Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
25/07/2014 07h38
FOCO DE LUZ (13)

            A reunião da AMA-PM teve início ontem, dia 24-07, no horário previsto de 19h com a presença das seguintes pessoas: Paulo, Fábio, Edinólia, Damares, Davi, Ana Paula, Radha, Letiene e Francisco. Também estiveram presentes as seguintes pessoas convidadas por Ana Paula interessadas no curso de Xadrez: Heloisa (9anos), Luciana (mãe de Vinicius, presente, e de Gabriel, que não compareceu), Barbara (18 anos), Enock (10 anos), Diego (20 anos), Daiane (19 anos), Vânia (18 anos), Marcelo (20 anos), Vinícius (9 anos), Veyda (11 anos), Maria Eduarda (9 anos), Jobão (pai/avô de Marcelo), Marcelo (9 anos), Enzo Enrico (10 anos), João Vítor (13 anos), Daniel (10 anos), Lucas (7 anos); e Tauan (10 anos).

            Como a reunião foi direcionada para os interessados no xadrez, colocamos as cadeiras em círculo e passamos a conversar com todos observando as características individuais de cada um e falando sobre as características do xadrez.

            Observa-se que no geral não existe uma disciplina social de respeito aos limites que devem existir na participação de reuniões. É visto com evidência as limitações de algumas pessoas, tanto no excesso, quanto na inibição de suas participações. É observado risadas inconvenientes, comentários inapropriados, silêncios recalcantes, saídas da roda sem consideração nenhuma. Todos esses detalhes negativos devem ser trabalhados no decorrer das atividades do curso.

            Ao falar do xadrez procurei fazer a associação do jogo com a vida real. Três pessoas já conheciam o jogo e ajudaram respondendo as perguntas que eram feitas. Falei inicialmente do peão, colocando suas características. Era a peça mais numerosa e de menor valor. Ela tinha, como todas as outras peças, que obedecer as regras do jogo. Ela só podia se movimentar para a frente e só podia tomar outra peça no sentido diagonal. Era a peça que mais ficava exposta tanto no ataque quanto na defesa, por isso logo eram tomadas pelo adversário. Mas era com elas que se fazia todo o planejamento para o sucesso final do jogo, a vitória. Acontecia também uma regra interessante com o peão. Caso ele conseguisse vencer todos os obstáculos e chegar a última fileira, ele era automaticamente promovido a qualquer peça, inclusive a dama que é a mais valiosa e poderosa. É importante que a regra seja respeitada, senão a pessoa sai do jogo.

            Fiz a associação deste jogo com a vida real. Todos nós ao nascermos somos peões. A partir do estudo e do trabalho que fazemos no dia-a-dia, dos obstáculos que iremos vencendo, superando e avançando, obedecendo as regras estabelecidas, podemos chegar até o final de nosso objetivo e nos transformar de peão em qualquer profissional com maior valor dentro da ordem do trabalho: um sacerdote, um advogado, juiz, médico, oficial, engenheiro, etc. Para isso acontecer de forma natural e positiva tanto para o indivíduo quanto para a sociedade, é necessário que as regras, as leis sejam respeitadas, o trabalho ou o estudo seja realizado com afinco em busca da meta desejada. Caso as regras não sejam respeitadas, o jogo termina para essa pessoa, pode ficar presa num cárcere ou retirada do tabuleiro da própria vida.

            Depois que fiz essas considerações, Letiene continuou a falar sobre as regras do xadrez e das características do curso que ela iria iniciar já na próxima semana. Foram formados três grupos de acordo com as disponibilidades de cada interessado, quanto ao estudo e trabalho que eles já realizam.

            Foi formado um grupo na quarta feira de 8 as 9 horas com as seguintes pessoas: Fábio, Enock, Daiane, Veyda, Maria Eduarda, Daniel, Lucas e Ana Paula.

            Outro grupo, também na quarta feira, de 15 as 16 horas, foi formado com as seguintes pessoas: Bárbara, Diego, Vânia, Marcelo e João Vítor.

