Mais uma vez sou colocado no banco dos réus por minha atual companheira fraterna, ex-primeira esposa, E.. Como sempre acontece quando ela tem oportunidade, estando na minha presença e com uma plateia formada, volta a colocar o passado em discussão para mostrar os erros que cometi e que justificou a minha expulsão de sua casa.
Desta vez foi em Assú, no último sábado, dia 28-06-14, na cada da família de N., esposa do meu irmão C.. Estávamos conversando no quintal, em roda, após um ligeiro café depois de termos vindo de Natal. Foi quando E. aproveitou determinado assunto e passou a colocar todos os argumentos para a minha condenação pelos presentes, com a competência de um promotor que levanta sempre os motivos condenatórios. Nessa condição, eu sabia que alguns dos presentes conheciam alguns fatos que me inocentavam, mas como eu estava presente, cabia a eu fazer a minha defesa. Mesmo porque a minha consciência iria buscar os meus argumentos sempre na base da Verdade e da Compaixão, iria colocar o que realmente acontecera, os motivos que me levaram a fazer aquilo e justificar o comportamento dela até certo ponto.
Ela disse que eu mudei, que deixei os filhos e ela própria abandonada para viver a maior parte do tempo com as diversas namoradas que eu arranjava; que chegava a fazer convites indecentes, e explicava: estava dançando comigo e de repente eu sugeria que podíamos ir para um motel com uma secretária que trabalhava em nossa casa. Que trabalhava tanto comigo, como por exemplo, na eleição do Conselho Comunitário do Conjunto Santa Catarina, onde morávamos, e ao ser eleito, ela havia sido seriamente decepcionada por eu ter decidido ir festejar com uma das minhas namoradas e ter dito isso pra ela sem nenhuma desculpa. Depois de ela ter feito toda sua argumentação, eu pedi licença e coloquei a minha versão dos fatos, como algumas vezes já coloquei neste diário, mas que sempre valerá a pena repetir, pois a minha consciência se sente justificada por tudo que eu fiz, com exceção do aborto que eu defendia no passado, como também já expliquei anteriormente.
Eu comecei justificando a sensação de traição que ela possuía pelo que eu fizera, pois era verdade. Quando nós casamos eu tinha a ideia que iria conviver com ela para sempre de forma exclusiva, como uma família nucelar exemplar. Acontece que eu passei a ser “tentado” por uma colega de trabalho, muito sensual, que me convidava a sair com ela para praticarmos o sexo, mesmo ela sabendo que eu era casado, que amava minha esposa e que não tinha intenção de traí-la ou de deixá-la por ninguém. Ela argumentava que sabia disso tudo e que queria apenas ter o prazer de estar comigo, como sabia que eu também iria sentir prazer, sem nenhuma cobrança, minha ou dela. Em que isso iria fazer mal a minha esposa?, indagava ela. O meu argumento era fraco, eu não iria porque não a queria trair. Mas se ela não ficasse sabendo, nenhum mal isso iria trazer a ela e um prazer iria trazer para mim. Foi com essa argumentação que passei a encarar o nosso casamento como um tipo de prisão onde E. era a minha carcereira. Isso passou a prejudicar a motivação para o nosso envolvimento sexual, que ela não percebeu, pois eu conseguia compensar. Mas eu sentia que a situação entre a gente estava se deteriorando enquanto eu pensasse dessa forma. Resolvi sair com essa garota, mas outra coisa atrapalhou. O sentimento de Justiça. Se eu me dava o direito de sair com ela, então a minha esposa teria o mesmo direito de sair com uma pessoa nas mesmas circunstâncias. Isso eu não permitiria, por meus preconceitos machistas. Então eu não sairia com a minha amiga também. Mas agora, eu não saia não era por motivo da minha esposa, era porque eu não queria lhe dar o mesmo direito de sair com outra pessoa também. Não saí, mas os desejos continuavam a dominar os meus pensamentos. Terminou por vencer os meus bloqueios preconceituosos. Resolvi sair com a minha amiga depois que eu determinei na minha consciência que minha esposa teria o direito de fazer a mesma coisa que eu fiz. Esse processo de transformação de meus pensamentos levou anos em que eu fiz toda essa reflexão sozinho. Esse talvez tenha sido outro erro meu. Devia ter dito desde o início tudo que estava acontecendo. Talvez ela amadurecesse junto comigo os pensamentos e não criasse tanto ressentimento se tivéssemos que separar mais tarde.
