O Édito de Milão foi o documento que tirou o cristianismo da clandestinidade, da perseguição, mas ao mesmo tempo abriu as condições para o colocar num desvio de meta que até hoje se perpetua. As lições do Cristo, de humildade e amor, foram substituídas pelo orgulho e egoísmo. Vejamos o que traz a Wikipédia sobre o assunto:
Em 303, o imperador Diocleciano decretou aquilo que veio a se nominar como A Grande Perseguição com o intuito de restaurar a unidade estatal, que, segundo o próprio, estava ameaçada pelo cristianismo.
A grande perseguição acabou se tornando entretenimento para a sociedade romana da época, onde os perseguidos, em especial cristãos, eram jogados aos leões e ursos em arenas ou obrigados a lutar contra gladiadores, em um costume que começou séculos antes com o imperador Nero em 64. Além disso, Diocleciano ordenou que fossem demolidas todas as igrejas cristãs, queimadas as cópias da Bíblia, as autoridades eclesiásticas levadas à morte, cristãos privados dos cargos públicos e direitos civis, teriam que fazer sacrifícios aos deuses pagãos sob pena de morte, entre outros encargos.
Diocleciano se aposentou em 305 deixando vago o cargo de imperador. Entre os postulantes ao cargo, estava Constantino, à época com 25 anos. Antes de se tornar imperador do Ocidente, Constantino casou-se com Fausta, filha do imperador Maximiano e irmã de Magêncio, com quem travaria a batalha pelo poder, vencendo-o em 312 Foi nesta batalha que Constantino teria tido a visão do símbolo Chi Rho junto à inscrição latina In hoc signo vinces (“Com este sinal vencerás"), tendo-o gravado nos escudos dos soldados e, no dia seguinte, sagrando-se vencedor da batalha junto a Magêncio.
Em janeiro de 313, Constantino saiu de Roma com destino a Milão para presenciar o casamento de sua irmã com Licínio. Em março do mesmo ano, o Édito de Milão foi redigido e postado, em forma de carta endereçada ao governador da Bitínia, por Licínio em sua ida a Nicomédia, em 13 de junho de 313. A expressão Édito de Milão, pelo qual ficou conhecido tal documento, teria surgido apenas no século XVII.
Nós, Constantino e Licínio, imperadores, encontrando-nos em Milão para conferenciar a respeito do bem e da segurança do império, decidimos que, entre tantas coisas benéficas à comunidade, o culto divino deve ser a nossa primeira e principal preocupação. Pareceu-nos justo que todos, os cristãos inclusive, gozem da liberdade de seguir o culto e a religião de sua preferência. Assim qualquer divindade que no céu mora ser-nos-á propícia a nós e a todos nossos súbditos.
Decretamos, portanto, que, não obstante a existência de anteriores instruções relativas aos cristãos, os que optarem pela religião de Cristo sejam autorizados a abraçá-la sem estorvo ou empecilho, e que ninguém absolutamente os impeça ou moleste... Observai, outrossim, que também todos os demais terão garantia a livre e irrestrita prática de suas respectivas religiões, pois está de acordo com a estrutura estatal e com a paz vigente que asseguremos a cada cidadão a liberdade de culto segundo sua consciência e eleição; não pretendemos negar a consideração que merecem as religiões e seus adeptos. Outrossim, com referência aos cristãos, ampliando normas estabelecidas já sobre os lugares de seus cultos, é-nos grato ordenar, pela presente, que todos os que compraram esses locais os restituam aos cristãos sem qualquer pretensão a pagamento... [as igrejas recebidas como donativo e os demais que antigamente pertenciam aos cristãos deviam ser devolvidos. Os proprietários, porém, podiam requerer compensação.]
Use-se da máxima diligência no cumprimento das ordenanças a favor dos cristãos e obedeça-se a esta lei com presteza, para se possibilitar a realização de nosso propósito de instaurar a tranquilidade pública. Assim continue o favor divino, já experimentado em empreendimentos momentosíssimos, outorgando-nos o sucesso, garantia do bem comum.
O Édito de Milão ou Mediolano (em latim: Edictum mediolanense) promulgado em 13 de junho de 313 foi um documento proclamatório para no qual se determina que o Império Romano seria neutro em relação ao credo religioso, acabando oficialmente com toda perseguição sancionada oficialmente, especialmente aos cristãos. Tal documento, publicado em forma de carta, transcreveu o acordo entre os tetrarcas Constantino (imperador do Ocidente) e Licínio (imperador do Oriente).