            O último grupo foi formado na sexta feira, de 15 as 16 horas, com as seguintes pessoas: Heloísa, Gabriel, Vinícius, Marcelo, Enzo Enrico e Tauan.

            Outras pessoas que não compareceram a reunião podem ser incluídas em qualquer desses grupos de acordo com a disponibilidade deles. Também pode ser permutado o grupo, se alguém percebe que fica melhor colocado em outro horário.

            Quanto ao local, ficou de ser contatado a direção da Escola Olda Marinho para ser vista a disponibilidade de uma sala, devido o local ficar mais próximo da comunidade.

            Quanto aos tabuleiros, de início não haverá necessidade, por ser preciso aulas teóricas para a apresentação das diversas peças, seus movimentos, a regra e as estratégias básicas do jogo. Já existe a doação de um tabuleiro e a promessa de mais quatro, sinalizados por Cíntia, Paulo, Damares e Edinólia.

            Após tudo ter sido encaminhado, Letiene agradeceu a participação de todos interessados no xadrez e espera encontrar com os grupos na próxima semana, na escola determinada.

            Reunimos todos para a foto coletiva como registro da reunião e em seguida, todos com as mãos dadas, em círculo, pedimos um momento de silêncio em respeito ao Pai que nos convida a fazer esse trabalho e fizemos a oração que o Seu filho maior nos ensinou; o Pai Nosso.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 25/07/2014 às 07h38
 
24/07/2014 00h01
O CRUCIFICADO

            Na reunião de estudos da última terça feira, dia 22-07, uma das minhas colegas, sem nenhuma provocação da minha parte ou de qualquer outra pessoa presente, disse que a pessoa que mais aproveitava essas lições era o “crucificado” e apontou para mim. Todos fizeram relação com o meu silêncio, quem menos fala nessas reuniões sou eu, deixo todo mundo falar e somente quando sinto que posso contribuir com o teor da discussão é que faço alguma intervenção. Mesmo assim quando eu sinto que não tem alguém com mais necessidade de falar do que eu. Mas onde está o sentido de “crucificado” nessa situação? Eu não estou submetido a nenhum martírio, a nenhum sofrimento ou trabalho forçado. A outra hipótese é com relação a E. que sempre está encontrando um espaço para jogar algum tipo de culpa sobre mim. Nesse caso até que pode justificar o termo de “crucificado”.

            Mas parece que a aplicação do que ela quis dizer tinha uma abrangência maior, pois logo em seguida eu tive que abrir mão do anonimato das minhas ações para explicar e justificar um fato que aconteceu. G. levantou a crítica de que não acolhemos a colega M. que chegou à reunião trazendo o sofrimento da morte recente da sua mãe. Disse que nós ficamos envolvidos no estudo do livro sem atentar para a dor que ela estava sentindo e que devíamos ter conversado com ela sobre os seus sentimentos. Tive que explicar que M. recebera justamente o que foi procurar, um estudo neutro sobre as características do mundo espiritual, que é uma existência real e que a morte não existe, pois o espírito depois do desencarne volta para o pátria espiritual que é o nosso lar real. No dia anterior eu havia ido ao seu apartamento e tive oportunidade de falar bastante sobre o seu sofrimento, sobre a vida da mãe, do seu retorno à pátria espiritual e que ela devia fazer o seu dever enquanto tivesse encarnada, cuidando da sua vida e ajudando o próximo. Orientei para que ela fosse ao estudo na terça feira e a ação prática na quinta feira na Praia do Meio. Depois da reunião ainda a acompanhamos até sua casa e a deixamos mais harmonizada no seu lar. Portanto, o que o grupo poderia ter oferecido naquele momento era o que foi realmente oferecido: foi o estudo do mundo espiritual de forma neutra para que ela pudesse raciocinar com mais clareza sobre a realidade e sobre o que deveria fazer. Os colegas então puderam perceber que a minha ação antes e depois da reunião tiravam deles qualquer sentimento de culpa, pelo contrário, fizeram justamente aquilo que M. precisava receber. Isso implicava em algum tipo de sacrifício que eu estava fazendo em benefício do próximo e dentro do estudo. Também podia ser aplicado o termo de “crucificado”.