A partir daí tudo modificou, ela sabia das diversas namoradas que eu arranjava, das paixões que eu passei a sentir com certa frequência. Ela também procurou fazer o mesmo, até para compensar tudo que ela passou a sentir. Eu tive que suportar também a dor do ciúme e das críticas de quem sabia desse comportamento dela, inclusive a minha mãe. A maior parte do tempo que eu vivia fora de casa não era em função exclusivamente de namoradas, pois na época eu era militante de partido político, sendo candidato. As namoradas ocupavam uma pequena parcela desse tempo. A semana toda eu estava em atividade, inclusive levando e trazendo os filhos da escola. O fim de semana era que ficava na dependência de minhas atividades e que em certos momentos, devido as campanhas políticas, eu ficava sempre fora.
O dia D de nossa separação, que ela acusa de eu ter ficado todo o fim de semana fora de casa e quando eu cheguei no outro dia ter respondido com a verdade, que eu estava com S., e que por causa disso ela me esbofeteou e me expulsou da casa, ela não sabe o que aconteceu e que eu iria contar.
Fiquei realmente com S. nesse fim de semana, mas foi uma espécie de despedida. S. queria viver comigo com exclusividade como minha esposa, e eu dizia que isso não seria possível, eu não tinha motivos para separação de E., nem a paixão que eu sentia por ela, por S. nesse momento. Fiz a proposta de conviver com as duas, era o máximo que eu podia fazer. S. foi definitiva, não aceitou e iria voltar para a sua cidade, Areia Branca. Então ficamos o fim de semana juntos como despedida. Na segunda feira fui deixá-la na rodoviária e acenamos a despedida para não mais nos encontrarmos. Quando cheguei em casa enfrentei essa situação que E. acabou de citar e depois de expulso, avisei a S. da minha situação de abandonado e ela veio logo em seguida e passamos a morar juntos.
Então, de forma resumida foi o que aconteceu e que teve o seguimento da minha consciência. Tudo que ela me acusa como erro, eu justifico com essa forma de pensamento e de agir, que até hoje acontece e que sintoniza com a formação da família ampliada onde todas as pessoas envolvidas nesses relacionamentos continuam a ter sua importância. Imagino que o presente me perdoa, pois a pessoa que devia se sentir a mais prejudicada que é E., pois começou sua vida comigo não sabendo que isso iria acontecer, hoje me considera seu grande amigo, um irmão, e eu a considero minha companheira fraterna. Isso serve como uma declaração de inocência para mim e me dá forças para que eu continue nesse projeto, construindo no futuro uma família cada vez mais ampliada como sinto ser o desejo do Pai.
Como já estava planejado há um ano, ontem viajei para Assu com meus irmãos, para a casa dos pais de N., que fica dentro de um sítio há 20 km da cidade. Ficou combinado que eu iria com minha companheira S., já que este ano ela tem prioridade nas viagens que eu fizer fora de Natal, como no ano passado foi M.. Como S. adoeceu e não pôde vir, pensei ainda em convidar M. junto com A. para virem comigo. Porém, como elas se mostraram também adoentadas na noite anterior, e como notei que M. ficou muito ressentida pelo fato de eu ter lhe convidado para assistir o jogo do Brasil x Camarões de última hora, achei melhor não arriscar outra contrariedade. Foi comigo na condição de companheira fraterna, apenas E.
A viagem foi realizada dentro da tranquilidade, com um pequeno transtorno, o carro de C. dirigido por F, bateu no meio fio e estragou o pneu sendo necessário parar e trocá-lo. Paramos no comércio da cidade por cerca de uma hora. Fomos direto para o sítio e fizemos logo o almoço, pois estava na hora de começar o jogo Brasil x Chile que assistimos de 13 as 17h.
Interessante o meu estado de ânimo quanto a torcer pela seleção brasileira. Como sei dos inúmeros atos de corrupção praticado pela elite política do país, vejo que uma vitória do Brasil é como se tivesse dando aval a esse tipo de comportamento tão nocivo aos brasileiros. Apesar ainda de notar que a seleção não tem o brilho de seleções de copas do mundo passadas.
O placar final foi resolvido nos pênaltis passando o Brasil adiante depois de muito sacrifício. Fomos jogar baralho logo em seguida e só paramos para o jantar. Depois foi acesa a fogueira em homenagem a São Pedro e sentamos em roda para conversar. O tema da conversa terminou em volta dos abusos que são cometidos pelos dirigentes políticos quanto ao nível de corrupção. Não fizemos leitura evangélica.
Logo após, fomos todos para o hotel Oásis por volta das 21 horas, onde havíamos feito uma reserva para nós, quinze pessoas, ficar hospedado até o dia seguinte.
Chamo a atenção do carinho que fomos recebidos por nossos anfitriões no sítio, e a notícia que S. me deu de que a sua doença que impediu a sua vinda é um possível quadro de dengue e que ela estava assustada com a situação.
