Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
22/10/2024 00h01
ENTELÉQUIA

            Aproveitei a introdução do livro “O Tesouro Arcano – A Maçonaria e seu Simbolismo Iniciático”, do mestre João Anatalino Rodrigues, para desenvolver este texto sobre a Enteléquia e associando ao meu próprio pensamento.



            É um termo criado por Aristóteles que designa a crença do que o Criador concedeu a todos os seres da natureza. Formado pelo prefixo en (o que está dentro), télos (objetivo, realização, acabamento) e o radical do verbo ékha (trago em mim, possuo), significa a qualidade do ser que tem em si mesmo a capacidade de promover o próprio desenvolvimento.



            No ser humano pode ser entendida como a forca que leva a enriquecer o espírito por meio da aquisição do conhecimento e também a promover o desenvolvimento do seu organismo em termos físicos.



            É um conceito filosófico bastante complexo que nem mesmo entre os estudiosos da filosofia aristotélica encontra muito consenso.



Leibniz o utilizou para indicar as substâncias simples ou mônadas que têm suas raízes no grego “monas” que se traduz como unidade ou princípio individual. Ela representa a parte mais elevada e intocada de nossa existência, uma centelha eterna que transcende a dualidade e a multiplicidade do mundo material. É a conexão direta com o divino, o sopro que o Criador colocou no barro de nossa existência.



Na filosofia contemporânea, Enteléquia foi utilizada pelo biólogo Hans Driesch para justificar seu conceito de vitalidade presente nos seres vivos, que é o princípio da vida nos seres animados. Equivale ao fator primordial que se reduz a agentes físico-químicos como origem da atividade vital.



Enteléquia pode ser considerada como algo abstrato análogo ao nosso DNA, que na estrutura biológica dos seres humanos determina a conformação física que ele poderá adquirir em sua história de vida. No terreno espiritual seria o que chamamos de Espírito, ou seja, aquela força divina soprada pelo Criador que, internamente, movimenta a criatura em seu caminho evolutivo, desde o reino material até o animal, humano, com destinação angelical.



Enteléquia seria a própria vida em todas as formas do ser, físico ou espiritual. É a potência que o move para seu fim e o realiza como parte constitutiva do todo universal.



Em qualquer elemento da Natureza, seja mineral, vegetal ou animal, existe esse programa único, original e fundamental que o dirige e o conforma para uma finalidade predeterminada pelo Criador que rege a formação das realidades universais. É ele que faz um mineral assumir a forma e a função que lhe cabe dentro do reino a que pertence. Também informa as propriedades e as funções de cada organismo no reino vegetal ou animal. Preside da mesma forma as realizações do Espírito, conduzindo o homem à plenitude de sua arte, de sua técnica ou ciência e de suas virtudes éticas e morais.



A Enteléquia também recupera o organismo ou o psiquismo da pessoa doente, recupera seu equilíbrio natural, reconduzindo-o à saúde. É durante o trabalho cognitivo do ser humano, confrontando suas crenças com a realidade, com a verdade, que a Enteléquia se manifesta criando a dissonância cognitiva que motiva a pessoa a reformular sua maneira de pensar e de exibir seu repertório comportamental nocivo, ao seu salutar fluxo evolutivo.



Dessa forma, Enteléquia é a energia abstrata, oculta, que se manifesta em todos os seres da Natureza. É isso que procuramos na liturgia das religiões ortodoxas, nas práticas iniciáticas, nas místicas concepções filosóficas e rituais que visam penetrar no território das realidades de difícil acesso ao raciocínio lógico.


Publicado por Sióstio de Lapa
em 22/10/2024 às 00h01
 
21/10/2024 00h01
HITLER E O NAZISMO 21 PROPÓSITO NAZISTA

            A Netflix apresenta uma série “Hitler e o Nazismo” que nos oferece uma visão realista da influência do mal sobre pessoas que se tornam carrascos perversos dos próprios irmãos. Vejamos a segunda parte do episódio 2, “A ascensão do Terceiro Reich”.