            Outra situação que acontece em função do estudo, é a carona que eu dou regularmente a E. e a R. que faz eu percorrer a cidade quase toda, do Centro para a Zona Sul, depois Zona Norte, para chegar no meu apartamento na Zona Leste. Também faço isso em função de crescimento espiritual de minhas companheiras, sem esperar nenhuma recompensa material com esse trabalho. Também pode ser considerado uma espécie de crucificação. Tudo isso justifica até o termo de crucificado que ela usou, mas acontece que ela não tinha conhecimento disso. O que posso concluir é que os mentores espirituais desse estudo, que tudo percebem dentro e fora da reunião, mandou esse recado que somente quem pode avaliar como tal sou eu, pois ninguém da reunião tem a dimensão desse trabalho que executo fora da reunião em função desse estudo. Eles perceberam que não tenho nenhuma intenção de obter recompensa material com esse trabalho e resolveram mandar um recado que tudo está sendo devidamente contabilizado no plano espiritual. Como talvez ninguém faça tanto esforço quanto eu dentro da reunião, eles usaram a colega para me mandar esse recado como forma de me recompensar. É como um aluno que recebe uma nota boa na escola de acordo com a tarefa que ele desenvolveu, como forma de premiação.

            É pena que eu não possa dividir essa reflexão com os colegas, pois eu estaria entrando no campo da vaidade e terminaria sendo recompensado pela admiração deles, deixaria de ser recompensado por Deus. Portanto, essas reflexões vão ficar restritas a este blog, que poucas pessoas leem e pouquíssimas sabem do contexto real.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 24/07/2014 às 00h01
 
23/07/2014 13h02
TERRA BOA

            Jesus ensinou uma parábola excelente, a melhor forma de nos tornar discípulos eficientes e assim contribuir com eficácia para o Reino de Deus.:

            “Um semeador saiu a semear. E, semeando, parte da semente caiu ao longo do caminho; os pássaros vieram e a comeram. Outra parte caiu em solo pedregoso, onde não havia muita terra, e nasceu logo, porque a terra era pouco profunda. Logo, porém, que o sol nasceu, queimou-se por falta de raízes. Outras sementes caíram entre os espinhos: os espinhos cresceram e as sufocaram. Outras, enfim, caíram em terra boa: deram frutos, cem por um, sessenta por um, trinta por um. Aquele que tem ouvidos, ouça.”

            Este é o verdadeiro modelo de discípulo, aquele que ouve a Palavra, entende-a e produz frutos. Jesus quer por de lado o cristianismo superficial que consiste meramente em ouvir e aceitar os seus ensinamentos de modo teórico. Nós devemos ser a boa terra semeada por Sua Palavra, produzir muitos frutos em função dela e difundi-la para a construção do Reino de Deus.

            Lembro-me de uma reunião que R. falou, de uma reunião em família que ela participou e na qual foi abordada a parábola do joio e do trigo que Jesus ensinou. Ela disse que nessa família existe muito conflito, chega ao ponto de filho não falar com pai, de o ódio fazer morada no coração dos parentes. Fiquei pensando que essa foi uma oportunidade excelente para todos fazerem uma reflexão sobre o ensino de Jesus e verificar se o coração de cada um está pronto para receber a semente, sem pedras ou espinhos, com terra suficiente para a semente germinar e resistir ao calor do sol e ao bico dos pássaros.

            Imagino que se eu estivesse presente poderia dar uma boa contribuição, pois as minhas falhas são muito parecidas com aquelas que são tão criticadas naquela família.

            Na minha vez de falar, eu diria que recebi as sementes que Jesus plantou em meu coração, as Palavras que Ele ensinou no seu Evangelho. Diria que em determinado momento da minha vida, eu casado, envolvi-me por amor com uma pessoa e acidentalmente foi gerada uma filha. Escapei de cometer um erro maior ainda, de contribuir para o seu aborto. Mas o meu coração tinha a semente de Jesus. Aceitei a condição de ser o pai dela com coragem e Amor, reconheci-a como minha filha e a considerei igual a todos meus outros filhos. Contei a verdade e fui criticado, acusado, até expulso de casa. Mas como a semente de Jesus estava germinando dentro do meu coração, não tive raiva, ódio ou ressentimento de ninguém, por mais que eu soubesse que todos que me acusavam sabiam que isso poderia acontecer, que o meu amor não é exclusivo de uma só pessoa. Eu não gerei nenhuma raiva em função dessa incoerência. Continuei apegado a Palavra de Amor que Jesus ensinou e me esforcei para colocá-la em prática com quem eu estivesse, fosse amigo ou adversário.