Além da liberdade religiosa, a aplicação do Édito fez devolver os lugares de culto e as propriedades que tinham sido confiscadas aos cristãos e vendidas em hasta pública: "o mesmo será devolvido aos cristãos sem pagamento de qualquer indenização e sem qualquer fraude ou decepção". Deu ao cristianismo, e a todas as outras religiões, o estatuto de legitimidade (latim: religio licita), comparável com o paganismo e com efeito destituiu o paganismo como religião oficial do Império Romano e dos seus exércitos.
Anos depois, na tentativa de consolidar a totalidade do Império Romano sob o seu domínio, Licínio em breve marchou contra Constantino. Como parte do seu esforço de ganhar a lealdade do seu exército, Licínio dispensou o exército e o serviço civil da política de tolerância do Édito de Milão, permitindo-lhes a expulsão dos cristãos. Os cristãos perderam consequentemente propriedades e muitos a vida.
Por volta de 324, Constantino ganhou o domínio de todo o Império, após derrotar Licínio em Adrianópolis e Crisópolis (atual Turquia) e ordenar sua execução por traição.
Foi assim que o cristianismo deixou a clandestinidade, por ato oficial como deveria ser. Até aí não havia contaminação dos ensinos espirituais do Cristo pelos valores materiais associados ao egoísmo, á conquista e manutenção do poder. Mas, o próximo passo de Constantino irá trazer preocupação cada vez maior a espiritualidade superior, pois denota o desvio da programação reencarnatória do imperador.
Da mesma forma que Constantino esqueceu seu compromisso reencarnatório e procurou envolver as lições do Evangelho nos seus projetos pessoais de manutenção do poder, a quase totalidade da massa humana em qualquer agrupamento social, iremos ver essas mesma características individualistas ao nosso redor, em qualquer localidade, até mesmo dentro do clero.
Vejamos o que dizia o senado por ocasião da vitória e sua entrada triunfal em Roma:
Inscrição na parte sul do Arco de Constantino
Constantino recebia de presente em memória à sua vitória um Arco triunfal dedicado pelo senado que fora oficialmente aberto em 25 de julho de 315, com cerimônias que envolveram sacrifícios a Apolo, Diana, Hércules, etc. Localizava-se entre o Palatino e o Célio, sobre a chamada Via Triunfal. Ele estava cuidadosamente posicionado de modo a alinhá-lo com a estátua colossal do Sol construída por Nero (r. 54–68) e situada no Coliseu. Dentre os relevos contidos no monumento há imagens representando a deusa Vitória, ao mesmo tempo que não há quaisquer elementos da imagética cristã, embora isso possa ser um ato deliberado do senado, que era pagão. Nele ainda há uma inscrição, exposta nos lados norte e sul, na qual associa-se a vitória à intervenção divina:
imp · caes · fl · constantino · maximo · p · f · avgusto · s · p · q · r · qvod · instinctv · divinitatis · mentis · magnitvdine · cvm · exercitv · svo · tam · de · tyranno · qvam · de · omni · eivs · factione · vno · tempore · ivstis · rempvblicam · vltvs · est · armis · arcvm · trivmphis · insignem · dicavit
Ao imperador César Flávio Constantino, o maior, pio, [e] afortunado, o Senado e povo de Roma, por inspiração [de uma] divindade e sua própria grande mente com seus justos exércitos [derrotou] o tirano e sua facção numa batalha legítima [e] vingou a república, dedicou este arco como um memorial para sua vitória militar.
Observamos que há todo um clima de respeito e aceitação pela vitória, inclusive com uma participação divina, mas ligadas aos deuses pagãos, muito longe do cristianismo. Constantino coloca o cristianismo em destaque visando o fortalecimento do seu poder, desde a batalha realizada e vitoriosa. O compromisso reencarnatório de melhorar a situação dos cristãos e a divulgação do Evangelho, foi feita de forma distorcida cujos efeitos se estendem até os dias de hoje.
Por outro lado, Constantino ao voltar ao mundo espiritual, cheio de erros de conduta, inclusive como autor da morte do filho e da esposa, justamente pelo extremo apego ao poder que desenvolveu. Este foi o “calcanhar de Aquiles” de Constantino, o Poder.