Tive meu primeiro vislumbre de Hitler quando ele passou de carro pelo nosso hotel. O rosto dele era meio flácido, não tinha muita expressão. Eu esperava um rosto muito mais forte. Fiquei me perguntando o que havia naquelas feições comuns, que era capaz de causar tamanha histeria no público inteiro. Olhavam para ele como se fosse um messias (From The Nightmare Years, By William L. Shirer).



- Heil Hitler! Heil Hitler!



De uma coisa eu tive certeza. Todos nós no Ocidente, nossos políticos e principalmente a nossa imprensa, tínhamos subestimado Adolf Hitler e o domínio que tinha sobre aquele país e aquele povo.



JULGAMENTO DE NUREMBERG, 18 DE MARÇO DE 1946



CADA UM DOS QUATRO PAÍSES ALIADOS INDICOU PROMOTORES E UM JUIZ.



OS RÉUS NAZISTAS CONTRATARAM ADVOGADOS ALEMÃES OU AUSTRÍACOS PARA A DEFESA



OS PROCEDIMENTOS FORAM SIMULTANEAMENTE TRADUZIDOS PARA INGLES, FRANCES, ALEMÃO E RUSSO



Os relatos confirmam que a Alemanha tem uma polícia secreta.



Depois da guerra, o meu avô voltou para a Alemanha para cobrir o julgamento de Nuremberg (Deirdre Van Dyk, Granddaughter of William L. Shirer).



A grande ironia era que Shirer esteve em Nuremberg em 1934 e presenciou um comício nazista.



- “Sieg Heil!”



Onze anos depois... aqueles mesmos líderes estavam no tribunal, acusados de crimes guerra (Steve Wick, Biographer of William L. Shirer).



- Oficial, os réus estão no banco?



- Excelência, todos os réus estão presentes (oficial).



Hermann Göring era um dos réus no banco. Ele era basicamente o braço direito de Hitler.



Robert Jackson, o promotor-chefe americano no tribunal de Nuremberg, era um advogado muito prático, com uma cabeça política. Era um democrata do New Deal. Durante a audiência, ele interrogou Hermann Göring (Devin Pendas, Professor, Boston College).



- Você deve estar ciente de que é o único homem vivo que pode nos explicar o verdadeiro propósito do Partido Nazista, além das dinâmicas da liderança.



- Estou perfeitamente ciente.



- Desde o começo, você, ao lado dos seus asseclas, pretendia derrubar, e conseguiu derrubar, a República de Weimar.



- Da minha parte, essa era minha intenção resoluta.



Este era o propósito inicial dos nazistas: derrubar a República e Weimar. Mas este era o primeiro meio para ser alcançado o propósito final, alcançar o poder autoritário, dominar a nação alemã e conquistar o mundo durante mil anos. Teria sido interessante se essas perguntas tivessem sido colocadas, para ver se essa determinação nas respostas seriam mantidas.


Publicado por Sióstio de Lapa
em 21/10/2024 às 00h01
 
20/10/2024 00h01
HITLER E O NAZISMO 20 TOMAR CUIDADO

            A Netflix apresenta uma série “Hitler e o Nazismo” que nos oferece uma visão realista da influência do mal sobre pessoas que se tornam carrascos perversos dos próprios irmãos. Vejamos a primeira parte do episódio 2, “A ascensão do Terceiro Reich”.



AGOSTO DE 1934



Agosto de 1934, William L. Shirer passou um tempo em Paris como repórter. Havia muitos acontecimentos em Paris, mas ele queria muito ir para Berlim. Ele foi contatado por um editor do Universal News Service, que queria alguém que soubesse falar alemão e pudesse trabalhar para eles em Berlim.



Ele foi embora de Paris. Ele e a esposa, Tess, pegaram o trem para Berlim.



Chegamos na Bahnhof Friedrichstrasse às dez da noite. Nossa introdução ao Terceiro Reich de Hitler foi bem típica (From Berlin Diary, By William L. Shirer).



Ele só lia a respeito dos acontecimentos na Alemanha. Sobre Hitler chegando ao poder, sobre o que ia acontecer lá. Ele tinha um mau pressentimento e achava que, para um correspondente internacional, era obrigatório estar lá.