            O ponto mais forte onde a minha semente foi testada se estava plantada em boa terra, foi quando meu filho passou no vestibular. Todos os seus irmãos podiam telefonar para ele e parabenizá-lo. Somente esta minha filha, nascida nessas circunstâncias preconceituosas, não poderia telefonar para ele e parabenizá-lo. A semente de Jesus não permitia que eu tivesse ódio dessas pessoas que causavam isso, ou que brigasse com elas por se comportarem assim. Eu sentia que eram os espinhos que estavam ameaçando a plantinha que crescia em meu coração. Mas como ela estava em boa terra, resistia a essas espinhadas e não deixava crescer o ódio, mesmo que por dentro eu sangrasse. Participei da festa que eles fizeram de imediato, ao meio dia, com os olhos turvos de tristeza... mas não de ódio! Ninguém ao meu redor conseguiu perceber a minha dor, talvez até intuíssem, mas o que eu fazia por amor eles deturpavam que eu fazia por interesse sexual. Ninguém perguntava se essa minha filha rejeitada naquela casa já havia ligado para o irmão, pois sabiam que os outros irmãos já o fizeram. Eu estava só, sofrendo o calor daqueles preconceitos, maior que o calor esturricante do sol; sofria o riso e a alegria de todos, como facadas na minha tristeza. Mas a semente que Jesus plantou continuava a emitir o Amor apesar de tudo. Não deixei de amar ninguém daquela casa, por mais que me torturassem dessa forma.

            A minha mente dizia que eu estava certo em seguir o Amor ensinado e plantado em meu coração por Jesus. Mas dizia que eu não podia ser injusto com minha filha, não podia aceitar de forma passiva tudo que queriam fazer para comemorar a vitória do meu filho, sabendo que ela, minha filha, estava no ostracismo injusto, pois ela não pedira para ficar nessa situação. Então decidi. Não iria participar da festa que eles estavam planejando para o meu filho em um restaurante durante a noite. Era a noite planejada para eu estar com ela e não iria cancelar o encontro em função dessa festa comemorativa. Iria ao encontro dela, diria do sucesso do seu irmão e pediria desculpas por ela não ter podido ligar na hora que todos souberam do resultado, como os demais irmãos fizeram. Era a minha forma de corrigir a injustiça que eu sabia que ela sofria. Todos me criticaram por eu ter feito isso, inclusive a minha filha, pois mostrou que saberia muito bem suportar tamanha agressão à sua inocência. Suportei essa crítica geral sobre isso que fiz, mas a minha consciência estava ao meu lado. Ela mostrava para mim que eu fiz o correto, fiz o que a plantinha de Jesus em meu coração sugeriu; que eu não odiasse ninguém, que não ficasse ressentido com ninguém, que continuasse a amar a todos. Mas, essa mesma plantinha dizia que eu devia ser justo, que a minha filha por mais inocente que fosse, que não exigisse a minha presença perto dela naquele dia, que tolerasse os preconceitos que sofria sem retaliar ninguém, eu deveria ficar perto dela. Mesmo que isso trouxesse consequências, como trouxe. Fui expulso literalmente de casa sem direito a nada, sem levar nada, a não ser aquilo que exclusivamente me pertencesse, como livros e roupas; sem direito de voltar para falar com ninguém, com filho, cachorro ou papagaio; os próprios parentes foram proibidos de se relacionarem comigo. Agora tenho ao meu favor apenas o tempo como advogado.