Essa é a nossa problemática reencarnatória. Mesmo saindo do mundo espiritual para o material, com programa a ser cumprido e disso tendo bastante consciência, uma vez dentro do corpo biológico, esquecido dos compromissos espirituais, passa a prevalecer os valores materiais bem caracterizados pelos sete pecados capitais (ira, luxúria, preguiça, gula, inveja, vaidade, orgulho). No caso de Constantino, foi desviado pelo orgulho e vaidade, associados do poder. No meu caso, a preguiça em primeiro lugar, a gula em segundo. Meu espírito tenta combater esses dois gigantes na arena mental, mas, confesso, as derrotas são mais constantes que as vitórias. Não posso criticar Constantino, pois não estou muito distante dele, no sentido de desvio dos compromissos espirituais. No meu caso talvez o caso seja mais grave, pois eu tenho a consciência espiritual que ele não tinha.
Devido Constantino ser uma personalidade famosa e importante para a expansão do cristianismo, é interessante vermos como se manifesta a sua personalidade dentro dos louros da vitória, tal como é expressa na Wikipédia:
Constantino entrou em Roma em 29 de outubro de 312. Ele encenou um grande advento (cerimônia de chegada) na cidade e deparou-se com grande júbilo popular. O corpo de Magêncio foi fisgado do Tibre e decapitado e sua cabeça foi exibida através das ruas para todos verem. Após as cerimônias, a cabeça decepada de Magêncio foi enviada para Cartago, o que teria encerrado a resistência a seu domínio, já que a África Proconsular pertencia aos territórios do falecido. As descrições da entrada de Constantino em Roma omitem qualquer menção dele concluindo sua procissão no Templo de Júpiter Capitolino, onde sacrifícios eram geralmente realizados. Apesar disso, esse silêncio não é encarado como prova de que ele já fosse cristão naquele momento, sendo muito mais um mero emprego para mostrar as sensibilidades cristãs do monarca. Constantino, por sua vez, decidiu visitar a Cúria senatorial, onde prometeu restaurar seus privilégios ancestrais e deu-lhe um papel seguro em sua reforma do governo: não haveria perseguição aos apoiantes de Magêncio. Em resposta, o senado decretou-o "título do primeiro nome", que significa que seu nome seria listado primeiro em todos os documentos oficiais, e aclamou-o como "o maior Augusto". Ele emitiu decretos retornando propriedades confiscadas, reconvocando exilados políticos e libertando oponentes políticos presos.
Sua vitória resultou em sua ascensão ao título de Augusto Ocidental, ou soberano de toda porção ocidental do Império Romano, reconhecida por Licínio, único Augusto Oriental após a morte de Maximino Daia (r. 305–313), no ano seguinte. Magêncio foi condenado ao damnatio memoriae, com toda sua legislação sendo invalidada e Constantino usurpando todos os seus consideráveis projetos de construção, incluindo o Templo de Rômulo (que fora dedicado ao filho do falecido, Valério Rômulo) e a Basílica de Magêncio. Os mais fortes apoiantes de Magêncio no exército foram neutralizados quando a II Legião Parta foi removida de Alba Longa e o restante do exército de Magêncio foi enviado para cumprir dever na fronteira do rio Reno. Além disso, a guarda pretoriana e a cavalaria imperial (equites singulares), ambas instituídas pelo reinado de Augusto (r. 27 a.C.–14 d.C.) foram debandadas. Elas seriam substituídas por um corpo de tropas de elite ligadas à pessoa do imperador, as escolas palatinas, que, a partir daí, seriam o núcleo do sistema militar romano, enquanto os velhos corpos de tropa territoriais eram negligenciados. A quase totalidade das forças militares móveis estava agora à disposição imediata do imperador — com exceção de certas unidades territoriais que eram equiparadas às forças móveis e chamadas pseudocomitatenses — concentradas em áreas urbanas onde pudessem ser mantidas abastecidas dos suprimentos que eram agora a maior parte do soldo militar.
Podemos observar que Constantino recebeu instruções para conseguir a vitória na batalha, que favorecia os interesses da espiritualidade superior. No entanto, a personalidade do imperador estava mais associada aos interesses materiais, de busca, conquista e manutenção do poder, do que a construção do Reino de Deus como o Cristo advogava. Possuía sérias imperfeições morais, mesmo assim foi útil ao projeto de evolução da humanidade e planetária, com a disseminação do Evangelho. Isso nos leva a pensar que essa estratégia dos espíritos superiores, de usar espíritos imperfeitos para a construção do Reino de Deus, traz esperanças para nós, espíritos imperfeitos, de colaborar no grande alicerce do Bem.
