concidadãos. Já os russos ou poloneses pertencentes à minoria de etnia alemã tem direito a passaporte germânico, ainda que nunca tenham visitado o país.
A propósito da Alemanha, onde também morei, lembro de uma ocasião que que vi, em Berlim, uma “japonesa” sambando. No momento em que a vi eu soube que ela não era japonesa. Era brasileira. Só podia ser brasileira. Esta capacidade de transformar um japonês, um alemão ou um angolano em brasileiro -, é que me parece verdadeiramente singular.
E é este Brasil que está sob ameaça: o Brasil.
O anti-Brasil que vem crescendo e envenenando o Brasil me lembra certas doenças autoimunes. É como se o organismo – no caso a sociedade brasileira – não fosse capaz de se reconhecer a si mesmo, os seus próprios órgãos e células, começando a se autodestruir.
O crescimento do anti-Brasil será apenas responsabilidade de políticos com um venenoso e persistente discurso de ódio? Creio que não. Provavelmente esses políticos apenas dão corpo a uma insanidade latente, que terminaria se manifestando, mais cedo ou mais tarde, com eles ou sem eles. Para a combater é preciso determinar primeiro de onde vem.
Sinto muito, não tenho respostas, Stephen Fry também não. Fry apenas está assustado, como eu, como milhões de outras pessoas no mundo inteiro, que amam o Brasil, e a sua alegre e maravilhosa máquina de engolir e misturar culturas.
Infelizmente, no meio do ruído que se instalou no Brasil, fica difícil escutar as vozes lúcidas interessadas em discutir a questão e em encontrar respostas.
Tanto Stephen Fry quanto José Eduardo Agualusa não conseguem identificar de onde vem todo esse discurso de ódio. Tendem a depositar a culpa sobre uma pessoa a qual termina por reagir a determinada situação. A situação é de descalabro com a administração pública, do roubo descarado na forma de corrupção, do aparelhamento das instituições do Estado, da cooptação mentirosa e criminosa dos miseráveis que lutam pela sobrevivência se agarrando sem pudor a todo tipo de bolsa, da mesma forma que outro tipo de miseráveis, aqueles que se locupletam com os salários e vantagens fáceis, a custa do suor do povo, e de forma mercenária e subserviente passam a assumir cargos nas cátedras acadêmicas e até em cortes da justiça.
Esta é a situação, meus caros escritores, que pessoas como Jair Bolsonaro levantam a voz e encontram ecos por todas as ruas, vielas e praças do nosso ex-pacato Brasil. Agora existem as facções, criminosos organizados em ONGs e até dentro dos sindicatos, todos preocupados com os seus próprios umbigos e dispostos a esfaquear quem ameaçar tirar as tetas estatais de suas bocas.
Olá, Pai. Hoje quero conversar contigo, sem precisar ser um formato de oração. Simplesmente conversar, de filho para Pai... como bons amigos...
Sei que o Senhor não vai considerar falta de respeito, pois sei que a Tua essência é o Amor, a tolerância, a compreensão. Pois preciso saber algumas coisas, tirar algumas dúvidas da minha mente.
Sei que o Senhor é meu Pai, que eu Te devo respeito e obedecer a Tua vontade. Sei que eu também me tornei pai, que seguindo o Teu exemplo, os meus filhos biológicos devem seguir os mesmos passos que eu sigo em respeito a Ti. Mas tal não acontece, eu não sinto o mesmo respeito, a mesma sintonia com a minha vontade.
Sei que entre mim e o Senhor existe uma distância imensurável, mas a qualidade da relação tem um forte paralelismo. Meus filhos também foram gerados por mim, sem a minha participação eles jamais teriam existidos. Sei que eles levam o meu DNA biológico, da mesma forma que todos nós, Seus filhos, levamos conosco a Tua centelha divina em nosso gérmen espiritual.
Eu cumpro a Tua vontade, Pai, pois sei que és bem mais sábio que eu, mais poderoso, mais inteligente, mais bondoso e amoroso. Como eu poderia ir de encontro a Ti? Saber que colocas tantos caminhos ao meu dispor, para eu me dirigir mais próximo de i, e escolher um caminho associado ao mal, a mentira, que me leva para distante de Ti? Sei que não posso fazer isso, e se tal acontecer, sei que irei pagar algum preço pelo fato da minha ignorância.
Por isso nunca critiquei o meu pai biológico, sabia do respeito que eu devia a ele, pelo fato dele ter sido instrumento para a minha vinda a este mundo. Mesmo que ele não tenha colaborado tanto para a minha existência a partir do meu nascimento. A minha mãe separou dele quando eu tinha cinco anos de idade, devido os seus defeitos, e mudamos de cidade. Minha mãe como não tinha condições de me alimentar nem educar, me deixou morar definitivamente com minha avó. Nunca recebi nenhuma visita do meu pai. Não quero entrar no mérito de o julgar, não é essa minha competência, e sim de amá-lo e respeitá-lo. Cada um tem sua missão, os débitos a pagar, a ignorância para errar... e eu não sei quais são os dele.
Agora, Pai, vejo meus filhos e de tantos outros filhos na relação com seus pais biológicos. É como se todos considerassem os seus pais como um velho ultrapassado pelo tempo e que sua opinião não tem mias sintonia nem com o presente nem com o futuro.
Estamos agora em campanha política. Tenho uma boa experiência da política, já fui dirigente partidário, militante, candidato a diversos cargos, sempre cuidando de cumprir a Tua vontade. Minha consciência está limpa com relação a isso. No entanto, os meus filhos expressam uma vontade diretamente oposta à minha, e defendem um candidato que se comporta completamente fora do meu foco de ação. Qual o motivo disso acontecer? Quais argumentos que eles levantam que se tornam superiores aos meus? Teoria que aprendeu de forma diferente? Vantagens que conseguiram de fontes contrárias as minhas? Mas que benefício poderia ser mais forte que a doação da vida?
Assim, Pai, antes que possa me responder, eu concluo que é falta de sabedoria. Eu posso está errado em minhas conclusões, é verdade, mas os filhos devem o respeito aos pais e se tal erro acontece com o pai, se ele está enganado, os filhos devem ajudar a orientá-lo para o caminho correto, o caminho do bem, da verdade... mas tal não acontece. É como se existisse um abismo, onde o tocar no assunto leva a um maior distanciamento... então ficamos calados sobre os pontos de discórdia.
Sim, Pai, a culpa maior é minha, pois eu como pai, deveria ter a sabedoria suficiente para abordar o assunto e colocar os termos de uma forma compreensiva, como o Senhor faz comigo a todo momento, em cada decisão. Talvez eu não tenha ficado com eles o tempo suficiente para formarem um laço parecido com o que tenho conTigo, pois hoje sei que sempre estás perto de mim, mesmo eu não O vendo, mas O sinto no coração.
Portanto, Pai, termino como sempre das outras vezes... Dá-me sabedoria para entender e forças e coragem para agir... com os meus filhos e com os filhos de outros pais, afinal todos somos irmãos.