            Hoje moro só em um apartamento. Sei que foi essa plantinha que Jesus plantou em meu coração e que encontrou terra boa, que causou toda essa revolução. Eu vivo só, mas vivo cercado de amor, tanto dou como recebo. A plantinha de Jesus serve de amuleto para espantar o mal, o egoísmo do meu coração. Continuo a amar a todos, inclusive os meus carrascos, com a pureza do Amor que o Pai me dá.

            Terminaria a minha fala dizendo a todos que pela primeira vez eu tinha feito uma exposição pública com tanta profundidade dos efeitos da semente que Jesus plantou em meu coração. Esperaria que cada um fizesse a sua reflexão, o que está fazendo com a semente que Jesus também semeou em cada coração. Espero que cada um esteja cultivando tão bem como eu sinto que estou fazendo, sem ter raiva e ódio de ninguém, sabendo tolerar os erros dos outros para ser digno do Pai tolerar e perdoar os meus próprios erros.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 23/07/2014 às 13h02
 
22/07/2014 15h05
ALCORÃO

            O Alcorão é o livro sagrado que contém o código religioso, moral e político dos muçulmanos. Muçulmano é todo individuo que adere ao Islão, uma religião monoteísta centrada na vida e nos ensinamentos de Maomé, e que se submete a Deus. O texto original do Alcorão em árabe clássico é considerado pelos muçulmanos a palavra textual de Deus revelada ao Profeta Maomé por intermédio do arcanjo Gabriel.

            Maomé nasceu em Meca no ano de 570 dC e morreu em Medina no ano de 632, aos 62 anos. Para os muçulmanos ele é o mais recente e último profeta de Deus. Foi precedido por Jesus, Moisés, Davi, Jacob, Isaac , Ismael e Abraão.

            Foi no ano de 610, enquanto dormia ou em estado de transe, Maomé com 40 anos, viu o anjo Gabriel na sua frente. Foi citado o primeiro verso do Alcorão. É considerado uma blasfêmia atribuir esse livro a outro que não seja Deus.

            Deus havia revelado Sua vontade aos judeus e aos cristãos pela voz dos seus mensageiros. Mas eles desobedeceram as ordens de Deus e dividiram-se em seitas. O Alcorão acusa os judeus de terem corrompido as Escrituras, e os cristãos, de adorarem Jesus como o filho de Deus, quando Deus nunca teve filho e quer ser adorado com absoluta exclusividade. Dessa forma desencaminhados, judeus e cristãos devem ser chamados de novo para a senda da retidão, da religião verídica fundada por Abraão e que Maomé, o último dos Profetas, veio pregar.

            O que posso observar estudando todas as informações com relação ao divino, é que Deus vem se desenvolvendo no psiquismo humano de forma organizada desde a época de Abraão, por volta de 2.000 aC. Vejo que Cristo é o fiel dessa balança temporal Estamos agora há 2.000 dC, tempo suficiente para se fazer uma reflexão ampla de todas essas instruções intuitivas ou perceptivas do divino e suas diversas orientações e interpretações. A lógica aponta que Maomé não pode ser o último profeta, muita transformação ainda é necessária para a sociedade atingir o nível de justiça e harmonia que caracterizará o Reino de Deus, como Jesus ensinou.

            A participação de Maomé nesse processo evolutivo foi importante para o povo de sua região, na união das diversas tribos e da disciplina que deveria ser mantida, até mesmo com o critério da guerra santa, onde o adversário pode ser destruído, como se entende até hoje com os movimentos de terrorismo pelo mundo afora. Apesar de isso ser positivo para os interesses da comunidade islâmica, vem na contramão do que Jesus ensinou e que não pode ser incorporado aos critérios do Reino de Deus.  

            Vejo que o movimento espiritual que prima pela evolução em direção à essência de Deus, que é o Amor Incondicional, teve um salto de qualidade em 1857 com a publicação do Livro dos Espíritos, uma codificação dos ensinamentos dos próprios espíritos, feita por Allan Kardec. Este foi o momento onde o mundo espiritual mais se aproximou do pensamento humano, colocando dentro dele os ensinamentos da verdade como o Cristo ensinou e que poderiam agora ser estudados e confirmados pela ciência, muitos desses fenômenos observados.