As primeiras pessoas a nos receber na estação foram dois agentes da polícia secreta. Eu esperava conhecer a Gestapo em algum momento, mas não tão cedo.



Eles não fizeram muitas perguntas, mas alertaram. Eles estavam de olho nele, então ele devia tomar cuidado. Depois disso, ele se manteve atento.



Eu acredito que foi um alerta. O meu avô queria entender o que estava realmente acontecendo na Alemanha nazista, e teve a primeira experiência naquela estação de trem. Então, uns dez dias depois de chegar a Berlim, ele foi enviado para cobrir o comício de Nuremberg de 1934. Aquilo foi muito esclarecedor.



Então ele começou a se perguntar como aquele movimento tinha surgido e como tinha cativado o povo alemão de modo tão eficaz.



Tomar cuidado. A orientação que o repórter recebeu naquele momento, quando chegava na Alemanha para cobrir o avanço do Partido Nazista dentro do poder, é a mesma que devemos ter aqui no Brasil quando estamos expostos a administração comunista do Partido dos Trabalhadores. Ainda estamos em situação pior que os cidadãos alemães, pois lá eles colocaram o Hitler no poder, mas aqui nós já sabíamos quem era Lula, não foi nós que o colocamos no poder pela terceira vez, e sim os cumplices que eles colocaram no STF. Isso mostra um grande erro institucional, colocar pessoas sem a devida capacitação jurídica ou moral, capazes de reverter a missão de uma instituição em favor daqueles que as colocaram no cargo, pois quando chegar o momento vai acontecer o que aconteceu: a instituição não defende mais a Constituição e sim os interesses de quem os nomeou. Por isso devemos tomar muito mais cuidado, pois já estamos dominados, sem poder, falar, protestar ou votar, correndo o risco de ser preso, desmotivado ou assassinado, como está no currículo dessas pessoas trevosas.


Publicado por Sióstio de Lapa
em 20/10/2024 às 00h01
 
19/10/2024 00h01
HITLER E O NAZISMO 19 SABOTAGEM POR DENTRO

            A Netflix apresenta uma série “Hitler e o Nazismo” que nos oferece uma visão realista da influência do mal sobre pessoas que se tornam carrascos perversos dos próprios irmãos. Vejamos a décima sétima parte do episódio 1, “Origem do mal”.



Após a experiência do Putsch da Cervejaria, Hitler percebeu que seria impossível tomar o poder pela revolução. Ele decidiu que, como estratégia, seria necessário usar o próprio sistema e sabotá-lo por dentro.



Hitler percebeu que os nazistas só chegariam ao poder se tivessem a legitimidade do maior número possível de pessoas em posição de influência. Eles queriam conquistar a Alemanha através da violência e também através do voto.



Hitler sempre viveu numa espécie de delírio. Há muito pouco realismo político em Mein Kampf. Ele se encontrava no extremo do espectro político, no extremo mais insano, inclusive. Esse radicalismo, a linguagem que ele usava, não era a retórica de uma democracia parlamentar, e acho que isso deveria ter dado uma ideia do quão incontrolável ele se tornaria se tomasse o poder, e de como ele usaria.



Deve-se ter em mente que Mein Kampf não era um simples diário pessoal em que os pensamentos secretos de Hitler eram anotados.



Até 1945, mais de seis milhoes e meio de cópias tinham sido publicadas. Como quase todos que se dispuseram a ler a bíblia nazista, eu não tinha levado a sério as ambições descritas por Hitler naquele arremedo de livro. Nos anos seguintes, sempre imaginei que, se mais pessoas tivessem digerido Mein Kampf e considerado mais do que um simples delírio nazista, a História poderia ter tomado rumos diferentes (Norman Birkett, Judge, United Kingdom).



- Göring: Antes de responder à pergunta do tribunal sobre se sou culpado ou inocente...



- Você precisa se declarar culpado ou inocente, disse o juiz.



- Eu me declaro inocente dessas acusações.



Como as pessoas da era moderna podiam seguir, ou aparentar seguir, um único homem?



- Rudolf Hess: Não.