Fico triste com uma situação dessas, pois na construção da família ampliada que eu procuro fazer, todos devem agir com fraternidade, como se realmente fossem irmãos de uma qualidade bem diferenciada. No entanto eu vejo minhas principais companheiras se digladiando no meio de sentimentos inferiores de egoísmo, ciúme e intolerância, incapacitando a ajuda fraterna de uma com a outra quando, por exemplo, circunstâncias como esta volte a acontecer e eu não possa estar perto.
É como se elas tivessem por dentro de suas convicções a esperança de conviver exclusivamente comigo, fato que elas sabem que a ideologia a qual eu sou fiel é aquela do Amor Incondicional e que constrói a familiar de forma ampliada, com o amor inclusivo, que acolhe todas na forma de solidariedade e fraternidade.
Sinto-me incapacitado de resolver essa situação e já deixei a solução nas “mãos de Deus”, pois como esse caminho que procuro seguir entendo como sendo a vontade dEle, então nada mais justo que Ele resolva essa questão.
Enquanto isso procuro seguir fazendo o melhor que posso, tolerando, perdoando e refletindo o Amor que recebo do Pai a cada dia.
A reunião do Projeto Foco de Luz foi retomada no dia 26-06-14 após os jogos da copa ocorridos em Natal. A reunião foi realizada na Central de Artesanato da Praia do Meio, coordenado por Ezequiel, do Departamento de Esportes, junto com Ozineide, administradora do empreendimento.
Estavam presentes na reunião as seguintes pessoas: Ozineide (8706-7079), Damares, Radha, Edinólia, Ana Paula, Ezequiel, Nivaldo, Severino, Paulo, Francisco, e Davi.
Inicialmente do explicado para Ozineide, nossa anfitriã, qual o objetivo da nossa visita. Expliquei que eu sou professor da UFRN e que criei um projeto de Extensão Universitária intitulado Foco de Luz, com o objetivo de auxiliar a comunidade no combate à violência. Em seguida percebemos a necessidade de reativermos a Associação de Moradores e Amigos da Praia do Meio como forma de fortalecer a comunidade junto aos órgãos públicos e opinião pública.
Em seguida foi feito o informe de que o presidente do CONEM, delegado Magnus Barreto foi contatado e combinado uma reunião com o departamento de esportes na próxima semana. Em seguida passamos a discutir o objetivo dessa reunião nas dependências do Shopping Central do Artesanato para discutimos a questão do comércio no bairro da Praia do Meio. Ozineide colocou sua experiência negativa com a falta de participação dos interessados que não se envolvem para resolverem os problemas da comunidade.
Como a reunião foi organizada para discutir a questão do comércio, combinamos que seria feito um convite através da Associação dos Moradores, com o apoio do projeto Foco de Luz, para ser entregue a cada comerciante da Praia do Meio. O convite será elaborado em nome da Associação, na sede do Projeto Foco de Luz, no Departamento de Medicina Clínica, no HUOL. Ezequiel se voluntariou para entregar um convite a cada comerciante, com data marcada para o dia 24-07-14, no Shopping do Artesanato Mãos de Arte, que deverá ser confirmado. Nesta reunião ampla serão levantados todos os problemas identificados pelos comerciantes e construir uma pauta de resoluções. Ficou indicado o nome de Ozineide para representar o Departamento Comercial da Associação em caráter temporário, até a realização das eleições, que deverá ocorrer no início do próximo ano.
Foi ressaltado também a importância de ser fortalecido o quadro de associados com o pagamento regular da taxa mínima de 5,00 reais. Esse valor será revertido sempre em benefício da comunidade, principalmente com a confecção de um jornal que será entregue especificamente a cada sócio e a cada comerciante patrocinador.
Na próxima semana, quinta feira, em nossa reunião regular, convidaremos as autoridades da Segurança Pública para ficarmos cientes das estratégias de proteção ao cidadão e em que ponto a Associação pode interagir simbioticamente nesse trabalho.
Foi listado o nome das seguintes autoridades para serem convidados para essa reunião que deverá ser realizada no auditório do Centro de Artesanato Pâmpano, no próximo dia 03-07-14: Magnus Barreto (presidente do CONEN), Coronel Araujo (Comandante do policiamento), Coronel Alves (Comandante do policiamento turístico), e o Delegado do Bairro.
Por volta das 20:30h foi encerrada a reunião, todos em círculo fazendo a oração do Pai Nosso, puxado por Ozineide. Depois fizemos as fotos para o registro da atividade, e todos ficaram cientes da próxima reunião do Auditório do Pâmpano com o objetivo de discutir a segurança.