            Agora o homem tem a clareza do Evangelho como um roteiro seguro para a caminhada espiritual, para a evolução a partir da reforma íntima, e não da reforma do outro através da censura e punição. Estamos no ponto de assumir essa verdade e de ter a coragem de aplicá-la na prática, nos afastando cada vez mais da condição animal e nos aproximando da condição angelical.

            Para isso não é preciso um profeta indicado por Deus, cada um pode assumir a responsabilidade quando sentir o Paráclito dentro da sua consciência a apontar os caminhos corretos, ao sugerir condutas adequadas. Não é preciso uma religião precisa, única, exclusiva, para que isso aconteça. Em qualquer templo religioso ou mesmo no contato simples da Natureza, o homem pode fazer esse contato com Deus e nas suas ações diárias construir o Seu Reino, conforme Sua vontade.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 22/07/2014 às 15h05
 
21/07/2014 09h25
SOBRE O REINO DE DEUS

            Jesus veio ensinar sobre o Reino de Deus em uma sociedade materialista, violenta e preconceituosa. Como foram colocados conceitos de confronto a essa visão egoísta, terminou o justo sendo julgado e condenado como injusto.

            Hoje sabemos da farsa daquele julgamento, sabemos da motivação de todos os seus acusadores e juízes. As lições de Jesus sobre o Reino de Deus feitas há 2000 anos permanecem vivas em nossas mentes e corações. Sabemos que somos os responsáveis pela correção de nossos vícios e defeitos, e pela construção desse Reino que Ele previu.

            Sempre é bom lembrar essas lições de Jesus para poder aplicar em nossas vidas, nos nossos relacionamentos. Assim, vamos ver o que foi escrito pelos apóstolos:

            “O Reino dos Céus é semelhante a um homem que tinha semeado boa semente em seu campo. Na hora, porém, em que os homens repousavam, veio o seu inimigo, semeou joio no meio do trigo e partiu. O trigo cresceu e deu fruto, mas apareceu também o joio. Os servidores do pai de família vieram e disseram-lhe: queres que vamos e o arranquemos? Não – disse ele -; arrancando o joio, arriscais tirar também o trigo. Deixai-os crescer juntos até a colheita.”

            “O Reino dos Céus é comparado a um grão de mostarda que um homem toma e semeia em seu campo. É esta a menor de todas as sementes, mas, quando cresce, torna-se um arbusto maior que todas as hortaliças, de sorte que os pássaros vêm aninhar-se em seus ramos.”

            O Reino dos Céus é comparado ao fermento que uma mulher toma e mistura em três medidas de farinha e que faz fermentar toda a massa.”

            Posso entender essas parábolas, auxiliado pela explicação do próprio Cristo, da seguinte forma: o que semeia a semente boa é o homem de bem; o que semeia a semente má é o homem ignorante. O campo é o planeta Terra, nosso país, nossa cidade, nossa casa. As boas sementes são as boas palavras, sentimentos e ações, que são originadas do Amor Incondicional que permeia o nosso coração em busca da evolução da alma; o joio são as más palavras, sentimentos e ações, que são originadas do egoísmo natural que permeia os instintos biológicos em busca da preservação individual.

            Chegará o momento do crescimento e maturação dessas sementes e o julgamento divino quanto a sincronização desses frutos com a Lei do Amor. Todos os responsáveis por desvios, deslizes e erros de trajetória, serão retirados do meio da colheita dos frutos bons e serão lançados na fogueira dos sofrimentos, onde haverá choro e ranger de dentes, como oportunidade de correção dos erros cometidos. Essa colheita pode parecer o fim do mundo, mas é simplesmente o fim de uma jornada cumprida de uma vivência biológica, para logo em seguida ter reinício outra vivência de acordo com o julgamento ocorrido. Os ceifadores dessa colheita são os anjos, espíritos mais purificados, mais educados na Lei do Amor, e assim mais próximos de Deus. Eles atuam ao lado da consciência de cada um dos julgados que deverá reconhecer os erros cometidos e aceitar nova estratégia vivencial como prova ou expiação.