Não foi porque meia dúzia de homens maus fizeram coisas más. Foi porque meia dúzia de homens maus convenceram uma maioria de homens comuns a ajuda-los a fazer coisas más.



- Eu me declaro inocente das acusações.



- Eu me declaro inocente das acusações.



- Eu me declaro inocente.



- Inocente.



- Completamente inocente.



- Me declaro inocente.



A ascensão de Adolf Hitler cativou o povo alemão. Eles estavam preparados para segui-lo com lealdade e obediência. O que ele fez com esse poder, e como abusou dele, é o que veremos (From The Nightmare Years, By William L. Shirer).



Depois que Hitler percebeu que não havia condições para ele tomar o poder pelas forças das armas, resolveu se infiltrar nas estruturas do poder e cada vez mais coibir a liberdade do povo, inicialmente pelas falsas narrativas, a mentira, principal arma do demônio.


Publicado por Sióstio de Lapa
em 19/10/2024 às 00h01
 
18/10/2024 00h01
HITLER E O NAZISMO 18 MEIN KAMPF

            A Netflix apresenta uma série “Hitler e o Nazismo” que nos oferece uma visão realista da influência do mal sobre pessoas que se tornam carrascos perversos dos próprios irmãos. Vejamos a décima sétima parte do episódio 1, “Origem do mal”.



Hitler foi mandado para a prisão de Landsberg, próximo de Munique. As condições que ele enfrentou na cadeia não eram nada ruins. Ele não precisava usar uniforme de presidiário. Recebia comida de admiradores. Recebia tantos pacotes de doces, salsichas, bolos e coisas do gênero, que chegou a engordar.



Ele recebia uma enxurrada de cartas. Acho que foi a primeira vez que as mulheres ficaram apaixonadas por Hitler. Ele recebia praticamente um rodízio de visitantes. Ele ainda era uma figura central no Partido Nazista. Isso diz muito sobre a capacidade de Hitler de aproveitar todos os contatos possíveis para facilitar sua ascensão política.



Ele usou seu tempo na prisão para escrever a autobiografia, Mein Kampf, ou Minha Luta.



E Rudolph Hess colaborou com Hitler para escrever Mein Kampf. Hess estava preso com Hitler, e ele sempre foi um assistente dele. Um superfã, pode ser dito.



Hess compartilhava com Hitler as lições que havia aprendido na Universidade de Munique sobre a ideia de Lebensraum.



O Lebensraum de Hitler é traduzido como “espaço vital”. Mas era mais complexo do que isso. Fazia parte da propaganda ideológica alemã do século 19, e Hitler tinha a ideia de que as culturas que viviam nos territórios ao leste, os eslavos, que ele considerava sub-humanos, eram uma espécie de cultura bastarda. Eles não mereciam viver lá. Os judeus eram untermenschen, não humanos. Era preciso voltar à ideia da missão alemã no leste europeu, em que aquela raça ariana perfeita iria “limpar” essas terras e depois recriá-las com cidadezinhas alemãs e vilarejos perfeitos.



Para ele, desde o começo era essencial que a Alemanha adquirisse mais territórios para se expandir, extrair recursos naturais e construir um arsenal que a tornaria uma potência mundial. Para ele, a guerra não era uma possibilidade, e sim uma certeza.



Mein Kampf não é um livro fácil de ler. É um coquetel de ideias odiosas.



Um momento arrepiante é quando ele afirma que, se ao menos milhares de judeus tivessem sido condenados à câmara de gás na Primeira Guerra, a Alemanha estaria melhor (Richard J. Evans, Author, Teh Coming of the Third Reich).



O livro é um exemplo do que os alemães chamam de bildungsroman, um romance ou conto sobre o amadurecimento de um jovem, mas, nele, Hitler se apresenta como um gênio da política.



Uma mente perversa que teve a oportunidade de ficar restrito numa cela de prisão, acompanhado por pessoa que acreditava demasiado nele e que tinha uma boa formação acadêmica, deu Hitler a oportunidade dele organizar o seu pensamento e reconduzir suas ações em outro nível.   


Publicado por Sióstio de Lapa
em 18/10/2024 às 00h01
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