O Amor é a energia mais forte do Universo, que cria os mundos, os seres, e os harmonizam num processo evolutivo sintonizados com o tempo.
A Fidelidade é uma direção dos pensamentos e de comportamentos que devemos seguir coerente com a Verdade que nos liberta dos erros da ignorância.
Sei que estou na Terra convivendo com diversas mentalidades e cada uma possui determinada porção da Verdade. Algumas verdades destoam de outras e isso significa que deve ser feito ajustes no pensamento em direção a Verdade essencial. Sei que muita gente já adquiriu porção da Verdade muito maior que aquela que conquistei, porém imagino que a maioria das pessoas ao meu redor talvez nem saibam dessa Verdade.
Reconheço dentro da minha consciência a vontade de Deus que deseja ser expressa por meu comportamento na direção da construção do Seu Reino. O amor que tenho a Ele motiva a realização desse serviço com fidelidade. Não devo desviar dele por outros motivos, geralmente pessoais, de prazeres corporais, de compromissos materiais.
Da mesma forma que eu penso, eu sei que cada pessoa tem o direito de pensar e de identificar na sua consciência o que Deus quer de si. E fazendo isso deve ser fiel também a essa vontade de Deus. A partir daí podemos observar diferenças marcantes que levam a incompatibilidade de pensamento, sentimento e comportamento. Mesmo existindo uma só Verdade, o caminho para chegar a ela pode ser variado. Cada um pode seguir uma vereda e de igual forma chegar a Verdade essencial.
Observamos isso no exemplo do Cristo. Ele chegou à Terra com uma missão bem clara, que começou a exercer aos 30 anos de idade. A Sua missão era ensinar sobre o mundo espiritual, da nossa filiação com Deus, da capacidade que temos de ser uno com Ele, de comunicar sempre com Ele através da oração e de preparar o Seu Reino aqui na Terra. Tudo isso através da aplicação do Amor Incondicional.
Ele fez contato mais íntimo com os doze apóstolos e mostrou a eles que a Sua verdade era mais importante ou mais correta que a deles, e por isso eles passaram a segui-Lo, passaram a ser fiel a Verdade que Jesus ensinava. Podemos observar que a personalidade da pessoa fica em segundo plano, mesmo que essa personalidade seja a de Jesus. O mais importante é a Verdade que Ele prega, pois se Ele não for fiel a essa mensagem, Ele perde a força da coerência. Assim, sou fiel a uma Verdade que acredito como correta, não a pessoa A, B, ou C. As pessoas enquanto aspecto físico perdem suas importâncias; o importante é o grau de consciência, fiel a determinado aspecto bem mais próximo da Verdade essencial. Os corpos são apenas instrumentos operacionais das forças que se dirigem ou não à essa Verdade.
Assim, dentro dessa perspectiva, adquiri a consciência do caminho que devo seguir, de construir a família ampliada como uma aproximação da família universal que deverá compor o Reino de Deus. Muitas pessoas se aproximam de mim e todas tem dentro de seus conceitos a formação da família nuclear. Caso queiram seguir esse caminho da família nuclear, sabem que estão num caminho diferente do meu, não podem caminhar juntos comigo, pelo meu caminho. Podemos caminhar em direção a Verdade Essencial, a Deus, por esses caminhos diferentes, podemos fazer trabalhos profissionais, comunitários, sem problemas. Podemos ser amigos, vizinhos, confidentes, sem problemas. Nós temos o mesmo foco final, uma ética que nos leva a Deus. Agora a caminhada íntima só pode ser feita por quem comungue o mesmo ideal, que seja fiel a mesma ideia.
É minha responsabilidade esclarecer para cada pessoa que se aproxime de mim com desejos de caminhar por minha estrada, saber com detalhes como é que ela está projetada, como será o caminhar, em que destino eu quero chegar. A pessoa interessada deve avaliar com honestidade se vale a pena deixar de lado o que antes defendia como certo, sua instrução familiar, escolar e cultural para aceitar a verdade do que eu digo. É o caso de trocar a verdade dela por minha verdade. Esse é o momento crucial. Essa permuta deve ser feita com toda avaliação possível, dos riscos e benefícios, da coerência ou não, da coragem ou não de mudar dentro de uma cultura adversa. Os aspectos culturais, corporais, instintivos, românticos, todos devem ficar em segundo plano. A ideia diferente é que está sendo posta em avaliação, de sua aceitação ou não. A aceitação da ideia nova implica em ser fiel a ela, não importa em que circunstância, perto ou longe, alegre ou triste, só ou acompanhado.