O mundo espiritual sempre está atento e pronto para ajudar as pessoas que desejam contribuir com as forças do Bem. Da mesma forma acontece com a forças do Mal. O que faz a diferenciação é a nossa forma de pensar, de usar o livre arbítrio.
Constantino era um espírito cuja reencarnação estava previsto a sua colaboração nas forcas do Bem, de contribuir para a expansão do Cristianismo. Foi auxiliado, como este texto que reproduzo da Wikipédia, mas também foi obcecado por forças malignas que não queriam que a pureza do Evangelho fosse divulgada.
Segundo Lactâncio, Constantino foi visitado em sonho na noite anterior à batalha, no qual foi aconselhado a "marcar o sinal divino de Deus nos escudos de seus soldados". Ele seguiu as ordens recebidas e marcou os escudos com um sinal "denotando Cristo". Lactâncio descreve o sinal como um "estaurograma" ou cruz latina com sua extremidade superior arredondada em "P".
Eusébio de Cesareia, por sua vez, faz dois relatos da batalha. No primeiro, extraído da História Eclesiástica, ele afirma que Deus teria ajudado Constantino, mas não menciona qualquer visão. Na posterior Vida de Constantino ele faz menção à visão e alega ter ouvido a história do próprio imperador. Segundo este relato, Constantino estava marchando com seu exército ao meio-dia (não é descrito a localização exata, mas é certo que fora antes da batalha) quando avistou nos céus um troféu da cruz aparecendo da luz do sol, portando a mensagem grega "Εν Τούτῳ Νίκα" (En toutō níka), costumeiramente traduzida para o latim como In Hoc Signo Vinces (Neste sinal vencerás). De início ele não teria entendido com clareza a aparição, mas na noite seguinte foi visitado em sonho por Cristo que lhe explicou que ele deveria usar aquele sinal contra seus inimigos.
Eusébio então descreve o sinal como Qui (Χ) atravessado por Rô (Ρ) ou ☧, um símbolo representando as primeiras duas letras da grafia grega da palavra Cristo (Christos). A descrição eusebiana da visão tem sido explicada como um "halo solar", um fenômeno meteorológico que pode produzir efeitos similares. Em 315, um medalhão foi emitido em Ticino mostrando Constantino trajando um elmo brasonado com o Qui-Rô, e moedas emitidas em Síscia em 317/318 repetem a imagem. A figura era de outra forma rara e é incomum na iconografia e propaganda imperial antes dos anos 320.[28]
O monograma é símbolo dos primeiros cristãos e consiste de um composto das supra citadas letras gregas.
Eusébio de Cesareia também nos descreve o Lábaro, o padrão militar histórico usado por Constantino em guerras mais tarde, contra Licínio, mostrando o sinal da (X) Chi e (P) Rho.
Também foi utilizado como lema da monarquia portuguesa. Segundo a lenda, o rei Afonso I de Portugal viu o signo, o símbolo heráldico de Portugal na Batalha de Ourique, adotando-o como símbolo nacional e como lema por consequência. Esta lenda se conta em "Os Lusíadas" de Luís de Camões.
A frase é o lema no brasão de armas mostrado por Jan III Sobieski e outros membros da linhagem de Sobieski, é também o brasão de armas da nobre irlandesa dinastia O'Donnell de Tyrconnell, está no brasão de armas da Nobre Casa de Vassallo, família descendente dos condes do Império Bizantino. Também está no brasão de armas da cidade de Birkirkara, a maior cidade da ilha de Malta, e da cidade de Bayamon, Porto Rico. A frase também aparece no "brasão" da Pall Mall Cigarros, em conjunto com "per aspera ad astra", significando uma frase latina "Para as estrelas através das dificuldades" ou "Por meio de dificuldades para as estrelas."
A frase também está grafada nas moedas de prata brasileiras do Império do Brasil, ditas do 1º e 2º tipo do 3º sistema monetário, com os valores de 200, 500, 1000 e 2000 Réis.
Esta é uma prova das influências espirituais benéficas que atuam sobre nós e que podemos aproveitar de forma direta ou indireta.