            Nós, discípulos de Jesus, temos a obrigação de praticar a Lei do Amor e auxiliar os nossos irmãos na conversão do joio para o trigo. Lembro sempre que antes eu era, por natureza, uma espécie de joio. Foi algum cultivador que plantou a semente em meu coração e agora ela está germinando e me transformando em trigo. Sei que como parte dessa transformação eu devo ser um semeador do bem, devo ter o Evangelho como instrumento de trabalho e o meu próprio corpo como instrumento de Deus para cumprir a Sua vontade de construção do Seu Reino na Terra.

            Apesar de toda essa consciência, meus erros e defeitos ainda são enormes. Posso citar o dia de ontem, domingo, como exemplo: fui almoçar na casa do meu irmão e ficamos para brincar, jogar, nos divertir em família, no ambiente doméstico. Em determinado momento eu tive o convite de fazer o Evangelho no Lar. Coloquei a justificativa de não ter levado o livro que sempre uso para esse momento, para não tocar mais no assunto. Foi uma falha enorme frente ao Pai! Ele sabe, como eu também, que não é preciso um livro específico, ou mesmo qualquer livro para falar do Evangelho, de semear as palavras boas e bons sentimentos. Das seis horas que ficamos na diversão de jogos, com baralhos e Perfil (jogo de perguntas e respostas), eu poderia ter tirado pelo menos uma hora para fazer essa semeadura. Ali estavam presentes corações necessitados, corações adolescentes cheios de ingenuidade, ou adultos cheios de ignorância. Eu sei que a boa palavra semeada pode germinar e crescer no coração de quem ouve como a semente de mostarda, e que ao se tornar árvore abriga tantos pássaros, tantas outras pessoas, como aconteceu e continua acontecendo comigo; eu sei que a boa palavra é como o fermento que agindo no coração faz crescer as boas intenções, as boas palavras e sentimentos. Seria essencial naquele momento, pois se percebe o predomínio das palavras más, mesmo que irônicas, tentando destruir a moral ou a sensibilidade do outro. A palavra do bem nesse momento de harmonia fraterna poderia mostrar com mais clareza os erros que podemos cometer pensando estar brincando com o nosso semelhante. A melhor ironia que se pode fazer é conosco mesmo, nunca com o semelhante para o deixar constrangido.

            De todas as pessoas presentes nesse dia, naquela casa, eu era o mais capacitado teoricamente e comprometido espiritualmente para semear as boas palavras, as boas sementes. Certamente meu anjo da guarda ainda tentou me ajudar intuindo a minha companheira a fazer o que era minha responsabilidade. Mas algo maior me impediu. O que? Por que eu dei uma resposta negativa e tão simplória, de não estar com um livro para fazer uma tarefa que eu sei que posso fazer sem livro algum? Seria minha mente viciada não querendo interromper o jogo? Seria meu orgulho por a ideia não ter partido de mim e sim de outra pessoa? Seria a falta de coragem de interromper uma atividade em que todos mostravam prazer para outra que fosse considerada inconveniente ou enfadonha? Pode ter sido qualquer uma dessas hipóteses, pode ter sido outra que não penso no momento, e pode ter sido todas elas. O que importa é saber que eu fracassei na minha missão, tão simples e tão oportuna que seria. O Pai me ajudou, me intuiu para eu levar os livros básicos das religiões que o consideram como único Deus, eu já estava com minha agenda que tem diversas partes do Evangelho, inclusive essa que fala do Reino de Deus, e que usei para construir este texto. Ele usou os anjos da guarda, desencarnados e encarnados para eu executar minha missão, e eu não respondi!

            Não vou pedir perdão agora a Ele, pois sei que Ele sonda meu coração e está vendo agora minha vergonha e arrependimento. Acima de tudo isso Ele ver uma montanha de falhas e defeitos, de joio ao redor de meu trigo que sufoca o meu crescimento. Mas, abaixo de tudo isso, Ele também ver um raio de luz no fundo do meu coração, que se esforça para sair das trevas da ignorância, da dominação da preguiça e da instintividade; que se esforça para levar o Amor que sinto para cobrir a multidão dos pecados que cometi e cometo.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 21/07/2014 às 09h25
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