A ideia da construção da família ampliada passa a ser o caminho, a verdade imediata a ser seguida sem tergiversações, sem murmurações. Não é que a pessoa seja fiel a mim, é fiel a uma ideia que pode em alguns momentos ser até contrários aos meus interesses pessoais. Como por exemplo, se uma das minhas companheiras se associar a outro companheiro que comungue das mesmas ideias. Essa situação reforça a ideia da família ampliada, mas destoa dos meus interesses pessoais, machistas, preconceituosos, exclusivistas... Mas isso é secundário, não afeta o meu sentimento de Amor; o que importa é a ideia da qual eu sou fiel como qualquer uma de minhas companheiras deve ser, em qualquer circunstância.
Outro trecho do Evangelho levanta dúvida na minha mente, mas logo em seguida uma certa compreensão da sabedoria de Jesus. Ele diz:
“Simão, filho de João, amas-me mais do que estes? Respondeu ele: Sim, Senhor, tu sabes que te amo. Disse-lhe Jesus: apascenta os meus cordeiros. (...) Simão, filho de João, amas-me? – e respondeu-lhe: Senhor, sabes tudo, tu sabes que te amo. Disse-lhe Jesus: Apascenta as minhas ovelhas”.
Essa pergunta repetida que Jesus faz a Simão, que Ele passou a chamar de Pedro, para mim soa como desnecessária e até impertinente, justificando a reação de Pedro. Seria então Jesus inseguro ou impertinente como minha lógica tenta classificar?
Mas, analisando com mais profundidade a questão, vejo que Ele não faz a pergunta isolada, segue a ela um pedido imperativo: apascenta minhas ovelhas!
Jesus sabia antecipadamente que muitos iriam entender a Sua mensagem, mas logo cairiam no esquecimento voltando aos padrões egoístas anteriores. Era necessário alguém que lembrasse as lições do Mestre e os compromissos assumidos pelas ovelhas. Pedro seria essa pessoa com essa responsabilidade. Então, Ele teria que reforçar na mente do dedicado pescador essa responsabilidade. Para fazer isso era necessário trazer à tona a motivação principal, lembrar a Pedro do motivo pelo qual ele O seguia: o Amor. Pedro O reconhecia como verdadeiro profeta, filho de Deus e que ensinava a Lei do Amor identificado com o Pai. Por isso Pedro O amava e estava aprendendo a refletir este mesmo Amor entre as pessoas do seu convívio. Jesus sabia que Pedro era honesto, apesar de impulsivo. Sabia que ele O amava por reconhecer nEle essas características divinas, mas sabia que ele poderia esquecer todas essas lições quando o Mestre não se encontrasse mais na vida material. Era importante associar o sentimento de Amor que ele possuía com o serviço necessário de reativar e levar à frente Sua mensagem no futuro. Pedro, com sua mente rústica, logo pensou como eu, ficou irritado e descontente com tanta insistência em saber de um sentimento que o Mestre já devia conhecer nele. Não fez a devida conexão com o pedido imperativo, “apascenta as minhas ovelhas” que o levaria a um serviço pelo resto da vida. Porém a lição ficou armazenada no seu inconsciente e no futuro Pedro se via cada vez mais cumprindo esse serviço que Jesus tão bem soube impregnar em sua mente, o amar com o servir. O cumprimento dessa lição por parte de Pedro justificou a criação da Igreja cristã que persiste até hoje em seus diversos formatos.
Trago as implicações dessa lição do Mestre Jesus para os dias atuais. Vejo que sou uma das ovelhas apascentadas pelos prepostos Pedro a pedido de Jesus. Com o estudo aprofundado dessas lições evangélicas e tantas outras existentes no planeta ditadas por outros filhos de Deus em diversas culturas, adquiri a consciência que não podemos apenas viver para comer, crescer, reproduzir e morrer. Isso é o que faz todas as famílias nucleares dentro de uma existência de prioridade material. Adquiri a consciência de que devo ser um dos construtores do Reino de Deus, como Jesus anunciou. Percebi ao longo do tempo a vontade do Pai para que eu seguisse o caminho da construção de uma família ampliada, no começo de forma inconsciente, mas sempre coerente com a Sua Lei do Amor Incondicional. Hoje, em plena maturidade, vejo todos os detalhes, desvios e empecilhos do caminho. Cabe agora a minha consciência fazer o trabalho necessário que está colocado à minha frente em tantos campos de atuação. Não precisa o Pai perguntar se eu O amo, Ele sabe que sim. Também sabe que eu aprendi com o Mestre Jesus que amar implica em servir, e quem queira ser o primeiro no Reino, deve ser capaz de servir a todos.