Esta batalha foi decisiva para o cristianismo sair definitivamente da clandestinidade no império romano e chegar a ser a religião oficial do império. Vejamos como está colocado na Wikipédia:
A Batalha da Ponte Mílvia ou Batalha da Ponte Mílvio foi o último confronto travado no verão de 312, durante a Guerra Civil entre os imperadores romanos Constantino, o Grande (r. 306–337) e Magêncio (r. 306–312) próximo à ponte Mílvia, uma das várias sobre o rio Tibre, em Roma. Precisamente teria ocorrido em 28 de outubro. Constantino seria o vencedor da batalha e passaria desde então a trilhar o caminho que levou-o a extinguir a Tetrarquia vigente e tornar-se o governante único do Império Romano. Magêncio, por outro lado, morreria afogado no Tibre durante o combate.
Segundo os cronistas do século IV Eusébio de Cesareia e Lactâncio, a batalha marcou o começo da conversão de Constantino ao Cristianismo. Eusébio de Cesareia relata que Constantino e seus soldados tiveram uma visão do Deus cristão prometendo-lhes a vitória caso eles exibissem o sinal do Qui-Rô, as duas primeiras letras do nome de Cristo em grego, em seus escudos. O Arco de Constantino, erigido para celebrar esta vitória, atribui em seus relevos e inscrições à intervenção divina.
Desde 293, o Império Romano está dividido em duas metades, cada qual governada por um Augusto (imperador sênior) e um César (imperador júnior). Em 306, o
Augusto do Ocidente Constâncio Cloro (r.293–306) falece em Eboraco (atual Iorque, Inglaterra) e seus sodados elevam seu filho Constantino, o Grande (r. 306–337) como seu sucessor. O Augusto do Oriente Galério (r. 293–311), no entanto, eleva Valério Severo (r. 305–307) à posição de Augusto, pois pelas prerrogativas do sistema tetrárquico vigente, sendo ele o César ocidental, deveria suceder o Augusto morto. Após algumas discussões diplomáticas, Galério demoveu Constantino para a posição de César, o que ele aceitou, permitindo assim que Severo assumisse sua posição.
Magêncio (r. 306–312), filho de Maximiano (r. 285-305; 310), o Augusto antecessor de Constâncio Cloro, com inveja da posição de Constantino, declara-se imperador na Itália com o título de príncipe e chama seu pai da aposentadoria para co-governar consigo. Durante o ano de 307, ambos sofrem invasões de Flávio Severo, que é derrotado e morto, e Galério, que decide retirar-se. Em 308, na Conferência de Carnunto convocada por Galério, o oficial Licínio (r. 308–324) foi nomeado Augusto do Ocidente e deveria, portanto, lidar com o usurpador, porém nada fez. No mesmo ano, em algum momento antes da conferência, Maximiano tentara depor seu filho num fracassado plano, o que forçou-o a fugir para a corte de Constantino na Gália.
Em 310, contudo, Maximiano também tentaria depor Constantino, mas seria derrotado e forçado a suicidar-se. No ano seguinte, Magêncio, conclamando vingança pela morte de seu pai, declara guerra a Constantino, que responde com uma invasão ao norte da Itália com 40 000 soldados; Zózimo alega que o exército invasor era de 90 000 infantes e 8 000 cavaleiros provenientes de germânicos e celtas subjugados e de parte do exército estacionado na Britânia. Após o cerco de Segúsio (atual Susa, Itália), Constantino dirige-se para o interior e depara-se com uma força de Magêncio acampada nas imediações de Augusta dos Taurinos (atual Turim).
Ele derrota a nova ameaça e então dirige-se para Mediolano (atual Milão), que lhe abre as portas. Ele permaneceu na cidade até meados do verão e então prossegue marcha. Seu próximo combate ocorre nas imediações de Bríxia (atual Bréscia), onde um exército fora enviado pelo prefeito pretoriano Rurício Pompeiano, que estava estacionado em Verona, para bloquear seu caminho. Constantino conseguiu rapidamente derrotar aqueles que obstruíam sua passagem e logo dirigiu-se contra a base veronesa de Magêncio. Pompeiano opôs-se ao imperador invasor em dois confrontos consecutivos às portas da cidade. Rurício foi morto e seu exército destruído. Verona rendeu-se logo depois, seguida por Aquileia, Mutina (atual Módena) e Ravena. Com isso o caminho direto para Roma abriu-se para ele.
Constantino se coloca como a personalidade que abriu as portas do cristianismo para o mundo, de forma oficial, mesmo que introduzindo, com influencias maléficas que ele não percebia, distorções das lições do Cristo. Mas, cabe a nós, estudarmos essas lições da forma mais coerente e aplicar na prática de forma honesta, construindo o Reino de Deus, como está previsto.